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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dicionário Médico: Letra A

ABASIA. Doença do sistema nervoso, de natureza orgânica ou neuropsíquica, que se manifesta pela impossibilidade de andar (ver Astasia).

ABLEFARIA. Anomalia congênita caracterizada pela ausência de pálpebras.

ABLEPSIA. É sinônimo de cegueira.

ABORTO. Expulsão espontânea ou provocada do feto antes do sexto mês de gestação, isto é, antes que o feto possa sobreviver fora do organismo materno. Quando o a. se verifica depois do segundo mês da concepção, ocorrem hemorragia e contrações uterinas, às quais se segue a expulsão do feto. Durante o primeiro mês da concepção, o a. geralmente passa despercebido ao exame clínico. O a. espontâneo verifica-se sem qualquer intervenção artificial e pode ser causado por: insuficiente vitalidade dos espermatozóides (causa paterna); por afecções da placenta (causa anexa); pela morte do feto provocada por infecções sanguíneas (causa fetal). Existem ainda várias outras causas de a. como: inflamações uterinas, infecções agudas e crônicas, estados de grave exaustão, diabete e algumas ainda desconhecidas. O a. provocado artificialmente com fins terapêuticos é considerado necessário quando o estado gravídico ou o momento do parto põem em sério perigo a vida da gestante, como nos casos de descompensações cardíacas graves ou nos de desequilíbrios psíquicos intensos. O a. provocado com fins criminosos inclusive nos casos de gestantes que recusam a maternidade, é juridicamente ilegal.

ABRASÃO. Lesão cutânea superficial, não acompanhada de perda de sangue, provocada pela fricção de um corpo qualquer contra a superfície epidérmica. No ponto da a. a cútis perde sua impermeabilidade aos germes que podem aí se ficar ou penetrar no organismo provocando infecções locais ou gerais, respectivamente.

ABSCESSO. Cavidade com líquido purulento que se forma nos tecidos comprometidos por infecção microbiana. Pode ser de dois tipos: quente (provocado por germes piogênicos) e frio (de natureza tuberculosa). O primeiro, assim denominado pela sensação de calor local, é causado por germes piogênicos (estafilococos, estreptococos, colibacilos, etc.) que atacam uma parte do tecido, ocasionando a formação de um foco purulento circunscrito. O abscesso frio ou específico ou tuberculoso forma-se em qualquer parte do corpo, devido aos bacilos de Koch, não sendo acompanhado por sensação de calor local e tendo evolução mais lenta. Com referência ás localizações, a. podem ser superficiais ou profundos, situados nos órgãos internos ou nos tecidos circundantes.
A. Amebiano, forma-se no intestino ou mais freqüentemente no fígado; causado pela Entamoeba histolytica, que causa amebíase.
A. Amicrobiano, ver a. de fixação.
A. Anal, na região do ânus.
A. Cerebral ou Encefalite Aguda Purulenta, forma-se por ação de micróbios piogênicos na substância cerebral. O quadro clínico não difere daquele apresentado pelas infecções graves: febre alta, calafrios, cefaléia, aos quais se juntam sintomas específicos com convulsões, delírio, afasia e paralisia muscular generalizada.
A. de Fixação, Químico, Asséptico ou Amicrobiano, método terapêutico que consiste em provocar artificialmente no tecido subcutâneo um a. com a finalidade de determinar o afluxo dos micróbios de uma doença infecciosa presente. Antigamente este processo era amplamente utilizado. Na atualidade, apresenta apenas interesse histórico.
A. Faríngeo, atinge a mucosa da cavidade faríngea e é caracterizado por inflamação local e dor intensa no ato da deglutição.
A. Hepático, aparece em conseqüência de uma amebíase hepática ou de micróbios piogênicos. O fígado aumenta de volume e ocorre febre acompanhada de calafrios, sudorese e icterícia.
A. Laríngeo, atinge a laringe e o doente apresenta temperatura elevada, disfonia, disfagia.
A. Mamário, v. mastite aguda.
A. Perirrenal, forma-se no tecido que circunda o rim.
A. Perivisceral, atinge o tecido celuladiposo circundante dos órgãos internos.
A. Pulmonar, ver pulmonar (abscesso).
A. Subcutâneo ou Superficial, foco piogênico localizado superficialmente, abaixo da pele.

ABULIA. Psicopatia caracterizada por ausência ou por diminuição da vontade; o síndrome enquadra-se no campo dos distúrbios da vida afetiva.

ACANTHOSIS NIGRICANS (ou Distrofia Papilar Pigmentada ou Melanodermia Papilar). Moléstia rara da pele, caracterizada por manchas hiperpigmentadas de superfície rugosa, provocada por excrescências papilares. Nas pessoas idosas a. é acompanhada de tumores do aparelho digestivo.

ACANTOSE. Proliferação exagerada das células basais da epiderme, observada em algumas afecções cutâneas.

ACARÍASE ou ACARIOSE. Afecção cutânea intensamente pruriginosa, provocada por ácaros parasitos. A a. mais conhecida é a sarna (ver).

ACEFALIA. Anomalia congênita que consiste na ausência da cabeça.

ACESSO. Fenômeno mórbido, imprevisto e violento, que se manifesta sem sinais premonitórios ou estados patológicos intermediários. São característicos os a. febris, epilépticos, histéricos e outros.

ACETONEMIA. Estado patológico provocado pela presença de acetona no sangue de diabéticos (a. diabética) ou de pessoas, nas quais a combustão da gordura é incompleta.

ACETONÚRIA. Presença de acetona ou de outros corpos cetônicos na urina.

ACIDEMIA. Acidez normal do sangue.

ACIDOSE. Presença no sangue de ácidos ou de compostos com reação ácida em excesso ou redução de bases, alterando o equilíbrio ácido-básico do sangue. Ver Equilíbrio ácido-básico do sangue.

ACINESIA. Etimologicamente significa “ausência de movimento”. Indica a incapacidade do doente executar alguns movimentos musculares; isto pode depender de desequilíbrios psíquicos graves que impedem a elaboração da assim denominada fórmula cinética. É substancialmente diferente das síndromes paralíticas, cujas causas deverão ser pesquisadas em relação a lesões dos centros nervosos.

ACINESIA (ou APRAXIA) ÁLGEBRA. Perda voluntária da capacidade de movimentos causada pelo aparecimento de sensações dolorosas intensas na execução desses mesmos movimentos. O síndrome, observado quase sempre em neuropatas, é considerado como uma manifestação neurótica.

ACLADIOSE. Dermatose que se caracteriza pelo aparecimento de ulcerações cutâneas isoladas e por aumento dos gânglios linfáticos, próprias de regiões tropicais e causadas pelo Acladium castellanii.
ÁCLIDE. Ver Leucoma.

ACLIMATAÇÃO. Adaptação gradual do organismo a diferentes condições climáticas. O processo de a. pode comportar uma série de distúrbios nervosos, cardiocirculatórios, digestivos, tanto mais intensos quanto mais brusca é a passagem de um clima para outro.

ACLORIDRIA. Ausência de ácido clorídrico no suco gástrico. Ver Aquilia.

ACME ou FASTÍGIO. Em patologia, o termo indica a fase mais aguda ou crítica de uma moléstia e, por analogia, a de maior difusão de uma epidemia.

ACNE. Com essa denominação são designadas várias formas de dermatites que têm em comum o aparecimento de erupções pustulosas profundas, originárias de infecções nos folículos pilosos.
Acne Comum. Ver Acne vulgar.
Acne Hipertrófico. Ver Rinofima.
Acne Juvenil. Ver Acne vulgar.
Acne Necrótico. Dermatite que se manifesta com pústulas localizadas nas margens do couro cabeludo, as quais sofrem necrose.
Acne Profissional. Ver Acne tóxico.
Acne Punctata. Ver Comedão.
Acne Quelóide. Dermatose que atinge os folículos pilosos da nuca, deixando cicatrizes endurecidas na pelo (quelóides).
Acne Rosácea. Forma de acne que atinge adultos, sobretudo mulheres por ocasião da menopausa, em seguida à exaustão da função ovariana. Manifesta-se preferentemente no nariz e na face.
Acne Seborréico. Denominação do acne vulgar.
Acne Tóxico. Dermatite tóxica provocada por iodo ou bromo, afetando os que manipulam preparados à base destes metalóides ou os que se submetem à terapêutica prolongada com iodo (afecções da tireóide) ou com bromo (afecções do sistema nervoso central), manifestando-se por pequenas manchas róseo-azuladas.
Acne Vulgar ou Juvenil. Forma de acne, muito comum em jovens no início da puberdade, cuja causa é ainda desconhecida (crê-se que seja devido a desequilíbrios hormonais). Manifesta-se quase exclusivamente na face e na parte superior do tórax: os folículos pilosos são atingidos por infecção e supuram transformando-se em pústulas. Algumas vezes, estas reúnem-se formando uma única placa (acne conglobata) ou permanecem isoladas como pequenos abscessos.

ACOLIA. Ausência total ou parcial (neste caso hipocolia) de estercobilina, ou seja de pigmento biliar nas fezes, as quais se apresentam descoradas. É devida a várias causas: malformação congênita das vias biliares, hepatite aguda epidêmica, atrofia amarela aguda, oclusão do colédoco.

ACOMODAÇÃO. Adaptação involuntária do poder de refração do globo ocular. O cristalino, lente biconvexa, faz convergir sobre a superfície posterior da retina os raios paralelos provenientes de objetos longínquos. Graças ao processo de a. que consiste na modificação na curvatura do cristalino, também os raios oriundos de objetos próximos reúnem-se na superfície da retina , possibilitando nítida visão de tais objetos.

ACONDROPLASIA. (ou Condrodistrofia fetal). Distrofia congênita hereditária do esqueleto, caracterizada por alterações das cartilagens que impedem o crescimento dos ossos. Como conseqüência, ocorre desproporção entre o desenvolvimento do crânio e o dos membros. O desenvolvimento psíquico é normal. Em muitos casos, a acondroplasia provoca a morte nos últimos meses da vida fetal ou nos primeiros de vida. A origem desta malformação é ainda desconhecida.

ACORIA. Estado mórbido que se manifesta pelo desejo insaciável de comer.

ACROANESTESIA. Anestesia das extremidades.

ACROASFIXIA. Palidez das extremidades, principalmente dos dedos das mãos e dos pés, acompanhada de sensação de frio. Pode ser um sintoma inicial da moléstia de Raynaud.

ACROCEFALIA. Deformidade do crânio que se apresenta alongado e termina em vértice.

ACROCIANOSE. Coloração azulada das extremidades devida á estagnação do sangue arterial. Pode ser originada por afecções pulmonares crônicas e vícios cardíacos.

ACRODINIA. Moléstia quase sempre infantil que se manifesta com dores ou sensações dolorosas nas extremidades (mãos e pés), geralmente ligada a avitaminoses.

ACROERITROSE. Vermelhidão das mãos, dos pés e de outras partes do corpo, provocada por distúrbios dos vasos sanguíneos locais.

ACROMATOPSIA. Incapacidade de distinguir as cores.

ACROMEGALIA. Aumento anormal das mãos e dos pés, acompanhado de deformação da face, espessamento epidérmico, desenvolvimento de alguns órgãos internos. É causada por um tumor da hipófise.

ACROMIA. Descoloração da pele, por ausência de melanina, pigmento das células epidérmicas.

ACROPARESTESIA. Dor aguda nas extremidades, provocada por disfunção do sistema nervoso vegetativo.

ACTINODERMATOSES. Conjunto de fenômenos mórbidos cutâneos provocados pelas radiações solares ou artificiais. A forma mais comum é o eritema solar.

ACTINOMICOSE ou ACTINOMICETOSE. Moléstia provocada no homem e em animais (especialmente bovinos) provocada por um cogumelo do gênero Actynomices, encontrado em forragens. Pode se desenvolver na mandíbula, nos pulmões, no intestino, com necrose dos tecidos e formação de pus.

ADDISON (Moléstia de) ou ADISONISMO. Estado mórbido devido a uma insuficiente secreção hormonal das supra-renais. É característica da moléstia a coloração escura da pele, associada a debilidade física e psíquica com hipotensão arterial. Quase sempre o decurso é crônico, de vários anos; nas formas graves, o enfraquecimento das condições gerais do doente, conduz à morte.

ADENIA, ADENOSE ou ADENOPATIA. Afecção dos gânglios linfáticos.

ADENITE. Ver Linfoadenite.

ADENOCARCINOMA. Tumor maligno de uma glândula. Entre os a. mais difundidos está o mamário. Ver Mamas.

ADENÓIDE, VEGETAÇÕES. Proliferação exagerada da tonsila faríngea de Luschka, situada na cavidade faríngea. Características da idade infantil, as v.a. estão ligadas a fatores constitucionais, representados pelo denominado linfatismo ou a inflamações agudas do tecido faríngeo. A criança com v.a. apresenta dificuldades fonéticas e mantém a boca semi-aberta.

ADENOIDITE. Infecção aguda do tecido adenóide.

ADENOMA. Tumor benigno de crescimento lento que se desenvolve no interior de órgãos ou na superfície das mucosas.

ADENOMIOMA ou MIOADENOMA. Tumor benigno formado de tecido glandular e tecido muscular liso, mais freqüente na parede intestinal e nos órgãos genitais femininos.

ADENOPATIA TRAQUEOBRÔNQUICA ou HILAR. Afecção dos gânglios linfáticos hilares ou parailares, localizada ao redor da traquéia, freqüentemente causada por tuberculose. A a. atinge mais o grupo infantil e, de modo especial os lactentes.

ADENOSCLEROSE. Afecção caracterizada por aumento e endurecimento de uma ou mais glândulas, provocada por processos inflamatórios crônicos.

ADERÊNCIA ou SINEQUIA. União entre superfícies contíguas de revestimento cutâneo, mucoso ou seroso, originada de processos inflamatórios dessas mesmas superfícies. São freqüentes a a. pleural entre os folhetos parietal e visceral, que representam a fase final das pleurites fibrinosas e exsudativas.

ADERMINA. Ver Vitamina B6.

ADIADOCOSINESIA. Perda da capacidade de executar rapidamente movimentos antagonistas (ex. abrir e fechar as mãos).

ADINAMIA. Estado de prostração, de falta de forças, provocada por fatores psíquicos ou por moléstias debilitantes.

ADIPOSE ou ESTEATOSE. Acúmulo excessivo de gordura em alguns órgãos, especialmente no tecido subcutâneo e no fígado, este causado por intoxicações crônicas ou moléstias infecciosas.

ADIPOSE DOLOROSA (Moléstia de Dercum). Desenvolvimento excessivo de massas adiposas, disseminadas no tecido subcutâneo e dolorosas ao tato, de provável origem em disfunções hormonais.

ADIPOSIDADE. Ver Obesidade.

ADIPOSÚRIA. Ver Lipúria.

ADIPSIA. Falta de sede, devida a moléstias do estômago, intoxicações urêmicas e fenômenos psíquicos.

ADOLESCÊNCIA. Período da vida situado entre a infância e a mocidade (os limites estão compreendidos entre os 11-12 e os 15-16 anos para o sexo feminino e os 12-14 e os 15-16 no masculino) durante o qual ocorrem profundas transformações somáticas e psicológicas e sobretudo, a maturação sexual. Na adolescência distinguem-se dois períodos: o pré-puberal e o da crise puberal. O primeiro é caracterizado por desenvolvimento da estatura com desenvolvimento craniano e torácico; o segundo inicia as transformações endócrinas que se manifestam principalmente pelo aparecimento de menstruações no sexo feminino e o início da espermatogênese no masculino. A a. foi definida como a idade “difícil”; de fato, as complexas modificações psico-somáticas que ocorrem durante este período, dão origem a múltiplos problemas de adaptação da personalidade.

ADORMECIMENTO. Sensação de formigamento, dor e peso em um membro que se verifica após longa permanência numa mesma posição; é provocado por parada momentânea da circulação local.

ADRENALINA. Hormônio produzido pelas glândulas supra-renais; exerce ação constritora das artérias, regula os movimentos do coração, concorre para a dilatação dos brônquios, diminui o peristaltismo intestinal e favorece a secreção salivar, gástrica e lacrimal.

AEROFAGIA. Distúrbio caracterizado pela presença de ar no estômago, que se manifesta por eructações freqüentes. Provoca falta de apetite, dificuldades respiratórias, mal-estar gástrico, palpitações.

AEROFOBIA. Síndrome psíquico que se manifesta como “medo de ar” ou de correntes de ar.

AFACIA. Ausência do cristalino devido a fatores congênitos ou conseqüente a traumatismo ou intervenção cirúrgica.

AFASIA. Condição mórbida neuropsíquica, que consiste na falta ou na imperfeição da linguagem. Existem quatro formas: motora, que se manifesta pela incapacidade de articulação da palavra; gráfica, pela incapacidade de escrever; auditiva, pela de compreender a significação de palavras ouvidas; visual, pela de compreender o significado de palavras escritas.

AFONIA. Perda total ou parcial da voz, provocada por lesões anatômicas (moléstias da laringe) ou por fatores psíquicos.

AFORESE. Ausência de secreção sudorípara.

AFRODISIA. Desejo exagerado de satisfazer o instinto sexual.

AFRONTAÇÃO. Dificuldade respiratória, fadiga.

AFTA. Lesões das mucosas, mormente das gengivas e dos lábios, sobre as quais aparecem vesículas ovaladas ou arredondadas, circundadas por halo róseo.

AFTA DE BEDNAR (Úlcera pterigóidea). Característica do lactente, aparece na mucosa oral, nos primeiros três meses de vida.

AFTA EPIZOÓTICA (ou Febre aftosa). Afta infecciosa e contagiosa que incide em alguns animais, especialmente nos ruminantes; estes podem transmiti-la ao homem e, em particular, às crianças que ingerem leite infectado, não fervido.

AGALACTIA ou AGALAXIA. Ausência de secreção Láctea devida a disfunções hormonais ou, então, a depauperamentos orgânicos ou a traumatismos psíquicos.

AGENESIA. Ver Aplasia.

AGEUSIA ou AGEUSTIA. Falta de sensação gustativa provocada por lesões das células gustativas ou por fatores de ordem psíquica.

AGIRIA ou LISSENCEFALIA. Consiste na falta de formação de sulcos na superfície cerebral.

AGITAÇÃO. Ausência de serenidade determinada por problemas de ordem psíquica, tornando o doente intranqüilo.

AGNOSIA. Perda da capacidade de reconhecer objetos.

AGONIA. Período que precede imediatamente à morte e durante o qual ocorre debilidade progressiva das funções dos centros nervosos e de todos os demais órgãos. Na a. distinguem-se uma fase pré-agônica e uma fase agônica, esta caracterizada pela perda da consciência. A a. pode durar poucas horas ou mesmo alguns dias.

AGRAMATISMO. Distúrbio neuropsíquico que consiste na perda da capacidade de expor as próprias idéias.

AGRANULOCITOSE. Afecção grave do sangue caracterizada pela falta de granulócitos (tipo de glóbulos brancos), um dos principais defensores do organismo na luta contra as doenças infecciosas. Manifesta-se com febre e astenia (ver), seguida do aparecimento de ulcerações na mucosa oral. O organismo, sem a proteção dos glóbulos brancos, fica exposto ao perigo de moléstias infecciosas e à morte.

ÁGUA. Principal elemento constitutivo do protoplasma celular. No organismo vivo, a água desempenha funções importantíssimas: serve de veículo nos processos de absorção, transporte, intercâmbio, secreção e excreção do organismo. Sem água não há vida possível. É fundamental para a termorregulação. A água constitui cerca de 60-70% do peso corpóreo. A perda de água correspondente a 10% do peso do corpo produz sérios distúrbios na saúde; perda de 20 a 25% pode ser mortal.

AIDS. Doença que ataca principalmente homossexuais masculinos, embora tenha sido registrado um ou outros caso em crianças ou em mulheres que tiveram relações sexuais com homens contaminados, manifesta-se primeiro por febre, perda de peso, fadiga crônica, inflamação de gânglios e dores generalizadas. Depois, surgem infecções, causadas por bactérias, vírus ou parasitas, e nos casos mais graves, pelo Sarcoma de Kaposi, um câncer de pele que pode afetar também o tubo digestivo. O sintoma principal, porém, é a perda das defesas contra infecções, o que deu origem ao nome da doença.

ALALIA ou ANARTRIA. Incapacidade de articular as palavras.

ALASTRIM. Doença infecciosa, febril e eruptiva, provocada por um vírus semelhante ao da varíola.

ALBERS-SCHOENBERG (moléstia de). Ver Osteopetrose.

ALBINISMO. Doença constitucional hereditária. Consiste na falta total ou parcial de melanina, pigmento cutâneo.

ALBUMINÚRIA. Presença de albumina na urina. Pode ser benigna ou significar a manifestação de uma doença. Existe uma a.funcional, de caráter transitório que ocorre na gestação ou na adolescência, também denominada intermitente paroxística, fisiológica. É denominada a. reguladora quando a eliminação é transitória após exercícios físicos exaustivos. A a.renal é originada por moléstias renais; uma variedade desta é a albuminúria nefrógena. Outras formas de a. incluem as febris, dietéticas, globulares, hematogênicas, intermitentes, etc.

ALBUMINÚRIA ORTOSTÁTICA. Também denominada lordótica porque é mais freqüente nos adolescentes com lordose lombar (acentuada curvatura, de convexidade anterior, da coluna vertebral), a a.o. constitui uma forma de albuminúria benigna que se manifesta nas pessoas que permanecem de pé, durante longos períodos. É causada pela compressão direta ou indireta do rim ou a constrição das arteríolas renais.

ALCALOSE. Excesso de substâncias básicas ou alcalinas no sangue.

ALCAPTONÚRIA. Presença de alcaptona (produto de transformação de proteínas) na urina. De caráter hereditário, a a. é uma doença do metabolismo que se manifesta com dores de tipo reumático e ardor durante a micção.

ALCOOLISMO AGUDO (ou Etilismo agudo). Intoxicação episódica aguda (embriaguez) devida á ingestão excessiva de álcool. É caracterizada por perda do autocontrole, estado de euforia, enfraquecimento das funções motoras. Nos indivíduos portadores de distúrbios neuropsíquicos, o a.a. assume gravidade maior.

ALCOOLISMO CRÔNICO (ou Etilismo crônico). Intoxicação crônica provocada pelo uso habitual de álcool. Manifesta-se, no início, por distúrbios faríngeos, laríngeos e gástricos aos quais seguem-se disfunções cardiocirculatórias, hepáticas e renais que podem conduzir a graves descompensações cardíacas, cirrose hepática e nefrite. Na intoxicação crônica ocorre também uma depressão das faculdades psíquicas associada a distúrbios da coordenação motora.

ALERGIA. Qualquer modificação reacional do organismo frente a certas substâncias denominadas alérgenos. O organismo, sensibilizado pela introdução precedente de alérgenos, capazes de criar condições biológicas particulares, reage de modo diverso a uma segunda introdução destas mesmas substâncias. O principal fenômeno alérgico é da imunidade, que é uma forma especial de reação do organismo a certos estímulos de origem infecciosa. Também a anafilaxia pode ser enquadrada entre os fenômenos alérgicos porque é uma manifestação biológica de tipo exagerado (hiperergia).
Principais classificações das formas alérgicas: a. de origem vegetal (pólen de flores, etc); a. de origem animal (pelos, penas, etc); a. de origem bacteriana; a. alimentar, provocada pela ingestão de certos alimentos (camarão, chocolate, etc).

ALEXIA. Impossibilidade de ler. É uma das formas de afasia (ver).

ALGESIA. Sensibilidade à dor.

ALGIAS. Dores localizadas em uma determinada parte do corpo. Subdividem-se em periféricas, centrais, do simpático.

ALGOFILIA. Ver Algomania.

ALGOMANIA. Estado psíquico mórbido que leva o doente a sentir prazer na dor e a procura-la. A a. é própria de algumas alienações.

ALIENAÇÃO MENTAL. Psicopatia caracterizada pela perda da consciência do próprio “eu”.

ALIMENTAR (intoxicação). Moléstia aguda provocada pela ingestão de alimentos venenosos ou, o que é mais comum, gastrenterite aguda devida a alimentos contaminados por certas bactérias como as do grupo das salmonelas. A intoxicação alimentar pode ser também provocada pela ingestão de toxinas produzidas pelo Clostridium botulinum, às vezes presente em carnes, peixes e vegetais em conserva, produzindo o botulismo (ver).

ALIMENTOS. Os alimentos são substâncias utilizadas pelo organismo para regenerar os seus próprios tecidos e obter a energia necessária para o cumprimento de todas as funções orgânicas. Desempenham ampla função: plástica, porquanto nutrem e regeneram a célula viva; energética, pois produzem energia química que assegura ao corpo uma temperatura interna constante e fornecem aos músculos a forma necessária para a execução dos movimentos.
Elementos constitutivos dos alimentos:
Proteínas ou protídeos: representa o princípio nutritivo mais completo, pois exercem função plástica e energética (uma grama de proteínas desenvolve quatro calorias). As proteínas mais adequadas para exercerem a função plástica e energética (um grama de proteínas desenvolve quatro calorias). As proteínas mais adequadas para exercerem a função plástica são as de origem animal, isto é, as contidas na carne, nos ovos, nos peixes e no leite; são formadas de aminoácidos, elementos constitutivos da célula viva.
Gorduras ou lipídeos: subdividem-se em gorduras neutras e em lipóides. As primeiras, gorduras comuns, se depositam no tecido subcutâneo onde exercem função energética; os lipóides, ao contrário, desempenham função plástica, combinando-se com as proteínas.
Carboidratos ou hidratos de carbono: são constituídos de glicose, galactose e frutose. Como as gorduras, têm função energética; estão presentes nos farináceos e nas frutas.
Vitaminas: são elementos constitutivos fundamentais porque exercem influência decisiva sobre todas as funções vitais. A ausência prolongada de vitaminas dá origem a estados mórbidos (avitaminoses).
Sais minerais: exercem no organismo função plástica, regulam a osmose sanguínea, asseguram o equilíbrio ácido-básico, participam de reações bioquímicas nos tecidos. Os mais importantes são: cloro, sódio, potássio, ferro, cálcio e fósforo.
Água: v. água.
Valor nutritivo dos alimentos
Grupo do leite: compreende o leite integral, o soro do leite e os queijos. Estes alimentos de origem animal são muito ricos em todos os princípios nutritivos (proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e sais minerais).
Grupo da carne: compreende as carnes, o peixe e os ovos muito ricos de proteínas; estes alimentos contêm também quantidades suficientes de gorduras, azoto, ferro, vitamina B1 e B12.
Grupo das frutas e das verduras: compreende alimentos de reduzido valor calórico, porém, riquíssimos em vitaminas e sais minerais.
Pão e cereais: pobres em proteínas. Fornecem muitas calorias e contém as vitaminas A, C, B1, B2, ferro, cálcio, ácido fólico.

ALÍVIO. Diminuição do sofrimento ou da dor.

ALOPECIA. Queda temporária ou permanente de cabelos e de pelos, provocada por diversas causas:
Alopecia Congênita: ligada a fatores hereditários, com ausência total ou parcial desde o nascimento;
Alopecia Traumática: que tem origem em contusões ou lesões do couro cabeludo;
Alopecia Neurótica: que surge após violentas emoções psíquicas ou lesões do sistema nervoso;
Alopecia Secundária: que aparece após longos períodos de febre ou de moléstias infecciosas graves, também denominada alopecia sintomática;
Alopecia Seborréica: a mais difundia e provocada por moléstia crônica do couro cabeludo, caracterizada por prurido, hiperemia, descamação epidérmica (caspas) e secreção excessiva das glândulas sebáceas. As causas da alopecia seborréica não são conhecidas; a evolução é lenta, crônica e irregular, atinge quase que exclusivamente o sexo masculino. É também denominada alopecia furfurácea, pisyriasis, captis, seborrhaea capilitii. A alopecia pode ser total ou circunscrita (em placas bem definidas, deixando o couro cabeludo liso).

ALORRITMIA. Alteração particular do ritmo cardíaco.

ALUCINAÇÃO. Fenômeno patológico de natureza psíquica e que consiste na percepção de estímulos visuais, tácteis, olfativos, auditivos ou gustativos, inexistentes.

ÁLUX VALGO e VARO. Deformação do álux, consistem em um desvio para fora (álux valgo) ou para dentro (álux varo) do primeiro metatarso.

AMARELÃO. Ver Ancilostomíase.
AMASTIA. Falta congênita de uma ou de ambas as glândulas mamárias.

AMAUROSE. Intenso enfraquecimento da função visual provocada por anomalias da retina e do nervo óptico. Pode surgir no decurso de moléstias crônicas graves.

AMBLIOPIA. Enfraquecimento da visão, geralmente gradual, sem lesão aparente do globo ocular. Pode ser provocada por fadiga visual intensa.

AMEBA. Protozoário da classe dos Rizopodos, pertencente ao gênero Amoeba. A ameba é um ser unicelular constituído por uma massa protoplasmática nucleada. Sua forma muda constantemente, lançando prolongamentos do protoplasma, denominados pseudópodos, permitindo-lhe movimentar-se e englobar partículas alimentares. São parasitas do homem as seguintes amebas: Endamoeba histolytica, Endamoeba coli, Endamoeba gingivalis, Dientamoeba fragilis, Endolimax nana e Endamoeba buetschlli.

AMEBÍASE. Doença provocada por Endamoeba histolytica, muito difundida nas regiões tropicais e que ocorre após ingestão de alimentos ou de água contaminados. A forma mais freqüente é a a.intestinal, que se manifesta com dores abdominais intensas, diarréias sanguinolentas e com muco, náusea e vômito. Por vezes há grande prostração. Os surtos de diarréia podem ser intercalados por episódios de prisão de ventre. O protozoário pode atingir, por via hematogênica, o fígado (a.hepática, onde eventualmente provoca a formação de abscesso amebiano), o pulmão (a.pulmonar) e, mais raramente, o cérebro (a.cerebral) e o rim (a.renal).

AMENORRÉIA. Ausência de menstruação. As principais formas de a. são:
Amenorréia Primária ou Primitiva (ver);
Amenorréia Fisiológica: própria do período pré-púbere e as que ocorrem durante a menopausa e a gestação;
Amenorréia Patológica: que se instala subitamente durante o ciclo de vida sexualmente fecundo da mulher, o mais das vezes provocada por disfunções glandulares ou por traumas psíquicos.

AMENORRÉIA PRIMÁRIA. Ausência da primeira menstruação em jovem que atingiu a puberdade. É sinal de infantilismo, ou seja, de imaturidade das glândulas sexuais.

AMETROPIA. Defeito de refração ocular. Ver Refração ocular (vícios de).

AMIGDALITE. Ver Angina.

AMILOIDOSE (ou Degeneração Amilóide). Afecção grave que consiste no acúmulo progressivo de substância amilóide em alguns órgãos (fígado, rim, pâncreas), devido a disfunções do metabolismo protéico.

AMIMIA. Falta de expressão da face devida a paralisia dos músculos faciais.

AMIOSTENIA (ou astenia muscular ou miastenia). Enfraquecimento das funções musuclares. Ver Miastenia.

AMIOTONIA. Ver Atonia muscular.

AMIOTROFIA (ou Atrofia muscular). Moléstia que se manifesta pela diminuição do volume e frouxidão de músculos. Pode ser transitória, quando provocada por inatividade temporária do músculo, ou persistente, no caso de lesões nas fibras ou nos nervos correspondentes.

AMNÉSIA. Estado mórbido caracterizado pela “perda de memória”, com dificuldades para recordar fatos e palavras. O sintoma pode ser transitório ou permanente, parcial ou total e tem sua origem em traumatismos psíquicos graves ou em lesões do sistema nervoso central.

AMNIORRÉIA. Escoamento do líquido amniótico.

AMNIORREXE. Ruptura da membrana amniótica, devido a traumatismo ou processo inflamatório do âmnio.

AMNIÓTICA (moléstia). Qualquer afecção da membrana amniótica.

AMOLECIMENTO. Ver Necrose.

AMUSIA. Perda da capacidade de apreciar e reproduzir sons musicais.

ANAFILAXIA. Reação anômala ou exagerada do organismo a algumas proteínas estranhas ou a outras substâncias. A primeira introdução de tais substâncias sensibiliza o organismo, o qual reage violentamente à segunda introdução delas, provocando o choque anafilático, que pode ser mortal. Embora pouco freqüente, o choque anafilático tem ocorrido após injeções de penicilina, de vitamina B1, de soros imunizantes (antitetânico e antidiftérico) em pessoas sensíveis ou sensibilizadas previamente. Ocorre ainda após picadas de insetos, da ruptura de cistos de equinococos do fígado e do pulmão, depois da ingestão de determinados alimentos, etc. A sintomatologia é sempre grave; destacando-se a queda da pressão arterial e as dificuldades respiratórias.

ANAFRODISIA. Falta de desejo sexual. Ver Frigidez e Impotência.

ANALGESIA. Perda da sensibilidade dolorosa. Pode ser provocada artificialmente pela administração de drogas anestésicas ou ocorrer por lesões do sistema nervoso cerebrospinal e dos nervos sensitivos ou, ainda, por fatores psíquicos.

ANAMNESE. Levantamento detalhado dos antecedentes fisiológicos e patológicos do doente e de seus familiares, com a finalidade de facilitar o diagnóstico. O conhecimento aprofundado e escrupuloso dos processos mórbidos precedentes tem dupla finalidade: a mais importante é a de trazer subsídios para esclarece a doença do momento e a outra é estabelecer relações pessoais mais estreitas entre o médico e o doente.

ANASARCA. Condição patológica caracterizada por edema em todo o corpo, devido a infiltração de líquido edematoso (ver Edema) no tecido subcutâneo, originada por descompensação cardíaca.
ANASARCA FETOPLACENTÁRIA. Estado edematoso (ver Edema) do feto, devido a malformações anatômicas do próprio feto, da placenta ou do cordão umbilical.

ANCILOSE. Diminuição ou abolição dos movimentos articulares, provocada por afecções nas articulações, por inatividade prolongada ou por lesões traumáticas.

ANCILOSTOMÍASE ou OPILAÇÃO. Moléstia provocada pelo Ancylostoma duodenale ou pelo Necator americanus, bastante difundida em países de climas tropical e subtropical e mesmo nos de temperados. As larvas dos parasitas penetram no organismo tanto pela ingestão de alimentos contaminados como através da pele; neste caso, são transportadas pelo sangue aos pulmões, sobem pela traquéia, são deglutidas e atingem o intestino, onde permanecem. Causa distúrbios gastrointestinais, dores no abdome, anemia intensa, palidez, emagrecimento.

ANDES (Moléstia dos). Forma de poliglobulia (aumento de glóbulos vermelhos) característica de uma população nativa residente no altiplano da Cordilheira dos Andes e que apresenta um colorido vermelho intenso.

ANDROGINISMO. Presença de características masculinas em organismo geneticamente feminino; pseudo-hermafroditismo feminino (ver Hermafroditismo).

ANDROPAUSA. Diminuição progressiva das funções sexuais masculinas decorrente de involução glandular e que corresponde à menopausa da mulher.

ANEMIA. Moléstia caracterizada pela diminuição da taxa de hemoglobina ou do número de hemácias (oligocitemia) ou de ambas (a.mista), causando depauperamento orgânico, fadiga, palidez, descoloração das mucosas e outros sintomas. Conduzem a estados de anemia:
a) falta de produção de hemácias por ausência de tecido formador (destruição por medicamentos, toxinas, radioatividade), por invasão de tumores malignos na medula óssea (reticulossarcomas, linfomas, leucemias) ou por carência de elementos essenciais à formação dos glóbulos (vitamina B12, ácido fólico e ferro);
b) destruição excessiva de hemácias (hemólise), provocada por tóxicos, medicamentos, mecanismos imunológicos, parasitas);
c) hemorragias agudas (a. aguda pós-hemorrágica, quando há perda de grande quantidade de sangue, no mínimo um litro) e crônicas (quando as perdas são pequenas porém prolongadas como nas verminoses, nas menstruações muito próximas, nas neoplasias, nas hemorróidas).
Alguns tipos de anemia:
Anemia perniciosa (Moléstia de Addison-Biermer), doença mais freqüente nos povos anglo-saxões, nas pessoas de média idade e do sexo feminino. De evolução lenta, o doente apresenta astenia, sintomas digestivos (especialmente glossite) e sintomas neurológicos (parestesias, neurites, esclerose combinada da medula).
Anemia hipocrômica ou ferropênica, caracterizada pela carência de ferro em conseqüência de várias causas como: alimentação deficiente, alterações do aparelho digestivo, intoxicações crônicas, moléstias infecciosas, tumores, alterações glandulares.
Clorose, forma anêmica normalmente presente na puberdade mais comum nas mocinhas; palidez de tonalidade esverdeada (donde o nome da anemia), manifestações neuróticas, distúrbios menstruais e debilidade, constituem características da clorose.
Anemia secundária ou sintomática, subseqüente a estados mórbidos crônicos (como cirrose hepática, câncer, tuberculose) ou a hemorragias (pós-operatório, traumatismos).
Anemia do mediterrâneo ou de Cooley ou talassanemia, doença gravíssima, de caráter hereditário e que afeta sobretudo indivíduos nascidos nos países da bacia do Mediterrâneo. São descritos casos em outros países (Brasil, EUA) onde existem famílias dessa procedência. Inicia-se nos primeiros anos de vida. O doente apresenta aumento excessivo da cabeça e rarefação óssea, aspecto mongolóide, dedos grossos e mãos largas, desenvolvimento psíquico e corpóreo retardados, cor amarelada.

ANEMIZAÇÃO. Síndrome caracterizado pela diminuição progressiva dos glóbulos vermelhos.

ANESTESIA. Consiste na abolição da sensibilidade. Pode ser de origem traumática (ligada a lesões dos nervos sensitivos periféricos), patológica (provocada por compressão tumoral da vias de condução ou por destruição das terminações nervosas sensitivas), central (por lesões nos centros nervosos), angiospástica (por espasmos dos vasos sangüíneos), histérica (de caráter psíquico), mental (incapacidade de reconhecimento ou identificação de estímulos sensitivos). A anestesia pode ser provocada (anestesia cirúrgica) com finalidade de abolir a dor durante intervenções. Existem numerosos métodos para obtenção da anestesia cirúrgica, os quais podem agrupados de acordo com a via de administração dos medicamentos utilizados e com a extensão da anestesia.
Anestesia geral: É utilizada nos casos de operações muito dolorosas e prolongadas. Com este método, o doente perde a consciência e a capacidade de sentir dor e de reagir aos estímulos externos, tendo preservadas todas as funções vitais importantes. É efetuada mediante a administração de medicamentos por via venosa ou por inalação de certos gases ou de substâncias voláteis, ou ainda, por via retal. Atingindo o cérebro, tais drogas paralisam os centros sensitivos e provocam perda da consciência.
Anestesias parciais ou regionais: abolem a sensibilidade em apenas determinadas áreas do corpo, sem provocarem perda da consciência. São utilizados vários processos para a sua obtenção.
Anestesias de superfície ou de contato: aplicação de anestésicos nas mucosas; a refrigeração local, mediante o cloreto de etila, também de termina anestesia superficial adequada para pequenas intervenções de curta duração.
Anestesia infiltrativa: injeção de anestésicos locais na região a ser manipulada.
Anestesia troncular ou de condução: abole a sensibilidade de um determinado nervo sensitivo correspondente à zona corpórea sobre a qual se deseja intervir.
Anestesia raqueana: introdução do anestésico no espaço intradural, de modo a paralisar os nervos da zona que se deseja anestesiar, geralmente a metade inferior do corpo.

ANEURISMA. Consiste na dilatação de uma parte da parede arterial, atingindo mais freqüentemente a aorta. Pode ser espontâneo ou traumático. No segundo caso, é provocado por compressão constante na superfície correspondente ao segmento da artéria ou por ferimentos profundos. Os espontâneos podem ser verdadeiros, quando o segmento arterial se dilata à passagem do sangue, sem romper-se; dissecantes, quando há ruptura das camadas mais intensas das paredes arteriais; e falsos, quando em seguida a lesões profundas, as paredes se rompem e o sangue é retido pelos tecidos.

ANEXITE. Inflamação dos anexos uterinos. Ver Salpingite.

ANGINA. Estado mórbido caracterizado pela impressão de sufocação ou de constrição.

ANGINA DE LUDWIG. Inflamação purulenta da parede bucal provocada pela ação patogênica de micróbios aeróbios e anaeróbios (geralmente estreptococos), que se manifesta com febre e dor local muito intensa.

ANGINA PECTORIS (ou angina do peito ou estenocardia). Forma de acesso cardíaco caracterizado por forte dor torácica (que pode estender-se para os braços, especialmente o esquerdo) e crises de angústia. Surge após esforços físicos ou traumas psíquicos, embora possa manifestar-se mesmo durante o repouso. É causada por ausência temporária de oxigênio nas paredes cardíacas, devida a afluxo sanguíneo insuficiente.

ANGINA TONSILAR ou TONSILITE (ou Amigdalite). Infecção das amígdalas provocada por micróbios patogênicos. Pode sr aguda ou crônica. No primeiro caso, a a.t. se manifesta com dores fortes na garganta e temperatura elevada, acompanhada de sensação dolorosa ao deglutir. As principais formas de a.t. são:
Angina catarral, a mais comum, na qual há formação de muco que se mistura com exsudato seroso, dando aspecto viscoso, grumoso, que constitui o catarro; angina folicular, caracterizada pelo aparecimento de pequenos pontos esbranquiçados; angina flegmonosa, com o aparecimento de pus que se difunde pelos interstícios dos tecidos; angina diftérica, provocada pelos bacilos da difteria e outras formas. A angina tonsilar crônica se caracteriza pelo aumento de volume da amígdalas que se tornam reservatórios de bacilos.

ANGINÓIDES (Acessos). Ataques imprevistos semelhantes aos da angina pectoris.

ANGIOCOLITE. Inflamação aguda ou crônica que atinge os ductos biliares e se manifesta com dores no hipocôndrio direito, febre, coloração amarelada da pele e da mucosa do globo ocular.

ANGIOHIPERTONIA e ANGIOHIPOTONIA. Aumento ou redução, respectivamente, do tono das paredes dos vasos sangüíneos.

ANGIOMA. Tumor de decurso benigno que atinge os vasos sangüíneos (mais propriamente hemangioma) ou linfáticos (linfangiomas) e que se manifestam como manchas de cor vinhosa na pele.

ANGIOSPASMO. Contração dos vasos sangüíneos, geralmente em zona delimitada.

ANGITE. Inflamação do vasos sangüíneos ou linfáticos.

ANGÚSTIA. Síndrome psíquica caracterizada por ansiedade.

ANIDROSE. Ausência de secreção sudorípara, conseqüente a distúrbios neurovegetativos, glandulares ou cutâneos.

ANISOCITOSE. Desigualdade das dimensões dos glóbulos vermelhos de um mesmo indivíduo. Quase sempre acompanha as anemias.

ANISOCORIA. Desigualdade no diâmetro das duas pupilas.

ANISOICONIA. Percepção de imagens desiguais de um mesmo objeto, devida a fatores congênitos ou traumáticos do cristalino.

ANISOMETROPIA. Diferença do poder de refração entre os dois olhos, devida a fatores congênitos ou traumáticos.

ANONIQUIA. Falta transitória ou permanente de unhas. O fenômeno pode ser congênito ou adquirido em conseqüência de estados mórbidos de origem infecciosa que atingem o chamado “leito da unha”.

ANOREXIA ou INAPETÊNCIA. Perda ou diminuição acentuada do apetite provocada por numerosíssimas afecções de origem digestiva, metabólica, endócrina e psíquica.

ANORQUIA. Ausência congênita de ambos os testículos.

ANOSMIA. Ausência congênita ou adquirida, da sensibilidade olfativa, mais ou menos acentuada, permanente ou transitória. É provocada por afecções na mucosa nasal ou no nervo olfativo.

ANOXIA. Insuficiência de oxigênio no sangue, causada por doenças pulmonares ou por rarefação do oxigênio no ar atmosférico.

ANSERINA (Pele). Vulgarmente pele de galinha. Fenômeno caracterizado pela contração dos músculos erectores dos pêlos, conseqüente a sensações de frio ou medo.

ANSIEDADE. Estado emotivo que se manifesta por inquietação, incerteza, distúrbios do comportamento. A ansiedade aparece como conseqüência de vários fatores, destacando-se moléstias debilitantes, neurastenias, depressões, etc. Por sua vez, pode determinar outras doenças, incluindo-se entre elas as psicossomáticas.

ANTAGONISMO FARMACOLÓGICO ou FISIOLÓGICO. Incompatibilidade fisiológica entre dois medicamentos que possuem ações farmacológicas opostas sobre mesmas estruturas anatômicas. O a.f. é de grande importância nos casos de envenenamento, quando ocorre neutralização da ação de um tóxico pelo emprego de droga com ação antagônica. Exemplo a estricnina que provoca convulsões e os barbitúricos que agem como anticonvulsivos.

ANTAGONISMO MUSCULAR. Ação diametralmente oposta de alguns músculos ou dos grupos musculares entre si.

ANTEROVERSÃO UTERINA. Desvio do corpo do útero para a frente (normalmente se encontra em posição vertical na bacia), originado por malformação congênita; é freqüentemente associado a insuficiente desenvolvimento uterino.

ANTRACOSE. Moléstia pulmonar crônica provocada pela inalação de ar carregado de partículas de carvão. Ver Pneumoconiose.

ANTRAZ. Moléstia da pele, caracterizada por furúnculos, geralmente na nuca e incidindo mais nos diabéticos. Por analogia, o nome também é aplicado aos carbúnculo Ver Carbúnculo.

ANTROPOFOBIA. Estado psicopatológico caracterizado por temor ou opressão em presença do próximo ou aversão à sociedade.

ANÚRIA. Significa que a urina não é secretada pelos rins, devido a insuficiência funcional do órgão. É fenômeno grave porque a a. determina intoxicações urêmicas. Pode depender de lesões nas células renais ou do assim denominado bloqueio renal que surge após certas intervenções no aparelho urogenital (anúria reflexa) ou por intensa desidratação do organismo, ou ainda após contusões, etc.

AORTA. É a artéria mais importante do organismo, de cujo tronco se originam as artérias da grande circulação que fazem a irrigação sanguínea e permitem a oxigenação de todos os tecidos e órgãos. Começa no ventrículo esquerdo do coração e, após um segmento que dirige para cima (a. ascendente), dobra-se sobre si mesma (arco aórtico ou croça da a.) descendo ao longo da coluna vertebral (a. descendente) e terminando na altura da quarta vértebra lombar.

AORTITE. Inflamação aguda ou crônica da aorta. No segundo caso, de origem sifilítica ou arteriosclerótica, ocorrem ansiedade, fortes dores no peito e tosse persistente.

APANDRIA. Aversão ao sexo masculino.

APAREUNIA. Síndrome de natureza orgânica que se manifesta com a impossibilidade, para a mulher, de unir-se sexualmente ao homem, devido a malformações dos órgãos genitais externos (ausência ou atresia vaginal).

APATIA. Estado de indiferença ou de insensibilidade aos estímulos externos.

APENDICITE. Inflamação do apêndice.
A. Aguda: ocorre em qualquer idade, e é atribuída a ação patogênica de microorganismos presentes na luz intestinal, que encontram terreno favorável na mucosa apendicular, nas escórias alimentares ou nas pregas desse pequeno segmento. A a.a. se manifesta com dores intensas que se tornam mais pronunciadas quando é feita palpação externa e acompanhadas de febre, vômito e, geralmente, prisão de ventre. A evolução do processo inflamatório pode resultar em perfuração do apêndice e, conseqüentemente, supuração peritoneal. Neste caso, instala-se peritonite aguda purulenta, de caráter muito grave.
A. Crônica: na maioria dos casos sucede a acessos de apendicite aguda. Manifesta-se por uma série de sintomas que simulam moléstias gástricas, hepáticas ou intestinais. São típicas da a. c. as ligeiras dores abdominais que aumentam após esforços físicos.

APENDICOPATIA. Moléstia apêndice cecal.

APEPSIA. Falta ou diminuição das funções digestivas.

APETITE. Desejo de suprir às necessidades alimentares, ou seja, de comer ou de beber. Esse desejo é condicionado por fatores psíquicos e por estímulos periféricos (aumento das contrações, estimulação da secreção gástrica, etc.) de várias origens. O a. surge a intervalos de tempo variáveis relacionados aos hábitos alimentares, às características somáticas, ao clima, ao estado geral da saúde. Perturbações de caráter psíquico podem atenuar ou fazer desaparecer (anorexia) o apetite. Em outros casos, como ocorre na acoria (ver), a necessidade de ingerir alimentos é imoderada e incontrolável.

APICITE. Processo inflamatório do ápice pulmonar (geralmente causado por tuberculose); do ápice de um dente; etc.

APIREXIA. Condição de temperatura corpórea normal, ausência de febre.

APLASIA. Anomalia do desenvolvimento embrionário (malformação congênita) em virtude do qual forma-se o esboço do órgão mas as suas células não têm capacidade para continuar o desenvolvimento natural. A falta de desenvolvimento pode ser de partes do corpo ou de órgãos.

APNÉIA. Falta temporária dos movimentos respiratórios que pode ser produzida espontaneamente ou decorrente de: administração excessiva de narcóticos; aumento brusco da pressão; intoxicação urêmica; excessiva ventilação pulmonar; estados de anoxia e outros fatores.

APÓFISE. Parte saliente de ossos e que recebe denominação segundo a sua respectiva forma ou a do osso ao qual pertence.

APONEVROSE. Revestimento que envolve os músculos, formada por uma membrana muito delgada, esbranquiçada e bastante resistente. As a. podem romper-se por traumatismos dando lugar à formação de hematomas ou a hérnias musculares.

APOPLEXIA CEREBRAL. Acesso caracterizado pela interrupção súbita e completa das funções cerebrais, com perda da consciência, paralisia e incapacidade de reação a quaisquer estímulos, permanecendo somente os movimentos automáticos da respiração e do coração. Quando o doente está de pé, ele cai como que fulminado (o acesso é vulgarmente denominado ataque). Sob o ponto de vista médico é também denominado ictus. Nas formas mais graves o doente pode morrer durante o acesso (a.c. fulminante). O ictus apopléticos pode ser provocado por hemorragia cerebral, por trombose, ou por embolia. A a. hemorrágica é causada por ruptura da parede de vasos, seguida de derrame de sangue que, posteriormente, coagula. É uma forma grave, habitualmente não precedida de sintomas premonitórios (cefaléia, distúrbios visuais, estado vertiginoso, zumbido, náusea, vômito). É um acidente da hipertensão arterial genuína ou de nefropatias crônicas. A a.c. trombótica é causada pela presença de trombo em uma artéria cerebral, prejudicando o afluxo de sangue para as células. As causas são atribuídas à endocardite bacteriana ou a aneurismas da aorta que facilitam a formação de massas trombóticas ou, ainda, à arteriosclerose.
Apoplexia Cerabral Embólica é provocada pela presença de êmbolo arterial, interrompendo a circulação; está ligada às moléstias cardíacas, sobretudo nos casos de dilatação do ventrículo esquerdo do coração por estenose mitral. Nos casos de processos localizados no coração direito, a embolia será pulmonar, provocando prejuízos de oxigenação do sangue e, conseqüentemente, anoxia cerebral, da qual resulta o acesso.

APRAXIAS. Perturbações motoras de natureza psíquica caracterizadas pela incapacidade de realizar movimentos para uma determinada finalidade. Existem dois tipos: a. ideatória que resulta de perturbações psíquicas ligadas à atenção, à memória e à associação de idéias, comprometendo a concepção ou idealização do movimento; a. ideomotora, que é a incapacidade de realizar os movimentos necessários, por falha na formação das imagens motoras, para que eles sejam realizados.

APROSEXIA. Conjunto de síndromes psíquicos que se manifestam por impossibilidade de prestar atenção; desatenção causada por debilidade intelectual ou audição deficiente, geralmente observada em pessoas afetadas com vegetações adenóides.

AQUILIA. Anomalia congênita muito rara e que consiste na ausência total ou parcial de um lábio ou de ambos; Ausência de secreção dos componentes do suco gástrico.

AQUILODINIA. Dor localizada no calcanhar na zona do tendão de Aquiles, provocada por contusão ou por inflamação

AQUIRIA. Malformação congênita rara, caracterizada pela ausência de uma ou de ambas as mãos.

ARACTOIDITE. Afecção da aracnóide que freqüentemente atinge as outras duas membranas ou somente a mais externa, resultando respectivamente a meningite ou a leptomeningite.

ARGIRISMO. Intoxicação aguda ou crônica provocada pela ingestão de sais de prata ou a manipulação prolongada de nitrato de prata. O a. agudo se manifesta por ulcerações na parede bucal, espasmos intestinais, dores no estômago, vômito sanguinolento, diarréia, vertigens, colapso. O argirismo crônico provoca o aparecimento de coloração cinzenta na pele, denominada argirose e, por vezes, úlcera gástrica.

ARGIROSE ou ARGIRIA. Coloração cinza-escuro da pele que é determinada pela intoxicação por sais de prata.

ARGYLL-ROBERTSON (Sinal de). Abolição do reflexo à luz, persistindo o reflexo à acomodação, na ausência de lesão dos globos oculares.

ARINIA. Malformação congênita que consiste na ausência de nariz.

ARREPIO ou CALAFRIO. Tremor involuntário provocado por: frio, acesso febril ou emoção intensa.

ARRIBOFLAVINOSE ou ALACTOFLAVINOSE. Forma de avitaminose provocada por carência da vitamina B2, caracterizada por coloração rósea da pele, rágades labiais, afecções da córnea e da conjuntiva ocular, cefaléia, anorexia.

ARRITMIA CARDÍACA. Alteração do ritmo da revolução cardíaca. Esta consiste na sucessão da sístole das aurículas, sístole dos ventrículos e diástole auriculoventricular. O ritmo cardíaco caracteriza-se pela repetição periódica da revolução cardíaca. Clinicamente observam-se variações do ritmo cardíaco através das variações do pulso (ondulações das paredes dos vasos produzidas pela passagem do sangue):
1. Pulso irregular:
a.respiratória: freqüência maior das pulsações durante a inspiração e diminuição na expiração.
b. extra-sístoles: contração antecipada do músculo cardíaco, sístole prematura que ocorre fora do ritmo normal do coração.
a.absoluta ou fibrilação auricular: irregularidade na sucessão e na amplitude das sístoles ventriculares.
2. Pulso alternante: sucessão regular de uma pulsação mais ampla e de uma pulsação menor.
3. Alterações de freqüência normal do pulso:
taquicardia: aumento da freqüência dos batimentos cardíacos (ver Taquicardia).
tremulação aurícula ou flutter auricular: consiste em uma freqüência extraordinária das contrações das aurículas, que provocam sensação de ansiedade e dor precordial.
bradicardia: diminuição da freqüência dos batimentos cardíacos (ver Bradicardia).

ARROTO. Ver eructações.

ARSENÍASE. Intoxicação aguda (casual ou provocada) ou crônica por arsênico ou seus compostos. A sintomatologia é a seguinte: espasmos intestinais dolorosos acompanhados de vômito e fezes sanguinolentas; queimor agudo nas vias respiratórias, freqüentemente seguido de colapso cardiocirculatório. A a.crônica é caracterizada por anorexia, anemia, erupções cutâneas e perturbações psíquicas. Atinge os indivíduos que estão sujeitos a tratamentos com arsênico em doses elevadas ou nos que o manipulam.

ARTERIECTASIA. Dilatação das artérias.

ARTERIOLITÍASE. Processo de calcificação provocado por deposição de sais de cálcio entre as túnicas arteriais, encontrada freqüentemente na arteriosclerose.

ARTERIÓLITO. Coágulo de sangue (trombo) calcificado em vaso sanguíneo.

ARTERIOSCLEROSE ou ATEROSCLEROSE. Processo patológico crônico e progressivo de deposição de produtos do metabolismo orgânico. Doença mais freqüente nas pessoas com mais de 45 anos. A arteriosclerose atinge todas as artérias, porém mais freqüentemente as coronárias, as cerebrais e a aorta. A alteração visível mais característica é o ateroma, placa branco-amarelada da túnica interna ou íntima. O ateroma pode ulcerar-se, ocasionando a formação de massa trombólica ou então cicatrizar-se, provocando um estreitamento do vaso. O sangue, encontrando um obstáculo representado pela estenose arterial, forma trombos e, portanto, não mais podendo circular, provoca lesões de vários tipos e entidades. O quadro clínico varia muito sobretudo devido à localização e o grau do processo.

Arteriosclerose das artérias cerebrais: quando as artérias cerebrais são atingidas difusamente manifestam-se quadros clínicos bastante variados, inclusive a chamada “demência senil”; nesta o doente parece ter retornado à infância, não tem mais noção do tempo, perde a memória dos fatos mais recentes, porém, recorda muito bem os mais remotos. Quando a oclusão é rápida e total, ocorre a chamada apoplexia cerebral.

Origem da Arteriosclerose: não tem uma só causa, mais influem muitos fatores entre os quais se destacam:
· Colesterol, substância gordurosa que se encontra dissolvida no sangue; quando em excesso vai se depositar na parede do vaso se o nível de colesterol sanguíneo é alto em adultos com menos de 30 anos, a possibilidade de ocorrência de arteriosclerose é maior.
· Doenças infecciosas e substâncias tóxicas provocam uma lesão da parede das artérias tornando-as mais permeáveis.
· Hormônios. Certos hormônios que favorecem a arteriosclerose das artérias são os hipofisários, os córtiço-supra-renais e o parato-hormônio. Demonstrou-se que os hormônios estrogênicos dificultam o aparecimento da doença e isto é comprovado pela menor percentagem de mulheres acometidas por arteriosclerose antes da menopausa (ou seja, durante a completa atividade ovariana); a mesma influência benéfica é exercida pelo hormônio tireoidiano.
· Pressão arterial elevada.

Artérias mais freqüentemente atingidas pela arteriosclerose: Cerebral anterior, Cerebral média, Comunicante posterior, Cerebral posterior, Basilar, Carótida interna, Carótida externa, Carótida comum, Vertebral (pode provocar osteopatias na coluna), Subclávia, Arco aórtico (pode provocar insuficiência cardíaca), Coronárias (pode provocar infarto), renais (pode provocar nefropatias), Aorta terminal (pode provocar artrose lombar, dor ciática, varizes nas pernas), Ilíaca externa (pode provocar artrose lombo-sacro), Ilíaca interna (pode provocar artrose lombo-sacro), Femoral (pode provocar artrose coxo-femoral).

ARTERITE. Infecção aguda ou crônica que atinge as paredes das artérias. Com relação à túnica comprometida pelo processo inflamatório diz-se:
Periarterite (túnica externa).
Mesoarterite (túnica média).
Endoarterite (túnica interna).
A doença é devida à ação de microrganismos fixados em um foco vizinho ou transportados pelo sangue (septicemia).
Arterite aguda: a túnica interna se inflama com perigo de ocluir-se totalmente quando ocorre a formação de trombo. Na parte irrigada pela artéria lesada, ocorre intenso formigamento e, não raramente, um colorido cianótico.
Arterite crônica: apresenta os mesmos sintomas de arterite aguda, mas tem evolução lenta e progressiva. Em particular, a arterite crônica cerebral é caracterizada por vertigens, cefaléia; a arterite crônica cardíaca pode provocar infarto do miocárdio e acessos de angina pectoris.

ARTRALGIAS. Dores nas articulações.

ARTRITE. Inflamação das articulações.

Artrite Aguda: pode ser causada por infecção bacteriana ou por traumatismos. As traumáticas são de caráter brando, manifestando-se por inflamação da articulação, devido ao aumento da quantidade de líquido sinovial, o qual pode conter sangue. As infecciosas podem ser supurativas ou não supurativas, de conformidade com o microorganismo responsável pelo processo. As supurativas são provocadas quase sempre por estreptococo ou por estafilococo, provenientes de outros focos (endocardite, septicemia, osteomielite) ou de traumatismos perfurantes da própria articulação. As não supurativas constituem a grande maioria dos casos e a artrite se caracteriza por não haver destruição dos tecidos e por ausência de edema permanente. São exemplos a sinovite traumática, a artrite reumatóide.

Artrite Crônica: não significa, como o nome sugere, uma inflamação crônica da articulação, mas uma doença lenta, progressiva e deformante. Compreende dois grandes grupos: a artrite crônica infecciosa (ou artrite reumatóide crônica) e artrite crônica degenerativa (ou osteoartrite). A artrite crônica é às vezes denominada artrite deformante, o que é justificado pela aparência das articulações. São exemplos: a artrite reumatóide crônica, a osteoartrose, a doença de Charcot (no decurso do tabes dorsalis), a artrite hemofílica, a artrite blenorrágica.

ARTRITE REUMATÓIDE. Artrite que se manifesta com discreta tumefação e calor local, acompanhada de astenia, anorexia e emagrecimento. A artrite reumatóide é simétrica e progressiva, no início atingindo preferentemente articulações das mãos e determinando deformidades dos dedos, atrofias musculares e descalcificação óssea. Manifesta-se por rigidez matinal (dificuldade de movimento ao levantar), anquilose (fusão de superfícies articulares, imobilizando-as), febre e progressivo comprometimento de outras articulações (joelho, punho, pés, ombro, cotovelo, quadril). A artrite reumatóide pode comprometer o coração (mais freqüentemente nos homens), pulmões, sistema nervoso periférico (parestesias e abolição de reflexos), sistema nervoso autônomo (sudorese, cianose e edema nas extremidades), os olhos (ceratoconjuntivite seca e episclerite).
Mal de Still-Chauffard: forma infantil da artrite reumatóide, caracterizada por apresentar-se com febre contínua ou intermitente, sudorese abundante, anemia, perda de peso, comprometimento das articulações do joelho, do punho e da coluna vertebral, acentuada atrofia muscular, esplenomegalia.
Síndrome de Felty: artrite reumatóide com esplenomegalia e leucopenia neutrófila.

ARTRITISMO. Ver Neurartritismo.

ARTROCACE. Inflamação crônica articular, provocada pelo bacilo de Koch; as crianças e os adolescentes são, geralmente, atingidos com maior freqüência.

ARTROPATIA. Qualquer afecção articular.

ARTROSE ou ARTRITE DEFORMATE (ou degenerativa): Afecção crônica de caráter degenerativo dos tecidos articulares, provocando enrijecimento e deformação das articulações comprometidas.

ASCITE. Derrame de líquido não purulento na cavidade abdominal A ascite pode ser de origem mecânica, inflamatória ou discrásica.
Ascite de origem mecânica: caracterizada pela acumulação de líquido denominado transudato que passa pela parede de vasos congestionados, devido à cirrose hepática ou a descompensação cardíaca.
Ascite de origem inflamatória: causada por inflamações do peritônio.
Ascite discrásica: devida a alterações das paredes dos vasos sanguíneos que permitem a saída do plasma.

ASTENIA. Enfraquecimento geral do organismo que pode ser causado por vários fatores: doenças de evolução debilitante, predisposição constitucional, excessiva atividade muscular e psíquica, insuficiência hormonal, psicastenia.

ASTENIA MUSCULAR ou MIASTENIA GRAVE. Doença crônica e progressiva, que apresenta períodos de remissão e de exacerbação, afetando principalmente o sexo feminino. Caracteriza-se por debilidade muscular, principalmente do elevador das pálpebras e dos músculos da mímica; posteriormente, atinge outros grupos de músculos. Quando a zona interessada é a pálpebra, há redução da rima palpebral; se a miastenia grave se localiza nos músculos mímicos, manifesta-se a denominada “fácies miastênica”, ou seja, uma fisionomia sem expressões; quando os músculos do lábio, da língua ou da faringe são atingidos, a sintomatologia é caracterizada por distúrbios da deglutição e por dispnéia.

ASTENIA NERVOSA ou ASTENIA PSÍQUICA. Ver NEURASTENIA.

ASTENOPIA. Inaptidão em aplicar a vista, por longo tempo, em objetos muito próximos. Manifesta-se por cansaço na leitura, fotofobia, sensação de ardor no olho, lacrimejamento e, às vezes, conjuntivite e blefarite. Pode estar ligada a doenças do olho ou à neurastenia.
Formas de:
Astenopia de Acomodação: como conseqüência da ametria (ver Ametropia);
Astenopia Muscular: depende de distúrbios da musculatura ocular.
Astenopia Retínica: devida a malformações da retina.
Astenopia Nervosa: ligada a fenômenos neuropsíquicos.

ASTERIOGNOSIA. Incapacidade de reconhecer os objetos pelo tato, devida a afecções locais ou a lesões do córtex cerebral.

ASTIGMATISMO. Ver Refração ocular (vícios de).

ATAQUE APOPLÉTICO. Ver Apoplexia cerebral.

ATAVISMO. Denominação que era utilizada quando em uma geração apareciam indivíduos com caracteres semelhantes aos de determinada espécie anterior na escala biológica (exemplo: lábio leporino). Tal concepção de atavismo perdeu o seu significado.

ATAXIA. Alteração da motricidade caracterizada pela falta de coordenação dos movimentos. Do ponto de vista etiológico a ataxia pode classificar-se em a. cerebelar e a a. tabética. A primeira é de origem sifilítica, caracterizando-se por atrofia das raízes posteriores da medula. Em ambos os casos, o doente titubeia durante os movimentos; o andar é vacilante, irregular, com flexões e rotações exageradas dos membros. Geralmente existe incapacidade para a execução de movimentos delicados, como abotoar-se. Em posição estática, o doente tende a oscilar.

ATAXIA CEREBELAR HEREDITÁRIA (Doença de Pierre-Marie). Doença de caráter hereditário, com sintomas de astenia muscular, dismetria (alteração dos movimentos voluntários ou espontâneos), disfagia, alterações do nervo óptico.

ATELECTASIA ou ATELECTASIA PULMONAR. Distensão imperfeita dos pulmões logo após o nascimento. Também significa colapso dos pulmões nos adultos, provocado por obstrução de brônquicos, determinando fechamento dos alvéolos.

ATEROMA. Ver Arteriosclerose.

ATEROSCLEROSE. Ver Arteriosclerose.

ATETOSE. Doença caracterizada por uma série de movimentos involuntários lentos, arrítmicos, pouco amplos, a cargo sobretudo das mãos e, com menor freqüência, da face e dos membros inferiores. A síndrome é devida, geralmente, a lesões do cerebelo.

ATIMISMO. Ausência congênita do timo, órgão localizado atrás da parte superior do externo; o que provoca sinais de raquitismo e enfraquecimento orgânico e psíquico.

ATIREOIDISMO. Falta congênita da tireóide, o que ocasiona mixedema.

ATONIA. Diminuição do tono de um músculo liso ou estriado.
Atonia Gástrica: relaxamento muscular das paredes do estômago, causada por gastrite crônica, ingestão excessiva de alimentos, doenças debilitantes.
Atonia intestinal: a diminuição do tono intestinal prejudica: a progressão do bolo alimentar, os processos digestivos, a absorção dos princípios e, geralmente, é responsável por prisão de ventre.
Atonia muscular: a perda do tono dos músculos esqueléticos pode ser congênita ou adquirida. Neste caso, depende de: paralisias, imobilidade prolongada, moléstias crônicas consuntivas. A atonia muscular congênita se manifesta por frouxidão dos tecidos, astenia, movimentação lenta, sendo mais atingidos os braços e as pernas.

ATORDOAMENTO. Estado caracterizado por tonturas, sonolência, dificuldades de concentração.

ATRESIA. Defeito congênito caracterizado pela imperfuração de uma ou de mais cavidades naturais do corpo. Pode ser do ânus, da vagina, do esôfago, do intestino, etc.

ATRIQUIA. Falta congênita de cabelos ou de pêlos.

ATRITO (PLEURAL, PERITONEAL ou PERICÁRDIO). Fenômeno mórbido que se estabelece quando dois folhetos serosos justapostos (pleurais, peritoniais ou pericárdicos) não deslizam livremente entre si; isso sucede após processos inflamatórios que tornam ásperas as superfícies dos folhetos.

ATROFIA. Diminuição do volume de um órgão ou de um tecido, provocada por nutrição deficiente ou por involução, devida a diversas causas: inatividade funcional, alimentação insuficiente, lesões de nervos motores, provocando atrofia de músculos correspondentes, infecções crônicas, traumatismos.
Atrofia amarela aguda do fígado: moléstia grave do fígado que é atingido por processo degenerativo, cujas causas são desconhecidas; algumas vezes é atribuída a moléstias infecciosas, tóxicas ou mesmo a vírus. Os sintomas característicos são astenia, cefaléia e icterícia.
Atrofia infantil: Ver Atrofia alimentar infantil.
Atrofia muscular ou amiotrofia: pode ser simples, quando a fibra muscular comprometida mantém inalterada a sua estrutura e, degenerativa, quando a estrutura está alterada. As formas atróficas mais graves são as progressivas, de curso fatal. Quanto à origem, podem ser subdivididas em:
Atrofia muscular mielógena (determinadas por alterações da medula);
Atrofia muscular neurítica (decorrente de lesões dos nervos);
Atrofia muscular miógena (de caráter hereditária, atingindo preferentemente os músculos da bacia e dos membros inferiores).

ATROFIA ALIMENTAR INFANTIL ou DISTROFIA INFANTIL. Grave alteração das funções digestivas do lactente que se manifesta por parada do desenvolvimento, enfraquecimento do pulso, respiração irregular. Pode ser devida a fatores hereditários ou a dietas alimentares inadequadas. É conhecida a distrofia farinácea que se caracteriza por edema com abaulamento do dorso dos pés, das mãos e das pálpebras e falso aspecto de saúde.

ATROPINISMO ou ATROPISMO. Intoxicação que se verifica após a ingestão de doses excessivas de medicamentos à base de atropina, caracterizada por excitação, estado vertiginoso, convulsões, delírio.

AURA. Sintomatologia que precede os ataques epilépticos, caracterizada por parestesias (aura sensitiva), percepções sensoriais (aura sensorial), distúrbios vasculares (aura vasomotor) e, por vezes, formas alucinatórias (aura psíquica).

AUROTERAPIA ou CRISOTERAPIA. Terapêutica superada que consistia no uso de sais de ouro pra o tratamento de algumas formas de tuberculose pulmonar.

AUTISMO. Manifestação esquizofrênica caracterizada pela perda de contato com a realidade: o paciente se encerra em si mesmo e cria o seu próprio mundo interior.

AUTÓLISE. Autodesintegração de células degeneradas através de autolisinas ou citolisinas.

AUTOMATISMO PSÍQUICO. Condição patológica que atinge a esfera psíquica, caracterizada por ações que se desenrolam sem a influência da vontade. Manifesta-se nas crises epilépticas, em certas formas de esquizofrenia e de histerismo.

AUTOSCOPIA. Exame dos próprios órgãos. É também assim denominada a forma de alucinação visual durante a qual o doente parece ver o próprio corpo diante de si.

AVITAMINOSE. Estado mórbido causado por carência de vitaminas.

AZIA. Sensação de ardor ou queimor na região gástrica, às vezes refletindo-se na garganta.

AZOTÚRIA. Presença de azoto ou de substâncias azotadas na urina; em condições normais, são encontradas 20 a 25 g por litro de urina eliminada.

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Quem sou eu

Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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