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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dicionário Médico: Letra R

RABDOMIOMA. Tumor benigno arredondado constituído por tecido muscular estriado.

RADIAL (Artéria). Ramo da artéria umeral (ou braquial) que se origina na prega do cotovelo, percorre o rádio, torna-se superficial na região do pulso e se continua na parte profunda da palma da mão.

RADIAL (Nervo). Ramo do plexo braquial que parte da cavidade axiliar e inerva a região do antebraço e parte posterior do braço.

RADICULITE. Processo mórbido, de natureza inflamatória, da raiz do nervo espinal, no seu ponto de emergência na medula. Pode sr de natureza tóxica, traumática ou infecciosa.

RÁDIO. Osso longo, que com a ulna (ou cúbito), constitui o esqueleto do antebraço; articula-se em cima com o úmero e com a ulna e, embaixo, com os ossos do corpo.

RADIODERMITE (também chamada Moléstia dos radiologistas). Dermatose de natureza inflamatória ou degenerativa de evolução aguda ou crônica, provocada pela ação de raios X ou Röentgen. Manifesta-se clinicamente pelo aparecimento de eritemas e pequenas vesículas serosas, que determinam ulcerações ou cicatrizes mais ou menos profundas.

RÁGADES. Ulcerações lineares da pele e das mucosas, devidas a ações traumáticas e que se formam com maior freqüência nas regiões dos orifícios naturais. Merecem menção especial as rágades do mamilo e do ânus. As primeiras verificam-se durante o puerpério, e são provocadas pelo traumatismo de sucção do lactente; determinam dores pronunciadas e, às vezes, mastite ou perimastite. As rágades do orifício anal têm como causas principais: pressão violenta das fezes (prisão de ventre obstinada), hemorróidas, pólipos ou outras neoplasias anais e prurido anal rebelde.

RAIVA. Ver HIdrofobia.

RÁNULA. Cisto da glândula salivar sublingual; apresenta-se como uma pequena massa de tecido no pavimento bucal, comprometendo mais ou menos seriamente a mastigação e a fonação.

RAQUIANESTESIA. Anestesia praticada pela introdução de anestésico no canal raquiano, geralmente na região lombar.

RAQUICENTESE (ou Punção lombar). Punção praticada no segmento lombar da coluna vertebral com a finalidade de extrair o liquor (ou líquido cefalorraquidiano) ou de injetar substâncias medicamentosas ou meios de contraste radiológico. O ponto de introdução da agulha é a Linha de Quincke (linha que incide a crista ilíaca com a vértebra lombar)

RAQUITISMO. Moléstia provocada por carência de vitamina D, durante o período de desenvolvimento ósseo: o raquitismo pode atingir crianças entre 2 e 4 anos de idade, em virtude da nutrição inadequada e falta de exposição aos raios solares, ativadores da vitamina D. Os prematuros e os alimentados artificialmente são suscetíveis ao raquitismo. As lesões provocadas por esta moléstia localizam-se no esqueleto e consistem em amolecimento ósseo devido a um desequilíbrio do metabolismo do cálcio e do fósforo, regulado pela vitamina D. O primeiro sinal do raquitismo é a presença, nos ossos do crânio, de áreas que cedem à pressão dos dedos. As costelas, que durante a infância crescem rapidamente, deformam-se. Enfim, manifestam-se as malformações permanentes: encurvamentos dos ossos, sobretudo dos membros inferiores e desvios da coluna vertebral. Para prevenir o aparecimento do raquitismo é necessária a administração de substâncias ricas em vitamina D, isto é, leite e óleo de fígado de bacalhau, sendo muito importante a exposição, durante algum tempo, às radiações solares.

RAYNAUD (Moléstia de). Moléstia caracterizada por espasmos arteriais nas extremidades, e que pode ocasionar gangrena. Manifesta-se mais freqüentemente nos dedos das mãos ou dos pés, simetricamente. Seu aparecimento é brusco; no início a região atingida torna-se pálida e insensível; posteriormente, torna-se cianótica. Após repetidos acessos, estabelece-se um processo gangrenoso.

RECKLINGHAUSEN (Moléstia de). Sob esta denominação são compreendidos dois quadros clínicos:

Neurofibromatose ou dermofibromatose generalizada de R.: afecção caracterizada pela formação de pequenos tumores cutâneos (neurofibromas) e por máculas pigmentadas difusas. O quadro clínico é representado por sintomatologia dolorosa e distúrbios nervosos; a etiologia é obscura.

Osteíte paratireoidiana de R. ou osteíte fibrocística generalizada: osteopatia atrófica generalizada, acompanhada de formação de tumores. É devida a alterações metabólicas do cálcio e do fósforo e ligada ao hiperparatireoidismo.

REFLEXO. Reação do organismo a um estímulo periférico de várias naturezas, o qual se transmite pelas vias nervosas sensitivas e centrípetas a um centro nervoso; deste, parte para a periferia um impulso motor que percorre as vias nervosas centrífugas.

Reflexo Espinal: (1) a mão toca em objeto quente. (2) a sensação dolorosa percorre rapidamente o nervo sensitivo. (3) atinge a medula espinal, de onde (4) parte o comando ao músculo interessado (sem intervenção do cérebro), o qual (5) determina o imediato afastamento do braço.

RELEXO Condicionado: resposta a um estímulo, o qual, precedentemente, por suas características, não era capaz de provocar tal resposta. Somente após certos processos de condicionamento, o estímulo se torna capaz de determinar uma resposta. O estudo aprofundado dos reflexos condicionados deve-se ao fisiologista Ivan Pavlov, que realizou uma série de experimentações sobre o fenômeno do condicionamento. A) a presença de alimento é um estímulo suficiente para provocar secreção salivar, após adequado comando do cérebro. B) Qualquer outro estímulo, diferente de alimento, como o som de uma campainha, atinge o cérebro: não ocorre salivação. C) Associam-se várias vezes os dois estímulos (alimento e som da campainha, concomitantemente) até condicionar um novo reflexo. D) Somente o som da campainha, mesmo na ausência de alimento, é agora, suficiente para provocar a salivação.

REFRAÇÃO OCULAR (Vícios). Os vícios da r.o. são constituídos essencialmente por: miopia, hipermetropia, presbiopia e astigmatismo. Em condições normais, os raios luminosos, provenientes do infinito, têm seu foco num ponto da etina, quanto existem anomalias do poder de refração, ocorrem alterações que comprometem a capacidade visual.

Astigmatismo: nesta alteração do sistema dióptico, o grau de refração varia nos diversos meridianos do globo ocular. Geralmente, ao astigmatismo associa-se a miopia ou a hipermetropia; é de caráter hereditário; mas também pode ser adquirido. Nesta hipótese, surge mais freqüentemente após moléstias da córnea. Distinguem-se o a. irregular e o a. regular. O primeiro é provocado por alterações irregulares da superfície da córnea; o segundo tem como causa uma diferença de refração que se verifica ao longo dos meridianos, pelo que se formam dois focos a distâncias diversas que dão uma imagem confusa dos objetos.

Miopia: na m. os raios provenientes do infinito convergem para um ponto colocado na frente da retina. O doente não consegue distinguir objetos longínquos. Isso é devido a um alongamento do eixo antero-posterior do globo ocular. O defeito visual, muito difundido, é transmitido hereditariamente e surge após esforços contínuos de acomodação, como, por exemplo, leitura muito prolongada, ambientes pouco iluminados, etc., que determinam alongamento do globo.

Nos casos de miopia ligeira, o órgão visual não sofre alterações graves; nos casos de miopia intensa, surgem lesões atróficas de caráter progressivo, sobretudo da retina. A complicação mais freqüente é o descolamento da retina, a qual se encontra em contínuo estado de tensão. A m. é corrigida por lentes côncavas (divergentes) que reconduzem o foco para a retina.

Presbiopia: o poder de acomodação está diminuído, pelo que os raios provenientes de objetos longínquos não se encontram na superfície da retina. A presbiopia é característica nos velhos e tende a aumentar progressivamente.

É corrigida por lentes convergentes.

Hipermetropia: não são percebidas claramente as imagens próximas. Isso é devido a um defeito congênito do globo ocular que se apresenta muito curto. Desse modo, os raios confluem para um ponto atrás da retina. É corrigida por lentes convergentes.

REGURGITAÇÃO. Retorno do estômago para a cavidade oral de alimentos ingeridos, determinado por movimentos antiperistálticos do esôfago e do estômago. O fenômeno diferencia-se do vômito porque não é acompanhado de contrações do diafragma e dos músculos abdominais.

RH (Fator). Ver grupos sanguíneos.

RELAXINA. Substância de natureza protéica encontrada no soro de animais grávidos, considerada como o hormônio da gestação. Quando injetada, a r. determina diminuição da motilidade do útero, amolecimento do colo uterino e relaxamento da sínfise pubiana.

RESFRIADO ou DEFLUXO ou CORIZA. Inflamação catarral das mucosas do aparelho respiratório que se pode estender às trompas de Eustáquio e aos seios paranasais.

RESISTÊNCIA BACTERIANA. Fenômeno pelo qual microrganismos primitivamente suscetíveis a determinado medicamento tornam-se não sensíveis, após exposição relativamente prolongada a ele. A r.b. é de extraordinária importância prática na quimioterapia e na antibioticoterapia. Em geral, os microrganismos podem adquirir resistência a grande número de medicamentos, embora se observem diferenças de propensão ou de suscetibilidade conforme o germe e a droga considerada. Sob o ponto de vista clínico, suspeita-se do aparecimento da r.b. quando o doente apresenta melhoras evidentes durante algum tempo e, posteriormente, passa a apresentar piora progressiva, o que pode significar que o medicamento deixou de agir contra os microrganismos infectantes. É muito discutido o mecanismo pelo qual as bactérias podem adquirir resistência a medicamentos. Não se sabe se a resistência depende apenas de mutações genéticas das bactérias ou também de amostras primitivamente resistentes às drogas, em qualquer caso sendo transmitido tal caráter à respectiva descendência. No caso do Mycobacterium tuberculosis, presume-se que, numa população bacilar selvagem (que nunca esteve em contacto com medicamentos específicos), exista uma pequena proporção de bacilos mutantes naturalmente resistentes, proporção essa variável com os diversos medicamentos; sob a ação destes medicamentos, os germes sensíveis morrem, permanecendo os mutantes, os quais, multiplicando-se, formam uma população bacilar resistente.

RESPIRAÇÃO. Conjunto das funções destinadas a introduzir oxigênio no organismo e a eliminar anidrido carbônico. O oxigênio é um elemento indispensável porque é utilizado pelas células para a combustão das substâncias orgânicas. O ar, contendo oxigênio, é introduzido através das vias aéreas superiores, nas quais é aquecido, umidificado e parcialmente filtrado, atingindo os pulmões; nesta fase da respiração, denominada inspiração, a caixa torácica se expande por contração dos músculos inspiratórios e do diafragma, permitindo a entrada de ar nos pulmões. Nos alvéolos pulmonares ocorrem as trocas gasosas entre o ar e o sangue: o oxigênio entra no sangue e liga-se à hemoglobina contida nos glóbulos vermelhos, e o anidrido carbônico passa da hemoglobina para o ar. Este ar é expulso através de movimento dito de expiração, com o qual o tórax retorna às suas dimensões primitivas.

O volume de ar introduzido em cada inspiração é de aproximadamente 500 cm3 (ar respiratório). Com uma inspiração profunda, podem penetrar 1500 a 2000 cm3 de ar(ar complementar), enquanto que, com uma expiração forçada, expele-se um volume de ar denominado ar suplementar; não obstante, nos pulmões permanecem sempre 1200 a 1500 cm3 de ar residual. O número de movimentos respiratórios está relacionado com a quantidade de oxigênio necessária ao organismo; portanto, varia segundo a atividade e a idade. Na criança, durante o desenvolvimento, o ritmo respiratório é mais rápido do que no adulto.

RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL. Por r.a. entende-se qualquer meio mecânico (pulmão de aço ou aparelhos elétricos) ou manual, capazes de substituir a respiração pulmonar momentaneamente suspensa. É recurso utilizado em casos de afogamento, enforcamento, intoxicação, fulgurações, etc. As manobras manuais tendem a reproduzir os movimentos de inspiração e de expiração. Existem vários métodos, destacando-se os seguintes:

Método de H. R. Silvester: o socorrista, ajoelhado atrás da cabeça do paciente colocado em decúbito dorsal, toma os pulsos e leva os braços à posição vertical (inspiração); depois de alguns segundos, faz o inverso (expiração), comprimindo o tórax.

Método de Schafer: o paciente é colocado em decúbito ventral, com a cabeça rodada para um lado; o socorrista cavalga-o e comprime enérgica e ritmicamente com as mãos abertas, aplicadas na base do tórax.

Respiração poça a boca: o socorrista eleva a mandíbula do paciente e aplicando os seus lábios sobre os do infortunado, sopra ar na sua boca; a fase expiratória pode ser apresentada comprimindo-se a base do tórax com as mãos.

RETENÇÃO URINÁRIA. Ausência de eliminação da urina contida na bexiga, devida a várias causas: cálculos, estenoses uretrais, tumores prostáticos, moléstias nervosas. A conseqüente distensão da bexiga provoca dores intensas no hipogástrico.

RETICULOMA. Formação tumoral formada por tecido retículo-endotelial.

RETINA. Membrana que reveste a superfície interna do globo ocular. Ver olho.

RETINITE. Processo inflamatório da retina, devido a fatores locais ou gerais, como, p.ex., moléstias infecciosas ou estados septicêmicos.

RETO (Intestino). Parte terminal do intestino grosso. Ver intestino.

RETOSCOPIA. Exame da cavidade retal, praticado com instrumento apropriado, para fins de diagnóstico.

RETROFLEXÃO ou RETROVERSÃO UTERINA. Alteração da posição do útero, caracterizada por encurvamento do órgão sobre sua face posterior. Trata-se de fenômeno mórbido, congênito ou adquirido. Neste caso, é devido a processos inflamatórios pélvicos que provocam a formação de aderências, as quais fixam o útero em posição anômala. O quadro clínico é representado por dores locais, acompanhadas de distúrbios menstruais e dificuldades na defecação.

REUMATISMO POLIARTICULAR AGUDO ou FEBRE REUMÁTICA. Moléstia cujo fenômeno mais característico é a dor intensa, contínua, insuportável, que se acentua à noite, nas articulações. A dor é espontânea e também provocada por movimentos; o local mostra tumefação dos tecidos e vermelhidão. A inflamação dura de 1 a 6 dias e regride; mas, persistem focos que podem exacerbar-se com os movimentos. A outra característica do r.p.a. é atingir diversas articulações sucessivamente, isto é, enquanto o processo agudo se atenua no foco primitivo, outras articulações são atingidas durante 3 a 8 dias; tal sucessão é observada durante semanas ou meses. As articulações mais atingidas são: joelho, punho, tornozelo, ombro, cotovelo e a coxofemoral. A velocidade de sedimentação dos glóbulos vermelhos está sempre muito aumentada. É, geralmente, doença da infância e da puberdade, embora possa também incidir nos mais idosos e mesmo na velhice; manifesta-se nas pessoas predispostas hereditariamente. O r.p.a. tem início após amigdalite, otite média ou piodermite. É uma moléstia temível porque nem sempre se manifesta pelo comprometimento das articulações; de muito maior importância são as lesões que provoca no coração (é bastante conhecida a frase clássica de Lasegue “o reumatismo lambe as articulações e morde o coração”), comprometendo o pericárdio ou o endocárdio ou o miocárdio, ou todas as túnicas ao mesmo tempo, constituindo a pancardite. A pericardite reumatismal pode ser serosa, fibrinosa ou sorofibrinosa. A primeira pode curar-se sem deixar seqüelas; a fibrinosa (pericardite seca), às vezes associada à serosa (pericardite seca), às vezes associada à serosa (pericardite com derrame), determina a formação do denominado cor villosum. A endocardite se caracteriza pela formação de nódulos nos bordos de fechamento das válvulas do coração, constituindo a endocardite verrucosa, de localização preferencial na válvula mitral e nas válvulas aórtica, ou em ambas; os nódulos sofrem processo de necrose, com posterior proliferação de células histiocitárias, fibrose e soldadura das válvulas, dando lugar à estenose ou à insuficiência motivadas pela retração do tecido cicatricial. Tais alterações determinam o aparecimento de sopros que caracterizam a estenose mitral ou aórtica, ou então, a insuficiência mitral ou aórtica, conforme a válvula que foi atingida pelas lesões. A miocardite pode ser aguda ou crônica, sendo a primeira mais comum e a segunda caracterizada pelo desenvolvimento no miocárdio de nódulos de Aschoff.

Além do coração, o r.p.a. compromete outros órgãos ou tecidos. É freqüente atingir a aorta, determinando alterações da parede que podem provocar a sua ruptura, resultando a morte por hemopericárdio ou hemotórax. Também freqüente é a pneumonia reumatismal, caracterizada por dispnéia, sensação de angústia e de sufocação, tosse, febre, palidez, lábios cianóticos; pode ocorrer, como complicação, o pleuris reumatismal. O comprometimento do fígado (hepatite reumatismal) e do pâncreas (pancreatite reumatismal) manifesta-se por perturbações gástricas e intestinais, anorexia, vômitos, acidose e glicosúria.

O r.p.a. pode ainda comprometer os olhos *iridocicl´te), a audição, as glândulas endócrinas (especialmente a tireóide) e a pele (eritema papuloso e marginado).

O r.p.a. é de natureza alérgica, determinado por estreptococos, particularmente por um tipo especial, denominado “hemolítico do grupo A”, que compreende mais de 40 subgrupos. Estes germes produzem uma enzima conhecida por hialuronidase, que lisa o cimento intersticial dos capilares e os mucopolissacarídeos, determinando a formação de anticorpos (antiestreptolisina, antistreptocinase e anti-hialuronidase). O r.P.a. evolui como moléstia crônica, mas com surtos agudos, resultantes de ações alérgicas dos choques antígeno-anticorpo; o comprometimento visceral constitui a gravidade da moléstia, pois podem manifestar-se em qualquer época.

REUMATÓIDE (Artrite). Ver Artrite Reumatóide.

RICKÉTTSIAS. Gênero de microrganismos patogênicos, que provocam moléstias agudas graves, denominados rickettsioses. São considerados como organismos intermediários entre os vírus e as bactérias.

RICKETTSIOSES. Grupo de moléstias provocadas por diversas espécies de rickéttsias, de caráter agudo, febris, contagiosas e epidêmicas. São transmitidas por intermédio de piolhos, pulgas, carrapatos, As principais r. são: Tifo exantemático: é provocado pela Rickettsia prowadezeki, descoberto por Rocha Lima, e caracterizado por exantema petequial, febre e comprometimento nervoso. Transmite-se pelo piolho. O período de incubação é de 10 a 14 dias; inicialmente ocorrem calafrios, febre elevada, dores musculares, vermelhidão da face e das conjuntivas, depressão nervosa. Alguns dias depois aparece o exantema com manchas do tamanho de lentilhas, de cor vermelha, sobretudo nas axilas, no tronco, na palma das mãos e na planta dos pés. Estas transformam-se em pápulas de coloração mais intensa, as quais tornam-se hemorrágicas (petéquias). Os sintomas nervosos são: delírio, alucinações, insônia, agitação. Às vezes ocorrem complicações bronquiais, flebite, escaras de decúbito, otite, neurite, gangrena pulmonar. O figo exantemático dá imunização permanente. O uso de inseticidas (DDT), de vacinas preventivas e de antibióticos torna possível dominar a epidemia.

Tifo murino: é provocado pela Rickettsia mooseri, descrito por Lemos Monteiro, e transmitida ao homem por pulgas que se contaminam em ratos infectados. Apresenta-se com as mesmas características do tifo exantemático, sendo, porém, mais benigno.

Febre das Montanhas Rochosas: também denominada febre maculosa, é provocada pela Rickettsia rickettsii e apresenta características semelhantes às do tifo exantemático, porém com sintomas mais graves.

Febre Q.: provocada pela Rickettsia burneti é transmitida por diversas espécies de carrapatos e a mais disseminada das r. Não provoca o aparecimento de exantema.

Tsutsugamuchi: é provocada pela Rickettsia tsutsugamuchi, e encontrada no Japão; a evolução é benigna.

RIM. Principal órgão do aparelho urinário que tem a finalidade de purificar o organismo, eliminando os produtos do catabolismo e mantendo, desse modo, a composição do sangue inalterada. Os dois rins encontram-se na cavidade abdominal, nos lados da coluna vertebral, ao nível da décima primeira e da duodécima vértebra dorsal; têm formato que se assemelha ao do feijão; pesam 120 – 160 gramas e são de cor vermelho-escura. A parte côncava do rim, denominada hilo renal, está dirigida para a coluna vertebral; no hilo penetram e saem os vasos, os nervos e os ureteres. A secção vertical do rim mostra uma zona periférica, substância cortical e uma zona mais central, substância medular. Esta última é constituída por formações triangulares denominadas pirâmides de Malpighi, cuja base está dirigida para o exterior e o ápice para o interior. A estrutura microscópica do rim é muito complexa; na zona cortical, os capilares sanguíneos formam os glomérulos de Malpighi, circundados pela cápsula de Bowman; deles parte o túbulo que percorre a substância medular, desemboca nos cálices renais e se continua no bacinete renal. No rim, a urina é formada em duas fases sucessivas: a primeira consiste na filtração do sangue através das paredes dos capilares glomerulares, com formação de um líquido de composição semelhante à do plasma, porém isento de substâncias protéicas e rico de substâncias de eliminação, como a uréia. A urina é recolhida na cápsula de Bowman, passa nos túbulos onde algumas substâncias (água, açúcares, sódio, cloro e outras) são reabsorvida parcial ou totalmente, retornando ao sangue. Na segunda fase, a urina definitiva encaminha-se para o ureter, é recolhida na bexiga e, finalmente, eliminada. O voluma diário normal de urina formada é de 1 a 2 litros e varia em relação com a quantidade de água e de sais ingeridos, tipo de atividade e outros fatores.

Insuficiência renal: Incapacidade do rim de executar suas funções específicas. A síndrome dá lugar a várias manifestações clínicas. A primeira é a retenção hídrica nos tecidos subcutâneos, dando lugar à formação de edemas. A hidremia (ou seja, a presença de água no sangue), é acompanhada de hipercloruremia (retenção de cloro na circulação sanguínea). A manifestação mais grave da insuficiência renal é a intoxicação urêmica (ver Uremia).

Rim móvel: Ver Nefroptose.

Tumores renais: entre as formações tumorais benignas e malignas que afetam o órgão, o rim policístico é a mais característica. O rim apresenta uma série de pequenas vesículas fechadas, contendo líquido seroso. É uma neoplasia benigna de origem congênita. A doença determina, muitas vezes, insuficiência renal mais ou menos grave.

Transplante de rim: recurso adotado quando ambos os rins estão irremediavelmente afetados. O órgão sadio, retirado do doador, é submetido à perfusão, ou seja, é completamente liberado do sangue e, a seguir, é transplantado no organismo do paciente. O perigo da intervenção é a denominada “rejeição”, isto é, reações alérgicas do organismo ao órgão transplantado como se fora um corpo estranho. O fenômeno da rejeição não é observado entre gêmeos homólogos.

Bloqueio renal: interrupção imprevista da função renal. Pode ser devido a traumatismos, cólicas renais violentas ou verificar-se após intervenções cirúrgicas.

RIM ARTIFICIAL. Aparelho que exerce a função depurativa do sangue, substituindo o rim. É formado por um cilindro contendo uma câmara de paredes dializantes e cheio de solução hipertônica. É ligado a uma artéria do doente mediante um cateter; o sangue passa através do aparelho, é depurado da uréia e reposto na circulação. O r.a. encontra aplicação em casos de uremia aguda e nas nefropatias crônicas graves.

RINITE. Processo inflamatório agudo ou crônico da mucosa nasal.

Rinite aguda (ou Coriza ou Resfriado): é provocada por um vírus filtrável, ainda não identificado, que favorece a instalação de outros germes.

O aparecimento da rinite aguda é facilitado por estímulos irritativos físicos e químicos. A moléstia inicia-se com sensação de secura no nariz e na laringe, seguida de secreção nasal, dores na região frontal, lacrimejamento, mal-estar geral, espirros e distúrbios olfativos. Entre as complicações mais freqüentes estão: a faringite, a otite, a laringite e a sinusite.

Rinite Crônica: mais freqüentemente é devida a repetidas manifestações de rinite aguda, mas pode também ser motivada por fatores irritativos permanentes, como, por exemplo, poeiras. A moléstia provoca tumefação da mucosa, dificultando em parte a função respiratória e a olfativa. Uma forma típica de rinite crônica é a ozena, caracterizada por processo atrófico da mucosa, acompanhado de formação de crostas, às vezes fétidas. A etiopatogenia da ozena não é conhecida. É freqüente no sexo feminino durante o período da puberdade.

Rinite alérgica: pode ser periódica e não periódica. A primeira é característica dos resfriados provocados pela ação irritativa do pólen de várias plantas. A forma não periódica manifesta-se em qualquer época do ano e tem diversas origens: pós, pêlos, lã ou mesmo alimentos contendo alérgenos.

RINOFIMA. Moléstia da pele do nariz que se manifesta pelo aumento de volume do órgão, tornando-o violáceo e com numerosas saliências. O rinofima é mais freqüente no homem adulto e provavelmente ligado a uma forma hipertrófica da acne rosácea.

RINOFONIA ou RINOLALIA ou RINISMO. Termo que indica alteração da voz, a qual adquire caráter nasal. O fenômeno é causado por obstrução nasal.

RINÓLITOS (ou Cálculos nasais). Concreções calcárias que se formam nas fossas nasais por deposição de sais de cálcio ao redor de um corpo estranho. Às vezes comprometem a função respiratória e causam rinite.

RINORRÉIA. Eliminação de líquido cefaloraquidiano pelo nariz, determinada por traumatismos, extirpação de tumores das cavidades nasais. A rinite pode ser espontânea, anomalia de caráter constitucional, por persistência da comunicação do bulbo olfativo com o ventrículo cerebral.

RINOSCLEROMA. Processo crônico do nariz caracterizado pela presença de nodosidades duras que se localizam no vestíbulo nasal e que, posteriormente, atingem o lábio superior, a gengiva e a faringe. A moléstia é devida a um bacilo (Bacilo de Fritsch), e é mais freqüente em certas regiões da Europa Oriental.

RIQUETSIOSES. Ver Rickettsioses.

RONCO ou ESTERTOR. Ruído respiratório seco de caráter patológico, revelando a presença de afecções brônquicas e perceptível à auscultação do tórax.

ROSÉOLA. Eritema circunscrito de pequenas dimensões provocado por congestão nos capilares sanguíneos. Surge durante a evolução de várias afecções mórbidas: moléstias exantemáticas, fatores irritativos de natureza física ou química, etc.

RÓTULA. Osso curto da perna, de forma triangular com o ápice dirigido para baixo, que faz parte da articulação do joelho, do qual constitui a face anterior.

ROUQUIDÃO. O mesmo que disfonia.

RUBÉOLA. Doença infecciosa, exantemática, aguda, contagiosa, própria da infância, provocada por um vírus ainda não isolado. É contraída quase sempre por contato direto, sendo porém menos contagiosa do que o sarampo. O período de incubação é de 14 a 24 dias; alguns dias antes de surgir a fase eruptiva, aparece febre, conjuntivite e catarro.

A manifestação clínica da doença é o exantema que costuma iniciar-se pela face, mas não apresenta evolução regular como a do sarampo, e predomina em torna da boca. Às vezes, as erupções têm aspecto morboliforme, de coloração róseo-clara; outras vezes, são escarlatiniformes. A febre não é elevada e, geralmente, há hipertrofia dos linfonodos cervicais posteriores. A r. é mais freqüente durante a idade escolar, sendo muito rara no lactante até a idade de 5 meses, porque recebe imunidade passiva da mãe. O prognóstico é quase sempre bom, raramente ocorrendo complicações. A r. é temível durante o primeiro trimestre da gravidez, pois o vírus é capaz de provocar malformações fetais. Entre estas destacam-se: surdomutismo, microcefalia, hipospadia, cataratas, lesões cardíacas.

RUBOR. O mesmo que envermelhamento local. Um dos sintomas cardeais da inflamação (os outros três são: tumor, calor, dor).

RUGAS. Sulcos cutâneos característicos, devidos à diminuição de elasticidade da pele.

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Quem sou eu

Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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