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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dicionário Médico: Letra E

ECLAMPSIA. Moléstia que pode ocorrer nos últimos meses de gravidez ou durante o parto, ou ainda pouco depois. A causa determinante da e. não está ainda esclarecida, porém foram individualizados alguns fatores que favorecem o seu aparecimento. Assim, são mais susceptíveis as mulheres que têm pressão arterial elevada e edema generalizado. Quase sempre o primeiro sintoma é o aumento dos valores da pressão sangüínea e da quantidade de albumina na urina, maiores do que os registrados no início da gestação; por essa razão é necessário controlar freqüentemente tais dados. A seguir, surge cefaléia persistente, náusea, vômito, diminuição da acuidade visual, diplopia, dificuldades respiratórias; estes sintomas são atribuídos a retenção excessiva de água e de sais. Quando o quadro clínico permanece limitado a estas manifestações, fala-se de pré-eclampsia. Porém, algumas vezes, surgem acessos convulsivos; quando incidem durante a gravidez, provocam o trabalho de parto, o qual decorre normalmente. Ao término desses acessos, a doente entra em estado comatoso, do qual desperta espontaneamente.

ECOCINESIA. Síndrome psíquica que consiste na imitação involuntária de movimentos executados por outras pessoas.

ECTASIA. Dilatação das paredes de órgãos.

ECTIMA. Doença cutânea de natureza infecciosa que se caracteriza pelo aparecimento de pústulas amplas e chatas, circundadas de um halo eritematoso; posteriormente, surge uma crosta amarelada que recobre a ulceração mais ou menos profunda. Vários micróbios patogênicos (estreptococos, estafilococos, aureus, etc.) provocam o e. que incide, com maior freqüência, nas pernas.

ECTOPIA. Malformação congênita caracterizada pela posição anormal de alguns órgãos.
E. renal: o rim tem posição inferior em relação à normal; os vasos destinados ao órgão têm origem em um ponto diverso e o ureter é mais curto. Por estes dois fatores, a e. se diferencia da ptose (ver)
E. testicular: ver Criptorquidia.

ECTROMELIA. Malformação congênita que consiste na ausência de um membro.

ECTRÓPIO. Desvio para fora do bordo livre da pálpebra inferior ou superior, que se verifica após traumatismo, infecções, paralisia ou contração do músculo palpebral. Na velhice pode ocorrer o e. da pálpebra inferior, devido ao relaxamento da pele e do músculo.

ECZEMA. Moléstia cutânea que atinge a epiderme e o derma, cujas causas não são ainda totalmente conhecidas; o doente acusa, em primeiro lugar, prurido. Posteriormente, a região torna-se avermelhada e surgem vesículas, sobre as quais se forma uma crosta. Esta cai e a pele se descama. Qualquer substância, mesmo a água, pode provocar a formação de eczemas em pessoas sensíveis ou predispostas.
E. dos diabéticos: muito pruriginoso, localizado nas regiões genitais e nas pregas inguinais.
E. do lactente: aparece sobretudo nos lactentes gordos, hipernutridos; nestes, o aumento da alimentação piora o quadro e basta uma dieta de poucos dias para fazê-lo regredir. As mais típicas são: na face, couro cabeludo, nádegas. Tais crianças freqüentemente apresentam diarréia com fezes esverdeadas e contendo pequenos flocos brancos de leite não digerido.
E. profissional: provocado por substâncias diversas e incide mais freqüentemente em pessoas predispostas.
E. microbiano: determinado por vários agentes microbianos.
E. seborréico ou dermatite seborréica: inicia-se usualmente no couro cabeludo, espalhando-se depois para a face, pescoço e corpo, atingindo áreas nas quais existe grande número de glândulas sudoríparas e sebáceas. As regiões mais afetadas são o couro cabeludo, a região superciliar, sulco naso-labial, lábios, orelhas, tórax, axilas, dobras mamárias, umbigo, região glútea. Usualmente a moléstia é crônica.

EDEMA. Aumento de líquido nos tecidos ou nas cavidades corpóreas, proveniente dos vasos sangüíneos; forma-se segundo um dos seguintes mecanismos: aumento da pressão exercida pela água (pressão hidrostática) no interior dos vasos ou sua diminuição no exterior; diminuição de proteínas no plasma ou seu aumento no líquido intersticial; aumento da permeabilidade dos capilares.
Edema inflamatório: quando um estímulo lesa um tecido, este liberta substâncias que alteram a permeabilidade capilar; forma-se um edema que provoca tumefação no tecido.
Edema alérgico: as reações alérgicas, como no caso precedente, determinam o aumento da permeabilidade. O edema pode ser generalizado ou limitado somente a uma parte do corpo.
Edema angioneurótico ou de Quincke: conhecem-se duas formas, uma hereditária e outra adquirida. A última é atribuída a alergia alimentar; manifesta-se com tumefações circunscritas na pele dos lábios, do mento, das mãos, dos pés e da região periorbitária, às vezes precedida de prurido e queimor local. O quadro regride após um ou dois dias: os acessos são relativamente raros. A forma adquirida pode atingir a laringe e provocar sufocação por obstrução das vias respiratórias.
Edema de fome: abrange todo o tecido subcutâneo (anasarca) e manifesta-se nas pessoas com intenso estado de subnutrição.
Edema cardíaco: observado na insuficiência cardíaca descompensada, por estagnação da circulação de retorno.
Edema de origem renal: certas moléstias renais, como nefrites crônicas, conduzem à formação de edema.
Edema agudo do pulmão: síndrome agudo, excepcionalmente grave que se verifica quando aumenta a pressão nos capilares pulmonares; o fenômeno provoca acúmulo de líquido nos alvéolos, impedindo as trocas respiratórias. Suas principais causas: vícios valvulares do coração esquerdo (estenose ou insuficiência mitral ou aórtica), infarto do miocárdio, fibrilações. Às vezes, representa uma complicação da broncopneumonia, do infarto do pulmão ou de lesões capilares provocadas por substâncias químicas. Os sintomas são caracterizados por sensação de opressão no tórax, progressiva dificuldade na respiração, emissão de líquido espumoso e cianose.

EFÉLIDES. Manchas cutâneas de cor café com leite, mais ou menos difusas, que surgem geralmente na face, no tórax, nos braços. Encontram-se com maior freqüência nas pessoas de cor clara. Os raios solares tornam as efélides mais evidentes.

ELEFANTÍASE. Moléstia caracterizada por espessamento do tecido cutâneo e subcutâneo, principalmente dos membros inferiores e, com menor freqüência, do escroto, da vulva e do abdome. A e. manifesta-se por tumefação anormal dos tecidos. É atribuída à estase venosa originada por alterações da circulação linfática. Existem duas formas: a provocada para ação patogênica de germes (estreptococos) e a devida a um verme (Filaria bancrofi).

ELETROCARDIOGRAMA. Consiste no registro gráfico das diferenças de potencial determinadas no meio (corpo) pela atividade elétrica do miocárdio. O instrumento usado para tal fim (eletrocardiógrafo) baseia-se no princípio do galvanômetro, isto é, de um medidor das diferenças do potencial entre duas regiões do corpo ou entre uma região e um elétrodo indiferente, ou seja, de potencial zero. A excitação que determina as contrações cardíacas (sístole) a qual tem origem no átrio direito e é levada ao ventrículos pelo tecido de condução, consiste em uma variação das cargas elétricas. Desse modo, as superficiais tornam-se negativas e as profundas positivas (despolarização). Quando a musculatura está completamente despolarizada, as cargas voltam a distribuir-se como antes, isto é, as negativas no interior e as positivas no exterior (repolarização). Quando é atingida tal situação, os ventrículos encontram-se na fase de diástole, isto é, relaxados. Teoricamente, as correntes podem ser registradas em qualquer zona do corpo, porém, foram escolhidas derivações especiais, dentre as quais as mais utilizadas são:
a) Derivações standard (bipolares) utilizando dois elétrodos:
1ª derivação: pulso direito e pulso esquerdo;
2ª derivação: pulso direito e tornozelo esquerdo;
3ª derivação: tornozelo esquerdo e pulso esquerdo.
b) As outras derivações são unipolares, isto é, o elétrodo explorador é único enquanto que o outro é indiferente. Unipolares dos membros: pulso direito, pulso esquerdo, pé esquerdo; unipolares precordiais: os elétrodos são colocados em determinados pontos do tórax.
Um eletrocardiograma pode ser assim esquematizado (as letras são utilizadas para indicar as ondas características do traçado): a onda P expressa a excitação dos átrios; as ondas Q, R e S, a excitação dos ventrículos; a onda T indica repolarização do miocárdio, enquanto que o segmento entre a T e a P sucessiva, a polarização. O e. revela o estado de nutrição, as lesões, as cicatrizes, a posição do coração, a espessura do miocárdio e a regularidade do ritmo; é um preciosos auxiliar do cardiologista.

ELETROCHOQUE. Método utilizado para o tratamento de várias psicoses (estados confusionais, fase inicial da esquizofrenia, estados depressivos); baseia-se em desencadear crises epileptiformes mediante a passagem de corrente alternada através do cérebro.

ELETROCOAGULAÇÃO. Técnica que se utiliza da ação coagulante da corrente, empregada para a destruição de tecidos patológicos.

ELETRODIAGNÓSTICO. Reconhecimento de moléstias neuromusculares através das respostas dos nervos e dos músculos estimulados eletricamente.

ELETROENCEFALOGRAMA. Registro da atividade elétrica cerebral; no homem os eletrodos são colocados sobre o couro cabeludo. No e. distinguem-se quatro tipos de ondas: ondas alfa, com freqüência de 8 a 13 por segundo, observadas em pessoas normais em estado de relaxamento completo e olhos fechados; onda beta, com freqüência de 13030 por segundo, encontradas nos estados de agitação e atividade; ondas delta, de freqüência de 4-7 por segundo, originadas provavelmente no hipocampo; ondas gama, de freqüência baixíssima, normais durante o sono. O e. permite obter informações sobre a presença e a localização de focos epilépticos, lesões, tumores cerebrais.

ELETROTERAPIA. Conjunto de métodos que se baseia na utilização da corrente elétrica, sobretudo nos casos de atonia muscular, paralisias, síndromes psiconeuróticos.

ELITRATRESIA ou ELITROATRESIA. Malformação congênita que consiste na imperfuração do hímen (ver Hímen).

ELITROPLASTIA. Operação de cirurgia plástica efetuada nas paredes do canal vaginal em casos de malformação ou de lacerações.
ELITRORRAFIA. Sutura dos lábios em lacerações vaginais.

EMAGRECIMENTO. Estado patológico caracterizado por queda do metabolismo que pode ser devido à subalimentação, a alterações da absorção ou da assimilação dos princípios alimentares ou provocado por moléstias, às vezes graves. O grau máximo do e. é a caquexia ou consumpção. O primeiro sinal de e. é a diminuição do panículo adiposo e conseqüentemente do peso corpóreo, seguido de palidez, diminuição da capacidade para o trabalho físico ou intelectual e perda do apetite. Ao contrário da magreza (ver), o emagrecimento não é um estado constitucional.

EMBOLIA. Oclusão provocada por um corpo estrado (êmbolo) livre na circulação sangüínea e que estaciona num vaso cujo calibre é menor do que ele.
Embolia gordurosa: resulta do transporte de medula óssea em caso de lesão de um ou mais ossos que sofreram fratura, ou mesmo sem lesão direta, como pode acontecer na contusão ou na aplicação de aparelhos ortopédicos ou na osteomielite.
Embolia gasosa: constituída de ar que pode penetrar nos vasos do pescoço em seguida a ferimentos, ou do útero após o deslocamento da placenta. A pressão negativa no interior das veias, durante a inspiração facilita a entrada de ar o qual vai ao coração direito e, posteriormente, ao pulmão oferecendo grande resistência à circulação neste órgão e impedindo o afluxo de sangue ao coração esquerdo. Pode também ocorrer durante ou após intervenções cirúrgicas ou por excesso de pressão gasosa intratorácica. A e. g. pode-se verificar em operários que trabalham em locais submetidos à pressão atmosférica elevada quando retornam bruscamente à pressão normal (mal dos caixões).
Embolia micótica: constituída por bactérias, como ocorre nas flebites e nas endocardites.
Embolia de células parenquimatosas: provocada por endotélio do revestimento das válvulas cardíacas que se destacam, como pode se verificar nas endocardites bacterianas; nos traumatismos ou necroses do fígado; nas queimaduras; em certas moléstias infecciosas; nas neoplasias malignas.
Embolia parasitária: provocadas pelos ovos de Schistosoma mansoni, pelas larvas da Tenia solium; pela Entamoeba histolytica; pelo Plasmodium falciparum.
Embolia por corpos estranhos: provocadas por projéteis de armas de fogo, estilhaços de granadas ou ainda por substâncias dissolvidas no sangue (cálcio, sais de prata, pigmentos biliares).
Embolia cerebral: ver Apoplexia cerebral.
Embolia pulmonar: causada quase sempre por êmbolos que partem de trombos formados após processos flebíticos, geralmente pós-operatórios; nos casos mais graves manifesta-se com dor torácica, cianose, dificuldade respiratória, taquicardia, emissão de escarro espumoso.

EMBRIOCARDIA. Alteração do ritmo cardíaco que consiste no encurtamento da diástole, com cadência rítmica e igual dos dois sons, semelhante à do feto no útero materno.

EMENAGOGO. Medicamento que favorece o aparecimento da menstruação.

EMOÇÃO. Termo genérico que serve para indicar um tipo muito extenso e não bem definido do comportamento, caracterizado por reações mais ou menos intensas. Usualmente, entende-se por emoção certas reações ligada a impressões subjetivas, tais como: alegria, medo, ira, paixão, repugnância, desprezo, pudor, vergonha, etc. Segundo a psicanálise, a qual tende a dar ênfase especial aos instintos, a emoção é interpretada como expressão destes. Do ponto de vista clínico, a emoção exprime uma resposta exagerada a determinado estímulo.

EMPIEMA. Ver Pleurite.

ENATEMA. Erupção nas mucosas que se verifica no decurso de certas moléstias exantemáticas.

ENCEFALITES. Conjunto de sintomas iniciando-se com febre elevada; sonolência de grau variável que pode chegar até a letargia; alterações psíquicas diversas compreendendo confusão mental, delírios, alucinações, hipotonia muscular, alterações oculares, paralisias motoras dos membros ou mesmo hemiplegia. Trata-se de sintomatologia não característica indicando apenas um processo que está atuando no encéfalo. As encefalites podem ser agudas ou crônicas; banais ou específicas. As agudas podem ser não purulentas e purulentas. Entre as específicas, destaca-se a paralisia geral de origem sifilítica e a encefalite da moléstia de Chagas. As encefalites agudas não purulentas são também denominadas “a vírus” e podem ser assim agrupadas: a) as que comprometem principalmente o sistema nervoso (raiva, poliomielite, encefalite epidêmica); b) o comprometimento do sistema nervoso é apenas parte do quadro patológico (herpes zoster, parotidite); c) encefalites pós-infecciosas (varicela, sarampo, varíola, influenza, vacinação anti-rábica); d) encefalites tóxicas; e) moléstias desmielinizantes (esclerose múltipla, esclerose aguda).
Encefalite letárgica: também denominada encefalite epidêmica e moléstia de von Economo (em homenagem ao autor que a descreveu magistralmente), cujo agente causal parece ser um vírus. Tem início brusco ou gradual com vários sintomas: sono prolongado (letargia), movimentos dissociados, paralisia, febre. Na fase seguinte, durando meses ou anos, o paciente acusa cefaléia, vertigem, inquietude; a seguir, a doença torna-se crônica, com distúrbios de motilidade (parkinsonismo pós-encefalite) e da esfera psíquica.
Encefalite B ou de St. Louis: forma aguda de encefalite que se apresentou com caráter epidêmico em St. Louis, em 1933. O período de incubação é de 4 a 21 dias e o quadro clínico é muito variável, de acordo com a intensidade e a localização das lesões. Em alguns casos a moléstia eclode bruscamente com febre elevada, náusea, vômito, cefaléia e, algumas vezes, com letargia; em outros, o doente revela, durante alguns dias, mal-estar geral, dores abdominais, febre, faringite, conjuntivite; a seguir, instala-se quadro clínico semelhante ao precedente.
Encefalite pós-infecciosa: manifesta-se quase sempre após certas moléstias infecciosas; a sintomatologia surge rapidamente: cefaléia, vômito, sonolência; além disso, podem ocorrer distúrbios da sensibilidade e da motilidade; poderão surgir seqüelas que determinam distúrbios diversos, entre os quais se destacam os acessos epilépticos.

ENCÉFALO. Parte do sistema nervoso central localizado na caixa craniana. É formado pelo cérebro, pelo cerebelo e pela porção mais alta do bulbo.

ENCEFALOGRAFIA. Método de pesquisa radiológico das cavidades do sistema nervoso central. Pratica-se substituindo parte do líquido cerebrospinal (ou líquor) por substâncias opacas ou gasosas, através de punção lombar ou suboccipital, no espaço subaracnóideo ou nos ventrículos cerebrais. A e. permite diagnosticar numerosas cerebropatias (processos inflamatórios, malformações, tumores).

ENCEFALÓIDE. Tumor maligno cujo aspecto é semelhante ao da massa encefálica.

ENCEFALOMALÁCIA. Amolecimento de uma zona mais ou menos extensa do cérebro, por insuficiência ou falta de irrigação sangüínea, que se verifica após embolia ou trombose. A região atingida torna-se, no início, pálida, depois rósea e, finalmente, amarelada por dissolução do tecido através de mecanismo enzimático e transformação do pigmento. Geralmente, há cicatrização; nos casos mais graves, as lesões afetam as funções cerebrais. Quando o amolecimento ocorre na medula espinal, denomina-se mielomalácia.

ENCEFALOMIELOPATIA. Processo inflamatório do cérebro e da medula espinal.

ENCEFALOPATIA. Denominação genérica de doença do encéfalo.

ENCÉFALORRAGIA. Hemorragia cerebral.

ENCONDROSE. Nodosidade na superfície de cartilagens provocada por traumatismos.

ENDIARTERITE. Ver Arterite.
Endiarterite obliterante: ver Trombarterite obliterante.

ENDOCÁRDIO. Membrana serosa que reveste as paredes internas do coração, forrando as cavidades, revestindo as cúspides das valvas átrio-ventriculares e a face cardíaca das válvulas semilunares.

ENDOCARDITE. Processo inflamatório do endocárdio, caracterizado por lesões típicas, destrutivas, que provocam deformações das válvulas cardíacas.
Endocardite aguda: nesta forma prevalecem os fenômenos destrutivos pelo que se instalam rapidamente gravíssimas alterações no funcionamento das válvulas. Tais alterações evoluem e podem levar à morte por descompensação cardíaca. Os sintomas gerais são: febre alta, queda da pressão arterial, taquicardia, grande astenia, hemorragia e anemia. Nas válvulas lesadas formam-se trombos dos quais podem se desgarrar êmbolos ricos em germes patogênicos que formarão novos focos inflamatórios em diversas partes do corpo. Quando não ocorre o óbito, subsistirão vícios valvulares muito graves.
Endocardite lenta: provocada pelo Streptococcus viridans e instala-se mais facilmente, porém não exclusivamente, nos portadores de vícios valvulares, portanto nas pessoas que tenham tido endocardite reumática. Na endocardite lenta prevalecem os fenômenos produtivos que determinam vícios valvulares estáveis. São comprometidas as condições gerais do doente; existe febre, taquicardia e quase sempre, descompensação cardíaca. Geralmente, os trombos são volumosos e deles podem partir êmbolos isentos de germes, os quais se fixam nos rins, na pele, no baço, no cérebro e, menos freqüentemente nos membros
Endocardite reumática aguda: manifesta-se em seguida à infecção estreptocócica (escarlatina, erisipela, etc.) e atinge mais as crianças e os jovens; às vezes é acompanhada de reumatismo articular agudo que é também provocado pelo mesmo agente. O endocárdio torna-se inflamado, congesto e recoberto de exsudato; desse modo, instalam-se vícios valvulares; no caso da válvula mitral, ela fica transformada em funil e o orifício em fenda transversal.

ENDOMÉTRIO. Mucosa que reveste as paredes internas do útero.

ENDOMETRIOSE. Presença de tecido de estrutura semelhante a do endométrio em diversas zonas do aparelho genital feminino, em órgãos peritoniais ou extra-abdominais; pode provocar dores por ocasião das menstruações.

ENDOMETRITE. Processo inflamatório da mucosa uterina, de evolução aguda ou crônica. Algumas formas de e. não são provocadas por germes mas por agentes químicos, mecânicos, tóxicos. Os germes mais comuns que determinam a inflamação da mucosa uterina são os estreptococos, os gonococos e o bacilo de Koch. Entre as causas de natureza não microbiana citam-se: vícios de posição do corpo uterino, uso de pessários anticoncepcionais, algumas doenças metabólicas. Os sintomas da e. aguda são: febre, dores locais, corrimento às vezes sangüinolento. A e. crônica provocada geralmente por sífilis ou por tuberculose, determina abortamento. Os sintomas da e. crônica são: dores regionais, corrimento amarelado, astenia.

ENDOMICOSE PULMONAR. Micose pulmonar provocada pelo Endomyces pulmonalis, com evolução semelhante a da bronquite.

ENDOTÉLIO. Tecido que reveste o interior do aparelho circulatório, das serosas e das sinoviais.

ENFISEMA. Infiltração anormal ou aumento de ar nos tecidos.
Enfisema pulmonar: afecção aguda ou crônica caracterizada por aumento de ar nos alvéolos que provoca dilatação e adelgaçamento das paredes.
Enfisema pulmonar agudo: pode instalar-se em condições fisiológicas especiais, como, por exemplo, após esforços violentos; porém, outras vezes observa-se em condições patológicas como nos acessos asmáticos ou nas obstruções provocadas por corpos estranhos na árvore respiratória.
Enfisema pulmonar crônico: difuso por toda a extensão do pulmão, é moléstia que afeta os adultos, sendo rara nos jovens. As causas podem estar representadas por asma crônica e por inflamações crônicas e recidivantes como a bronquite; provocam perda da elasticidade dos tecidos e tendência para a fibrose pulmonar. Quando ocorre em velhos, o e.p.c. pode ser atribuído ao envelhecimento. Os sintomas são: dificuldade na respiração (especialmente após esforços físicos), acessos de asma, tosse, cianose. Após longa evolução, o doente será obrigado a manter-se sentado, mesmo durante o sono, para facilitar a respiração; os sintomas se agravam e surgem: astenia, perda do apetite, dispepsia, insônia e comprometimento cardíaco. O e.p.c. pode localizar-se em um só lado, principalmente nos portadores de deformidades torácicas.
Enfisema subcutâneo: consiste na presença de ar nos tecidos, quase sempre determinada pela ruptura dos folhetos pleurais com saída do ar alveolar.

ENOFTALMIA. Situação profunda do globo ocular, determinada por atores congênitos ou adquiridos (traumatismos ou lesões do gânglio superior do simpático cervical).

ENTERITE. Inflamação intestinal que se manifesta com dores, prisão de ventre ou diarréia, distúrbios digestivos; está quase sempre associada à gastrite (gastrenterite) e à colite (enterocolite).
Enterite ou Enterocolite regional: inflamação de caráter progressivo que afeta segmentos isolados ou múltiplos do intestino. É moléstia que atinge indivíduos jovens do sexo masculino. Não está ainda determinada a sua causa precisa porém a hipótese mais provável é que seja uma reação específica a diversos agentes nocivos. Aparece com sintomatologia vaga, sob a forma de cólicas abdominais, após as refeições e aliviadas com o vômito ou com a evacuação. Quase sempre existe diarréia com fezes contendo traços de sangue, revelável somente através de exames laboratoriais. A perda de elementos nutritivos conduz a depauperamento das condições gerais, anemia e carências vitamínicas.
Enterite tuberculosa: o bacilo de Koch atinge o intestino através do sangue ou da alimentação; o bacilo pode provocar uma formação pseudo-tumoral ou uma ulceração cuja cura determina a formação de tecido cicatricial; a retração deste provoca estenose do intestino. Os sintomas são representados por mal-estar, ligeira febre, sudorese intensa, sinais comuns em todas as formas de tuberculose.
Enterite tóxica: causada por substâncias químicas como o arsênico e o fósforo: as manifestações surgem poucas horas após a exposição a tais substâncias: icterícia, náusea, vômitos; outras vezes os únicos sinais são astenia, nervosismo e dores. É quase sempre uma moléstia profissional e são particularmente predispostos os indivíduos mal nutridos. A gravidade da e.t. é aumentada por infecções e por doenças do aparelho digestivo e da vesícula biliar.

ENTEROCELE. Ver Hérnia.

ENTEROCLISMA. Ver clister.

ENTEROCOLITE. Processo inflamatório do intestino cuja sintomatologia é semelhante à da enterite.

ENTEROPTOSE. Queda ou ptose do intestino ou de um determinado setor dele. Pode ser congênita ou adquirida; neste último caso, a enteroptose é determinada por diversas causas: emagrecimento rápido, ascite, esforços musculares e todos os outros fatores que concorrem para o enfraquecimento da parede muscular. O quadro clínico é caracterizado por dores abdominais, distúrbios digestivos, meteorismo e, algumas vezes, oclusões intestinais.

ENTEROQUINASE ou ENTEROCINASE. Substância presente no intestino delgado e que possui a propriedade de ativar o tripsinogênio, produto pancreático, transformando-o em tripsina ativa.

ENTERORRAGIA. Hemorragia intestinal que se manifesta por expulsão de quantidades variáveis de sangue, por via anal. Às vezes têm cor vermelho-viva quando o sangue provém do último trato intestinal; quando o sangue é do delgado ou do estômago, as fezes terão coloração escura (ver melena). A e. verifica-se na úlcera do estômago, no câncer intestinal e em outras enteropatias.

ENTORSE ou DISTORÇÃO. Laceração dos ligamentos articulares e periarticulares provocada por traumatismo na articulação. Geralmente, a esta lesão dos ligamentos se acrescenta o parcial arrancamento da cápsula fibrosa, acompanhado de saída momentânea da cabeça óssea da cavidade articular e, às vezes, de ruptura dos vasos internos. O e. provoca inflamação e dor no local atingido, a qual se torna aguda durante os movimentos.

ENTRÓPIO. Reviramento da pálpebra para dentro, ou seja, para o globo ocular; provoca dores, lacrimejamento, fotofobia e, às vezes, lesões da córnea. Pode ser de natureza espástica ou cicatricial.
Entrópio espástico: quase sempre afeta somente a pálpebra inferior e depende de excessiva contração do músculo orbicular.
Entrópio cicatricial: surge após um processo de cicatrização (portanto de retração do tecido) de queimaduras ou de lesões conjuntivais (tracoma).

ENURESE. Perda involuntária de urina. O fenômeno é fisiológico na criança até o segundo ano de idade; depois, a e. é considerada como síndrome ligado a moléstias orgânicas (fimose, malformações congênitas, cistite) ou a neuroses infantis. Sua evolução é bastante variável; a enurese que se manifesta exclusivamente durante o sono (e. noturna) pode se curar em alguns meses ou perdurar até a adolescência. No adulto, a e. pode ocorrer no coma, na apoplexia, em certas psicopatias.

ENVENENAMENTO. Efeito provocado no organismo por substâncias venenosas ou tóxicas, ingeridas ou produzidas no próprio corpo, capazes de lesar tecidos ou órgãos ou perturbar as suas funções especificas. O e. pode se agudo, quando ligado à ingestão de doses elevadas de venenos e crônico, quando a ingestão é de doses pequenas e repetidas. A gravidade depende do tipo de veneno ingerido e da quantidade absorvida.

ENXAQUECA. Sinônimo de cefaléia (ver).

ENZIMAS (ou Fermentos). Substâncias orgânicas, quase sempre de natureza protéica. Têm a função de provocar no organismo a transformação de algumas substâncias orgânicas em outras menos complexas, sem entrar na composição dos produtos resultantes; exercem, portanto, ação catalisadora. Mediante processos de síntese ou de hidrólise, as e. desintegram as substâncias, dando lugar a outras adequadas para serem assimiladas com finalidade nutritiva ou, então, para serem eliminadas como materiais de refugo. Cada enzima participa de uma reação específica; a pepsina, por exemplo, cinde as proteínas alimentares e não age sobre os carboidratos e as gorduras; a maltase, atua na maltose e não altera a sacarose, etc. As e. desempenham importante papel em múltiplas funções orgânicas. Sua atividade é favorecida por certas condições ambientais (acidez, alcalinidade, temperatura) e é coadjuvada por outras substâncias denominadas coenzimas ou cofermentos, que são produtos orgânicos ou inorgânicos.

EOSINOFILIA. Aumento do número de eosinófilos do sangue e que é observado em diversas afecções: doenças alérgicas, parasitoses, dermatoses.

EOSINÓFILOS. Glóbulos brancos, granulócitos, polinucleados, cujas granulações adquirem a coloração da eosina.

EPÊNDIMA. Membrana que reveste as paredes do canal central da medula espinal e dos ventrículos cerebrais.

EPICARDITE. Processo inflamatório do epicárdio (túnica interna do pericárdio).

EPIDIDIMITE. Processo inflamatório do epidídimo, geralmente associado ao do testículo. Ver Orquiepididimite.

EPÍFISE. Extremidade dos ossos longos recoberta de cartilagem a qual facilita os movimentos articulares.
Epífise ou Glândula pineal. ver Glândulas endócrinas.

EPÍFORA. Lacrimejamento persistente provocado por processos inflamatórios da glândula lacrimal ou por fatores externos (luz intensa, poeira fina). Não deve ser confundido com o pranto pois este é um estado fisiológico determinado por estados emocionais particulares.

EPIGASTRALGIA. Dor na região epigástrica determinada por diversas condições patológicas de ordem local ou geral.

EPIGLOTITE. Inflamação da epiglote, provocando dor e queimor no momento da deglutição e durante a fala.

EPILEPSIA. Doença de caráter hereditário, conhecida desde remota antiguidade quando era considerada como um castigo dos deuses, recebendo a denominação de mal sagrado e morbus sacer. A epilepsia se caracteriza por obnubilação da consciência, variável de um caso para outro, alterações motoras com perda do tono muscular provocando a queda do doente, convulsões generalizadas. Tal quadro constitui o ataque epiléptico e é característico da forma denominada grande mal. Quando faltam as convulsões a forma chama-se pequeno mal. No grande mal existem, geralmente, sinais prodrômicos variáveis de um doente para outro, como: irritabilidade, apreensão, depressão, diarréia, prisão de ventre, fome intensa, inapetência, insônia, sonolência, pequenas contrações musculares, etc. Tais sinais surgem várias horas ou dias antes do acesso, diferenciando-se da aura (ver), sensação que anuncia o ataque epiléptico poucos segundos antes de sua ocorrência. A crise epiléptica típica caracteriza-se pela perda rápida das faculdades psíquicas seguidas de queda do corpo; às vezes, o doente grita. Toda a musculatura entra em espasmo, determinando fechamento da boca e provocando mordedura da língua. O tronco fica arqueado, os membros superiores fletidos e os inferiores estendidos, as mãos cerradas. O doente torna-se pálido ou mesmo cianótico pois há parada da respiração. Depois, durante 2 a 3 minutos ocorrem convulsões, intensa salivação espumosa, restabelece-se a respiração; às vezes há micção ou mesmo defecação. As crises podem ocorrer durante o dia ou à noite, às vezes passando despercebidas. No pequeno mal não ocorrem as convulsões mas está presente a perda da consciência. Manifesta-se diversamente de um doente para outro e seus aspectos principais são: ausência, supressão súbita e transitória das funções psíquicas, com duração de alguns segundos; vertigem, às vezes provocando queda; síncope epiléptica, estado vertiginoso com perda da consciência, queda e abalos musculares; mioclonia, contração muscular involuntária brusca, geralmente nos membros e no momento de adormecer; crises atônicas, perda do tônus muscular resultando em ataque apoplético (ver) ou ataque estático (o doente cai, levanta-se rapidamente sem ser auxiliado e tem conhecimento do que lhe aconteceu). Além do grande e do pequeno mal, existem manifestações equivalentes enquadradas sob a denominação de epilepsia psicomotora, caracterizada por três grupos de sintomas diversos; o primeiro compreende os estados confusionais e os episódios de amnésia; o segundo, por impressões subjetivas, como vivência anterior de certos fatos, odores, sons, sabores inexistentes; o terceiro por atividade muscular anormal. O eletroencefalograma é um precioso auxiliar no diagnóstico da epilepsia.

EPISPADIA. Malformação congênita rara que consiste na abertura da uretra no dorso do pênis.

EPISTAXE. Hemorragia nasal provocada por fatores locais (traumatismos, processos patológicos ou alérgicos intranasais) ou gerais (avitaminose C ou K, diátese hemorrágica).

EPITÉLIO (ou Tecido epitelial). Tecido formado por células justapostas, achatadas ou prismáticas. A substância intercelular é escassa e representada pelo cimento que as une. Considerando suas funções e diferenças morfológicas, o tecido epitelial é de dois tipos principais: tecido epitelial de revestimento e tecido epitelial glandular. O de revestimento, recobre o corpo (epiderme da pele) e forra as cavidades (epitélio das mucosas e das serosas). O e. glandular tem a função de secretar diferentes produtos, constituindo as glândulas exócrinas (que possuem ductos ou canais) e as endócrinas (sem ducto).

EPITELIOMA. Denominação genérica de qualquer tumor maligno formado por tecido epitelial.

EPIZOOTIA. Moléstia infecciosa que acomete grande número de animais da mesma espécie, em uma região.

EPÚLIDE. Tumor maligno que se forma sobre o tecido ósseo do alvéolo dentário e que consiste em excrescência carnosa filiforme, de vários tamanhos, saindo da gengiva.

EQUIMOSE. Infiltração de sangue extravasado no tecido subcutâneo. É provocada por traumatismos, mas pode surgir espontaneamente devido à excessiva fragilidade vascular. Manifesta-se como mancha rósea-escura que aparece quase sempre no local do traumatismo. A mancha adquire sucessivamente cor violácea, amarelo-esverdeada, amarelo-escura, em função das transformações da hemoglobina. A reabsorção completa pode durar várias semanas.

EREPSINA. Enzima do suco entérico que influi na cisão de moléculas protéicas.

ERGOTERAPIA. Forma subsidiária de tratamento de algumas doenças mentais através do trabalho. O desempenho de alguma atividade adequada a cada caso mostra-se eficaz na liberação de conflitos internos e é bastante útil na reeducação do caráter.

ERISIPELA. Processo inflamatório agudo da pele, provocado por estreptococos que penetram através de pequenas lesões cutâneas, sobretudo quando as defesas estão diminuídas (diabete, nefrite). A pele torna-se avermelhada e dolorosa; dois ou três dias depois, a zona central cura-se mas a lesão se difunde para áreas próximas, que adquirem o mesmo aspecto. Os sintomas gerais são: febre, calafrio, cefaléia, taquicardia. Quando a e. localiza-se na face, pode ocorrer comprometimento do sistema nervoso central, dando lugar a uma meningite. A e. não cria imunidade; pelo contrário, as pessoas anteriormente doentes apresentam grande predisposição para a moléstia.

ERITEMA. Vermelhidão da pele, circunscrita ou difusa, geralmente temporária e que desaparece sob pressão digital. É uma lesão banal, conseqüente à congestão capilar e acompanha muitos processos irritativos. O eritema simples é uma erupção macular, difusa e que representa uma reação de sensibilidade a drogas, a medicamentos, a focos de infecção ou mesmo a certos alimentos. O e. multiforme pode ser macular, bolhoso, popular ou polimorfo, comprometendo também as mucosas. O e. nodoso representa uma reação a infecções ou a substâncias para as quais o organismo esteja sensibilizado. O e. nodular centrífugo caracteriza-se por lesões extensas e descamativas nos bordos e é provocado por infecções, neoplasias e doenças vasculares. Existem ainda o e. intertriginoso, de causa inespecífica e que incide nos portadores de dermatite seborréica ou de moléstias provocadas por leveduras; localiza-se, preferentemente nas axilas, entre as coxas e sob as mamas; o e. calórico é provocado por queimaduras inclusive os devidos à excessiva exposição aos raios solares (e.solar).

ERITRASMA. Parasitose cutânea provocada por um fungo, o Microsporon minutissimum, caracterizada por eritema cutâneo nas dobras inquinais, púbis, órgãos genitais e axilas.

ERITROBLASTOSE FETAL. Caracterizada pela presença de hemácias embrionárias no sangue periférico provocando anemia, icterícia e esplenomegalia, edema generalizado (hidropsia fetal) devido ao encharcamento dos tecidos; é de natureza grave, freqüentemente familiar.

ERITRODERMIA. Vermelhidão da pele, quase sempre difusa por todo o corpo, acompanhada de descamação. O quadro clínico é caracterizado por prurido, sensação de queimadura e compartimento do estado geral. A e. é causada por fatores tóxicos (alimentos alterados, medicamentos, produtos químicos).
E. descamativa do lactente: atinge os lactentes principalmente nos primeiros meses de vida. Manifesta-se com vermelhidão generalizada, depauperamento, vômito, diarréia e icterícia.

ERITROMELALGIA. Processo patológico dos vasos periféricos especialmente dos membros inferiores e caracterizado por vasodilatação com rubor intenso, inchaço e dores que aumentam à palpação. A doença é mais freqüente nas mulheres durante o período pré-púbere e na menopausa. É provocada por distúrbios vasomotores que freqüentemente se seguem às encefalopatias.

EROTISMO. Exaltação do desejo sexual, que depende de distúrbios do sistema nervoso ou de síndromes psíquicos.

EROTOMANIA. Pendor exagerado para o contato sexual.

ERUCTAÇÃO. Emissão de gases pela boca.

ERUPÇÃO. Denominação genérica de manchas, bolhas ou vesículas da pele, provocadas por diversos fatores, como distúrbios digestivos, estados alérgicos, contato com substâncias irritantes, certos tipos de tecidos. Algumas moléstias caracterizam-se por causarem o aparecimento de erupções cutâneas (varíola, sarampo, catapora, etc.) e, por esta razão são denominadas eruptivas.

ESCALENOS (Músculos). Localizados na parte lateral do pescoço, inserem-se nas vértebras cervicais e nas duas primeiras costelas. Participam da respiração pois têm a função de elevar as costelas. Servem ainda para inclinar a coluna cervical ou mantê-la rígida por contração bilateral.

ESCÁPULA (ou Omoplata). Osso par de forma achatada, localizado na parte superior e posterior do tórax. Apresenta na sua face posterior uma crista saliente - espinha - que termina em uma saliência achatada - acrômio -. Articula-se com a clavícula e com a cabeça do úmero.

ESCARA. Crosta de tecido necrótico formada após traumatismos e por fatores infecciosos, químicos e exógenos.

ESCARLATINA. Doença infecciosa aguda infantil que atinge com predileção crianças com mais de três anos de idade. É provocada por vários tipos de estreptococos betahemolíticos que se localizam na faringe produzindo uma toxina. Esta difunde-se pela circulação e atinge todo o organismo provocando eritema, febre, cefaléia e lesões da mucosa bucal. Determina lesões na garganta - angina - e compromete os órgãos vizinhos - otite, mastoidite, sinusite, adenite. A transmissão faz-se diretamente através de gotículas de secreções rinofaríngeas eliminadas pelo doente ou, mais raramente, pela descamação da epiderme, pelos alimentos e pelos objetos. O período de incubação varia entre 2 e 5 dias. O quadro clínico inicia-se com febre alta, vômitos, dor de cabeça e angina; no lactente, às vezes, ocorrem convulsões. A garganta apresenta-se bastante avermelhada com amídalas congestionadas com pontos ou estrias brancas e amarelas. Já no primeiro dia instala-se um pontilhado vermelho vivo no véu do palato - exantema escarlatinoso - e a língua cobre-se de espessa camada branca. A seguir surge uma erupção cutânea - exantema - que se inicia no pescoço ou na parte superior do tórax, o qual se estende rapidamente por todo o corpo. Após alguns dias a erupção torna-se progressivamente clara, até desaparecer no fim de 3 a 7 dias. Logo depois, inicia-se a descamação que persiste durante vários dias. Entre as complicações destacam-se: adenite cervical simples ou supurada, mastoidite, glomerulonefrite e manifestações articulares.

ESCARRO. Ver expectoração.

ESCLERADENITE. Processo de esclerose de linfoglândulas.

ESCLEREDEMA e ESCLEREMA DO RECÉM NASCIDO. Afecções cutâneas raras que afetam o recém-nascidos (especialmente o prematuro) caracterizadas por enrijecimento e perda de elasticidade da epiderme. Tem caráter progressivo, abrange todo o corpo e, muitas vezes, é mortal. O escleredema é devido à formação de edemas subcutâneos; o esclerema é originado por espessamento do tecido adiposo.

ESCLERITE. Processo inflamatório crônico da esclera. Manifesta-se por vermelhidão, lacrimejamento, fotofobia e queimor.

ESCLEROSE. Processo de enrijecimento do tecido de um órgão com o conseqüente aumento de volume do conectivo. As causas gerais são as inflamações crônicas, de origem tóxica ou mecânica as quais, num primeiro tempo provocam a hipertrofia por fenômenos proliferativos e, depois, atrofia por retração.
E. propriamente dita ou fibrose: inicia-se pela transformação dos histiócitos em fibroblastos e estes em fibrócitos que se fundem em massas homogêneas e transformando o tecido em uma área de placa endurecida. A fibrose pode ser primitiva ou secundária; a primeira surge sem ocorrer lesão prévia aparente como acontece na esclerodermia (ver) e na arteriosclerose. A fibrose secundária é conseqüente a inflamações, traumatismos, queimaduras e constitui a fase de cura das lesões, formando a fibrose de substituição.
E. em placas ou múltipla: doença freqüente em certos países da Europa, é, pelo contrário, rara nas Américas e desconhecida no Japão e na China. Manifesta-se nos adultos entre 35 e 45 anos de idade e caracteriza-se por fenômenos motores, destacando-se tremores, paresias espásticas; além disso, pode-se verificar nistágno, disartria, perturbações esfincterianas, sexuais, visuais e psíquicas. As manifestações variam de um caso para outro; a evolução é crônica e a etiopatologia obscura. Alguns pensam que esta forma de esclerose depende de fatores tóxicos; para outros, seria causada por germes ultramicroscópicos; para outros, ainda, a causa estaria relacionada com fenômenos auto-alérgicos.
E. lateral amiotrófica ou doença de Charcot: moléstia que afeta o sistema nervoso central; é caracterizada por lesões dos feixes piramidais da medula espinal. Manifesta-se por atrofia dos músculos das mãos e dos membros inferiores, distúrbios da fonação, da deglutição e da mastigação. A causa da e. l. a. é obscura; sua evolução é lenta e progressiva, durante vários anos.

ESCOLIOSE. Desvio lateral (para a direita ou para a esquerda) da coluna vertebral. Trata-se de malformação congênita ou adquirida. Neste último caso, pode ser secundária a raquitismo, a fatores traumáticos, à tuberculose vértebra. Às vezes surge após vícios de postura.

ESCORBUTO. Descrito há séculos, o escorbuto é uma moléstia carencial que incide em indivíduos ou grupos humanos alimentados, durante muito tempo, com dietas secas e conservadas por longo período. Também há centenas de anos, empiricamente ou com base na simples observação, recomendava-se a suplementação das rações com vegetais verdes e sucos de frutas cítricas para a profilaxia do escorbuto. No início deste século foi descoberto um princípio antiescorbútico e denominado vitamina C ou ácido ascórbico; com exceção do homem, do macaco e do cobaio, todos os animais sintetizam fisiologicamente a vitamina C indispensável. Portanto, ao homem é necessária a existência de fontes exógenas de ácido ascórbico (ver vitamina C). O escorbuto provoca sintomas diferentes, segundo a idade. Não ocorre nos primeiros dois meses de vida e a época mais comum de aparecimento é aos 6 meses, determinando: parada do crescimento, perda de peso, estado subfebril, anemia (geralmente hipocrômica), edema, anorexia, diarréia, adinamia. São sintomas importantes as lesões ósseas e os hematomas subperiostais, principalmente na extremidade inferior do fêmur e nas articulações condro-esternais. Radiologicamente há osteoporose que pode levar a fraturas espontâneas. As infecções secundárias constituem a causa-mortis mais comum. Nos adultos, as gengivas apresentam-se intumescidas, hemorrágicas, retraídas, deixando expostas áreas maiores dos dentes; a dentina torna-se porosa e pouco calcificada; ocorre hiperemia da polpa; os dentes perdem a firmeza e podem cair espontaneamente. Além disso, surgem hemorragias cutâneas (traduzidas por petéquias), mucosas e musculares, hiperqueratose folicular, debilidade, distúrbios digestivos. Traumatismos insignificantes podem provocar fraturas. Hodiernamente o escorbuto é uma manifestação rara mas que pode ocorrer sobretudo em crianças mal nutridas ou debilitadas por graves moléstias infecciosas.

ESCORIAÇÃO. Lesão cutânea superficial provocada por corpo estranho agindo tangencialmente na pele; é uma abrasão pouco mais profunda.

ESCOTOMA. Sintoma caracterizado pela presença de lacunas visuais (centrais ou periféricas) circunscritas.

ESCROFULOSE. Moléstia causada pela localização do bacilo tuberculoso nos gânglios linfáticos. O quadro clínico desta forma benigna de tuberculose é caracterizado por tumefação dos gâglios mencionados, que se fistulizam, emitindo material purulento. Se o bacilo age na pele, forma-se eritemas e pequenos abscessos que se ulceram; quando afeta as mucosas, determina inflamações catarrais.

ESFIGMOMANÔMETRO. Aparelho usado para medir a pressão arterial.

ESMEGMA. Secreção das dobras do prepúcio e dos pequenos lábios.

ESOFAGIANA.
E. Inflamação. ver Desofagite.
E. Estenose. Estreitamento de um ou mais segmentos do canal esofagiano. Pode ser causado por: tumores, processos cicatriciais que provocam retração dos tecidos, corpos estranhos, espasmos musculares, fatores congênitos. A e. esofagiana manifesta-se com vômitos, regurgitação, disfagia.
E. Úlcera. ver Úlcera esofagiana.

ESOFAGISMO. Espasmo do esôfago que se manifesta após muitas afecções desse órgão, tais como úlcera, câncer, inflamações.

ESOFAGITE. Processo inflamatório agudo ou crônico da mucosa esofagiana que surge durante a evolução de moléstias infecciosas (tifo, varíola, escarlatina) ou por ação de fatores físicos ou químicos irritantes que favorecem a implantação microbiana. Manifesta-se por vermelhidão e inflamação da mucosa. Além dessa forma, existe a e. flegmonosa (originada por traumatismos ou por substâncias cáusticas ingeridas, caracterizadas pela formação de abscesso) e a esofagite úlcero-necrótica (cuja ulceração é capaz de perfurar a parede do esôfago).

ESÔFAGO (Divertículos do). Dilatações que surgem no canal do esôfago. Os localizados no início e na sua porção médio-superior são quase sempre assintomáticos, podendo ocorrer esofagite nas proximidades do divertículo. Os do esôfago inferior simulam obstrução, hérnia do hiato, acalasia ou carcinoma.

ESPANHOLA (gripe). É assim denominada a epidemia que se difundiu sob forma endêmica por toda a Europa, atingindo também as Américas, inclusive o Brasil, nos anos de 1918-1920.

ESPASMO. Contração muscular involuntária devido à hipertonia de músculos. O e. é tônico quando consiste numa única contratura; o intermitente denomina-se clônico. Diversas são as origens das contrações: podem ser de natureza tóxica ou nervosa (lesões do sistema extrapiramidal) ou podem representar a reação a estímulos irritativos. São múltiplas as moléstias caracterizadas pela presença de espasmos; entre estas: torcicolo, cãibras profissionais, encefalite epidêmica.
Espasmo de torção (ou Disbasia lordótica progressiva): revela-se com contraturas dos músculos da nuca, do tronco e dos membros que originam contrações bruscas ou lentas. A moléstia é devida a lesões do sistema extrapiramidal.
Espasmo da laringe ou laringospasmo: afeta freqüentemente crianças raquíticas e revela-se por oclusão temporária parcial ou total da laringe. Nos casos mais graves, o paciente pode morrer sufocado.

ESPASMOFILIA (ou tetania paratireopriva ou diátese espasmofílica). Moléstia infantil provocada pelo hipoparatireoidismo que se manifesta por espasmos localizados devidos à hiperexcitabilidade muscular.

ESPERMA. Líquido seminal expelido em condições fisiológicas, mediante a ejaculação, durante o coito. É elaborado nos testículos, misturando-se, a seguir, com as secreções das glândulas existentes ao longo das vidas espermáticas. O esperma contém os espermatozóides (cerca de 60 milhões por cm3).

ESPERMATOCELE. Pequenos cistos que se formam nos testículos.

ESPERMATOCISTITE. Inflamação aguda ou crônica das vesículas seminais; na maioria dos casos, é de origem blenorrágica.

ESPERMATOPATIA. Doença das células espermáticas.

ESPERMATORRÉIA. Perda involuntária de esperma não acompanhada de orgasmo. Difere da polução (fenômeno que ocorre durante o sono) estando ligada à neurastenia ou a processos inflamatórios dos órgãos genitais.

ESPERMATOXINA ou ESPERMOTOXINA. É assim denominado o anticorpo elaborado por injeções repetidas de esperma, com fins anticoncepcionais.

ESPINA-VENTOSA. Processo mórbido, geralmente de natureza tuberculosa que afeta os metacarpianos, as falanges ou os metatarsianos. Manifesta-se com inchaço das partes interessadas; o quadro clínico é caracterizado por fraturas freqüentes, aparecimento de abscessos e abertura de fístulas.

ESPIROQUETOSE. Grupo de moléstias infecciosas provocadas por espiroquetas patogênicos.

ESPIRRO ou ESTERNUTAÇÃO. Ato reflexo caracterizado por uma profunda inspiração, seguida de expiração brusca com a glote semifechada. O ruído é causado pelo ar expirado, com violência. É provocado por estímulos irritativos na mucosa nasal.

ESPLENITE. Processo inflamatório agudo ou crônico do baço.

ESPLENOMEGALIA. Aumento do volume do baço, secundário a diversos processos mórbidos, moléstias infecciosas, tóxicas ou parasitárias, cirrose hepática, com comprometimento esplênico, etc. às vezes, a esplenomegalia é primitiva, como na moléstia de Banti.

ESPLENOPTOSE. Ptose do baço por relaxamento dos tecidos de sustentação do órgão.

ESPONDILARTRITE ANQUILOSANTE. (ou Espondilose rizomiélica). Artrite reumática de evolução crônica, localizada na coluna vertebral. As vértebras soldam-se provocando anquilose da coluna. A moléstia é própria da idade adulta (40-50 anos) e sua causa é desconhecida.

ESPONDILARTROSE ou ESPONDILOSE. Processo de artrose progressiva, deformante, interessando a coluna vertebral. Trata-se de fenômeno degenerativo, elegendo principalmente a região lombar de pessoas adultas (45-60 anos de idade); resulta do enfraquecimento senil dos tecidos, de modo especial nos que se submetem a esforços físicos intensos e contínuos ou nos portadores de distúrbios endócrinos. A espondilartrose não tende para a ancilose.

ESPONDILITE. Inflamação aguda ou crônica das vértebras, geralmente de origem infecciosa (estreptococos, gonococos, reumatismo articular agudo, tuberculose, sífilis). Caracteriza-se por febre, rigidez da coluna, dores irradiadas, tendendo a provocar anquilose e subseqüente deformidade permanente. O mal de Pott, provocado pelo bacilo tuberculoso, pode ser considerado uma espondilite (ver Mal de Pott).

ESPONDILÓLISE. Falta de soldadura do arco vertebral, geralmente precedendo a espondilolistese. Também denomina-se espondilólise a ruptura ou a presença de fenda no corpo vertebral e o afrouxamento dos ligamentos intervertebrais.

ESPONDILOLISTESE. Malformação congênita que consiste no deslizamento progressivo de uma vértebra sobre a outra, localizada imediatamente abaixo e que ocorre com maior freqüência na 4ª vértebra lombar que desliza sobre a primeira sacral. A espondilolistese tem como causa principal a espondilólise. A espondilolistese é denominada pseudo-espondilolistese quando é provocada por inclinação da faceta vertebral para a frente; será uma retroespondilolistese quando provocada por inclinação da referida faceta para trás.

ESPOROTRICOSE. Afecção provocada por um fungo do gênero Sporotrichum; localiza-se principalmente na pele e provoca o aparecimento de nódulos (granulomas) que ulceram e expelem matéria purulenta. O parasita pode afetar os ossos (e. óssea) e, muito raramente, a glândula mamária.

ESPRU ou CAQUEXIA AFTOSA ou DIARRÉIA ALBA. Moléstia crônica e endêmica dos países tropicais, muito rara no Brasil, provocada, provavelmente por carência vitamínica. A sintomatologia caracteriza-se por diarréia intensa com fezes esbranquiçadas, náusea, vômito, astenia progressiva com comprometimento do sistema nervoso e, às vezes, lesões cutâneas.

ESQUISTOSSOMOSE. Parasitose provocada por vermes trematódios do gênero Schistosoma. Existe a e. vesical, a e. japonesa e a e. intestinal. Somente a última é freqüente no Brasil, também denominada e. mansônica ou doença de Manson-Pirajá da Silva, provocada pelo Schistosoma mansoni, pequeno trematódio (o macho mede 10 a 12 mm e a fêmea 13 a 16 mm). Seus ovos, em contato com a água, libertam os miracídios que se locomovem à custa de cílios, instalando-se em hospedeiros intermediários que são caramujos do gênero Planorbis. Decorridos cerca de 30 dias, os miracídeos transformam-se em cercárias; estes abandonam os caramujos e passam para as águas de riachos ou de lagoas. Quando pessoas se banham nessas águas ou têm contato com ela, as cercárias penetram através da pele e provocam a infestação. No homem, os vermes se desenvolvem no tronco da veia porta, passam para as vênulas intestinais, para o plexo hemorroidário e aqui realizam a postura. O diagnóstico é feito por biopsia da mucosa retal ou por exame coprológico. As lesões da e.i. predominam no cólon descendente, na alça sigmóide e no reto, onde se encontra processo endoflebítico e, na mucosa, uma inflamação e esclerose difusa. O acúmulo de ovos na mucosa intestinal provoca a formação de pólipos, com tendência à ulceração. Os ovos podem atingir, através da corrente sangüínea, o fígado, os pulmões, o pâncreas, baço, o sistema nervoso.
As manifestações clínicas da e. i. iniciam-se por crises diarréicas e fezes com estrias de sangue; depois predominam os sintomas retais com tenesmo, dores abdominais intensas e fezes muco-sanguinolentas, quadro que se assemelha à disenteria amebiana. Às vezes ocorre prolapso do reto. As manifestações hepáticas variam: estado congestivo, hepatite aguda, hepatite crônica, cirrose do fígado. Geralmente ocorrem esplenomegalia e manifestações pulmonares (bronquite, broncopneumonia, hemoptise, congestão pulmonar). As manifestações do sistema nervoso (crises epileptiformes, alterações do caráter, irritabilidade, estado vertiginoso, depressão, etc.), correm por conta da ação direta dos ovos fixados nos centros nervosos ou das toxinas produzidas pelos parasitas.

ESQUIZOFRENIA. Compreende um grupo de psicoses funcionais, portanto não causadas por qualquer lesão cerebral, que provocam desintegração progressiva da personalidade; a esquizofrenia é também denominada demência precoce, porque se manifesta na mocidade, ao contrário da demência senil. A causa da esquizofrenia constitui um dos grandes enigmas da psiquiatria. Algumas vezes existe uma causa próxima: hereditária, tóxica ou infecciosa; em outras, não é possível precisa-la. Segundo Kretschmer dos indivíduos reagem de dois modos diferentes ao meio ambiente: uns vão da alegria à tristeza (ciclóides), outros da sensibilidade à indiferença (esquizóides). Os ciclóides são pessoas vibráteis, entusiastas, idealistas, sensíveis a quaisquer tipos de emoções; os esquizóides são introvertidos, preferem vida interior afastando-se de seus semelhantes, reagem ao meio ambiente sem intensidade, perdem contato com fatos reais. A constituição esquizóide pode se revelar já na infância: as crianças demonstram tristeza, isolamento, irritabilidade, teimosia, embora levando uma existência aparentemente normal. Se um fator qualquer, orgânico ou psíquico (intoxicações, infecções, emoções), despertar a tendência latente, poderá ocorrer o desencadeamento da esquizofrenia, cujo início é insidioso, passando muitas vezes despercebido. Os primeiros sintomas se traduzem por desordens na esfera da atividade e na perda da iniciativa, mantendo-se perfeita integridade da inteligência; o fato mais proeminente é a aversão pela família e pela sociedade; o doente torna-se progressivamente desatento, descuidado, desinteressado, desleixado e impassível às emoções. A seguir, surgem surtos de excitação ou de depressão, acompanhados ou não de alucinações e de delírio, levando os doentes, algumas vezes, à prática de delitos, sobretudo homicídios inexplicáveis. Com o progredir da doença, aparecem outras manifestações, muito variáveis de doente para doente: devaneio à fantasia ou à vida interior; desconfiança acentuada acompanhada de excessiva suscetibilidade; idéias políticas com tendências extremistas; reflexões extravagantes; reações intempestivas; acessos de cólera; cepticismo; arrogância; egocentrismo; ironia; descrença. Os sinais comuns das diversas formas de esquizofrenia nessa fase são: perda de contato vital, atos discordantes, indiferença pelos seus interesses, sua pessoa e sua família.
São descritas as seguintes formas de esquizofrenias:
Formas simples: sem a exteriorização de idéias delirantes ou de distúrbios sensoriais, a doença evolui para uma dissociação das faculdades afetivas, morais e intelectuais. Predominam: apatia, falta de interesse, puerilidade, torpor intelectual.
Formas hebefrênicas: caracteriza-se por excitação psicomotora, idéias de perseguição ou de grandeza, indiferença emocional, perda do juízo crítico. Os atos impulsivos tornam esses doentes perigosos para o meio. As formas hebefrênicas manifestam-se na adolescência.
Formas catatônicas: caracterizam-se pela presença de sinais somáticos e grande tendência para o estupor físico e psíquico (ver catatonia e catalepsia). Também faz parte do quadro catatônico nas fases mais avançadas da doença a estereotipia representada por movimentos sistematizados, expressivos ou não, e que consistem em ajoelhar-se, repetir frases sem significado, catar objetos do chão, arrancar cabelos; tais movimentos são uniformes e freqüentes.
Formas paranóides: ocorrem após os 25 anos de idade. No início, os doentes apresentam insônia, modificações do caráter e idéias lábeis, absurdas de perseguição. O agravamento do quadro traduz-se por alucinações visuais, auditivas, tácteis, genitais, marcado egocentrismo tendendo, muitas vezes, para o misticismo.

ESTAFILOCOCIA. Infecção provocada por estafilococos.

ESTAFILOCOCOS. Micróbios patogênicos de forma esférica, dispostos em cacho de uva.

ESTAFILOMA. Afecção ocular que consiste na dilatação de um segmento da esclerótica; determina diminuição da acuidade visual.

ESTEATOCELE. Formação tumoral gordurosa que se forma no interior do escroto.

ESTEATOPÍGIA. Característica racial que consiste na excessiva deposição de tecido gorduroso nas nádegas de mulheres de certas raças, como ocorre na boximane hotentote da África.

ESTEATORRÉIA. Presença de lipídios não digeridos nas fezes; geralmente, depende de insuficiência das enzimas digestivas.

ESTEATOSE. Moléstia metabólica que consiste na deposição de gordura em alguns órgãos internos (principalmente no fígado). Suas principais causas são os processos infecciosos e as intoxicações crônicas.

ESTENOSE. Estreitamento de um canal ou de uma passagem natural, podendo provocar distúrbios funcionais graves. Pode ser secundária a processos inflamatórios agudos ou crônicos os quais provocam esclerose cicatricial.
Estenose aórtica: Ver Vícios valvulares.
Estenose duodenal: pode depender de malformações do duodeno, ou de obstruções mecânicas ou, ainda, de processo cicatricial.
Estenose intestinal: instala-se depois de tumores, úlceras, inflamações.
Estenose laríngea: de natureza orgânica (malformação) ou funcional (distúrbios nervosos).
Estenose pilórica: de origem inflamatória ou espasmódica.
Estenose ureteral: depende de malformação congênita do ureter, de processos inflamatórios com posterior cicatrização ou de oclusões mecânicas.
Estenose uretral: subseqüente a uretrites, principalmente de origem blenorrágica.
Estenose valvulares cardíacas: Ver Vícios cardíacos.

ESTERCOREMIA. Presença no sangue de produtos tóxicos resultantes das matérias fecais, em virtude de oclusões intestinais graves.

ESTEREOTIPIA. Um dos sintomas da catatonia, geralmente acompanhada de modificações da personalidade e deformação motora.

ESTERNO-CLEIDO-MASTÓIDE. Músculo do pescoço, de forma alongada e achatada que se insere, embaixo, no esterno e na clavícula e, em cima, no processo mastóideo do osso temporal

ESTÔMAGO. Órgão do aparelho digestivo situado entre o esôfago e o duodeno; localiza-se na cavidade abdominal abaixo do diafragma, ocupando grande parte do epigastro. Tem dimensões e formas variáveis conforme o estado de dilatação provocado pelos alimentos ingeridos. No estômago, distinguem-se: a grande tuberosidade à esquerda e pequena tuberosidade à direita. Apresenta duas faces, anterior e posterior, unidas por duas margens, grande e pequena curvatura, respectivamente.
Na parte superior, corpo do estômago, desemboca o esôfago através de abertura denominada cárdia; na parte inferior, antro pilórico situa-se na abertura de comunicação do estômago com o duodeno, a qual recebe o nome de piloro.
O estômago é forrado por uma mucosa rica em glândulas que secretam o suco gástrico (ver Digestão e Gástrico, suco); além disso, sua parede possui abundante musculatura lisa permitindo ao estômago realizar contrações durante a digestão. No que diz respeito à fisiologia do órgão, ver Digestão.

ESTOMATITE. Processo inflamatório agudo ou crônico da mucosa oral.
Estomatite catarral: causada por lesões dentárias ou por estímulos irritativos; manifesta-se com queimor, tumefação e halitose.
Estomatite aftosa: inflamação e presença de aftas amarelo-acinzentadas que se ulceram; é de origem infecciosa.
Estomatite ulcerosa aguda: moléstia infecciosa, epidêmica e grave, caracterizando-se por necrose e ulceração, comprometendo a mucosa gengival e a das bochechas e provocando a queda dos dentes.
Estomatite mercurial e estomatite bismútica: provocada pelo uso terapêutico do mercúrio ou do bismuto.
Estomatite gangrenosa ou noma: v. flegmão.

ESTRABISMO. Alteração da visão, caracterizada por desvio do eixo visual de um olho ou de ambos.
E. concomitante: o eixo visual pode estar desviado para dentro (e.interno ou convergente) ou para fora (e.externo ou divergente); para baixo (e.deorsum vergens) ou para o alto (e.sursum vergens). O e. mais freqüente é o convergente que surge na primeira infância. Pode ser periódico ou permanente. É monocular quando o indivíduo fixa a imagem sempre com o mesmo olho; é alternante, quando a imagem é fixada indiferentemente com um ou com o outro olho. O estrábico não tem visão dupla pois a imagem proveniente do olho que possui o eixo visual desviado é anulada. A causa do e. concomitante está relacionada com uma disfunção do centro da visão binocular; este centro depende de fatores congênitos ou adquiridos.
E. paralítico: o desvio do eixo visual de um olho é devido a paralisia de músculos motores oculares. Manifesta-se com diplopia. Suas principais causas são: sífilis, doenças do sistema nervoso, traumatismos cranianos.

ESTREPTOCOCOS. Micróbios esféricos dispostos em cadeias e que provocam infecções.

ESTRICNINA. Alcalóide utilizado em terapêutica sobretudo nas afecções do sistema nervoso periférico. Em doses elevadas, pode provocar sintomas de hiperreflexia medular, convulsões e paralisa respiratória.

ESTRONGILOIDÍASE. Verminose provocada pelo Strongyloides stercoralis, nematódio cujas fêmeas e larvas se instalam na mucosa do intestino delgado; a estrongiloidíase provoca distúrbios gastrintestinais (náusea, vômito, cólica, distensão abdominal e diarréia).

EUNUCOIDISMO. Deficiência funcional dos estímulos caracterizadas por incapacidade total ou parcial para a reprodução e escassez dos sinais de virilização. É provocado por insuficiente secreção dos hormônios sexuais. É também denominado insuficiência testicular ou gonadal ou genital.

EUNUQUISMO. Conjunto de manifestações psicossomáticas apresentado pelas pessoas sem as glândulas genitais.
E. masculino: pode ser congênito ou adquirido. Neste último caso, é devido à ablação cirúrgica dos testículos (castração). Os eunucos, além da incapacidade de procriação, apresentam insuficiente desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, modificações do sistema piloso e da fonação, gigantismo, tendência para a obesidade. Psiquicamente são apáticos e abúlicos. Os sintomas são muito mais acentuados no e. congênito.
E. feminino: também pode ser congênito ou adquirido e manifesta-se através de modificações dos caracteres sexuais secundários: alterações do sistema piloso, pequeno desenvolvimento das mamas, obesidade, gigantismo, além da total esterilidade pela ausência de ovulação.

EXANGUINO-TRANSFUSÃO. Consiste na completa substituição do sangue, utilizada nos casos de doença hemolítica do recém-nascido e na icterícia neonatal. É praticada em criança Rh+ nascidas de mães Rh-. Ver Grupos sanguíneos.

EXANTEMA. Erupção de manchas cutâneas típicas que se manifestam durante a evolução de moléstias exantemáticas.

EXANTEMÁTICAS (Doenças). Ver Sarampo, Varicela, Escarlatina, Varíola.

EXCRESCÊNCIA. Proliferação que aparece sobre a pele ou sobre as mucosas.

EXERESE. Intervenção cirúrgica que consiste na extração de um órgão ou de um tecido.

EXÓCRINAS (Glândulas). Ver Glândulas exócrinas.

EXOFTALMO ou EXOFTALMIA. Projeção do globo ocular para fora da cavidade orbitária, provocada por traumatismos ou afecções patológicas (abscessos retrobulbares, hipertireoidismo).

EXOSTOSE. Nodosidade do osso (causada por traumatismos ligeiros ou ações traumatizantes contínuas) determinada pela hiperplasia local do tecido ósseo.

EXSUDATO. Líquido patológico, rico em fibrina e em glóbulos brancos, que se encontra nos tecidos inflamados ou nas cavidades revestidas de membrana serosa, comprometidas por processo inflamatório.

EXTRA-SÍSTOLES. Contrações cardíacas anormais do átrio, do ventrículo ou de ambos, mantendo-se o ritmo normal do coração.

EXTROVERSÃO. Uma das condutas fundamentais do homem, caracterizada por orientação do indivíduo para o mundo que o circunda e sua adaptação a normas objetivas, conforme as características da época e do ambiente no qual vive.

Um comentário:

  1. COMO EU ME CUREI DO VÍRUS DE HERPES.

    Olá pessoal, estou aqui para dar meu testemunho sobre um herbalista chamado Dr. imoloa. Eu estava infectado com o vírus herpes simplex 2 em 2013, fui a muitos hospitais para curar, mas não havia solução, então estava pensando em como conseguir uma solução para que meu corpo possa ficar bem. um dia, eu estava na piscina, navegando e pensando onde conseguir uma solução. Eu passo por muitos sites onde vi tantos testemunhos sobre o Dr. Imoloa sobre como ele os curou. eu não acreditava, mas decidi experimentá-lo, entrei em contato com ele e ele preparou o herpes para mim, que recebi através do serviço de correio da DHL. tomei por duas semanas depois, em seguida, ele me instruiu a ir para o check-up, após o teste, foi confirmado herpes negativo. sou tão livre e feliz. portanto, se você tiver algum problema ou estiver infectado com alguma doença, entre em contato com ele pelo e-mail drimolaherbalmademedicine@gmail.com. ou / whatssapp - 2347081986098.
    Esse testemunho serve como expressão de minha gratidão. ele também tem
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Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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