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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dicionário Médico: Letra O

OBESIDADE. Aumento do peso corpóreo por excesso de tecido adiposo no organismo. É uma afecção que incide em indivíduos de todas as idades, mas principalmente nos adultos do sexo feminino. Foram realizadas muitas pesquisas para estabelecer se nos obesos ocorrem alterações especiais; ficou evidenciado que não existe maior absorção de gorduras nem tendência dos tecidos em fixa-las além dos limites superiores do normal. A única causa da o. é uma disponibilidade de calorias superior ao consumo; porém, em alguns casos, existe uma alteração metabólica de modo que certa quantidade de calorias, consideradas normais, tornam-se excessivas (o.endógena).

A o. pode incidir em pessoas que, habituadas a uma vida muito dinâmica, passam a exercer atividade sedentária ou são obrigadas à imobilidade (por motivo de moléstia) e mantêm a dieta precedente; pode também ocorrer nos que ingerem quantidade excessiva de alimentos. Numa minoria de casos, a o. está ligada a estados mórbidos, sobretudo de origem endócrina: distrofia adiposo-genital, hipogonadismo, hipotireoidismo.

Além dos dados estéticos, a o. submete o coração a maiores esforços, determina exaustão física e dispnéia; nos portadores de doenças cardíacas, aumenta a tendência à descompensação; pode ocorrer distúrbios da mecênica articular, limitando os movimentos; predisposição a outras doenças metabólicas.

OLHO ou GLOBO OCULAR. Órgão do aparelho visual, de forma globosa, constituído pelo bulbo ocular, órbita, pálpebras, conjuntiva, aparelho lacrimal, aparelho oculomotor.

O bulbo está situado na órbita (cavidade craniana), sendo visível somente a sua parte anterior, esta é de forma ovóide e as suas paredes são constituídas por três membranas superpostas. A mais externa, denominada esclera, branca, dura, resistente, interrompe-se na parte anterior e é substituída pela córnea que é formada por tecido transparente. A segunda membrana, formada de tecido prevalentemente vascular, é denominada coróide; na parte anterior é substituída pela íris, disco de coloração diferente em cada pessoa (preto, castanho, verde, azul) em cujo centro existe um orifício de diâmetro variável, denominado pupila. O espaço entre a íris e a córnea, a câmara anterior do olho, contém o humor aquoso; atrás da pupila está localizado o cristalino, órgão transparente.

A membrana mais interna é a retina, constituída fundamentalmente por duas camadas, uma de epitélio pigmentado aderente à córnea e outra, nervosa, na qual estão localizados os elementos celulares visuais (cones e bastonetes), células bipolares ou de conexão e células ganglionares, que dão origem às fibras do nervo óptico. Na parte posterior da retina distingue-se a mácula lútea, que representa a região mais sensível aos estímulos luminosos e o disco do nervo óptico ou ponto cego porque corresponde à extremidade ocular do nervo e, portanto, não possui receptores.

O bulbo ocular tem a função de receber as imagens e de transmiti-las, através do nervo óptico, ao cérebro; comporta-se como uma máquina fotográfica: córnea, humor aquoso, cristalino, corpo vítreo, funcionam como lentes e fazem convergir os raios luminosos na retina (que por sua vez funciona como filme formando uma imagem); a pupila regula a quantidade de raios luminosos como um diafragma, dilatando-se quando a luminosidade é pequena e estreitando se for excessiva.

Quando os raios atingem a retina, os cones e os bastonetes transformam a energia luminosa em impulsos nervosos que passam para o nervo óptico, atingindo o cérebro. O bulbo ocular é protegido pela órbita, forrada de tecido adiposo e pelas pálpebras, duas pregas músculo-cutâneas que, abrindo-se e fechando-se, afastam partículas estranhas e espalham a secreção lacrimal. Esta é produzida por uma glândula situada na órbita; tem a função de umedecer o olho e defende-lo de infecções por meio de uma substância (lisozima) com ação bactericida, nela contida. Após exercer sua função, a secreção lacrimal (lágrimas) passa através de secreção lacrimal (lágrimas) passa através de um pequeno canal e atinge o nariz onde é eliminada.

A parte interna das pálpebras e a porção visível do bulbo ocular, exceto a córnea, são recobertas por uma membrana muito delgada, denominada conjuntiva.

No bordo das pálpebras estão inseridos pêlos (cílios).

O bulbo ocular move-se à custa de músculos que se inserem na esclera e forma o aparelho oculomotor.

Patologia do olho: a patologia do o. pode comprometer as suas diferentes porções ou estender-se a todo o órgão. Destacam-se: queratite (inflamação da córnea); irite (processo inflamatório da íris); coroidite (inflamação da coróide); panoftalmite (que afeta todo o globo ocular). São múltiplas as doenças degenerativas que ocorrem neste órgão e, de modo especial, as que afetam a retina ou os seus vasos. São muito importantes as alterações do sistema óptico, como miopia, hipermetropia, presbiopia, astigmatismo (ver Refração ocular, Vícios de).

Normalmente, o feixe de raios luminosos provenientes do infinito confluem num ponto da retina (foco); na miopia, estes raios têm seu foco na frente da retina e na hipermetropia, reúnem-se posteriormente à retina; a presbiopia, que constitui uma ocorrência fisiológica na idade avançada, é devida à rigidez do cristalino, por isso a acomodação é somente possível para objetos longínquos. Deve, ainda, ser considerado o estrabismo (ver), ligado a lesões da musculatura do olho.

OBLITERAÇÃO. Desaparecimento da luz de ducto por obstrução ou por aderência das paredes. Pode ser provocado por afecções diversas ou por meio s cirúrgicos.

OBSESSÃO (ou Psicose Obsessiva). Psicopatia caracterizada pelo predomínio absoluto e exclusivo de uma idéia ou de associação de idéias que leva o indivíduo a um estado de angústia.

OBTURAÇÃO. Manipulação destinada a tapar ou obstruir um orifício ou conduto, à custa de substância sólida.

OCCIPITAL (Osso). Osso da cabeça em forma de lâmina recurvada, situado na parte posterior do crânio; no seu segmento inferior, o occipital apresenta um forame através do qual passa o neuro-eixo. Articula-se com a primeira vértebra cervical ou Atlas.

OCITÓCICO. Medicamento que provoca contrações, acelerando a expulsão do feto.

OCITOCINA. Ver Pituitrina.

OCLUSÃO INTESTINAL. Aparecimento de obstáculo que impede o trânsito do conteúdo na luz intestinal. As causas da o.i. são as mais diversas: presença de corpos estranhos na luz (cálculos biliares, coprólitos, etc); malformações congênitas (ausência da luz intestinal, ânus imperfurado); estenose cicatricial (enterite regional, colite ulcerosa, diverticuloses, etc.); bridas de origem infecciosa ou cirúrgica; tumores; estrangulamento de hérnias. Em outros casos, é devida a espasmo ou paresia da parede intestinal de origem nervosa ou pode verificar-se após peritonite, cólicas renais ou biliares, torção de cisto ovariano. O primeiro sintoma de o.i. é a dor súbita, de intensidade crescente e que bruscamente desaparece para ressurgir pouco depois; a seguir, surgem náusea e vômito e, enfim, colapso circulatório. Nos casos em que a o.i. surge gradualmente, como ocorre nos tumores, a manifestação fundamental é a prisão de ventre, cada vez mais intensa, acompanhada de vômitos e dores abdominais.

O prognóstico da o.i. dependa da causa, do estado das paredes intestinais e da rapidez da terapêutica.

OCRONOSE. Síndrome descrita por Virchow, caracterizada por coloração amarelo-pardacenta das cartilagens, dos tendões, da esclerótica e da pele. A o. pode ser endógena ou exógena. A primeira é devida ao acúmulo de melanina nas células, sendo secundária a distúrbios metabólicos; a o. exógena é observada após intoxicações crônicas provocadas pelo fenol.

OCULOMOTOR (Nervo). Terceiro par de nervos cranianos que presidem alguns movimentos do globo ocular; além disso, inervam o músculo motor da pálpebra.

ODONTALGIA ou DONTODINIA. Dor de dentes.

ODONTOMA. Tumor benigno, constituído de tecido dentário, que se forma no colo ou na raiz do dente.

OFIDISMO. Estado mórbido provocado pela peçonha de ofídios (cobras, serpentes) venenosas. Ver Peçonhas.

OFTALMECTOMIA. Extração do globo ocular.

OFTALMIA. Termo genérico utilizado para indicar inflamação do olho e da conjuntiva ocular.

OFTALMITE. Processo inflamatório da parte interna do bulbo ocular e que pode ocorrer após traumatismos ou moléstias infecciosas gerais. Às vezes, quando um olho é afetado por infecção, pode ocorrer o mesmo no outro olho. É caracterizada por formação de material purulento que invade a câmara posterior do olho e por irritação de todo o bulbo ocular que assume coloração amarelada.

OFTALMOBLENORRÉIA. Forma de conjuntivite de natureza blenorrágica.

OFTALMOPLEGIA. Paralisia que atinge um ou mais grupos de músculos oculares; a forma mais freqüente é a dos músculos inervados pelo nervo oculomotor. A o. é provocada por moléstias gerais (sífilis, esclerose em placas, tumores, hemorragia) ou por afecções intracranianas ou orbitárias.

OIDIUM. Gênero de cogumelo também denominados monílias que produzem monilíases (ver).

OLÉCRANO. Protuberância localizada na extremidade superior da ulna.

ÓLEO DE FÍGADO DE BACALHAU. Óleo extraído do fígado de um peixe 0 Gadus morthus (bacalhau) muito rico em vitaminas A e D e empregado sobretudo no tratamento do raquitismo.

ÓLEO DE RÍCINO. Óleo vegetal utilizado como purgativo.

OLFATO ou ÓRGÃO OLFATÓRIO. Um dos cinco sentidos que preside a percepção dos odores. Está situado na mucosa que reveste a parte superior das cavidades nasais (região olfatória da túnica mucosa do nariz), constituída por células bipolares. A extremidade superior de cada célula apresenta um prolongamento fibroso dotado de cílios que captam os estímulos olfatórios; do pólo inferior partem filamentos que, reunindo-se, formam o nervo olfatório. Este tem a função de transmitir as percepções captadas pelos cílios ao bulbo olfatório do cérebro.

Patologia do olfato: ver Anosmia (perda do olfato); Hiperosmia (aumento patológico das percepções olfatórias).

OLFATÓRIO (Nervo). Primeiro par craniano que se origina nas células olfatórias e conduz impulsos nervosos desencadeados por estímulos olfatórios.

OLIGOCOLIA. Secreção biliar deficiente.

OLIGOEMIA. Ver Hipervolemia e Hipovolemia. Diminuição do volume sangüíneo no organismo, devida a hemorragias graves.

OLIGOFRENIA. Defeito do patrimônio intelectual que consiste em pobreza do pensamento de um indivíduo. Pode ser avaliada em três graus: debilidade mental, imbecilidade e idiotia. Na debilidade mental, as idéias, o raciocínio e o julgamento são pobres; a linguagem pode ser normal mas o sentido de crítica é bastante precário. Na imbecilidade, ocorrem dificuldades do aprendizado, especialmente da leitura e instabilidade da atenção. Na idiotia, os indivíduos não falam ou só emitem sons ou pronunciam sílabas; são incapazes de manter qualquer contato com o ambiente; a atenção é nula.

A oligofrenia resulta de alterações graves do desenvolvimento embrionário do cérebro.

OLIGOMENORRÉIA. Aumento do intervalo intermenstrual, portanto superior a quatro semanas; a o. está quase sempre associada à hipomenorréia. Pode ser provocada por: alteração da função ovariana, doenças uterinas, tuberculose pulmonar, malária, anemia, doenças renais, sífilis, diabele.

OLIGOSPERMIA. Diminuição do número de espermatozóides no esperma.

OLIGOÚRIA. Diminuição da quantidade de urina emitida, que pode estar ligada a fatores fisiológicos (escassa ingestão de líquidos ou abundante sudorese) ou patológicos, ligados a afecções renais (nefrite, calculoses, insuficiência) ou gerais (ascite, pleurite).

OMAGRA. Dor de natureza gotosa, localizada na espádua.

OMENTO ou EPÍPLOO. Membrana serosa que envolve as alças intestinais.

OMOPLATA. Ver Escápula.

ONCÓGENO. Diz-se de agente responsável pelo aparecimento de tumores.

ONFALOCELE. Ver Umbilical (Hérnia).

ONICOGRIPOSE. Deformação da unha (especialmente a do álux) que se apresenta espessa e recurvada. Pode ser congênita ou adquirida (após sífilis, ictiose, elefantíase ou velhice).

ONICÓLISE. Desprendimento das unhas.

ONICOMALACIA. Amolecimento das unhas.

ONICOMICOSE. Infecção caracterizada pela presença de fungos parasitas nas margens das unhas.

ONIQUIA. Diz-se de qualquer afecção ou malformação da unha.

ONTOGÊNESE. Conjunto dos processos de desenvolvimento desde a fecundação até a maturação fetal completa.

ÓPIO. Suco leitoso extraído da cápsula de Papaver somniferum; contém grande número de alcalóides, entre os quais a morfina. Ver Hipnoanalgésicos.

OPISTÓTONO. Espasmo dos músculos posteriores do pescoço (nuca) e do dorso, próprio dos doentes com tétano.

OPOTERAPIA. Método terapêutico que consiste na administração de extratos de órgãos animais com a finalidade de compensar a insuficiência funcional dos órgãos do homem.

ÓPTICO (Nervo). Segundo par de nervos cranianos que se inicia no globo ocular.

ÓRGÃO VESTÍBULO-COCLEAR ou ESTATO-ACÚSTICO. (ou Aparelho Auditivo). Constitui o órgão da audição e do equilíbrio. Compreende três partes:ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno. O ouvido externo é constituído pelo pavilhão auricular, que se encontra na região temporal e é formado por cartilagem e tecido muscular recoberto por pele; do pavilhão parte o conduto auditivo, escavado no osso temporal.

O ouvido externo serve para conduzir ondas sonoras ao ouvido médio, que é constituído por uma cavidade e separado do conduto auditivo por uma membrana, denominada tímpano; na cavidade do tímpano, anfractuosa e cheia de ar, encontram-se três ossículos articulados entre si que, pela sua forma característica, se denominam: martelo, bigorna e estribo. O martelo apóia-se no tímpano e está articulado com a bigorna; esta, por sua vez, se articula com o estribo que se encontra aplicado a um orifício denominado janela oval. Da cavidade timpânica parte um canal, a trompa de Eustáquio, que se estende até a faringe e serve para equilibrar a pressão do ar do ouvido médio com a atmosférica.

A cavidade (ou caixa) timpânica comunica-se com um conjunto de cavidades cheias de ar, localizadas na apófise mastóide. As ondas sonoras que atingem o tímpano provocam vibrações que são transmitidas à cadeia dos três ossículos; estes, amplificando-as, enviam tais vibrações ao ouvido interno.

O ouvido interno é formado por uma cavidade de formato especial, o labirinto, forrado por uma membrana; entre a parte óssea e a membrana há um líquido denominado perilinfa, enquanto que no interior da membrana existe a endolinfa.

No labirinto existem três canais semicirculares: um, no sentido antero-posterior; o segundo, no sentido lateral e o terceiro, horizontal. No seu interior existem cílios que são movimentados quando ocorre qualquer movimento da cabeça; tais movimentos estimulam células da cabeça; tais movimentos estimulam células nervosas das quais partem fibras neuro-vestibulares que transmitem ao cerebelo e ao cérebro os impulsos nervosos. Além dos canais semicirculares existe um outro canal em espiral, denominado cóclea, no qual se encontra um órgão chamado aparelho ou órgão de Corti; este é estimulado pelas ondas sonoras que atingem o ouvido médio e são transmitidas ao cérebro através do nervo auditivo.

Patologia: entre as moléstias do ouvido externo situam-se as lesões traumáticas do pavilhão auricular, como ferimentos, contusões com o aparecimento de hematomas e os processos inflamatórios, tanto da cartilagem (pericondrite) como da pele que o reveste. No ouvido médio, são freqüentes as otites agudas ou crônicas; a mastoidite, da cavidade mastóide; as miringites, que afetam a membrana do tímpano. Quando tais processos inflamatórios têm evolução grave, podem afetar seriamente a audição, provocando até surdez total, em seguida à perfuração ou retração do tímpano ou por destruição da cadeira dos ossículos. A membrana do tímpano pode ser seriamente comprometida nas explorações. As doenças do ouvido interno são representadas sobretudo pelas labirintites, inflamações que afetam o tímpano e pelas petrosites, que interessam o labirinto ósseo, situado no temporal. O órgão de Corti pode ser afetado por processos patológicos de caráter repressivo por lesões do nervo acústico ou dos centros da audição.

ORGASMO. Ver Coito.

ORQUIALGIA. Dor nos testículos.

ORQUIECTOMIA. Ablação de um testículo ou de ambos.

ORQUIEPIDIDIMITE. Processo inflamatório, agudo ou crônico, do testículo e do epidídimo, cuja natureza é variável de acordo com o agente responsável pelo processo mórbido.

O. gonocócica ou blenorrágica: é provocada pelo gonococo, agente de uma das mais difundidas doenças venéreas, a gonorréia; a o. representa uma complicação desta doença e manifesta-se mesmo após decorrido longo período de tempo da infecção primitiva. O micróbio patogênio atinge o testículo através da circulação linfática das vias genitais; da uretra posterior, passa aos dutos ejaculatórios, às vesículas seminais, atravessa o canal deferente e localiza-se no epidídimo e no testículo. Multiplica-se com grande rapidez e provoca exsudação serosa. O testículo aumenta de tamanho e torna-se doloroso. Quando não é tratada imediatamente, a . pode tornar-se crônica.

O. luética: representa uma localização da sífilis; os espiroquetas afetam preferente os testículos, portanto trata-se mais propriamente de uma orquite luética.

O. tuberculosa: provocada pelo bacilo de Koch, proveniente de focos tuberculosos. A doença instala-se lentamente e tem evolução crônica, às vezes forma-se abscesso frio cujo material purulento é eliminado através de fístula.

O. inespecífica: vários micróbios podem ser responsabilizados por essa forma, destacando-se o bacilo coli e o estafilococo, que atingem o testículo através dos linfáticos. É comum surgir concomitantemente cistite ou prostatite.

O traumática: às vezes a o. se instala após traumatismo local. A o. determina, em todas as formas clínicas descritas, dores locais intensas, vermelhidão, tumefação e, habitualmente, febre.

ORQUITE. Processo inflamatório agudo ou crônico do testículo. Para a sintomatologia e formas clínicas; ver Orquiepididimite.

ORTOCEFALIA. Malformação congênita caracterizada por um crânio muito desenvolvido no sentido vertical.

ORTOFRENIA. Ramo da psiquiatria que se ocupa da reeducação dos doentes mentais.

ORTOGNATISMO. Formação esquelética do crânio, própria da raça caucásica, caracterizada por um deslocamento para a frente da maxila em relação à mandíbula.

ORTOPEDIA. Ramo da medicina que se ocupa da correção cirúrgica e mecânica das deformidades ósseas e articulares.

ORTOPNÉIA. Termo que indica dificuldade de respirar, obrigando o doente a permanecer quase sentado; é freqüente na descompensação cardíaca.

ORTOPRAXIA. Correção mecânica de deformidades.

ORTOPTÓTICO. Que corrige a obliqüidade dos olhos.

OSMIDROSE. sudorese com mau odor.

OSMOSE. Passagem de soluções aquosas através de membranas semipermeáveis. No organismo humano, os fenômenos de osmose verificam-se sobretudo nos capilares (onde ocorre saída do plasma para a nutrição dos tecidos) e nas vilosidades intestinais (onde se processa a passagem dos princípios nutritivos alimentares para os vasos sangüíneos e linfáticos).

OSSEÍNA. Substância de natureza protéica presente no tecido ósseo.

OSSIFICAÇÃO. Processo de desenvolvimento do tecido ósseo. (ver Osteogênese).

OSSO HIÓIDE. Pequeno osso situado na base da língua; articula-se com a laringe e está ligado à mandíbula por músculos e membranas fibrosas.

OSSO ILÍACO. Osso par, que com o ísquio, o púbis e o sacro, constitui o esqueleto da bacia.

OSSO SACRO. Ver Sacro (osso).

OSSOS. Órgãos rígidos de forma variada, em número de 206 no indivíduo adulto; o conjunto de ossos, cartilagens e articulações constitui o esqueleto. O tecido ósseo é formado por substância fundamental e células (osteócitos). A substância fundamental possui uma parte orgânica (osseína), associada substâncias inorgânicas (principalmente fosfato e carbonato de cálcio). O tecido ósseo apresenta dois tipos de substância óssea: compacta e esponjosa. A primeira é formada por substância fundamental disposta em lamelas concêntricas, formando cilindros, cujos canais longitudinais, centrais, denominam-se canais de Havers; estes se anastomosam e são percorridos por vasos e nervos. A segunda é formada por trabéculas delgadas, irregulares, constituindo cavidades de diversos tamanhos e que se comunicam entre si.

de acordo com a forma, ossos são classificados em quatro tipos principais: longos, curtos, planos e pneumáticos.

Ossos longos: têm forma alongada, isto é, o comprimento predomina sobre a largura e a espessura. Apresentam um corpo ou diáfise (segmento compreendido entre as duas extremidades do osso) formado de tecido compacto, com uma cavidade central contendo medula óssea; as epífises, são as extremidades constituídas por tecido esponjoso.

Ossos curtos: são formados quase que exclusivamente por tecido esponjoso.

Ossos planos: constituem-se de duas lâminas achatadas de tecido compacto. Entre elas há uma camada esponjosa denominada díploe.

Ossos pneumáticos: são ossos curtos que apresentam cavidade recoberta de mucosa e que se comunicam com o exterior.

Existem ainda, ossos incluídos em tendões ou ligamentos - ossos sesamóides - como a rótula e o pisiforme do carpo.

O periósteo é uma membrana que envolve completamente a superfície externa dos ossos, até o bordo das cartilagens articulares.

Na sua parte interna existe uma camada celular formada por osteoblastos, de valor na formação do tecido ósseo.

No adulto, estes encontram-se isolados, em pequenos grupos. As cartilagens articulares têm a função de proteger as articulações. A medula óssea apresenta-se como uma substância mole, vermelha ou amarela.

Nas paredes externas dos ossos notam-se saliências (processos, tubérculos, eminências, cristais, espinhas), depressões (fossas, incisuras, sulcos, impressões) e furos que dão passagem a vasos e nervos.

Alguns ossos estão soldados entre si, como os do crânio e outros apresentam-se articulados (ver Articulações). A função dos ossos é sustentar as estruturas e permitir os movimentos.

OSTEÍTE ou OSTEOMIELITE. Processo inflamatório do osso. Habitualmente compromete também o periósteo e a medula. Trata-se de moléstia bastante freqüente, pois os germes podem instalar-se facilmente nas paredes ósseas, entrando diretamente através de ferimentos cutâneos ou, indiretamente, por via sangüínea ou linfática. Existem diversos tipos de osteíte: osteíte infecciosa, osteíte micótica, osteíte parasitária, osteíte tóxica.

Osteíte infecciosa (ou microbiana): pode ser primitiva ou secundária a doenças gerais e ter evolução aguda ou crônica. Em relação à natureza da infecção, pode ser específica ou inespecífica. É própria da idade juvenil e afeta principalmente os ossos longos dos membros.

A lesão que se forma destrói o tecido; quando há formação de pus, este pode extravasar para o exterior, mesmo em pontos distantes do processo mórbido.

Osteíte infecciosa primitiva ou Osteomielite primária: processo que se localiza de preferência na epífise de ossos, na zona da cartilagem de crescimento. A afecção aguda surge após os germes se localizarem nessa zona, os quais, além de lesar o tecido, obstruem os vasos sangüíneos. Isso provoca o aparecimento de uma zona de necrose, nos bordos da qual se forma uma barreira óssea. Às vezes, há destruição da diáfise o que determina fratura. A osteomielite primária instala-se bruscamente, com febre elevada, cefaléia, dores intensas no membro atingido, que se exacerbam ao menor movimento. Após alguns dias, surge tumefação local, cujo conteúdo, purulento, se elimina através de fístula.

O processo pode tornar-se crônico (osteomielite crônica primária).

Osteíte infecciosa secundária ou Osteomielite secundária: surge após moléstias infecciosas gerais, como, por exemplo, tifo, pneumonia, escarlatina ou focos localizados, como furúnculos, otites, etc. Merecem destaque especial a forma tuberculosa (tuberculose óssea) e a sifilítica. A primeira é determinada por bacilos de Koch que atingem o osso por via hematogênica, linfática ou, ainda, após traumatismos que enfraquecem o tecido; inicialmente, localizam-se na medula óssea e depois invadem os tecidos adjacentes. A sintomatologia varia de acordo com a localização e o estado evolutivo da moléstia: instaura-se lentamente e manifesta-se com dores que aumentam quando é atingida a fase de caseificação (ver). As partes mais atingidas são os ossos da mão, do pé, do quadril e das vértebras.

A osteíte sifilítica, denominada osteomielite gomosa, é uma das localizações da sífilis e atinge habitualmente os ossos do crânio, a clavícula, o esterno e a tíbia. Os sintomas são: dores, especialmente durante a noite e contraturas musculares. O osso sofre lenta e progressiva destruição.

Osteíte micótica ou fungóide ou Osteomicose ou Micose óssea: a mais importante é a osteíte actinomicótica, provocada pelo Actinomyces bovis, que se localiza freqüentemente na mandíbula, a qual sofre um processo de degeneração. Os vegetais constituem o veículo da infecção.

Osteíte parasitária: são causadas pela ação de cistos de equinococos no osso. As localizações mais freqüentes são nos ossos da bacia, da coluna vertebral e dos membros.

Osteíte tóxica: surgem após episódios exógenos. Entre estes destaca-se a osteoperiostite mercurial, doença profissional típica que afeta os que trabalham com o mercúrio. A doença lesa inicialmente as gengivas e, depois, o tecido ósseo. O fósforo provoca osteíte (osteoperiostite fosfórica) e lesa o maxilar ou a mandíbula, destruindo-os, enquanto os dentes caem espontaneamente á medida que o processo mórbido evolui.

OSTEÍTE DEFORMANTE PROGRESSIVA ou DOENÇA DE PAGET: O termo é usado para designar duas afecções: uma da mama e outra óssea. A primeira é uma forma de tumor maligno da mama, durante o período de menopausa. A dos ossos, também denominada osteíte deformante progressiva, manifesta-se com hipertrofia óssea parcial ou geral, que provoca deformidades esqueléticas; sua etiologia é obscura.

OSTEÍTE FIBROCÍSTICA GENERALIZADA ou MOLÉSTIA DE RECKLINGHAUSEN: Sob esta denominação são compreendidos dois quadros clínicos: a neurofibromatose generalizada de Recklinghausen e a osteose paratireoidiana de Recklinghausen. Neurofibromatose ou dermofibromatose generalizada de Recklinghausen: afecção caracterizada pela formação de pequenos tumores cutâneos (neurofibromas) e por máculas pigmentadas difusas. O quadro clínico é representado por sintomatologia dolorosa e distúrbios nervosos; a etiologia é obscura.

Osteíte paratireoidiana de Recklinghausen ou osteíte fibrocística generalizada: osteopatia atrófica generalizada, acompanhada de formação de tumores. É devida a alterações metabólicas do cálcio e do fósforo e ligada ao hiperparatireoidismo.

OSTEOARTRITE. Processo inflamatório agudo ou crônico, articular, que se propaga ao tecido ósseo contíguo.

Osteoartrite aguda: é provocada mais freqüentemente pelo estafilococo e pelo estreptococo. Manifesta-se com dor, inchaço e vermelhidão na região atingida. É característico o aparecimento de um abscesso purulento e febre. Em muitos casos, a articulação se torna anquilosada.

Osteoartrite tuberculosa do joelho: processo inflamatório crônico de natureza tuberculosa na articulação do joelho. A afecção tem evolução degenerativa e predileção pelo sexo masculino, durante a infância ou a adolescência.

OSTEOARTRITE TUBERCULOSA DO QUADRIL. Moléstia de natureza tuberculosa que atinge mais freqüentemente a cabeça do fêmur, produzindo lesões mais ou menos extensas. Os primeiros sintomas são caracterizados por dor na articulação coxofemoral, a qual se intensifica cada vez mais, a ponto de impedir os movimentos. Complicação freqüente é a formação de abscesso frio.

OSTEOARTROPATIA. Termo genérico para indicar afecção óssea e articular.

OSTEOARTROPATIA ou OSTEOPATIA DE PIERRE MARTE (ou Periostite hipertrófica ou Periostite hiperplástica secundária). É caracterizada pelo aumento de volume das extremidades dos dedos que tomam o aspecto de baquetas de tambor, denominados dedos hipocráticos. A afecção é devida à neoplasia óssea do periósteo e verifica-se durante a evolução de moléstias crônicas pulmonares ou cardíacas.

OSTEOATROFIA. Processo atrófico agudo ou crônico do osso.

Osteoatrofia Crônica: é caracterizada por uma descalcificação progressiva. Pode depender de inatividade prolongada, de compressão contínua, de doenças nervosas graves ou de alterações circulatórias locais.

Osteoatrofia aguda de Sudek: afeta de preferência os ossos das mãos ou dos pés, como conseqüência de inflamações do tecido ósseo, de traumatismos, de congelamentos, de lesões nervosas. A evolução é rápida e a etiopatogenia, obscura.

OSTEOBLASTOS. Células encontradas no tecido ósseo. Ver Ossos.

OSTEOCLASTOS. Células polinucleadas destinadas à destruição e à reabsorção do tecido ósseo. A sua ação, contrária à dos osteoblastos (ver), verifica-se na evolução de algumas osteopatias.

OSTEOCONDRITE. Doença própria da infância, que afeta as cartilagens de crescimento e os núcleos de ossificação, provocando malformações esqueléticas.

A forma mais difusa de osteocondrite é a luética, que atinge de preferência os ossos longos dos membros.

Osteocondrite infantil do quadril (ou Coxa plana ou Doença de Legg-Calvé-Perthes): a síndrome verifica-se com mais freqüência no sexo masculino entre 4 e 10 anos de idade, sendo caracterizada por um processo de necrose da epífise femoral. A evolução é lenta e a etiopatogenia, ainda obscura.

Osteocondrite vertebral infantil (ou Vértebra plana ou Doença de Calvé): Moléstia rara da coluna vertebral que se verifica mais freqüentemente em crianças de 5 aos 10 anos de idade.

A afecção provoca lesões vertebrais e conseqüente encurvamento da coluna.

OSTEOCONDRODISTROFIAS. Grupo de doenças caracterizadas por lesões dos núcleos epifisários e das cartilagens periarticulares, que se manifestam durante o crescimento, por distúrbios do processo de ossificação. São freqüentemente de origem hereditária e determinam deformidades mais ou menos acentuadas. Podem ser gerais, comprometendo todo o esqueleto ou localizadas. A origem é obscura.

OSTEODISTROFIA. Termo que indica qualquer doença óssea de natureza não inflamatória.

Osteodistrofia fibrosa ou fibrocística localizada ou Osteodistrofia juvenil cística de Mikulicz: doença rara caracterizada pelo aparecimento de cistos, própria da juventude (dos 5 aos 12 anos de idade), de evolução lenta e progressiva.

OSTEOESCLEROSE. Espessamento dos ossos devido ao adensamento das trabéculas. Na osteoesclerose ocorre prevalência da atividade dos osteoblastos sobre a dos osteoclastos. Pode ser primitiva ou secundária; esta verifica-se na estase venosa e nas doenças ósseas (osteíte e osteomielite crônica). A osteoesclerose primitiva está ligada a distúrbios endócrinos.

OSTEÍFITOS. Formações patológicas que surgem na superfície externa do osso.

OSTEOGÊNESE. Processo de formação dos ossos. Os ossos têm origem no tecido embrionário indiferenciado (mesênquima) através da osteogênese direta ou da osteogênese indireta; a ossificação é realizada por algumas células, os osteoblastos que produzem o tecido ósseo. O desenvolvimento do esqueleto se realiza em fases sucessivas.

OSTEÓIDE. Termo que indica o tecido ósseo ainda não calcificado, portanto mole e flexível, como também ocorre no raquitismo e na osteomalacia.

OSTEOMA. Tumor benigno constituído por tecido ósseo esponjoso ou compacto.

OSTEOMALACIA. Diminuição da quantidade de cálcio contido nos ossos; difere do raquitismo porque incide nos adultos, quando o crescimento do esqueleto já se completou. As causas são: absorção inadequada de cálcio ou a sua eliminação excessiva por via renal. Os sintomas são : dores ósseas espontâneas ou provocadas por pressão, astenia muscular e, às vezes, tetania; podem ocorrer fraturas espontâneas (denominadas patológicas).

OSTEONECROSE. Ver NECROSE ÓSSEA.

OSTEOPATIA. Termo que indica qualquer moléstia dos ossos.

OSTEOPERIOSTITE. Processo inflamatório do tecido ósseo e do periósteo. Ver Osteíte e Periostite.

OSTEOPETROSE ou OSTEOSCLEROSE FRÁGIL GENERALIZADA (ou Doença de Albers-Schoenberg). Doença do esqueleto caracterizada por eburnação do osso. Afeta preferentemente a diáfise que perde a sua resistência aos traumatismos. É de etiologia obscura; manifesta-se geralmente na infância e compromete a medula óssea; por essa razão é, quase sempre, mortal.

OSTEOPOROSE. Moléstia óssea caracterizada por diminuição do conteúdo mineral; ao exame radiológico, o osso afetado aparece mais transparente. A causa mais freqüente é a avitaminose, porém algumas endocrinopatias, como a moléstia de Cushing, também podem provocar a osteoporose.

OSTEOPSATIROSE CONGÊNITA ou FETAL ou OSTEOGENE IMPERFEITA. Moléstia congênita do esqueleto, caracterizada por fragilidade dos ossos, que se fraturam espontaneamente. A causa está relacionada com a disfunção da atividade dos osteoblastos. Muitas vezes as crianças apresentam, ao nascer, numerosas fraturas produzidas durante a vida intrauterina, das quais resultam calos ósseos deformantes. O prognóstico é grave.

OSTEOSSRCOMA. Tumor maligno formado por tecido conectivo, próprio da juventude e caracterizado pela alta malignidade e evolução rápida. Localiza-se mais freqüentemente nos ossos longos dos membros.

ÓSTIO. Orifício de comunicação entre duas cavidades do organismo.

OTALGIA. Termo que indicador no ouvido.

OTITE. Inflamação do ouvido; conforme a parte lesada, distinguem-se três formas: otite externa, otite média e otite interna.

Otite externa: é a inflamação do pavilhão auricular, geralmente provocada por traumatismos ou por propagação de focos infecciosos vizinhos.

Otite média: afecção que pode ser aguda ou crônica; seu aparecimento é favorecido por estados inflamatórios das primeiras vias aéreas (do nariz, da laringe, das amídalas) e por moléstias infecciosas. É freqüente nas crianças. A sintomatologia varia em função da gravidade do processo: o doente pode revelar somente hipoacusia e leve sensação vertiginosa ou, então, nas formas mais graves e principalmente nas purulentas, dor muito intensa, febre, surdez. A otite média pode passar para a fase crônica quando não for realizado tratamento, ou quanto as condições gerais forem precárias ou, ainda, pela coexistência de outras moléstias. A fase crônica é caracterizada pela persistência de distúrbios auditivos e pela eliminação de material purulento. A otite crônica pode resultar em complicações graves por propagação de infecção a órgãos próximos, determinando mastoidites, labirintites, abscessos cerebrais e cerebelares, meningites.

Otite interna: também denominadas labirintites, provocam graves distúrbios do equilíbrio e sintomatologia caracterizada por vertigens, vômitos, náuseas e surdez. tais sintomas podem persistir mesmo após a cura do processo.

OTOEMORRAGIA. Hemorragia que se processa pelo ouvido.

OTOESCLEROSE. Processo distrófico da cápsula óssea labiríntica junto à janela oval, provocado por anquilose do estribo. A o. tem especial predileção pelo sexo feminino e é de caráter hereditário. Manifesta-se por surdez bilateral progressiva, com sensação de rumores sonoros.

OTOMICOSE. Afecção parasitária provocada por fungos e localizada nas paredes do ouvido externo.

OTORRÉIA. Eliminação de secreção serosa pelo ouvido.

OTOMASTOIDITE. Inflamação da mastóide, conseqüente à otite.

OVÁRIOS. Duas glândulas sexuais (gônadas) femininas, de forma ovalada, situadas na cavidade pélvica, lateralmente ao útero. São unidas à parede posterior do abdome e ao útero por dois cordões fibrosos. Têm coloração rósea; de acordo com a idade da mulher, sua superfície é mais ou menos rugosa. O ovário desempenha função reprodutiva e endócrina. É constituído por uma parte central medular, ricamente vascularizada e por uma zona periférica cortical na qual se acham localizadas cavidades de forma esférica e de tamanho variável os folículos oóforos. Estes contêm as células germinativas femininas (óvulos). O número desses folículos é de aproximadamente 300.000 na recém-nascida, porém, somente uma parte deles (cerca de 400) atinge a maturação; os restantes se atrofiam. Durante o ciclo menstrual, desde a puberdade até a menopausa, um só desses folículos atinge a maturidade, o qual se dirige para a superfície externa do ovário e se rompe, liberando o óvulo nele contido.O fenômeno, denominado ovulação ocorre mais ou menos na metade do ciclo menstrual. O óvulo passa para a trompa uterina e, pouco tempo depois, atinge o útero; se for fecundado, passa a denominar-se ovo, desenvolve-se e dará origem a um novo ser. Se não o for, será eliminado durante a menstruação.

Como já foi assinalado, o ovário desempenha função endócrina. No órgão estão presentes as células luteínicas teçais que elaboram a foliculina ou estrona, que tem a função de estimular a hipertrofia da mucosa e da musculatura uterina; durante o parto, este hormônio prepara o útero para a ação da ocitocina, elaborada pela neuro-hipófise. Após o parto, estimula a atividade da glândula mamária. Além disso, a foliculina concorre para o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários femininos. O corpo lúteo (ou amarelo) secreta a progesterona ou luteína que favorece a implantação do ovo fecundado, inibe a maturação dos folículos e inibe as contrações uterinas.

Patologia do ovário: entre as moléstias ovarianos destacam-se os cistos e as ovarites.

Cistos do ovários: formações ovaladas contendo líquido. Os cistos ovarianos são de diversos tipos, em função da causa que os provocou. São freqüentes os cistos de retenção, devidos ao aumento de volume do folículo, o qual, por motivos ignorados, atinge a maturação, porém não se rompe. Às vezes, tais cistos atingem as dimensões de uma laranja e apresentam-se repletos de líquido transparente. O cisto-adenoma é formado por líquido que tende a aumentar; trata-se de uma formação benigna, habitualmente unilateral. O cistopapiloma contém formações epiteliais de diversos tipos; também é de caráter benigno.

Ovarites: processos inflamatórios agudos ou crônicos do ovário. Os agudos, por sua vez, podem ser de natureza serosa ou purulenta em relação ao tipo de micróbios que determinou o processo. Os agentes infectantes atingem o ovário a partir de um foco inflamatório próximo, ou então, por via linfática ou sangüínea. A ovarite crônica primária representa uma das localizações da infecção blenorrágica ou tuberculosa.

OVARIOTOMIA ou OOFERECTOMIA. Extirpação cirúrgica de ovário gravemente comprometido.

OVIDUTO. Ver Trompa uterina.

OVO. É o resultado da fusão entre o gameta feminino (óvulo) e o masculino (espermatozóide) de cujo desenvolvimento surgirá um novo ser (ver Óvulo).

OVULAÇÃO. Período do ciclo menstrual no qual o óvulo, pronto para ser fecundado, sai do folículo de Graaf, provocando a ruptura dele.

ÓVULO. Gameta feminino produzido no ovário.

OXALEMIA. Afecção metabólica, caracterizada por excesso de ácido oxálico no sangue. Pode ser primitiva ou secundária à diabete ou à hepatopatia.

OXALÚRIA. Presença de ácido oxálico na urina, que tem a mesma causa da oxaleria (ver). Algumas vezes não apresenta sintomatologia, mas, em certos casos, manifesta-se com queimor à micção e dores na região renal (o.paroxística).

OXIDAÇÃO. Consiste em aumentar a carga positiva de um cátion ou a negativa de um ánion.

OXIDASE. Enzima que facilita a oxidação.

OXIGÊNIO. Elemento químico que se encontra na Natureza, livre ou combinado com outras substâncias.

OXIGENIOTERAPIA. Administração de oxigênio por inalação através do aparelho respiratório. O oxigênio puro, administrado durante longos períodos, pode determinar distúrbios do ritmo respiratório, porque provoca diminuição da tensão de anidrido carbônico. Por essa razão, em determinados casos, a oxigenioterapia é também realizada administrando-se uma mistura de oxigênio contendo 5% de anidrido carbônico.

O oxigênio é fornecido em bombonas ligadas a um recipiente contendo água, de modo a umedecer o gás inspirado. Nos hospitais, o acesso do oxigênio ao doente é realizado por sonda introduzida no nariz ou em tendas transparentes, sob a qual o doente é colocado. O organismo não pode sobreviver sem oxigênio, nem possui reservas desse elemento. Portanto, cada vez que ele falta ou diminui, por motivos diversos, os tecidos sofrem consideravelmente.

A oxigenioterapia encontra aplicação em diversas condições mórbidas, como nas moléstias pulmonares e nas cardiocirculatórias, nas intoxicações que reduzem o teor de oxigênio, etc.

OXIHEMOGLOBINA. Hemoglobina oxidada: é o pigmento presente nos glóbulos vermelhos do sangue arterial, após a oxidação nos pulmões.

OXIURÍASE. Helmintíase intestinal provocada por um verme, o Oxiurus vermicularis. Atinge principalmente crianças que se infestam ingerindo alimentos contaminados por ovos do parasita. O verme localiza-se no intestino delgado e provoca sintomas gerais (cefaléia, náusea, vômito) e locais (prurido anal, prisão de ventre).

OZENA. Ver Rinite crônica.

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Quem sou eu

Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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