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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dicionário Médico: Letra H

HÁLITO. O hálito ou seja, o ar expirado dos pulmões, normalmente não tem odor; pode ser desagradável em estados mórbidos devido a afecções dentárias ou da cavidade oral (cáries, estomatite, tonsilite); afecções gástricas (gastrite, dispepsia) ou, simplesmente devido a higiene precária dos dentes. Algumas doenças produzem hálito característico (pútrido nos abscessos pulmonares, amoniacal nas nefrites, de acetona nas acetonemias).

HALITOSE. Cheiro anormal do hálito.

HÁLUX. Primeiro dedo do pé correspondente ao polegar da mão. Também denominado grande artelho, é formado por duas falanges.

HÁLUX VALGO e VARO. Deformidade do hálux caracterizada por um desvio para o exterior (valgo) ou para o interior (varo), do primeiro metatarsiano.

HANSENÍASE. Ver Lepra.

HEBEFRENIA. Forma de esquizofrenia, própria da puberdade, que se manifesta com alterações do pensamento, da vontade e dissociação da personalidade.

HEBETISMO. Síndrome psíquico secundário a moléstias mentais de natureza variada, caracterizado por fisionomia inexpressiva do doente, ausência, indiferença a estímulos externos.

HELMINTÍASE (ou VERMINOSE). Termo utilizado para designar moléstias provocadas por vermes parasitas do intestino.

HEMATÊMESE. Vômito sanguinolento que pode ser de origem gástrica ou extragástrica. Entre as causas gerais podem ser citadas diáteses hemorrágicas, algumas doenças do baço (esplenomegalia tromboflebítica), cirrose hepática, lesões da cavidade oral, intoxicações. Entre as doenças de natureza gástrica, o maior responsável é a úlcera, principalmente quando ela ocorre em ponto correspondente a vasos de calibre maior.

HEMATOCELE. Acúmulo de líquido sanguinolento na túnica vaginal do testículo; é originado por inflamação crônica com conseqüente secreção sangüínea ou, mais raramente, por tumor ou diátese hemorrágica. O h. t. provoca tumefação e dor intensas na região escrotal, impedindo a deambulação.

HEMATOCELIA. Coleção sangüínea na cavidade peritoneal.
H. gravídica: aparece após a gravidez extra-uterina que provoca a ruptura da trompa; o sangue se acumula na zona de maior declive da região retro-uterina.
H. não gravídica: conseqüente a hemorragias ovarianas ou tubáricas que aparecem após processos supurativos ou ulcerativos ou ainda, por torção dos anexos.

HEMATOCOLPOMETRA. Acúmulo de sangue extravasado no útero e na vagina.

HEMATOCOLPOS. Acúmulo do líquido menstrual quase sempre devido a malformação congênita do hímen que se apresenta imperfurado. Nestes casos, a h. se verifica por ocasião da primeira menstruação; o sangue acumulado dilata cada vez mais as paredes da vagina. A terapêutica é cirúrgica incisando a membrana himenal.

HEMATOLÓGICO (Exame). Determinação das alterações dos números absolutos e das porcentagens dos glóbulos vermelhos e dos brancos, de seus caracteres morfológicos e afinidades tintoriais, assim como da quantidade de hemoglobina, para fins de diagnóstico.

HEMATOMA. Acúmulo de sangue no tecido provocado por extravasamento ou por lesões dos vasos. Quase sempre é de origem traumática porém pode surgir espontaneamente durante a evolução de algumas doenças que provocam a fragilidade vascular. Em geral, o h. é circunscrito; porém, pode difundir-se principalmente nos casos de ruptura das paredes de artérias quando o sangue encontra a possibilidade de penetrar pelos espaços tissulares. O h. se reabsorve lentamente, embora isso nem sempre ocorra nas formas difusas, quando é necessário intervir cirurgicamente.

HEMATOMETRA. Acúmulo de sangue extravasado no útero.

HEMATOMIELIA. Presença de sangue na medula espinal por hemorragia. Pode ser provocada por traumatismos na coluna vertebral ou lesões das artérias, manifestando-se clinicamente por dores intensas na região atingida, paralisia dos membros e dos esfíncteres, distúrbios da senilidade.

HEMATOPOESE. Processo de formação dos glóbulos vermelhos, dos glóbulos brancos e das plaquetas a partir da medula óssea, do baço e dos linfonodas, os quais, em conjunto, constituem o sistema hematopoético.

HEMATOPORFIRIA. Ver Porfirinúria.

HEMATOSE. Transformação do sangue venoso em arterial, que se processa nos pulmões, com a eliminação do anidrido carbônico e a fixação do oxigênio.

HEMATOSSALPINGE. Presença de sangue na trompa uterina que se pode verificar na gravidez extra-uterina, nas oclusões das vias genitais inferiores, nas neoplasias dos anexos.

HEMATOZOÁRIO. É assim denominado qualquer protozoário parasito do sangue.

HEMATÚRIA. Emissão de urina com sangue. Pode ser visível a olho nu ou somente com exame microscópico. A h. pode ser provocada por lesão ou por moléstia renal ou ainda, por afecções vesicais.

HEMERALOPIA (ou Cegueira Noturna). Distúrbio caracterizado por diminuição da acuidade visual quando a luz é escassa (após o pôr do sol ou em ambientes pouco iluminados). O fenômeno é devido a defeito de adaptação da retina. A h. pode ser hereditária ou adquirida e depender de causas gerais (carência de vitamina A) ou locais (retinite, lesão do nervo óptico).

HEMIANOPSIA. Defeito que consiste na perda da metade do campo visual. Denomina-se h. monocular ou binocular quando, respectivamente, abrange um ou ambos os olhos. É horizontal quando o paciente vê somente a metade superior ou inferior dos objetos e vertical quando percebe a metade direita ou esquerda. Este defeito visual depende de lesões do quiasma óptico provocadas por traumatismos cranianos, distúrbios circulatórios, tumores cerebrais, meningites, encefalites.

HEMIANOSMIA. Perda da olfação limitada a uma fossa nasal, sintoma de lesão do nervo olfativo.

HEMIATETOSE. Atetose unilateral.

HEMIATROFIA FACIAL. Forma de atrofia que interessa a metade da face, devida a processos unilaterais inflamatórios, degenerativos ou neoplásicos dos nervos da face. A doença é progressiva e o doente apresenta redução de volume da região atingida que permanece sem sensibilidade.

HEMICORÉIA. Manifestação de movimentos coréicos limitados a uma só parte do corpo.

HEMICRANIA. Moléstia caracterizada por crises de cefaléia precedida de mal-estar geral. O início da crise é assinalado por distúrbios visuais, auditivos, estado vertiginoso; tais sintomas são determinados por redução do lúmen de vasos sanguíneos cerebrais. A esta fase segue-se a cefaléia, freqüentemente limitada a uma metade da cabeça ou a uma área (temporal, frontal, occipital, parietal); a dor é pulsante, sincrônica com o pulso periférico; posteriormente surge náusea, vômito, sudorese, anorexia, palidez facial, lacrimejamento, diurese abundante. A etiologia da hemicrania é bastante discutida; sem dúvida, são importantes os fatores psicológicos. De fato, a hemicrania afeta principalmente pessoas inseguras, insatisfeitas. Tem sido também considerados fatores alérgicos e a hipertensão.

HEMIPLEGIA MOTORA. Perda dos movimentos voluntários numa metade do corpo. Pode ser orgânica ou funcional. No primeiro caso, depende de lesões na zona motora cortical ou no feixe piramidal; no segundo caso, a dificuldade ou a incapacidade de realizar os movimentos é devida a moléstias psíquicas, constituindo um sintoma de neurose, principalmente a histeria.

HEMOCULTURA. Meio de diagnóstico que consiste em semear sangue em meio de cultura apropriado e verificar a presença ou fazer o reconhecimento de microrganismos patogênicos.

HEMOFILIA. Esta doença é a manifestação da incapacidade de o sangue coagular-se (ver coagulação), pela ausência de um dos fatores indispensáveis. A h. é hereditária e transmitida pela mãe, portadora de um gene ligado ao cromossomo X, aos filhos do sexo masculino. Os hemofílicos são pessoas aparentemente normais que, em conseqüência de pequenos traumatismos ou lesões, apresentam hemorragias intensas, durante horas ou dias. As hemorragias às vezes são da mucosa nasal (epistaxe), da mucosa, bucal e faríngea; outras vezes, ocorrem nos músculos ou nas articulações (hemartroses). Estas determinam uma reação dos tecidos, causando deformidades e obrigam imobilização.

HEMOFTALMIA. Derramamento de sangue na cavidade ocular, provocado por traumatismos ou ruptura espontânea de vasos.

HEMOGLOBINA. Pigmento dos glóbulos vermelhos do sangue. A h. é formada por uma proteína, a globina, e por um pigmento não protéico, o heme ou protoporfirina ferrosa. É a hemoglobina que dá a cor do sangue. Normalmente, a quantidade de hemoglobina existente no total das hemácias é de 16 g correspondendo a 100%, que pode aumentar ou diminuir em condições patológicas. A importância da h. reside na sua capacidade de fixar o oxigênio, formando a oxiemoglobina; por outro lado, a oxiemoglobina cede facilmente o seu oxigênio, quando o sangue atinge zonas de baixa tensão desse gás. As duas propriedades - fixar e ceder oxigênio - são de grande importância para o transporte desse elemento aos tecidos. Nos capilares do pulmão, a hemoglobina fixa o oxigênio do ar inspirado; as hemácias transportam o oxiemoglobina através dos vasos arteriais e atingem as capilares dos tecidos. Como estes capilares têm diâmetro menor do que a hemácia, esta circula lentamente e a hemoglobina cede o oxigênio para os tecidos e recebe destes o gás carbônico, resultando a carboxiemoglobina. Esta hemoglobina, agora carregada de gás carbônico retirado dos tecidos, é que dá a cor escura ao sangue venoso que retorna ao pulmão para oxidar-se novamente.

HEMOGLOBINÚRIA. Aumento de excreção de hemoglobina pela urina, que se apresenta de cor vermelha mais ou menos intensa conforme a intensidade da h. Resulta da destruição de glóbulos vermelhos do sangue que libertam a hemoglobina.
H. das doenças hemolíticas: verifica-se nas anemias hemolíticas como decorrência de grande destruição de glóbulos vermelhos no baço, pela ação de hemolisinas.
H. paroxística ou doença de Marchiafava-Micheli: caracterizada por acessos de hemólise seguidos de hemoglobinúria que se manifestam durante o sono, geralmente desencadeadas por infecções.
H. da marcha: manifesta-se quase sempre em jovens após esforços físicos na posição ereta, como durante marchas prolongadas.
H. traumática ou crush-síndrome: após esmagamento de massas musculares.
H. tóxica: em conseqüência da ingestão de certos cogumelos, inalação de substâncias químicas, como compostos de arsênico, fósforo, antimônio.

HEMOGRAMA (de Schilling). Exame laboratorial efetuado para verificar as proporções e os caracteres morfológicos dos glóbulos brancos do sangue, de extraordinária importância para o diagnóstico e a evolução de numerosas doenças.

HEMÓLISE. Ruptura de glóbulos vermelhos que se verifica em várias moléstias como nas anemias hemolíticas corpusculares (anemia ou icterícia hemolítica familiar), nas anemias hemolíticas hemolisínicas (anemia hemolítica por transfusão de sangue, eritroblastose fetal). A h. pode ser também provocada por certas substâncias químicas, mesmo por algumas utilizadas como medicamentos, por esforços físicos pronunciados, traumatismos.

HEMOLISINA. Anticorpo do sangue que se fixa nos glóbulos vermelhos, destruindo-os.

HEMOPATIA. Nome genérico de qualquer moléstia do sangue.

HEMOPERICÁRDIO. Presença de sangue no pericárdio que se verifica após traumatismos (ferimentos penetrantes), ruptura de aneurisma, infartos cardíacos. Manifesta-se com dor intensa e sensação de constrição retro-esternal e cianose.

HEMOPERITÔNIO. Presença de sangue na cavidade peritoneal em virtude de traumatismos violentos, infartos intestinais, hemorragias dos órgãos genitais femininos, que se verificam durante a gravidez extra-uterina ou por ruptura do útero.

HEMOPTISE. Eliminação de sangue com a expectoração, conseqüente a lesões bronquiais ou pulmonares. Na maior parte dos casos, a h. é um sintoma de tuberculose ou de infarto pulmonar. No entanto, também podem ocasionar h. a pneumonia, a bronquite e outras afecções crônicas da árvore bronquial e do pulmão.

HEMORRAGIA. Saída do sangue para fora dos vasos sangüíneos ou das cavidades do coração. Pode ser externa (quando o sangue é eliminado para o exterior do organismo, como nos ferimentos externos, ou para órgãos que se comunicam com o exterior, como as vias urinárias, os pulmões, o aparelho digestivo) ou interna (quando o sangue invade cavidades, como peritônio, pleura, pericárdio, meninges, ou se difunde nos interstícios dos tecidos).
O sangue que extravasa de uma veia, tem menor pressão do que quando sai de uma artéria; além disso, apresenta coloração mais escura. Se a h. é muito abundante, ocorre anemia aguda que se manifesta com palidez pronunciada, pulso fraco, dificuldade respiratória, obnubilação mental, podendo chegar ao choque.
A h. pode ser provocada: por ruptura de artéria ou de veia ou pela dilaceração de capilares, (traumatismos em geral, instrumentos perfurantes ou cortantes, ferimentos por projéteis de armas de fogo, esmagamentos, agressões, etc); por diapedese ou extravasamento do sangue através das paredes (hemorragias espontâneas determinadas por: choque alérgico, carência vitamínica C ou K, septicemias da endocardite bacteriana, tétano, peste bubônica, venenos de cobra); por erosão da parede de artéria ou de veia (por processo tuberculoso, úlcera gastrintestinal).
A h. recebe denominações especiais segundo o local onde surge ou o aspecto que apresenta: hemopericárdio (h. no pericárdio); hemorórax (h. da cavidade pleural); hemoperitônio (h. na cavidade peritoneal); hemoptise (sangue eliminado com o escarro); hemotêmese (sangue eliminado pela boca com o vômito); melena (sangue eliminado pela boca, com aspecto de borra de café); hematocele (h. da vagina ou do testículo); hematúria (sangue eliminado pelas vias urinárias); hematossalpinge (h. da tuba uterina); hematocolpos (acúmulo de sangue na vagina); metrorragia (h. uterina); epistaxe (h. nasal); hemartrose (h. na cavidade articular); petéquias (h. minúsculas da pele); equimose (h. difusa no tecido subcutâneo); púrpura (h. múltiplas da pele); hematoma (coleção sangüínea formando um tumor).

HEMORRÁGICA (Doença h. do recém-nascido). Doença hereditária que pode manifestar-se logo após o nascimento, determinando a morte por hemorragia em diversos órgãos (supra-renais, pulmões, intestinos, meninges), ou mais tardiamente, com hemorragias nasais (epistaxes), musculares, cutâneas, meníngeas. A forma tardia é também denominada parahemofilia.

HEMORRÓIDAS. Dilatações das veias da zona ano-retal, devidas a uma debilidade congênita ou adquirida após episódios inflamatórios ou tóxicos; outras vezes, constituem a evidenciação do aumento da pressão na veia porta, com a qual estão em comunicação. Isso verifica-se, por exemplo, nos casos de cirrose hepática. As causas mais freqüentes das h. são a prisão de ventre, a gravidez e o parto. São denominadas internas as h. localizadas acima do esfíncter anal e externas as localizadas abaixo. Os sintomas são representados por prurido, queimor local e pequenas hemorragias durante a defecação que podem conduzir lentamente à anemia. Nos casos em que os vasos hemorroidários estejam “estrangulados” pelo esfíncter anal, ou se inflamam por outras causas, surgem dores intensas acompanhadas de dificuldades na micção e febre.

HEMOSTASIA. Supressão de derramamento sangüíneo, mediante o uso de recursos diversos, dentre os quais se destaca a compressão direta no ponto onde se processa a hemorragia ou, quando se trata de uma artéria, no segmento imediatamente superior. A h. definitiva é realizada laqueando o vaso comprometido.

HEMOSTÁTICOS. Agentes ou recursos usados no controle das hemorragias. Os processos hemostáticos dividem-se em locais, agindo no foco da hemorragia, e gerais, que agem sistemicamente. Os processos locais compreendem a compressão racional e adequada (ver Hemostasia), o tamponamento (com algodão ou gaze), o uso de soluções hemostáticas (água oxigenada, alúmen), agentes vasoconstritores locais (adrenalina) e os hemostáticos absorvíveis (fibrina, celulose oxidada, gelatina, trombina). Os processos gerais, de ação sistêmica, incluem drogas que agem principalmente sobre os vasos, provocando vasoconstrição (ergotamina, hidrastina, adrenocromo), e as que agem no processo de coagulação (fração coagulante do veneno da jararaca, coaguleno, cloreto de cálcio).

HEMOTERAPIA. Terapêutica praticada pela administração de sangue, seus derivados e substitutos. De fato, o sangue possui uma série de propriedades terapêuticas porque tem a capacidade de aumentar e manter o volume circulante reduzido; aumenta imediatamente o transporte de oxigênio para os tecidos; aumentar a quantidade de proteínas do plasma; aumenta a coagulabilidade; estimular a hematopoese. A h. é praticada por meio da administração de:
Sangue total fresco e conservado: ver Transfusão.
Plasma: derivado mais completo do sangue, sua administração não necessita da determinação de grupo sangüíneo do recebedor e pode ser armazenado durante longo tempo. Apresenta-se sob três formas: líquido, congelado ou seco. São indicações para a administração de plasma: choque por queimadura ou esmagamento, choque de diversas causas, leucopenia, trombocitopenia, deficiência de protrombina.
Soro humano: diferencia-se do plasma por ser retirado do sangue colhido sem anticoagulante. É de uso limitado no tratamento da hipoproteinemia que ocorre nas nefrose.
Glóbulos vermelhos: utilizados depois de separados do plasma, são transfundidos com soro fisiológico.
A terapia por glóbulos vermelhos encontra aplicação no tratamento de anemias crônicas, principalmente nos velhos e nos cardíacos.
Soroalbumina: obtida por fracionamento das proteínas plasmáticas, é utilizada em soluções de 5 e de 25%; esta última correspondendo a uma concentração 6 vezes maior do que a existente no sangue. Tem indicações principais no tratamento do choque com hemorragia cerebral, na hipoproteinemia aguda de causa cirúrgica ou clínica.
Gamaglobulina: também obtida por fracionamento das proteínas plasmáticas, é indicada na prevenção de viroses, quando se deseja aumentar a defesa imunitária do organismo, na profilaxia da gripe, do sarampo, da hepatite e outras infecções a vírus.
Globulina anti-hemofílica: isolada por fracionamento de proteínas do plasma de pessoas normais, é indicada para administração em hemofílicos.
Fibrinogênio: obtido do plasma fresco é utilizado em casos de hemorragias graves devidas à redução ou ausência de fibrinogênio, condição que ocorre em obstetrícia, na cirurgia do carcinoma pulmonar e do câncer da próstata.
Substitutos do plasma: substâncias cujas soluções têm pressão coloidosmótica equivalente à do plasma, de modo a substituí-lo na função mecânica de preencher o aparelho circulatório. Diversas substâncias têm sido utilizadas com tal finalidade: soluções de gelatina e de pectina, dextrana, polivinilpirrolidona.

HEMOTÓRAX. Derrame sangüíneo no espaço pleural, determinado pela ruptura de vasos intratorácicos. Pode ter origem traumática (contusões ou ferimentos) ou patológica (erosão progressiva e lenta de uma parede arterial, como no aneurisma da aorta torácica; neste caso, é sempre mortal porque provoca colapso pulmonar).

HENOCH (Doença de). Ver Púrpura.

HEPARINA. Substância anticoagulante encontrada em todos os tecidos, porém em maior quantidade no fígado. Sua função é impedir a coagulação do sangue, exercendo ação antagônica sobre a protrombina. É utilizada em terapêutica como poderoso medicamento anticoagulante.

HEPATITE. Inflamação do fígado que determina deficiente funcionamento desse órgão (insuficiência hepática). Manifesta-se com dispepsia, náusea, vômito; às vezes, ocorrem icterícia e alterações plasmáticas.
Hepatite a vírus: provocada por um vírus presente no sangue de doentes, alguns dias antes do aparecimento das manifestações da doença. Foram identificados dois tipos de vírus: o vírus A, pode ser transmitido por via oral, pela ingestão de alimentos, de água contaminada ou através de transfusões de sangue; o vírus B, somente pelas transfusões. Após um período de incubação variável entre 20 e 120 dias, a doença eclode brusca ou progressivamente com: icterícia, febre, mal-estar, dores articulares, anorexia, cefaléia, náusea, vômito, diarréia ou prisão de ventre, prurido. A evolução é variável; em algumas formas, após uma semana, o doente apresenta relativo bem-estar; a temperatura retorna ao normal e o episódio regride em tempo relativamente curto; em outros casos, a sintomatologia permanece durante períodos de tempo mais longos e apresenta quadros clínicos complexos, cuja regressão é bastante lenta. A h. pode complicar-se, surgindo hemorragias, ascite, cirrose hepática, atrofia do fígado, insuficiência hepática crônica.

HEPATOMEGALIA. Termo genérico que indica aumento de volume do fígado. A hepatomegalia pode ser provocada por descompensações cardíacas, malária, tumores, infestações.

HEPATOPTOSE. Perda da posição fisiológica do fígado que se associa, geralmente, com a ptose de outros órgãos; pode ser devida a fatores congênitos ou adquiridos; neste caso, é determinada por afrouxamento dos tecidos de sustentação do órgão.

HEREDITÁRIAS (Doenças). As doenças hereditárias são as que se transmitem de uma geração para outra; o fator patológico determinante está presente no momento da união das células germinativas. As doenças hereditárias diferenciam-se das congênitas porque se estabelecem durante o desenvolvimento do embrião por contágio ou por outras causas; a sífilis, por exemplo, não é doença hereditária e sim congênita, pois a infecção se transmite ao feto durante seu desenvolvimento.
As doenças hereditárias são representadas pelas anomalias das formas corporais: gigantismo, nanismo, acondroplasia, polidactia, luxação congênita do quadril, lábio leporino, hipospadia, pseudo ou falso hermafroditismo, e outras.
Quanto às doenças hereditárias que incidem nos órgãos internos, aparelhos e sistemas, as suas manifestações são muito variáveis.
Assim, entre as doenças hereditárias nervosas são lembradas: paraplegia espástica familiar, heterodoataxia cerebelar, a coréia crônica, paralisia periódica, spina bífida, oligofrenia, idiotia amaurótica infantil, esquizofrenia.
Entre as que afetam os órgãos dos sentidos: albinismo parcial, hemeralopia, nictalopia, daltonismo, miopia, hipermetropia, astigmatismo, surdomudez.
Da pele: ictiose, genodermatose, ceratose, albinismo, progeria dos adultos e infantil, doença de Recklinghause, psoríase.
Do sistema muscular: distrofias pseudo-hipertróficas, distrofia fácio-escápulo-umeral, atrofia muscular progressiva, (miotonia e distrofia miotônica).
Do sistema esquelético: osteopetrose, osteogênese imperfeita, osteíte deformante, aracnadatilia.
Do aparelho respiratório destaca-se a asma.
Do digestivo: gastrites, megaesófago, megacólon, cirrose hepática, fibrose cística do pâncreas.
Do aparelho urinário: ectopias, agenesias, megauréter.
Do aparelho circulatório: tetralogia e triologia de Fallot.
Do sistema hematopoético: anemia falciforme, talassanemia, icterícia hemolítica, eritroblastose do recém-nascido, hemofilia, anemia perniciosa.
Entre as doenças metabólicas: diabete, gota, obesidade.
Entre as endócrinas: cretinismo, bócio, doença de Addison.

HEREDITARIEDADE. Transmissão de caracteres hereditários de uma geração para outra. No núcleo de cada célula dos organismos vivos existem elementos denominados cromossomos, os quais regulam o metabolismo celular e, em conseqüência, as funções do organismo. Na célula humana existem 46 cromossomos, divididos em 23 pares; constituem exceção as células germinativas (óvulo da mulher e espermatozóide do homem) que possuem somente 23 cromossomos. Da união das duas células germinativas forma-se uma célula com 46 cromossomos (23 de origem materna e 23 de origem paterna), a qual, multiplicando-se, dará origem a um novo indivíduo que recebeu cromossomos de ambos os genitores. Portanto, apresentará caracteres semelhantes a um ou a outro, segundo leis conhecidas pela denominação de leis de Mendel.
1ª Lei ou Lei da dominância: “Nos híbridos nascidos do cruzamento de progenitores de raça pura que diferem por um par de caracteres, um caráter domina sobre o outro”. Por exemplo, do cruzamento de duas plantas de ervilhas, uma de sementes rugosas e a outra de sementes lisas, obtém-se uma geração de ervilhas de sementes lisas, o que significa que o caráter “liso” domina sobre o caráter “rugoso”.
2ª Lei ou Lei da segregação: “Na descendência de híbridos nascidos de progenitores que diferem por um só caráter, observa-se disjunção dos próprios caracteres e reaparecem as raças puras”. De fato, o cruzamento das plantas de sementes lisas, nascidas do cruzamento precedente, origina plantas com sementes lisas e plantas com sementes rugosas.
3ª Lei ou Lei da independência: “Na descendência dos poliíbridos, os diversos caracteres se distribuem independentemente uns dos outros”. Do cruzamento de plantas de ervilhas diferentes entre si, não só quanto às sementes mas também por outros aspectos, os caracteres surgem sem quaisquer ligações. Tais leis foram explicadas pela descoberta de que os cromossomos são constituídos por muitas partículas, denominadas genes; cada par de genes (cada par de cromossomos é formado por pares de genes denominados alelos) controla um determinado caráter físico: cor dos cabelos, olhos, forma do nariz, orelhas, etc. Dois alelos podem ser iguais e, em conseqüência, o indivíduo apresentará aquele caráter: se ambos os alelos, que controlam a cor dos olhos, determinam a cor verde, os olhos serão verdes. No entanto, se o par é formado por genes diferentes, somente um poderá determinar a cor (alelo dominante A), enquanto o outro não desempenhará nenhum efeito (alelo recessivo a); um indivíduo tendo o par Aa, terá o aspecto determinado pelo alelo A (1ª Lei de Mendel).
Os indivíduos Aa darão origem a filhas que terão 2/4 de possibilidades de serem Aa como os genitores, ¼ de serem AA, ¼ de serem aa; portanto, reaparece o caráter recessivo (2ª Lei de Mendel). O sexo é determinado por um par de cromossomos diferentes nas mulheres e nos homens; nas mulheres é constituído por dois cromossomos iguais (XX) e nos homens é formado por cromossomos desiguais (XY). Na fecundação, o cromossomo X feminino une-se a um outro cromossomo masculino que pode ser X ou Y. No primeiro caso, ocorrerá o nascimento de uma menina; no segundo caso, o de um menino. Conhecem-se doenças determinadas por alterações cromossômicas, portanto, hereditárias: daltonismo, hemofilia, anemias hemolíticas, etc.

HETEROATAXIA. Ver Ataxia cerebelar hereditária.

HERMAFRODITISMO. Presença de órgãos genitais dos dois sexos em um mesmo indivíduo. O h. completo, como o observado em certos animais e plantas, nunca foi verificado na espécie humana. A anomalia é muito rara e, na maior parte dos casos, as gônadas, características de ambos os sexos, são bem definidas. A anomalia revela-se pela presença de órgãos genitais externos pouco desenvolvidos, de aspecto masculino ou feminino, assim como pela presença de ovário ao lado de testículo ou ovário de um lado e testículo de outro. Os caracteres sexuais são ambíguos. Mais comum é o pseudo-hermafroditismo que se caracteriza por caracteres anatômicos masculinos ou femininos, com testículos ou ovários. A semelhança com o outro sexo depende do aspecto dos órgãos genitais internos ou externos, constituindo, respectivamente, o pseudo-hermafroditismo interno e o pseudo-hermafroditismo externo. No pseudo-hermafroditismo masculino externo existe abertura da uretra na face inferior do pênis (hipospadia) rudimentar, a bolsa escrotal dividida em duas metades e os testículos na cavidade abdominal; em conjunto, tais anomalias dão uma certa semelhança de órgãos genitais externos do sexo feminino. O pseudo-hermafroditismo pode constituir um problema grave, porque a semelhança com os órgãos sexuais femininos e os caracteres sexuais secundários podem conduzir a erros quanto ao verdadeiro sexo.

HÉRNIA. Deslocamento de uma víscera da sua cavidade natural, permanecendo, porém, recoberta pelos tegumentos. A víscera pode penetrar em outra cavidade corpórea (h.interna) ou localizar-se sob a pele (h.externa). As h. externas mais freqüentes são as abdominais, porque os órgãos desta cavidade têm bastante mobilidade e podem penetrar nos pontos onde a resistência da parede é menor: região inguinal e umbilical, cicatrizes de ferimentos acidentais ou pós-operatórios. A idade influi na emergência do fenômeno; na infância, são freqüentes as h. congênitas, devidas à persistência, após o nascimento, de condições anatômicas peculiares ao feto. Entre os 30 e os 40 anos de idade, são os esforços musculares internos, enquanto que na velhice o aparecimento se deve a uma maior frouxidão dos músculos.
Nas mulheres, a gravidez favorece o aparecimento de h., porque os tecidos são distendidos exageradamente. A tosse, o parto, a defecação, condições nas quais ocorre aumento da pressão abdominal, podem provocar h. nos pontos mais fracos. No abdome, as hérnias mais freqüentes são de alças intestinais (enterocele), mais raras do cólon, bexiga e ovário; estes órgãos, quando herniados, podem ser reintroduzidos na cavidade através de manobras especiais. Nesta hipótese, diz-se que a h. é redutível; algumas vezes, porém, torna-se necessário intervir cirurgicamente (h.irredutível).
A h. apresenta-se como uma tumefação subcutânea, visível sobretudo após a realização de um esforço; a pele que recobre a h. tem cor normal. A complicação mais grave da h. é o “estrangulamento” ou seja, a constrição brusca da víscera no saco herniário que determina obstáculos à circulação sanguínea e posterior necrose dos tecidos. Os sintomas são representados pela dor, aumento de volume e irredutibilidade; além disso, há bloqueio do trânsito intestinal e pode surgir peritonite. A h. interna mais freqüente é a diafragmática que consiste na passagem de uma víscera abdominal para a cavidade torácica, através de abertura do músculo diafragma. Esta h. raramente é de origem traumática; mais freqüentemente a causa é uma malformação do diafragma e, neste caso, está presente desde o nascimento (e.congênita), ou forma-se depois. A zona na qual se instala mais facilmente é a do hiato esofagiano, forame pelo qual passa o esôfago; os sintomas são: leve dor epigástrica durante ou logo após as refeições, soluços, eructações de gases. A seguir, os acessos tornam-se mais intensos aparecendo vômitos contendo sangue; como as perdas sanguíneas se fazem também com as fezes, instala-se anemia.

HERPES SIMPLES. Infecção cutânea provocada por um vírus neurotrópico que afeta principalmente a região labial e a genital. Os sintomas são: prurido, queimor, dor; os sintomas repetem-se freqüentemente, pois o h.s. não determina imunidade.

HERPES ZOSTER ou ZONA. Afecção cutânea caracterizada pela erupção de máculas edematosas ao longo do trajeto de um nervo. O agente etiológico é um vírus que penetra através de lesão cutânea ou das amígdalas, atinge um gânglio nervoso sensitivo e difunde-se ao longo do nervo. No início, a infecção manifesta-se por formigamento e sensação de picadas na pele; depois de alguns dias, surgem grupos de vesículas. Estas, após 8 a 10 dias, rompem-se e são recobertas por crosta que se destaca espontaneamente. Em alguns casos, são permanentes os distúrbios de sensibilidade provocados por lesão do gânglio; mais rara é a anestesia da área atingida. O h.z. dá imunidade definitiva.

HIBERNAÇÃO ARTIFICIAL. Alguns mamíferos estão periodicamente sujeitos ao fenômeno da hibernação natural; quando baixa a temperatura ambiente, durante o inverno, esses animais apresentam redução acentuada das suas funções vitais e a temperatura interna desce espontaneamente a níveis que se aproximam aos do ambiente. Entram numa espécie de sono letárgico, durante o qual o animal se conserva imóvel, priva-se de alimentos e os fenômenos respiratórios e circulatórios diminuem de intensidade. A hibernação natural não ocorre no homem e em outros mamíferos, porque o organismo reage às condições ambientais, aumentando o seu metabolismo e a produção de calor, para manter constante a temperatura corpórea em aproximadamente 37ºC.
Observando tal fenômeno, pensou-se na possibilidade de provocar artificialmente um estado de hibernação para aplicabilidade em anestesia cirúrgica. A h. permitiria uma longa interrupção da atividade circulatória, benéfica nos casos de operações no coração e no cérebro. O abaixamento da temperatura que dá lugar à diminuição do metabolismo, permite a hipoxia do tecido durante tempo prolongado; por exemplo, quando a temperatura interna é de 20ºC, o metabolismo é reduzido em 25%. A 37ºC de temperatura corpórea, o cérebro pode ser comprometido por breve interrupção de afluxo sangüíneo; na temperatura de 30ºC, este período pode ser prolongado até 8 minutos; na temperatura de 20ºC, a circulação pode ser interrompida até 30 minutos. Essa condição de vida “mais lenta” pode ser obtida por resfriamento do sangue. No primeiro caso, faz-se a imersão do corpo do paciente num líquido a 0ºC ou, aplicando bolsas de gelo e cobertas refrigeradas ou, ainda, evaporando um líquido sobre a superfície cutânea. Com esse método, é obtido o abaixamento da temperatura até 30ºC em cerca de 2 horas. O método apresenta algumas desvantagens, como a lentidão do processo e as diferenças de temperaturas obtidas nas diversas regiões do corpo. No segundo caso, mediante recursos complexos, o sangue é resfriado em aparelhagem adequada e, posteriormente, reintroduzido na circulação geral. Desse modo, obtém-se redução da temperatura com maior rapidez e homogeneidade em todas as regiões corpóreas. Um inconveniente deste método é representado pela diminuição do tempo de coagulação sangüínea e, conseqüentemente, possibilidade de ocorrerem hemorragias graves. Antes de se proceder à hibernação artificial, o paciente é submetido à administração de drogas que bloqueiam o sistema nervoso autônomo. Durante o estado de hibernação artificial, a necessidade de oxigênio por parte das células é reduzidíssima, diminui a circulação sangüínea e a freqüência do pulso e da respiração; há relaxamento muscular e desaparecem os reflexos.

HIDÁTIDE ou QUISTO HIDÁTICO. Vesícula que contém líquido claro como a água, e que representa a fase larval do desenvolvimento do equinococo, responsável pela equinococose (ver) ou hidatiose.

HIDRADENITE. Processo inflamatório das glândulas sudoríparas que se manifesta com vermelhidão, dor e, às vezes, febre. A região mais atingida é a axilar.

HIDRÂMNIO. Aumento do líquido contido na cavidade amniótica, mais freqüentemente observado nos casos de nefrite, diabete, gravidez dupla.

HIDRARGISMO. Intoxicação aguda ou crônica provocada pelo mercúrio. O h. agudo manifesta-se com inflamação e ulceração da mucosa oral e gástrica, acompanhada de vômito, diarréia muito intensa, icterícia, anúria e, nos casos mais graves, colapso cardiocirculatório. O h. crônico constitui exemplo típico de moléstia profissional que afeta os trabalhadores que manipulam o mercúrio ou que estão submetidos ao contato com vapores dos seus sais; revela-se com erupções cutâneas de máculas róseas, ulcerações gengivais, periostite, anemia, distúrbios psíquicos.

HIDRASTROSE. Derrame de líquido seroso numa cavidade articular. Pode ser de natureza traumática ou inflamatória; manifesta-se com dores articulares, tumefação, limitação dos movimentos.

HIDREMIA. Aumento do componente líquido do sangue. Trata-se de fenômeno transitório que se observa após hemorragias graves (a parte plasmática do sangue se reconstitui mais rapidamente que a corpuscular), em algumas afecções renais e, às vezes, nas anemias.

HIDROA. Dermatose caracterizada pela erupção de vesículas bolhosas contendo líquido sobro-hemorrágico, o qual, a seguir, se torna purulento. Atinge de preferência os jovens do sexo masculino e localiza-se nas regiões descobertas. Quando se cura, deixa pequenas cicatrizes. Sua origem parece estar relacionada com a ação de raios solares.

HIDROADENOMA. Afecção cutânea caracterizada pelo aparecimento de nódulos amarelados duros e elásticos. É própria do sexo feminino e localiza-se nas pessoas mais jovens, no tronco e no pescoço; nos mais idosos, sobre as pálpebras.

HIDROCEFALIA. Aumento de volume do líquido cefalorraquidiano (liquor) que provoca dilatação dos ventrículos cerebrais e dos espaços aracnóideos. Pode ser congênita ou adquirida. No primeiro caso, a h. manifesta-se no recém-nascido pelo alargamento dos fontículos cranianos, cegueira, convulsões, retardo do desenvolvimento psíquico e somático. A h. congênita é secundária a hemorragias e a inflamações dos ventrículos cerebrais, manifestando-se clinicamente por convulsões, paralisia, sintomas de meningite.

HIDROCELE. Derrame de líquido seroso na túnica vaginal do testículo que se releva por uma tumefação ovalada de consistência mole e pouco dolorosa ao tato. A h. pode ser congênita ou adquirida. Esta é geralmente secundária a processos inflamatórios agudos ou crônicos de natureza tuberculosa, gonocócica ou devida a traumatismos.

HIDROCISTOMA. Pequeno tumor cutâneo que se apresenta sob a forma de nódulo contendo líquido seroso límpido.

HIDROFOBIA ou RAIVA. Moléstia infecciosa aguda, provocada por um vírus filtrável específico, que provoca síndrome gravíssima e mortal. O vírus é transmitido ao homem através de mordida de animal raivoso (quase sempre o cão), no qual a moléstia se manifesta com acessos de fúria, cãibras musculares, paralisia. O vírus da h. localiza-se nas células do sistema nervoso central, determinando a formação de corpúsculos arredondados, os corpúsculos de Negri. Tais vírus são sensíveis à luz e ao calor, porém suportam as temperaturas baixas. No homem, o período de incubação varia de 20 a 60 dias, mas pode também apresentar variações que vão desde uma semana até meses ou, excepcionalmente, anos.
Os pródromos da moléstia são representados por dor no local da mordida, insônia, agitação acompanhada de distúrbios psíquicos de diversos tipos. Às vezes, neste primeiro estágio da incubação, surge febre não elevada. O acesso verdadeiro de h. manifesta-se com crises de depressão psíquica ou síndromes histéricas, cãibras musculares, respiração irregular. É característico o espasmo devido a contrações dolorosas da faringe, quando o doente tenta beber. As alterações do sistema nervoso tornam-se cada vez mais graves e o doente é acometido de intensíssima excitabilidade nervosa. É típico o sintoma de Babes: basta soprar a face do doente para desencadear o acesso. Surgem convulsões tônico-clônicas; a temperatura pode se tornar muito alta, o pulso irregular e rápido. Ocorre hiperglicemia, hiperazotemia e aumento da velocidade de sedimentação das hamácias. Nas últimas horas de vida, atenuam-se os espasmos e surgem fenômenos paralíticos, sobretudo nos membros.
A hidrofobia está ligada a Pasteur, o qual, ao contrário do que se crê, não identificou o agente da moléstia, mas estudou e elaborou uma vacina preparada com emulsões de medula espinal de coelhos infectados. O vírus atenuado é injetado em pessoas nas quais a raiva se encontra em fase de incubação, impedindo o aparecimento da moléstia.

HIDROFTALMO. Ver Glaucoma.

HIDROMETRIA. Coleção de líquidos no útero; verifica-se após o climatério, por estenose ou oclusão do colo uterino que dificultam a saída das secreções normais. Hidrometria também significa ciência que se dedica a medir a velocidade e o movimento de líquidos.

HIDROMIELIA. Dilatação do canal central da medula espinal por aumento de liquor. A h. pode ser de origem congênita ou adquirida. Neste último caso, é devida a um processo inflamatório. O quadro clínico caracteriza-se por distúrbios da sensibilidade e da motilidade pela compressão dos feixes sensitivos e motores.

HIDRONEFROSE. Coleção de urina no rim, nos cálices e no bacinete e conseqüente dilatação de tais estruturas; a urina apresenta-se bastante diluída e não contém germes. A causa da h. está relacionada com uma obstrução das vias urinárias, provocada por: cálculos renais, tumores uretrais, tumores abdominais que comprimem o rim, hipertrofia prostática, espasmo uretral de origem nervosa reflexa. A h. pode não provocar distúrbios, porém, às vezes, o doente acusa acessos de dor; na urina pode surgir sangue e, em razão de uma infecção secundária, também germes. A evolução da moléstia depende do desaparecimento ou da persistência do obstáculo; nesta última hipótese, o rim caminha para a destruição por compressão contínua à qual é submetido. Quando a h. é bilateral, instala-se insuficiência renal.

HIDROPERICÁRDIO. Coleção de líquido seroso na cavidade pericárdica, que, às vezes, ocorre na insuficiência cardíaca, por transudação ou por permeabilidade vascular anormal, em casos de avitaminoses, nos episódios tóxicos, nas carências alimentares.

HIDROPISIA. Coleção de líquido patológico no interior de cavidade serosa. A h. tem nomes diferentes (ascite, hidrotórax, hidropericárdio, hidrocefalia) de acordo com a localização do processo mórbido.

HIDROSSALPINGE. Coleção de líquido seroso na cavidade da trompa uterina que se verifica na atresia de sua abertura no útero.

HIDROTERAPIA. Método terapêutico que utiliza os efeitos térmicos ou mecânicos da água sobre o organismo. Em função da temperatura, a água pode provocar efeito estimulante, calmante, tônico, antiespasmódico. A h. é empregada de diversos modos: banhos gerais ou locais, abluções, semicúpio, etc.

HIDROTÓRAX. Presença de transudato em uma ou em ambas cavidades plêuricas. Verifica-se nos casos de descompensações cardíacas, em seguida a distúrbios mecânicos locais da circulação venosa ou linfática ou a fenômenos discrásicos.

HÍMEN. Membrana que oblitera parcialmente o vestíbulo da vagina na mulher virgem, que pode ser, entre outros, dos seguintes tipos: semilunar, anular, septado, cribriforme. Normalmente, o h. lacera-se durante os primeiros contatos sexuais, provocando pequena hemorragia.

HIÓIDE (Osso). O osso ímpar mediano, situado na região anterior do pescoço, abaixo da mandíbula e imediatamente acima da laringe.

HIPERACIDEZ GÁSTRICA. Ver Hipercloridria.

HIPERACUSIA e HIPOACUSIA. Condição determinada por aumento (hiperacusia) ou por diminuição (hipoacusia) da capacidade auditiva, ambas podendo ser de natureza orgânica ou funcional.

HIPERALGESIA e HIPALGESIA. Excesso (hiperalgesia) ou diminuição (hipoalgesia) da sensibilidade dolorosa. Pode ser de natureza orgânica ou funcional.

HIPERAZOTEMIA. Aumento da taxa de nitrogênio no sangue; o fenômeno ocorre por disfunção renal (insuficiência renal) que impede o órgão de eliminar os detritos nitrogenados. A complicação grave da hiperazotemia é a uremia.

HIPERAZOTÚRIA. Excesso de substâncias nitrogenadas na urina.

HIPERCALCEMIA e HIPOCALCEMIA. A hipercalcemia é a elevação da taxa fisiológica do cálcio no sangue que se verifica no hiperparatireoidismo e no raquitismo. A hipocalcemia representa a diminuição da taxa de cálcio devida à disfunção das paratireóides. Nos casos graves, pode dar lugar à tetania.

HIPERCERATOSE. Hipertrofia da camada córnea da epiderme, conseqüente a várias afecções cutâneas.

HIPERCETONÚRIA. Presença de quantidade excessiva de corpos cetônicos na urina.

HIPERCINESIA e HIPOCINESIA. A hipercinesia significa excesso de motilidade contrátil das fibras musculares que se manifesta com tremores, espasmos, convulsões. A hipocinesia indica a diminuição da motilidade (ver Atonia).

HIPERCLORIDRIA. Excesso de ácido clorídrico no suco gástrico, determinado por faltores gástricos (úlcera, gastrite), afecções abdominais (colecistite, apendicite), distúrbios digestivos (alimentos muito condimentados), fenômenos neuróticos. A h. manifesta-se com sensação de queimor, eructações e, às vezes, vômito.

HIPERCORTICALISMO. Hiperfunção da glândula supra-renal que se apresenta com aspectos variados, conforme o aumento do hormônio predominante; pode ser de três tipos: síndrome de Cushing (ver); hiperaldosteronismo e síndromes adrenogenitais. O hiperaldosteronismo é provocado por aumento de produção da aldosterona e manifesta-se por poliúria e polidipsia, leve hipertensão arterial, edemas, paralisia muscular periódica. As síndromes adrenogenitais são representadas por quadros clínicos cujas principais alterações são caracterizadas por virilização ou feminização, provocados por produção excessiva dos hormônios sexuais da supra-renal. No sexo feminino, conforme a idade em que surge essa produção excessiva, podem ocorrer: puberdade precoce, metrorragias, hipererotismo; no masculino: tendência à feminização, hipospadia, criptorquidia, falta de barba, ginecomastia, disposição feminina dos pêlos pubianos, obesidade, hipertensão arterial, cefaléia, etc.

HIPERCROMIA e HIPOCROMIA. Hipercromia significa excesso de pigmentação cutânea; pode ser circunscrita (manchas pigmentares) lu difusa (melanodermias).
A hipocromia é a deficiência de pigmentação e a acromia é a falta total; a hipocromia adquirida é denominada leucodermia.

HIPERDACTILIA e HIPODACTILIA. A hiperdactilia é uma malformação congênita rara que consiste no aumento do número de dedos. A hipodactilia é a ausência congênita ou adquirida (traumatismos ou intervenções cirúrgicas) de um ou mais dedos da mão ou do pé.

HIPERÊMESE. Vômito freqüente e prolongado que, com o decorrer do tempo, conduz a depauperamento orgânico grave.
H. gravídica: está ligada ao estado de gravidez e manifesta-se nos primeiros meses da gestação; a síndrome caracteriza-se por vômitos incoercíveis, dificultando a alimentação; a causa está relacionada a fatores tóxicos ou neuróticos.

HIPEREMIA. Ver Congestão.

HIPERESTESIA e HIPESTESIA. A hiperestesia é o aumento da sensibilidade devido à irritabilidade e à hiperexcitabilidade das fibras nervosas sensitivas. Hiperestesia significa a diminuição da sensibilidade devida a lesões orgânicas ou funcionais.

HIPERFALANGIA e HIPOFALANGIA. A hiperfalangia é uma malformação congênita rara que consiste na presença de falanges em número superior ao normal. A hipofalangia é uma condição oposta à hiperfalangia, que se manifesta com a ausência de uma ou mais falanges.

HIPERGLICEMIA. Aumento dos níveis fisiológicos da glicose no sangue; é um dos sintomas principais da diabete. Ver Glicemia.

HIPERGLOBULINA. Ver Poliglobulia.

HIPERGONADISMO e HIPOGONADISMO. O hipergonadismo é o aumento da secreção de hormônios sexuais; quando a secreção hormonal diminui, fala-se em hipogonadismo.

HIPERIDROSE. Termo que indica sudorese demasiada, circunscrita ou geral. Quando ocorre após exercícios físicos ou por excesso de calor, a h. é fisiológica; porém, é uma manifestação mórbida, quando surge durante a vigência de certas moléstias como, por exemplo, tuberculose.

HIPERINOSE. A hiperinose é devida ao aumento do teor de fibrinogênio no sangue, que se manifesta após pneumonia ou afecções renais.

HIPERMENORRÉIA. Ver Menorragia.

HIPERMETROPIA. Ver Refração ocular.

HIPERNATREMIA. Aumento de sódio no sangue.

HIPERNEFROMA. Neoplasia do rim, de crescimento mais ou menos lento, bem circunscrito, de cor amarelo-ouro. O h. pode assumir volume enorme e curar-se por extirpação cirúrgica; outras vezes, é pequeno e dá metástases na pele, amígdalas, mucosa nasal, laringe, etc.

HIPERPARATIREOIDISMO. Ver Glândulas endócrinas (Paratireóides).

HIPERPIESE. O mesmo que hipertensão arterial (ver).

HIPERPLASIA. Aumento numérico das células de um tecido; esse aumento numérico determina o volume do órgão e é também denominado hipertrofia numérica (ver Hipertrofia).

HIPERPOTASSEMIA ou HIPERKALEMIA. Aumento da taxa de potássio no plasma sanguíneo.

HIPERSENSIBILIDADE. Estado em que o organismo reage aos alérgenos com maior energia do que normalmente; o termo também é usado para designar qualquer reação de sensibilidade exagerada. Ver Hiperestesia e Hipestesia.

HIPERTENSÃO ARTERIAL. Aumento da pressão arterial acima dos valores considerados normais. Estes valores dependem da quantidade de sangue introduzida na circulação pelo coração em cada sístole e da resistência encontrada na periferia, por sua vez determinada pela elasticidade dos vasos, seu diâmetro, viscosidade do sangue e outros fatores; a variação de qualquer um desses fatores pode provocar a h. a. É aguda quando aparece bruscamente e crônica quando se instala gradativamente. A primeira é encontrada na eclampsia, na nefrite aguda; a última é mais freqüente e pode ter origem renal, hormonal, nervosa ou essencial.
As afecções renais responsáveis pela h. a. crônica são: nefrite crônica, nefroses, pielonefrite crônica, rim policístico, tumores, etc., condições que impedem afluxo sanguíneo suficiente no parênquima renal. Algumas disfunções hormonais, como a síndrome de Cushing e o feocromocitoma (tumor da porção medular da supra-renal), determinam a h. a. porque a pressão arterial depende de controle endócrino. A forma mais grave de h. a. é a essencial cuja causa não é bem conhecida; pensou-se que teria origem renal, endócrina ou nervosa, mas ainda não foram encontradas explicações suficientemente satisfatórias. A forma essencial é freqüentemente encontrada em pessoas da mesma família, sobretudo nas mulheres; aparece depois dos 20 anos de idade, com freqüência maior ao redor dos 40 anos. A h. a. constante provoca o aparecimento de várias alterações: o coração deve efetuar um trabalho superior ao normal; pouco a pouco, torna-se insuficiente e encaminha-se para a descompensação; na retina, os vasos sanguíneos se alteram e podem verificar-se hemorragias que comprometem a visão (retinopatia hipertensiva); reduz-se a função renal; podem surgir sinais de sofrimento cerebral (cefaléia, vômito, náusea, vertigem, formigamento nas mãos e nos pés, perda transitória da fala) e episódios do tipo epiléptico.

HIPERTIREOIDISMO. Ver Glândulas endócrinas (Tireóide).

HIPERTÔNICAS (Soluções). Soluções cujas concentrações osmóticas são superiores à do plasma.

HIPERTRICOSE. Excessivo desenvolvimento do sistema pilífero provocado por disfunções endócrinas. Na mulher, manifesta-se pelo aparecimento de pêlos na face, no mento, no lábio superior; no homem, pelo exagerado desenvolvimento de pêlos nas regiões onde normalmente não existem (hirsutismo).

HIPERTROFIA. Demasiado desenvolvimento de um órgão ou de um tecido em virtude do aumento de volume da célula (no caso de aumento do número das células, o fenômeno recebe a designação de hiperplasia).
Como geralmente a hipertrofia atinge a maioria das células que formam determinado órgão, este também aumenta de volume. A hipertrofia pode ser congênita ou constitucional (representada pelos gigantismos parciais ou geral) ou constitui um fenômeno de adaptação funcional, em resposta a estímulos funcionais. Estes estímulos funcionais podem ser normais, constituindo a hipertrofia fisiológica, representada pelo aumento de volume das mamas na puberdade feminina e durante a gravidez, pelo aumento dos músculos por exercícios e pelo aumento do útero durante a gravidez. Quando os estímulos são anormais, fala-se em hipertrofia patológica que pode ser: por aumento da força de trabalho (que ocorre no músculo cardíaco como conseqüência da hipertensão arterial; na túnica muscular lisa do aparelho digestivo quando existe obstáculo à progressão das ondas peristálticas); hipertrofia compensadora (quando um órgão homólogo é aplásico, está alterado ou foi retirado cirurgicamente, como ocorre nos rins); hipertrofia correlativa (aumento de volume de um ou mais órgãos devido a disfunções hormonais, como na falta de desenvolvimento dos testículos, determinando hipertrofia mamária).

HIPERVITAMINOSE. Conjunto de fenômenos patológicos determinados pela ingestão excessiva de vitaminas, principalmente das vitaminas A e D.
A hipervitaminose A manifesta-se por: mal-estar, cansaço, sonolência, cefaléia e vômitos; nas crianças ocorrem intumescimentos dolorosos que correspondem radiologicamente a espessamentos do periósteo (principalmente na tíbia, no fêmur, na clavícula e no rádio), irritabilidade, queda dos cabelos, pele seca, prurido, fissuras hemorrágicas nos ângulos da boca, hepato e esplenomegalia, anemia.
A hipervitaminose D é tanto mais grave quanto menor for a idade. Porém, no aparecimento da hipervitaminose há variações individuais muito grandes, sobretudo ligadas ao organismo, à moléstia em tratamento e às doses administradas.
De modo geral, os organismos são dotados de extrema tolerância a essa vitamina; porém, existem casos de acidentes na administração ou de tratamento muito prolongados, quando podem surgir manifestações clínicas de hipervitaminose D. Esta é caracterizada por: anorexia, náusea, vômito, sede intensa, astenia, emagrecimento, perda de peso corpóreo, febre, cefaléias, dores lombares, mialgias, artralgias e odontalgias. São ainda descritos fenômenos meníngeos, convulsões, distúrbios renais, polidipsia, poliúria, calcificações no joelho, punho, cotovelo e em tecidos moles como nos pulmões, rins, vasos, miocárdio, pele, deposições cálcicas nos túbulos renais e na camada média das artérias.

HIPERVOLEMIA e HIPOVOLEMIA. A hipervolemia é o aumento de volume do sangue (também denominado pletora) e a hipovolemia é a diminuição desse volume (ou oligoemia).

HIPNOANALGÉSICOS. Medicamentos que, atuando seletivamente nos mecanismos centrais de percepção das sensações dolorosas, promovem intenso efeito analgésico; tais medicamentos, além de abolirem a dor, podem exercer, concomitantemente, ação hipnótica. As substâncias hipnoanalgésicas são também designadas como entorpecentes ou estupefacientes, ou narcóticos. Os h. distinguem-se dos anestésicos gerais porque não influenciam de modo apreciável a consciência. Não agem bloqueando as vias de condução dos impulsos nervosos e, por esse motivo, diferem dos anestésicos locais. Os medicamentos antipiréticos-analgésicos, como, por exemplo, a aspirina, também são utilizados para aliviar a dor, porém, quando esta não é muito intensa; ao mesmo tempo, são capazes de fazer baixar a febre, o que não sucede quando se empregam hipnoanalgésicos.
Os h. pertencem a dois grupos principais: opiáceos e não opiáceos.

I. Opiáceos:

Ópio: obtido da cápsula das sementes de Papaver somniferum, planta originária da Ásia Menor, cujos princípios ativos são alcalóides pertencentes a dois grupos: de núcleo fenantrênico, exercendo ação no sistema nervoso central (morfina, codeína e tebaína) e de núcleo isoquinolínico, desprovidos de ação sobre o sistema nervoso central (papaverina, noscapina e narceína). Portanto, no ópio, apenas as alcalóides de núcleo fenatrênico têm interesse como hipnoanalgésicos; os de núcleo isoquinoleínico, principalmente a papaverina, são utilizados como antiespasmódicos.
Atualmente, o ópio tem restrita aplicabilidade, tendo sido substituído pela morfina e seus sucedâneos sintéticos. Por via oral, é bastante empregada uma preparação de alcalóides totais de ópio, o elixir paregórico.
Morfina: alcalóide incolor, de sabor amargo, contido no ópio, na proporção de 10%. É utilizado em medicina pela sua atividade analgésica, sedativa e depressora do sistema nervoso central, principalmente porque é o medicamento mais eficaz contra a dor; a dose de 10 mg, por via muscular, é suficiente para suprimir a dor com rapidez e com energia ainda não superada. Ao mesmo tempo, desaparecem outras sensações como a fadiga e o mal-estar. Às vezes, podem ocorrer náuseas, vômitos, cólicas das vias biliares. A morfina é utilizada somente nos casos que apresentam dores muito intensas; quando a dor é moderada, empregam-se outros medicamentos, principalmente os pertencentes ao grupo dos antipiréticos-analgésicos.
O estado de euforia e a sensação de bem-estar, provocados pela morfina, utilizada com finalidade terapêutica, induzem certas pessoas a persistir no consumo desse medicamento; após algum tempo, essas pessoas tornam-se morfinômanas e tendem a aumentar, progressivamente, as doses da droga (hábito ou vício). Depois de um período bastante curto, desenvolve-se um estado de dependência à droga, induzindo tais pessoas a cometer qualquer ação ilegal para obtê-la. Portanto, se inicialmente morfina foi consumida com a finalidade de obter uma sensação de prazer, em seguida é desesperadamente procurada para evitar os graves distúrbios determinados pela sua falta (dependência). São gravíssimas as manifestações mórbidas orgânicas e psíquicas causadas pela toxicomania: distúrbios digestivos, inapetência, palidez, emagrecimento, erupções cutâneas, tremores, cefaléia, aos quais se segue a caquexia, cada vez mais intensa. Quanto ao psiquismo, os morfinômanos apresentam graves modificações do caráter: tornam-se abúlicos, mentirosos, imorais. A supressão da morfina, quando efetuada bruscamente, provoca sérios distúrbios (abstinência): palpitações, arritmia, agitação psíquica, delírio, insônia, angústia, vômito, bocejo, espirro, lacrimejamento, rouquidão, sudorese, arrepios de frio, diarréia, colapso cardiocirculatório. O tratamento da morfinomania é realizado em hospitais especializados com a supressão gradual da droga e emprego de outros recursos, inclusive medicamentosos e psicoterapia. É importante que o próprio paciente esteja convicto de que deve abandonar o vício. A intoxicação crônica provocada pela morfina pode servir de modelo para o vício pelos entorpecentes, ao lado do alcoolismo, constitui um gravíssimo problema social. A intoxicação aguda pela morfina (morfinismo agudo) pode ocorrer acidentalmente por erro de dosagem ou de administração, ou quando utilizada com fins suicidas. A intoxicação manifesta-se inicialmente por euforia à qual se segue sonolência, diminuição do diâmetro pupilar, arritmia; quando não há atendimento rápido ou a intoxicação é muito intensa, ocorre paralisia respiratória, letal.
3. Codeína ou metilmorfina: um dos alcalóides naturais do ópio, porém exercendo menor efeito narcótico que a morfina. Também pode conduzir à toxicomania, quando administrada parenteralmente. Por via oral é utilizada como béquico poderoso e para aliviar dores não muito intensas.
4. Dionina ou etilmorfina: alcalóide semi-sintético, utilizado especialmente por sua atividade sedativa da tosse. Tem potência terapêutica intermediária entre a da morfina e a da cadeína.
5. Heroína ou diacetilmorfina: não é mais utilizada em terapêutica, tendo interesse exclusivamente relacionado com o vício; em determinados países, o consumo ilegal da heroína é maior do que o de outros hipnoanalgésicos.
6. Outros derivados da morfina: dentre outros, destacam-se diidroxicodeinona (eucodal), diidroximorfinona (dilaudid), diidrocodeinona (dicodid).

II. Não Opiáceos:

1. Meperidina ou Petidina: (demerol, dolosal, dolantina): exerce ação analgésica inferior à da morfina, porém superior à da codeína; não é hipnótico potente. Como os outros h. pode induzir a toxicomania.
2. Metadona (dolcsona): a ação analgésica assemelha-se à da morfina, porém provocando efeitos colaterais de vulto.
3. Dextropropoxifeno (doloxene): usado para aliviar dores leves ou moderadas; há indícios de que produz hábito.

HIPNÓTICOS. Medicamentos capazes de induzir um estado semelhante ao sono fisiológico. O efeito dos h. pode apresentar gradações que os aproximam ou afastam do que se considera como “sono fisiológico”, na dependência do indivíduo, do modo de administração e da natureza do medicamento. Os h. não exercem ação analgésica e, portanto, não são úteis nas insônias provocadas por estados dolorosos. Além de induzirem o sono, os h. podem agir como sedativos, calmantes, anticonvulsivos e mesmo anestésicos gerais (usados por via venosa). São exemplos de hipnóticos: brometos, hidreto de cloral, glutetimida, barbitúricos (derivados da maloniluréia). O uso destes últimos exige criteriosa escolha da droga e do modo de administração. São empregados para determinarem sedação e hipnose (nos casos de insônia e nervosismo, como recurso auxiliar em neuropsiquiatria e como medicação pré-anestésica), na anestesia geral, na potenciação da analgesia (em associação com analgésicos-antipiréticos), para a obtenção de efeito anticonvulsivo (nas intoxicações por drogas convulsionantes, na convulsoterapia, no tratamento de certas formas de epilepsia e no estado de mal epiléptico). Em doses excessivas provocam intoxicações graves.

HIPNOTISMO. Estado particular semelhante ao sono ou de transe semelhante ao sono, provocado por sugestão externa, mediante vários processos; durante o sono hipnótico, a pessoa hipnotizada obedece, inconscientemente, às ordens ou às sugestões do hipnotizador. Deve ser realçado que para haver hipnose é necessária a colaboração do paciente.
O h. encontra aplicabilidade na obstetrícia para a obtenção do assim denominado “parto indolor”, à vezes em cirurgia para substituir a anestesia, em psiquiatria no tratamento de algumas psicopatias.

HIPOACUSIA ou HIPACUSIA. Ver Hiperacusia.

HIPOCALCEMIA. Ver Hipercalcemia.

HIPOCINESIA. Ver Hipercinesia.

HIPOCOLIA. Ver acolia.

HIPOCONDRIA. Estado de depressão que se manifesta em algumas pessoas, fazendo-as crer que são portadoras de moléstias e dando origem à tristeza. A h. é um fenômeno comum a diversas psicopatias.

HIPOCORTICALISMO. Diminuição funcional da glândula supra-renal, que se manifesta por astenia física, hipotensão arterial e alteração da pigmentação cutânea; além destes sintomas, podem ocorrer: redução da capacidade de defesa a agentes mórbidos, diminuição da atividade sexual, velhice precoce, astenia psíquica. O h. pode ser primário (por alteração funcional) ou secundário (por processos patológicos na glândula).

HIPOCRÁTICA (Face). Expressão particular que toma o rosto de um moribundo.

HIPOCRÔMICA (Anemia). Ver Anemia.

HIPODACTILIA. Ver Hiperdactilia.

HIPOFALANGIA. Ver Hiperfalangia.

HIPOFARINGE. Segmento inferior da faringe (ou parte laríngea da faringe) que se continua com o esôfago.

HIPÓFISE (ou Glândula Pituitária). Glândula endócrina situada na base do cérebro. Ver Glândulas endócrinas (Hipófise).

HIPOGALACTIA ou HIPOGALACTO. Diminuição da secreção Láctea, geralmente provocada por distúrbios de vários tipos, como: emoções, depauperamento, avitaminoses, distúrbios alimentares.

HIPOGÁSTRIO. Região mediana inferior do abdome.

HIPOGLICEMIA. Ver Hiperglicemia.

HIPOGLOSSO. Duodécimo par dos nervos cranianos. Inerva os músculos da língua.

HIPOGONADISMO. Ver Hipergonadismo.

HIPOKALEMIA ou KALIOPENIA. Diminuição da taxa de potássio no plasma sanguíneo.

HIPOMENORRÉIA. Diminuição do fluxo menstrual.

HIPOPARATIREOIDISMO. Ver Glândulas endócrinas (Paratireóides).

HIPOSPADIA. Malformação congênita da uretra masculina que se abre na sua face inferior do pênis.

HIPÓPIO ou HIPÓPION. Presença de pus na câmara anterior do olho que surge após várias afecções locais. às vezes, provoca graves alterações da pupila e da íris.

HIPOPLASIA. Parada do desenvolvimento das células e, conseqüentemente, do órgão que as constitui; um órgão hipoplásico apresenta-se não só reduzido de volume como também com outras anomalias. A h. é uma alteração genética. Atinge vários órgãos, como o rim (menor número de pirâmides), o ovário (poucos ou raros folículos), a aorta (paredes delgadas e redução das fibras elásticas). Em certos casos, a h. abrange todo o organismo formando a constituição hipoplásica, cujo grau máximo é o nanismo.

HIPÓSTASE. Estagnação de sangue nas partes de maior declive do corpo, que se verifica em certas afecções (descompensações cardíacas, colapso circulatório) ou em doentes que são mantidos durante longos períodos em posição horizontal.

HIPOTÁLAMO. Parte inferior do diencéfalo, situada abaixo do tálamo.

HIPOTENSÃO ARTERIAL. Redução dos valores da pressão arterial, tanto na sistólica como da diastólica ou de ambas. A hipotenção arterial constitui um sinal que faz parte de diversos quadros mórbidos: moléstias infecciosas e parasitárias, intoxicações endógenas ou exógenas, distúrbios endócrinos, doenças depauperantes. A h. a. pode também ser constitucional, como se verifica nas pessoas astênicas, no infantilismo e nos hipoplásicos. Existe uma forma de h. a. denominada ortostática, de natureza constitucional, que consiste na diminuição dos valores da pressão arterial quando a pessoa passa da posição sentada ou deitada para a posição ereta, caracterizada por astenia e tontura.

HIPOTERMIA. Abaixamento patológico da temperatura corpórea (abaixo de 36ºC) que pode ocorrer em recém-nascidos não suficientemente nutridos ou após hemorragias, moléstias infecciosas graves, episódios tóxicos agudos. A h. pode ser artificialmente provocada. Ver Hibernação artificial.

HIPOTIREOIDISMO. Ver Glândulas endócrinas (Tireóide).

HIPOTÔNICAS (Soluções). Soluções salinas que apresentam concentração osmótica inferior à do plasma.

HIPOXIA. Deficiência de oxigênio.

HIRSUTISMO. Ver Hipertricose.

HIRUDINA. Substância dotada de poder coagulante, extraída da sanguessuga.

HISTAMINA. Substância presente em muitos tecidos, capaz de provocar dilatação dos capilares.

HISTERECTOMIA. Excisão cirúrgica do útero.

HISTERIA. Neurose que induz determinados indivíduos a apresentarem enfermidades físicas, estados mórbidos orgânicos e psíquicos, na maior parte da vezes sem correspondência de ordem estritamente fisiopatológica. O aparecimento da h. constitui muitas vezes o fruto de desequilíbrios emocionais e afetivos da vida de relação. O histérico, sob o ponto de vista semiológico, pode apresentar paralisias localizadas nos membros, espasmos e contrações e, às vezes, afasia. No entanto, tais fenômenos não são acompanhados por distúrbios neurológicos como os observados nas paraplegias (ausência de reflexo patelar, tendinoso, etc). As crises de h. podem assemelhar-se às do tipo epiléptico. A h. é conhecida há longo tempo; a medicina grega ensinava que a h. era uma doença do sexo feminino, determinada por distúrbios uterinos. Tal conceito foi abandonado porque a h. não é exclusiva das mulheres. Na segunda metade do século XIX, o psiquiatra francês Charcot chamou a atenção para as formas masculinas, principalmente na infância e na primeira juventude, em organismos hereditariamente predispostos ou, então, adquirida por deficiente formação educacional.
Freud, neurologista e psiquiatra vienense, deu à h. uma interpretação puramente psíquica. Recentemente, Eysenck e colaboradores individualizaram características peculiares aos histéricos, evidenciáveis no seu respectivo condicionamento experimental e nos seus processos de associação: os histéricos são menos condicionáveis e constroem menor número de associações reflexas, isto é, apresentam formas psicopatológicas por ausência de processos inibidores.

HISTEROCARCINOMA. Carcinoma do útero.

HISTEROCELE. Hérnia do útero.

HISTEROCISTOCELE. Hérnia do útero e da bexiga.

HISTEROPEXIA. Intervenção cirúrgica por meio da qual se fixa o útero na parede abdominal; a h. é executada nos casos de retroversão, retroflexão e ptose uterina.

HISTEROPTOSE. Queda do útero na cavidade da bacia que se verifica por afrouxamento dos seus ligamentos de sustentação.

HISTEROSSALPINGOGRAFIA. Exame radiográfico do útero e das trompas uterinas (trompas de Falópio) que é efetuado com recurso de injeção de contraste radioopaco em tais órgãos.

HISTEROTOMIA. Incisão cirúrgica na parede uterina.

HISTIOCITOMA. Sinônimo de reticulossarcoma.

HODGKIN (Moléstia de). Ver Linfogranulomatose maligna.

HOMEOPATIA. Método terapêutico de afecções mórbidas que consiste na administração de drogas capazes de reproduzir os sintomas da própria doença. A h. foi introduzida pelo médico alemão Hahnemann, o qual afirmava ser impossível a coexistência de moléstias do mesmo gênero no organismo. A afecção provocada artificialmente, segundo os seguidores dessa teoria, determina estados mórbidos ligeiros, capazes de combater a forma mais grave.

HOMOSSEXUALISMO. Psicopatia sexual que consiste na atração erótica de um indivíduo para outro do mesmo sexo. Do ponto de vista psicanalítico, a anomalia é mais comum no homem; geralmente o h. é determinado por influência exagerada da progenitora e constitui não só manifestação psicopatológica, como também de bissexualidade hormonal que existe em estado latente no homem e na mulher.

HORDÉOLO. Ver terçol.

HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO ou H.A.D. Ver Pituitrina.

HORMÔNIOS. Produtos elaborados por glândulas endócrinas, órgãos que lançam sua secreção diretamente no sangue e que, por esse motivo, são também denominadas glândulas de secreção interna. Sob o ponto de vista da composição química, os h. são divididos em protéicos e esteróis. Aos primeiros pertencem os h. da hipófise, do pâncreas e das paratireóides; no grupo dos esteróis estão compreendidos os estrógenos, os andrógenos, os corticosteróides, a progesterona, os h. das supra-renais, dos testículos, dos ovários. Outros h. têm composição química complexa, como a adrenalina e a tiroxina.

Principais Hormônios:
H. da Tireóide: a tireóide secreta a tiroxina e a diiodotiroxina. Ambas estimulam o metabolismo orgânico e influem sobre o crescimento.
H. da Paratireóide: preside o metabolismo dos sais de cálcio.
H. da Hipófise: o lobo anterior dessa glândula lança no sangue o h. somatotrófico, regulador do crescimento, o h. gonadotrófico, estimulante das funções sexuais, diversos h. metabólicos e, ainda outros, que condicionam a atividade glândulas endócrinas (como o adrenocorticotrófico ou ACTR, o pancreotrófico, o tireotrófico, etc.)
H. da Epífise: o h. da epífise inibe o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários.
H. das Supra-Renais: estas glândulas secretam os h. esteróides (que regulam o metabolismo do açúcar), a aldosterona e a adrenalina (esta age como vasoconstrictor da arteríolas, diminui os movimentos peristálticos, aumenta a contratilidade uterina e exerce uma ação metabólica, porquanto favorece a cisão do glicogênio).
H. do Pâncreas: as ilhotas de Langerhans do pâncreas elaboram a insulina, hormônios que regula a glicemia e favorece o processo da glicogênese. Além disso, o pâncreas secreta a vagotonina, estimulante do sistema nervoso autonômico-parassimpático e um hormônio hipotensor, que inibe a pressão sangüínea.
H. das Gônadas Masculinas: o mais importante é a testosterona que favorece o desenvolvimento da genitália masculina e dos caracteres sexuais secundários.
H. Ovarianos: são a foliculina e a progesterona. O primeiro, favorece a hipertrofia da mucosa uterina e da musculatura do útero, regula a atividade da glândula mamária depois do parto e o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. A progesterona favorece a implantação do ovo fecundado.
H. do timo: embora não tenha sido bem individualizado parece influir no desenvolvimento corpóreo.
HIPÓFISE ANTERIOR secreta:
ACTH = hormônio adrenocorticotrófico
STH = hormônio somatotrófico
FSH = hormônio folículo-estimulante
LH-ICSH = hormônio tireotrófico
HIPÓFISE POSTERIOR secreta:
OCITOCINA que determina as contrações uterinas, VASOPRESSINA
TIREÓIDE secreta TIROXINA que age no metabolismo celular
PARATIREÓIDES secretam PARATORMÔNIO que preside a fixação de Cálcio e de Ferro.
SUPRA-RENAL secreta GLICOCORTICÓIDES (CORTISONA) que agem no metabolismo protéico nos tecidos, etc. MINERALOCORTICÓIDES que agem sobre balanço hidrossalino, 17 CETOSTERÓIDES que agem sobre os caracteres sexuais secundários.
MEDULAR DA SUPRA-RENAL secreta ADRENALINA que age sobre os vasos dilatadores.
ILHOTAS DE LANGERHANS secretam INSULINA que age no metabolismo glicídico, CLUCACON, hormônio hiperglicemizante.
MUCOSA GÁSTRICA secreta GASTRINA.
DUODENO secreta SECRETINA, COLECISTOCININA, ENTEROGATRONA.
OVÁRIO secreta FOLICULINA que age sobre o desenvolvimento somático e sexual, PROGESTERONA que age sobre a mucosa uterina e sobre a secreção Láctea.
TESTÍCULO secreta TESTOSTERONA que age na espermatogênese e sobre os caracteres sexuais secundários.

HORMONOTERAPIA. Método terapêutico que se utiliza de hormônios.

HORRIPILAÇÃO. Sensação de frio com eriçamento de pelos.

HOSPÍCIO. Denominação pouco utilizada para designar hospitais ou sanatórios destinados ao tratamento de doenças mentais.

HUMOR. Disposição de ânimo que se pode apresentar como irritabilidade, tristeza ou alegria, decorrente de inúmeros fatores como na vigência de doenças, na convalescença, por efeito de medicamentos, de bebidas alcoólicas, por emoções, etc. As alterações do humor podem variar em dois sentidos: bem-estar e mal-estar, que se exteriorizam respectivamente pela alegria ou pela tristeza. Sob o ponto de vista psiquiátrico, essas exteriorizações constituem a exaltação e a depressão. A psicose maníaco-depressiva, de natureza constitucional, é uma doença na qual ocorrem períodos de depressão alternados com períodos de exaltação. Quando predomina a depressão, caracteriza-se a síndrome melancólica ou depressão afetiva; ao contrário, quando é marcante a exaltação, o quadro constitui a síndrome maníaca.
Malancolia ou síndrome melancólica: mal-estar psíquico em que a pessoa revela tristeza, aparentemente sem qualquer motivação. Tais pessoas interpretam erroneamente o significado e as proporções dos fatos, invertendo e exagerando as suas reações ao ambiente. Psiquicamente, há angústia e desespero, relaxamento da vontade e abandono de si próprio, pessimismo, irritação, intolerância. Às vezes, a melancolia pode determinar o suicídio intempestivo ou premeditado. A melancolia pode levar à hipocondria que é a manifestação pela qual o indivíduo se considera seriamente enfermo de algum órgão interno.
Síndrome maníaca: o indivíduo apresenta sintomas opostos aos da síndrome melancólica, isto é, sensações agradáveis, alegria e vigor, impulsividade, inobservância de situações perigosas ou considerados de pouca importância os eventos desagradáveis. Este estado de exaltação é alternado com períodos de tristeza e de desânimo; ocorre em várias psicoses orgânicas e funcionais, como epilepsia, esquizofrenia, demência senil, paralisia geral.

HUTCHINSON (Tríade de). Ver Sífilis.

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Quem sou eu

Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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