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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dicionário Médico: Letra C

CABEÇA DE PREGO. Termo popular par designar furúnculo.

CACOFAGIA. Estado mórbido caracterizado pela perversão do apetite, levando o doente a ingerir coisas repugnantes.

CACOPRAGIA. Mau funcionamento de determinado órgão.

CAFEÍNA. É uma trimetilxantina, encontrada no café, no chá, no mate e no guaraná, exercendo atividade estimulante sobre o sistema nervoso central e podendo provocar insônica. Exerce também ação estimulante nos centros bulbares (ação analéptica respiratória e circulatória) e, em doses elevadas, hiperreflexia. É também estimulante das contrações musculares, inclusive do músculo cardíaco, aumentando o vigor das contrações. Provoca taquicardia.

CÃIBRA. Espasmo involuntário e doloroso de um músculo ou de grupo de músculos, em diversas partes do corpo; é freqüente a c. da panturrilha (barriga da perna).

CAIXÕES (Mal dos). Doença determinada pela passagem brusca de uma pressão elevada para uma pressão normal. Recebe a denominação porque ocorre em aparelhagem semelhante a caixões mergulhados na água e ancorados no fundo de rios, de lagos ou do mar, para abrigar trabalhadores no seu interior. Ocorre nos operários que são colocados a uma certa profundidade e, após algum tempo de permanência no local, são daí retirados rapidamente, provocando a liberação de azoto no sangue. A sintomatologia é caracterizada por paralisias, dores epigástricas, rigidez muscular, dores articulares. Por vezes, nos casos graves, ocorre cegueira e acessos apopléticos.

CALAFRIO. Sensação de frio, acompanhada de contração da pele e das fibras musculares superficiais dos pêlos.

CALAZAR. Ver febre dum-dum.

CALÁZIO. Pequena tumefação que aparece nas margens das pálpebras, em seguida a inflamações das glândulas sebáceas.

CALCEMIA. Presença de cálcio no sangue. No adulto, em condições normais, encontra-se na proporção de 100 mg por litro. A hipocalcemia e a hipercalcemia são condições patológicas caracterizadas, respectivamente, por insuficiência e aumento do teor fisiológico.

CALCIFEROL. Ver Vitamina D.

CALCIFICAÇÃO. Significa o processo através do qual os tecidos se endurecem por deposição de sais de cálcio.

CÁLCULO. Concreções inorgânicas de sais minerais ou de outras substâncias, que podem ser encontradas com maior freqüência no rim, na bexiga e nas vias biliares. De dimensões várias, o c. é constituído de um núcleo central de natureza coloidal, em torno do qual se depositam camadas sucessivas de sais minerais.

CALICOSE. Ver Pneumoconiose.

CALO CUTÂNEO. (Tiloma ou Tilose). Espessamento circunscrito da camada superficial da pele que tende a se aprofundar no derma. Localiza-se, mais freqüentemente, nas zonas de atrito: palma da mão, planta dos pés, superfícies medianas e laterais dos dedos do pé.

CALO ÓSSEO. Ver Fraturas.

CALOMBO. Termo popular para caracterizar tumefação ou inchaço, geralmente provocado por traumatismo.

CALVÍCIE. Ver Alopecia.

CÂNCER. Termo genérico para designar as diversas neoplasias ou as malformações malignas.

CÂNCRO. Ver Tumor.

CANDIDÍASE. Ver Monilíase.

CANHOTO ou MANSINISTRO. Hábito instintivo de utilizar preferentemente a mão esquerda na execução de tarefas ou para escrever. Segundo as teorias mais aceitas, tal fenômeno deveria ser atribuído a um maior desenvolvimento dos centros que presidem os movimentos do lado esquerdo do corpo. O hábito se revela precocemente, por volta do 9º ~ 10º mês de vida. É uma anomalia constitucional e, por essa razão, não se deve procurar corrigi-la, porque poderá criar distúrbios do comportamento e de linguagem.

CANÍCIE. Processo fisiológico progressivo de descoloração dos pelos, próprio da idade pré-senil e senil. As manifestações patológicas da c. são representadas pela leucotriquia congênita e pela c. precoce que aparecem em jovens, como conseqüência de distúrbios nervosos, hormonais ou dependentes de causas ignoradas.

CAOLHO (ou vesgo, ou estrábico, ou zarolho, ou catacego). Pessoa que tem um ou ambos os olhos com desvio pronunciado.

CAPENGA. Pessoa que tem comprimento desigual das pernas e por essa razão tem locomoção defeituosa.

CAPILARES. Vasos sangüíneos microscópicos que formam a rede de ligação entre as ramificações terminais arteriais e venosas. Exercem importantíssima função na nutrição dos tecidos pois que, através deles se fazem as trocas entre os elementos nutritivos (anabólicos) e os de excreção (catabólicos) à custa de um processo osmótico bastante completo.

CÁPSULAS SUPRA-RENAIS ou SUPRA-RENAIS. Glândulas endócrinas situadas acima do pólo superior dos rins. Ver Glândulas endócrinas.

CAQUEXIA. Estado patológico crônico e progressivo, caracterizado por emagrecimento intenso, anemia pronunciada, astenia física e mental, rugosidade, aspecto de envelhecimento precoce. É secundária a moléstias infecciosas crônicas (tuberculose, sífilis), doenças parasitárias (malária, leishmaniose, amebíase, tripanossomíase), intoxicações crônicas, neoplasias, leucemias, distúrbios metabólicos (diabete), avitaminoses, moléstias do aparelho circulatório, síndromes psíquicos e distúrbios endócrinos. Quando atinge crianças recebe o nome de pedatrofia.

CAQUEXIA HIPOFISÁRIA. Moléstia crônica progressiva, causada por hipofunção total de hipófise e caracterizada por extraordinário emagrecimento, profunda fraqueza geral e acentuada fadiga. Pode ser determinada por qualquer processo que destrua a hipófise, como neoplasias, traumatismos (que dão lugar a hemorragias regionais); esmagamento da glândula pela fratura do esfenóide e, embora raramente, por infecção que atinge a hipófise ou o hipotálamo.

CARBOXIEMOGLOBINA ou HEMOGLOBINA MONOXICARBONADA. Composto químico que se forma no sangue, quando a hemoglobina tem contato com o monóxido de carbono ao invés de oxigênio. Tal substância é muito nociva para o organismo porque provoca um processo de asfixia grave, às vezes fulminante.

CARBÚNCULO ou ANTRAZ. Doença infecciosa transmitida ao homem por animais domésticos doentes e provocada pelo Bacillus Anthracis. No ponto de entrada dos germes se forma uma lesão característica (pústula) que é logo substituída por uma mancha vermelha pruriginosa.
Na segunda fase da doença, que se inicia com febre, a mancha vermelha se enche de líquido purulento, o qual, secando, dá formação a uma crosta (escara) circundada por pequenas vesículas que, rapidamente, se difundem.
A terceira fase, septicêmica, é caracterizada por queda da escara e agravamento das condições gerais: palidez, cianose labial, sede intensa, respiração mais rápida. Em alguns casos, ao invés da pústula, surge edema, de consistência dura, que provoca febre alta e estado anêmico intenso.

CARCINOMA. Tumor maligno de caráter proliferativo e degenerativo que tende a se expandir, mesmo após a extirpação cirúrgica do tecido atingido. Ver Tumor.

CARCUNDA. Protuberância nas costas ou no peito, de natureza congênita ou provocada por moléstias, como a tuberculose óssea. Termo popular.

CARDIECTASIA. Dilatação da cavidade cardíaca por atonia das suas paredes.

CARDIOCENTESE. Punção praticada no coração.

CARDIOESCLEROSE ou MIOCARDIOESCLEROSE. Enrijecimento das paredes do coração.

CARDIOESPASMO. Espasmo do coração que provoca dor aguda na região precordial.

CARDIOPALMIA ou PALPITAÇÃO. Sensação anormal dos batimentos cardíacos que pode ser temporária (em seguida a esforços físicos, ingestão de medicamentos estimulantes, emoções) ou permanente (devendo ser considerada como fenômeno patológico ligado a diversas moléstias cardíacas ou gerais).

CARDIOPATIAS. São assim denominadas todas moléstias congênitas ou adquiridas do coração.

CARDIOPLEGIA. Parada da função cardíaca ou traumatismo do coração.

CARDIOPTOSE. Deslocamento para baixo do coração, provocado por relaxamento dos ligamentos do órgão.

CARDIORREXIA. Ruptura das paredes ou das válvulas do coração por traumatismos ou esforços musculares excessivamente violentos.

CARDIOSTENOSE. Percepção de constricção cardíaca, característica da angina do peito.

CARÊNCIA VITAMÍNICA. Ver Avitaminoses.

CÁRIE: Processo degenerativo do tecido ósseo, cartilaginosos ou dentário.
Cárie Óssea: Erosão do tecido ósseo, geralmente de origem tuberculosa.
Cárie Vertebral: Ver Mal de Pott.

CARNEGÃO ou CARNICÃO. Massa de tecido esponjoso que se forma nos furúnculos, constituída por tecido necrosado do derma e por exsudato purulento. É eliminado para o exterior, resultando uma cratera profunda.

CAROTENO (ou provitamina A). Pigmento sintetizado por vegetais e particularmente abundante nas cenouras, vegetais verdes e algas marinhas. Tais pigmentos são denominados provitaminas A, dos quais o caroteno possui fórmula estrutural absolutamente simétrica e desdobra-se no organismo em duas moléculas de vitamina A.

CARÓTIDAS. Denominação de duas artérias localizadas lateralmente no pescoço, uma de cada lado. Ao nível da margem superior da cartilagem tireóide, cada carótida se divide em dois ramos: a carótida externa que se dirige para a face e para a cabeça e a carótida interna que penetra na cavidade craniana para irrigar as meninges e o cérebro.

CARRAPATO. Inseto aracnídeo acarino que se fica na pele de animais ou do homem, nutrindo-se de sangue; é transmissor de diversas moléstias infecciosas.

CARTILAGEM. Tecido conectivo compacto, elástico e flexível que, com os ossos, forma o esqueleto do corpo.
Cartilagem hialina: recobre as superfícies de todas as articulações e existe também no nariz, na laringe e na traquéia.
Cartilagem fibrosa: forma os discos intervertebrais.
Cartilagem elástica: de sustentação do pavilhão da orelha.

CÁRUS. Grau máximo do coma, caracterizado por total insensibilidade, inércia intelectual e muscular, abolição dos reflexos, perturbação do ritmo respiratório e dos batimentos cardíacos, hipertermia ou hipotermia. Representa a fase final do estado de coma.

CASEIFICAÇÃO ou NECROSE CASEOSA. É assim denominada a necrose que se apresenta com aspecto pastoso, untuoso e de cor amarela, semelhante ao queijo. A caseificação caracteriza a tuberculose e é considerada como sendo a necrose de coagulação precedida de infiltração gordurosa, devida à desintegração de moléculas lipoprotéicas das células. Seria desencadeada pelos agentes microbianos ou por enzimas leucocitárias.

CATALEPSIA. Incapacidade transitória ou permanente de manifestação espontânea da vontade, com ausência de iniciativas; os doentes permanecem espectadores, porém nem sempre indiferentes ao que está ocorrendo, mas impossibilitados de reagir de acordo com as circunstâncias, até mesmo para as iniciativas mais elementares.

CATAPLEXIA. Perda súbita do tono muscular, provocando a queda do indivíduo sem que ele possa esboçar qualquer ação ou movimento para impedi-la. A crise dura poucos minutos e ocorre como conseqüência de manifestações afetivas intensas: riso, choro, fome intensa, contrariedade, susto, etc.

CATARATA. Opacidade parcial ou completa, estacionária ou progressiva, do cristalino, devida a um processo degenerativo dele. A catarata pode ser congênita ou adquirida. Neste caso, é secundária a moléstias crônicas (como diabetes, nefrite, gota), ou úlceras da córnea, ou a traumatismos. Manifesta-se com miopia ou diplopia (visão dupla) ou polioplia (visão múltipla), seguida de ofuscamento mais ou menos intenso, até a redução quase completa da visão.

CATARRO. Secreção produzida por uma mucosa (nasal, faríngea, laríngea, brônquica, gástrica, intestinal, auricular, etc.) inflamada.

CATATONIA. Estado característico da esquizofrenia e que consiste na manutenção de uma atitude incômoda durante longo tempo, com o aspecto de estátua, ou de precaução, ou de ameaça, ou de prece, ou de sentido, etc. Durante o estado de catatonia, o doente não responde a perguntas, não urina, não evacua, não deglute a saliva nem os alimentos.

CAUSALGIA. (ou Doença de Scarpa ou de Weir-Mitchell). Nevralgia acompanhada de dores, sensação de queimadura e perturbações vasomotoras, localizada ao longo de nervos do braço (mediano e cubital) ou da perna (mediano posterior). É provocada por lesões traumáticas ou infecciosas dos plexos nervosos perivasculares.

CAUSTICAÇÃO. Alteração de tecido provocada pela ação corrosiva de cáusticos. Alguns deles combinam-se com a albumina, formando albuminatos; outros atingem os tecidos profundos dando formação a escaras. Por vezes, a causticação é praticada com fins terapêuticos para a destruição de verrugas.

CÁUSTICOS. São substâncias químicas capazes de destruir os tecidos com os quais entram em contato. Além da ação necrótica local, podem também provocar fenômenos tóxicos gerais, causados pela absorção, por parte do sangue, do material celular quimicamente alterado. A ingestão dos cáusticos é seguida de um quadro clínico impressionante: queimor intensíssimo na boca e no esôfago, espasmos gástricos violentos com vômitos e diarréia sanguinolenta. De acordo com o tipo de cáustico ingerido, aparecem na região bucal (interna e externamente) escaras de coloração diferente. São cáusticos os ácidos fortes (clorídrico, sulfúrico, fênico, acético, nítrico, pícrico), os álcalis fortes (soda cáustica).

CAUTERIZAÇÃO. Processo mediante o qual se queima um tecido com um aparelho especial (cautério). É utilizada para destruir formas patológicas epidérmicas superficiais ou para estancar hemorragias provenientes de pequenos vasos sangüíneos.

CAVERNA PULMONAR. Cavidade de dimensões variáveis, que se forma nos pulmões em decorrência de um processo necrótico de natureza tuberculosa. Quando a erosão do tecido pulmonar atinge a parede de grande vaso, o doente apresenta hemoptise, geralmente grave.

CAXUMBA. Ver Parotidite epidêmica.

CEFALÉIA. Dor de cabeça, cujas causas são muito diversas e algumas delas desconhecidas.
Cefaléia por hemicrania: Ver Hemicrania.
Cefaléia por estados doentios diversos: são provocadas por simples resfriados, dores reumáticas, moléstias infecciosas, alterações da pressão arterial, moléstias hepáticas, disfunções endócrinas, doenças metabólicas, prisão de ventre, intoxicações.
Cefaléia neuropsíquica: provocada por epilepsia, distúrbios da esfera emotiva.
Cefaléia por doenças cerebrais: tumores no cérebro, hidrocefalia, meningite.
Cefaléia vascular cerebral: na arteriosclerose cerebral.
Além destas, a cefaléia pode ser provocada por afecções do nariz e dos seios paranasais (rinites, sinusites agudas ou crônicas), do ouvido (otites, labirintites), do globo ocular (retinites, miopia, astigmatismo).

CEFALOCELE. Ver Meningoencefalocele.

CEFALONEMATOMA DO RECÉM-NASCIDO. Coleção sangüínea na superfície da abóbada craniana do recém-nascido, que pode surgir após parto laborioso, principalmente quando foi feito uso do fórceps.

CEFALORRAQUIDIANO ou CEREBROSPINAL (líquido). Fluido límpido e transparente, localizado nos ventrículos cerebrais, ao redor da massa cerebral e da medula espinal, entre a aracnóide e a pia máter. Nos processos infecciosos (meningites cerebrospinais) o líquido cefalorraquidiano aumenta de volume e torna-se turvo, às vezes, purulento.

CEGUEIRA (ou ABLEPSIA). Ausência total ou parcial, congênita ou adquirida, temporária ou definitiva do poder visual.
Cegueira Total: ausência completa de visão, em ambos os olhos.
Cegueira Parcial: redução ou ausência de um dos componentes da função visual.
A Cegueira tem várias causas:
Lesões da retina que é incapaz de reagir aos estímulos luminosos;
Alterações do nervo óptico;
Alterações do centro visual do córtex provocadas por hemorragias, oclusões vasculares, tumores;
Fatores psíquicos devidos à falta de integração psíquica do ato visual.
Cegueira diurna: ver Nictalopia.
Cegueira noturna: ver Hemeralopia.

CÉLULA. É a unidade biológica elementar pois constitui o menor elemento anatômico que possui vida. A célula é capaz de nutrir-se, respirar, crescer e multiplicar-se. Suas dimensões e formas são variáveis: redondas, fusiformes, estreladas, poligonais. Compõem-se de três partes fundamentais: a membrana celular, o citoplasma (ou protoplasma) e o núcleo. A membrana é a parte externa e tem a função de regular as trocas metabólicas que se processam com o ambiente. O citoplasma constitui o substrato material dos fenômenos vitais e é formado por uma parte líquida (solução coloidal de proteínas, gorduras, açúcares, sais minerais, etc.) e de uma parte sólida formada de vários órgãos pequenos: os mitocôndrios, os ribossomas, os lisossomas, o retículo endoplasmático, o aparelho de Golgi. Nas células vegetais existem ainda os plastídios (leucoplastídeos e cloroplastídeos).
O núcleo regula a atividade do citoplasma e é essencial para a multiplicação; apresenta-se como uma pequena vesícula delimitada por uma membrana, na qual existe um líquido (suco nuclear) no qual se encontram formações denominadas cromossomas. O número de cromossomas varia de uma espécie para outra, porém é fixa para cada espécie. No homem existem 46. No núcleo existem ainda uma ou mais formações chamadas nucléolos. A multiplicação celular pode ser acompanhada ou não de profundas modificações do citoplasma e do núcleo. Existem dois tipos de multiplicação: divisão indireta ou mitose que é a mais complexa e é própria das células dos organismos superiores e divisão direta ou amitose, não acompanhada de modificações do núcleo.

CELULITE. Infecção aguda ou crônica do tecido célulo-adiposo, devida à presença de germes patogênicos.
Celulite aguda: dá formação a abscessos.
Celulite crônica: o tecido subcutâneo se espessa e nele surgem pequenas tumefações de consistência dura.

CENESTESIA. Conjunto de sensações que proporcionam a noção de existência.
CERATINA. Substância albuminóide que faz parte de órgãos de sustentação e de proteção como por exemplo, os pelos e as unhas.

CERATINIZAÇÃO CUTÂNEA. Processo de espessamento da camada córnea da pele.

CERATITE. Inflamação da córnea do globo ocular, quase sempre associada a conjuntivite (queratoconjuntivite); manifesta-se com queimor, lacrimejamento, fotofobia e dificuldades de visão. As ceratites podem ser superficiais ou profundas.
Entre as superficiais destacam-se:
Ceratite herpética, caracterizada pela formação de pequenas bolhas;
Ceratite ulcerativa, (ver Úlcera da córnea);
Ceratite neuroparalítica, que surge após paralisia do trigêmio;
Ceratite ceratomalácica, (ver Ceratomalácia);
Pertencem às ceratites profundas:
Ceratite esclerosante, que se manifesta com opacificação das partes periféricas da córnea;
Ceratite disciforme, que atinge a porção central da córnea;
Ceratite parenquimatosa, mais freqüentemente, provocada por sífilis congênita.

CERATOCONE. Afecção rara da córnea que apresenta curvatura anormal e acentuada, saliente para o exterior.

CERATOCONJUNTIVITE. Inflamação da córnea e da mucosa conjuntival. Ver Ceratite.

CERATOMALÁCIA. Amolecimento da córnea que, a princípio se torna opaca, de cor branco-amarelada; em seguida, se ulcera sem causar dor, nem lacrimejamento; finalmente há perfuração e prolapso do cristalino. Verifica-se mais freqüentemente durante a primeira infância. A carência de vitamina A é considerada como causa da ceratomalácia.

CEREBELO. Órgão do sistema nervoso central, contido na caixa craniana, apoiado no osso occipital. Pesa cerca de 140 gramas e é constituído por duas partes simétricas denominadas lobos cerebelares, percorridos por numerosos sulcos paralelos e unidos por uma parte intermediária chamada verme. O cerebelo é formado no seu interior, de substância branca, isto é, de prolongamentos dos neurônios e na parte externa de substância cinzenta, constituída por corpos celulares. A substância branca forma um eixo central em cada lobo, do qual partem ramos, formando uma figura que é denominada árvore da vida. O cerebelo está unido ao cérebro por cordões de substância branca (pedúnculos cerebelares). Sua função está relacionada com a regulação do tono muscular, coordenando harmonicamente a atividade motora do organismo. O cerebelo controla a harmonia dos movimentos da musculatura esquelética, mesmo sem interferência da esfera consciente.

CÉREBRO. Constitui a parte mais importante do sistema nervoso central. Localiza-se na caixa craniana, ocupando-a quase totalmente; tem forma ovóide, dividido em duas partes simétricas, chamadas hemisférios, unidas entre si por uma ponte de substância branca (corpo caloso). A superfície do cérebro é irregular, com saliências (circunvoluções ou giros) e depressões (sulcos ou cissuras). As mais importantes cissuras são as de Sylvius e de Rolando, que delimitam os lobos cerebrais: frontal, parietal, temporal, occipital. No cérebro a disposição das substâncias branca e cinzenta é semelhante à do cerebelo, isto é, a substância branca ou medular é central e a cinzenta, periférica, constitui o córtex cerebral. Na substância branca interior, encontram-se formações de substância cinzenta (núcleos de base). O córtex é formado por diversas camadas superpostas de células nervosas. No interior do cérebro existem quatro cavidades comunicando-se entre si e contendo líquido cefalorraquidiano; são os ventrículos laterais direito e esquerdo, os quais através dos forames interventriculares, comunicam-se com o terceiro ventrículo central, que se encontra abaixo dos dois primeiros e desemboca, através do aqueduto de Sylvius, no quarto ventrículo. Na parte inferior do cérebro se encontra a hipófise. O cérebro é irrigado pelas artérias cerebrais. O córtex cerebral e os núcleos da base constituem o centro diretivo de todo o sistema nervoso, portanto de todo o organismo. De fato, das áreas motoras partem as ordens de contração que, através da medula espinal, percorrem os nervos e atingem os músculos provocando o movimento. Aos centros sensitivos, chegam as sensações provenientes da periferia: tato, calor, dor, etc. Além disso, existem os centros específicos para a visão, audição, linguagem. Para cada parte do corpo, corresponde uma área sensitiva e uma motora: estimulando-se com elétrodo numa destas áreas, obtém-se uma sensação ou provoca-se um movimento. O hemisfério direito preside às sensações e aos movimentos da parte esquerda do corpo. O contrário sucede com o hemisfério esquerdo. Não obstante seja um órgão nervoso, o cérebro é insensível; sua estimulação direta não provoca dor.
Pares de nervos cranianos: 1º) Bulbo Olfatório. 2º) Nervo Óptico. 3º) Nervo Oculomotor. 4º) ? 5º) Nervo Trigêmeo. 6º) Nervo Abducente. 7º) Nervo Facial. 8º) Nervo Vestíbulo-Coclear ou Estato-Acústico. 9º) Nervo Glossofaríngeo. 10º) Nervo Vago ou Pneumogástrico. 11º) Nervo Acessório. 12º) Nervo Hipoglosso.

CEREBROMALACIA. Ver Encefalomalácia.

CEREBROSPINAL (Líquido). Ver Cefalorraquidiano (líquido).

CERUME. Substância amarelada, untuosa, secretada pelas glândulas ceruminosas localizadas no ouvido externo. Por vezes, a massa ceruminosa atinge proporções tais que ocluem o conduto auditivo externo, prejudicando a audição.

CERVICAIS (nervos). Ver Sistema Nervoso.

CERVICAIS (vértebras). São as primeiras sete vértebras da espinha dorsal e que constituem o esqueleto do pescoço.

CERVICITE. Inflamação do colo uterino provocada por bacilos piogênicos e, mais freqüentemente, pelo gonococo, agente da blenorragia. A cervicite se manifesta com edema, inflamação e ulceração.

CESTÓIDES. Vermes platelmintos parasitas do intestino, que tem forma de fita e são segmentados. Ver Teníase.

CETONAS ou CORPOS CETÔNICOS. Substâncias que se formam no organismo pela combustão incompleta de gorduras, como se verifica no diabete. Fazem parte das c. a acetona, o ácido acetacético, o ácido oxibutírico; a presença deles provoca a acetonemia (ver Acetonemia).

CITONEMIA. Ver Acetonemia.

CETONÚRIA. Ver Acetonúria.

CHAGAS (doença de). Ver Tripanossomíase americana.

CHARCOT (Doença de). Ver Esclerose lateral amiotrófica.

CHATOS. Denominação popular de insetos que provocam a pediculose pubiana (Pediculus pubis ou Phthrius inguinalis).

CHOQUE. Estado patológico caracterizado por colapso circulatório, acompanhado de queda de pressão arterial, diminuição da temperatura, obnubilação da consciência. O choque verifica-se no caso de haver insuficiência circulatória por aumento do leito vascular. Pode ser provocado por traumatismos, intervenções cirúrgicas, hemorragias, infecções, etc.

CHUMBO (intoxicação pelo). Ver Saturnismo.

CIANIDROSE. Suor de cor azulada, que se verifica após algumas intoxicações.

CIANOSE. Coloração azulada da pele e, de um modo especial, dos lábios, dos dedos, do pavilhão auricular e dos órgãos internos, devida à insuficiência de oxigênio.
Cianose respiratória: causada pela diminuição da ventilação pulmonar que se verifica nos casos de asfixia, atelectasia, algumas formas de pneumonia e nos edemas pulmonares.
Cianose circulatória: provocada pela diminuição da velocidade de circulação sangüínea que determina a estagnação de sangue nos capilares; observada no decurso de descompensações cardíacas.
Cianose tóxica: observada em alguns casos de envenenamento (especialmente nos provocados por óxido de carbono), na qual a hemoglobina do sangue fixa-se às substâncias tóxicas.
Cianose congênita (ou doença azul): manifesta-se nos recém-nascidos por fatores de malformações cardíacas (persistência do forame de Botalho, estenose congênita da artéria pulmonar, tetralogia de Fallot).

CIÁTICA ou ISQUIALGIA. Dor no nervo ciático, originada por traumatismo, compressão ou estado patológico infeccioso ou tóxico geral. A ciática afeta um só membro e manifesta-se com dores intensas que partem da zona lombo-sacra e difundem-se por todo o trajeto do nervo. Muitas vezes o doente é obrigado a manter imobilidade. A dor é mais intensa nos pontos de emergência do nervo.

CIFOESCOLIOSE. Cifose e escoliose concomitantemente. Ver Cifose e Escoliose.

CIFOSE. Curvatura para trás da coluna vertebral, no segmento formado pelas 12 vértebras torácicas (coluna dorsal). Entre as causas da cifose podem estar: raquitismo, fraturas ou luxações das vértebras, tuberculose óssea, vícios de postura.

CILINDRÚRIA. Presença de cilindros na urina.

CINESIOTERAPIA. Terapêutica de algumas doenças pelo exercício muscular.

CINETOSE. Conjunto de sintomas que aparecem em alguns indivíduos predispostos, em seguida a deslocamentos passivos do corpo em veículos, como o mal do mar, de avião, automóvel, etc., vulgarmente conhecido como enjôo. Os sintomas são: náuseas, vômitos, hipersalivação, sudorese, lipotimia, etc.

CIRCULAÇÃO. Os canais que percorrem os tecidos e atingem todos os órgãos, são denominados vasos. Nestes circulam os líquidos, que têm a finalidade de levar nutrição às células e delas retirar os produtos de excreção. Existe uma circulação sangüínea e uma circulação linfática, segundo os vasos transportem sangue ou linfa.
Circulação Sangüínea: as artérias transportam o sangue do coração para a periferia, subdividindo-se em canais cada vez menores, até formar os capilares. Estes últimos reunindo-se, dão origem à veias que fazem o sangue retornar ao coração. A grande circulação tem a função de distribuir o sangue aos tecidos; o sangue arterial parte do ventrículo esquerdo do coração, penetra na aorta e, portanto, em todos os vasos arteriais destinados à nutrição do organismo. As veias cavas superiores e inferiores levam ao átrio direito o sangue que se tornou venoso. A pequena circulação tem como função oxigenar o sangue. Do ventrículo direito parte a artéria pulmonar que dividindo-se em duas, leva o sangue venosos aos pulmões. Nestes, o sangue recebe o oxigênio, torna-se arterial e, através das veias pulmonares, chega ao átrio esquerdo do coração.
Circulação Linfática: a linfa é recolhida do seio dos tecidos pelos capilares linfáticos; estes, que possuem estrutura semelhante à dos capilares sangüíneos, reúnem-se em canais de diâmetros cada vez maiores e, finalmente, confluem para formar dois grandes vasos, localizados ao lado da coluna vertebral. À esquerda, localiza-se o ducto torácico e à direita o canal linfático, que desembocam nas veias subclávias do respectivo lado.

CIRROSE HEPÁTICA. Moléstia crônica e grave do fígado da qual se conhecem duas formas clínicas.
C. H. Atrófica: tem evolução progressiva, inicia-se com aumento de volume do fígado, o qual, posteriormente, sofre um processo atrófico causado por alterações degenerativas que atingem o tecido hepático. A moléstia se instala de modo inaparente; em seguida, o doente sofre um emagrecimento rápido, sua pele adquire intensa cor amarelada, a cavidade abdominal enche-se de líquido ascítico, o baço aumenta de volume. A causa mais comum da c. h. atrófica, é o alcoolismo.
C. H. Hipertrófica: menos freqüente que a precedente, manifesta-se por aumento de volume do fígado (que posteriormente não sofre atrofia) e do baço, icterícia, hemorragia dos órgãos internos.

CISTALGIA. Dor na bexiga.

CISTICERCO. Larva da tênia.

CISTICERCOSE. Afecção do sistema nervoso, principalmente do cérebro, provocada por larvas de tênia, de Equinococo e de Esquistossoma. Manifesta-se sem sintomas característicos; em alguns casos verifica-se cefaléia, vertigem, irritabilidade, fadiga, zumbido, etc. Em outros, provoca alterações da memória, da afetividade, do humor ou então, afasia, hemiplegia, etc.

CISTITE. Inflamação da bexiga, geralmente provocada por germes. Manifesta-se pela necessidade freqüente de urinar, dores durante a micção, presença de muco e de pus na urina, albuminúria e, às vezes, hematúria. São complicações a pielite e pielonefrite.

CISTO. Formação patológica constituída por substância líquida ou mole contida em cavidade arredondada, de paredes fibrosas.
Cisto por equinococos: ver Equinococose.
Cisto dermóide ou epidermóide: pequenos tumores arredondados que se desenvolvem no tecido subcutâneo.
Cisto ovárico: ver Ovário (patologia do).
Cisto sebáceo: aparece na espessura do derma quando existe retenção da secreção sebácea.

CISTOCELE. Hérnia da bexiga.

CISTOLITÍASE. Presença de cálculos no interior da bexiga.

CISTOPLEGIA. Paralisia da bexiga.

CISTORRAGIA. Hemorragia por lesões das paredes vesicais, determinadas por cistites, traumatismos, tumores, cálculos.

CISTOSSARCOMA. Tumor maligno da bexiga.

CISTOSTOMIA. Formação de fístula permanente da bexiga.

CLAUDICAÇÃO. Ver Deambulação.

CLAUSTROFILIA. Psicopatia que se manifesta pelo desejo anormal de viver em ambientes fechados.

CLAUSTROFOBIA. Ao contrário da claustrofilia, a claustrofobia se manifesta pelo medo obsessivo de viver ou de permanecer durante algum tempo em ambientes fechados (túneis, quartos com janelas fechadas, cinemas, etc.)

CLEPTOMANIA. Síndrome psíquico que se manifesta por tendência ao furto, pelo desejo irresistível de possuir objetos ou bens pertencentes a outrem.

CLIMATÉRIO. Período da vida no qual as glândulas sexuais sofrem involução fisiológica; o c. feminino é caracterizado pela menopausa e pelos distúrbios que a acompanham; o c. masculino é menos nitidamente definido.

CLINOCEFALIA. Malformação congênita do crânio que na parte central apresenta uma depressão.

CLINODACTILIA. Malformação rara dos dedos que se apresentam encurvados.

CLINOMANIA. Permanência exagerada e mórbida no leito.

CLOASMA. Manchas cutâneas de contorno irregular, que surgem na face, geralmente em mulheres grávidas, ou em casos de disfunção ovariana ou durante algumas moléstias crônicas (tumores, tuberculose, cirrose).

CLONO. Contração muscular reflexa, produzida pela extensão brusca do tendão de um determinado músculo.

CLORIDRIA. Presença fisiológica de ácido clorídrico no estômago. Os termos acloridria, hipocloridria e hipercloridria indicam respectivamente, ausência, insuficiência e excesso de ácido clorídrico.

CLOROMA. Tumor maligno que atinge crianças e adolescentes, caracterizado por formações nodulares destrutivas dos ossos, especialmente da face e do crânio. O quadro clínico apresenta também grande aumento do número de glóbulos brancos, diminuição dos vermelhos, febre alta, hemorragias e depauperamento intenso.

CLOROPENIA. Insuficiência de cloreto de sódio no sangue, geralmente provocada por vômitos repetidos, estenose pilórica, oclusão intestinal.

COAGULAÇÃO. Processo de transformação do sangue, quando sai para fora dos vasos. Quando um vaso é lesado, as plaquetas liberam uma substância (tromboplastinógeno) a qual, com outros componentes do plasma (protrombina, fator anti-hemofífico, cálcio, etc.) transforma o fibrinogênio (proteína do sangue) em fibrina. Esta forma uma espécie de rede que aprisiona, entre as suas malhas, as plaquetas, os glóbulos brancos e os glóbulos vermelhos, formando os coágulos. A parte líquida que se separa da sólida, isto é, do coágulo, é denominada soro que é diferente do plasma, porque não contém fibrinogênio.

COBRE (Intoxicação por). A intoxicação pode ser aguda ou crônica. A primeira é muito rara, sendo mais freqüente a última, principalmente nos viticultores que empregam o sulfato de cobre como antiparasitário.Manifesta-se com distúrbios gástricos (vômito, anorexia), renais, hepáticos, cardíacos e nervosos. Nos casos mais graves, pode ocorrer paralisia respiratória e cardíaca.

COBREIRO ou COBRELO. Nome popular de uma erupção cutânea caracterizada por eritema, prurido e dor.

COCAÍNA (Intoxicação por). A cocaína é o mais importante dos alcalóides contidos nas folhas de Erythroxilum coca. A intoxicação aguda se manifesta com náusea, vômito, cefaléia, taquicardia, hipertensão, euforia. A intoxicação crônica se revela com caquexia e obnubilação das faculdades psíquicas.

COCCIGODINIA. Dor na região do cóccix.

COCOS. Micróbios de forma esferoidal.

COGUMELOS (Intoxicação por). Provocada pela ingestão de cogumelos venenosos. O quadro clínico varia de acordo com o tipo de toxina contida no vegetal, podendo ocorrer síndrome atropínico ou síndrome muscarínico (respectivamente paralisante ou estimulante do vago), hemólise, manifestações gastrentéricas ou hepáticas ou renais e convulsões. O síndrome atropínico manifesta-se com vômito, diarréia, midríase, alucinações; o síndrome muscarínico com sudorese, miose, delírios, arritmia. A hemólise é acompanhada de hemorragia nasal, icterícia, estado comatoso. As manifestações gastrentéricos são: náusea, vômito, cólicas muito intensas.

COLANGITE. Ver Angiocolite.

COLAPSO. Redução ou enfraquecimento da função de um órgão.
Colapso Cardíaco: ver Insuficiência cardíaca.
Colapso Circulatório: ver Insuficiência circulatória.
Colapso Pulmonar: ver Atelectasia pulmonar.

COLECISTAGOGOS ou COLAGOGOS. Substâncias capazes de produzir a evacuação da vesícula biliar, quer por contração da musculatura da vesícula, quer, indiretamente, pelo relaxamento do esfíncter de Oddi. No primeiro caso, trata-se de um colecistagogo do tipo colecistocinético e no segundo de um colecistagogo do tipo não colecistocinético. São exemplos: sulfato de magnésio, sorbitol, colecistocinina; certos alimentos (gorduras, gema de ovo, creme de leite, óleo de oliva).

COLECISTECTASIA. Dilatação da vesícula biliar, provocada por acúmulo de bile que não pode fluir por oclusão do duto cístico.

COLECISTECTOMIA. Retirada cirúrgica da vesícula biliar.

COLECISTITE. Inflamação aguda ou crônica da mucosa de revestimento da vesícula biliar. É provocada, na maior parte dos casos, pela formação de cálculos, os quais, enfraquecendo a estrutura do órgão, favorece a proliferação de micróbios patogênicos. A colecistite provoca dores abdominais intensas (as quais, geralmente se irradiam para o ombro), além de certa rigidez na parede abdominal, vômitos repetidos, temperatura elevada e, algumas vezes, icterícia.

COLECISTOTOMIA. Intervenção cirúrgica que consiste na abertura da vesícula biliar.

COLEDOCOSTOMIA. Formação de fístula no ducto colédoco.

COLEDOCTOMIA. Intervenção cirúrgica no colédoco.

COLELITÍASE. Presença de cálculos na vias biliares. Na formação de colelitíase intervêm diversos fatores: concentração elevada de bile por diminuição da velocidade de esvaziamento da vesícula biliar; maior percentual de colesterol no sangue; disfunção hepática; aumento da bilirrubina eliminada com a bile. As manifestações clínicas se evidenciam geralmente nas proximidades dos 40 anos de idade; porém, os cálculos poderiam estar presentes de há longo tempo, sem provocar sintomas. É relativamente elevada a incidência de c. entre mulheres que tiveram uma ou mais gestações; de fato, durante a gravidez, diminui a velocidade de esvaziamento da vesícula e aumenta a taxa de colesterol.
A sintomatologia varia de acordo com a posição do cálculo. Quando este se encontra na vesícula pode causar sensação de peso no epigastro, eructações ácidas, flatulência, queimor no estômago. Estes sintomas se acentuam após a ingestão de frituras, carne de porco e ovos. Os cálculos que obstruem o ducto cístico ou o colédoco, provocam o aparecimento de cólicas biliares que se manifestam algumas horas após as refeições. O doente acusa dor intensa na região direita e superior do abdome que pode difundir-se para o ombro direito. Às vezes, surgem vômitos e leve grau de icterícia. A urina torna-se escura. O cálculo localizado na ampola de Vater não provoca dor, e sim icterícia intensa. Como complicações da c. podem formar-se fístulas que abrem no intestino; às vezes, associa-se um processo inflamatório agudo ou crônico do pâncreas ou uma peritonite.

COLÊMESE. Vômito com emissão de bile.

CÓLERA. Moléstia infecciosa aguda, epidêmica, freqüentemente mortal, provocada pelo Vibrio cholerae (ou Vibrio comma) que se dissemina através de águas contaminadas. O período de incubação varia de 3 a 5 dias; a fase aguda se caracteriza por diarréia intensa, vômitos, desidratação progressiva, cãibras musculares, queda de pressão arterial e hipotermia. O doente revela sede insaciável, a pele torna-se seca, os lábios cianosados e a expressão apática. Nas formas mais graves, ocorre colapso cardiocirculatório, seguido de uremia supressão das funções renais e sintomas cerebrais (agitação, delírio).

CÓLERA INFANTIL. Também denominada gatrenterite infantil, caracterizada por diarréias e que desidratam a criança, podendo levar à morte mais ou menos rapidamente. Antigamente, a c.i. e outras moléstias diarréicas (dispepsia, decomposição ou “doença de macaco” e intoxicação) eram consideradas como de origem inflamatória do tubo digestivo. Porém, foi verificado que não existem microrganismos responsáveis por esses estados e que não são moléstias do aparelho digestivo e sim do organismo todo da criança, principalmente relacionadas com a alimentação, nas quais a diarréia representa apenas um mecanismo de defesa para eliminar substâncias tóxicas, formadas em conseqüência de desequilíbrios nutritivos.

COLERÉTICOS. Substâncias que promovem o aumento de volume da secreção biliar. São exemplos: ácidos biliares, extrato de bile, de boi, ácido deidrocólico, extratos de plantas (boldo, alcachofra, curcuma).

COLESTERINA ou COLESTEROL. Substância orgânica que faz parte da constituição de tecidos e líquidos orgânicos.

COLESTERINEMIA ou COLESTEROLEMIA. Presença de colesterina no sangue; quando supera o teor fisiológico de 0,10 a 0,20 g por 100 cm3, existe hipercolesterolemia.

CÓLICA. Dor aguda abdominal acompanhada de sintomas nervosos e circulatórios de natureza reflexa. A c. ocorre em órgãos onde existe musculatura lisa (tubo digestivo, ductos hepáticos e pancreáticos, ureteres, trompas, útero), geralmente com processos inflamatórios ou com calculose.
C. gástrica: ocorre após gastrites agudas, cuja dor se localiza no epigastro, algumas vezes acompanhada de náusea ou de vômito.
C. intestinal: dores quase sempre intermitentes, difusas por todo o abdome; pode ser provocada após enterite ou enterocolite aguda, oclusões intestinais, trombose da mesentérica, intoxicações, etc.
C. apendicular: sintoma inicial da apendicite aguda, acompanhada de náusea, vômito e febre.
C. biliar: aparece nos casos de calculose biliar ou de colecistite aguda.
C. pancreática: provocada por cálculos dos ductos pancreáticos ou por pancreatite aguda.
C. renal e c. uretral: mais freqüentemente determinada pela presença de cálculos e que se manifesta por dores intensas na região lombar e no abdome.
C. uterina: freqüente na dismenorréia e se caracteriza por dores intermitentes no abdome, que se irradiam para as regiões sacral e lombar, e às vezes acompanhadas de cefaléia e náusea.

COLITE. Inflamação aguda ou crônica do cólon, de causas diversas como: erros dietéticos, prisão de ventre crônica, diabete, avitaminoses, abuso de purgativos e outros fatores que, enfraquecendo as paredes intestinais, favorecem a proliferação microbiana. A forma mais freqüente é a catarral, caracterizada por inflamação da mucosa do cólon.
C. catarral aguda: manifesta-se por cólicas abdominais e surtos diarréicos dolorosos, às vezes acompanhados de febre, vômito, cefaléia e sede. A língua pode recobrir-se de uma placa esbranquiçada.
C. catarral crônica: surge após repetidos surtos de c. aguda. A sintomatologia inclui dores abdominais mais ou menos intensas, surtos de diarréia alternados por períodos de prisão de ventre, anemia. Fatores infecciosos, alérgicos, dietéticos e tóxicos podem determinar o aparecimento de surtos da moléstia.
C. ulcerativa grave: caracteriza-se por cólicas abdominais, seguida de diarréias sanguinolentas e com muco, mais ou menos constantes, rebeldes aos tratamentos, usuais, com fases de melhora e de piora. Geralmente o psiquismo é alterado, tornando o doente irritável, assumindo aspectos de neurose e, por essa razão, a doença é considerada como sendo de natureza psicogenética. Os exames não revelam presença de parasitas e nem de microrganismos.
C. mucomembranosa: doença rara de evolução crônica e que se manifesta pelo aparecimento brusco de cólicas intestinas acompanhada de diarréia com fezes amareladas. A afacção atinge preferentemente as mulheres e parece estar relacionada com distúrbios neurovegetativos.

COLOBOMA. Alteração de natureza constitucional ou adquirida que consiste em falha ou defeito na estrutura da retina, podendo ser observada também em qualquer outra parte do globo ocular, como coróide, na íris, no corpo ciliar, no cristalino, no nervo óptico e até nas pálpebras.

COLOSTRO. Líquido turvo, branco-amarelado, formado de água, proteína, açúcares e sais minerais, secretado pelas glândulas mamárias durante o último período de gravidez e, em proporções maiores, durante os primeiros dias após o parto. Em seguida, o c. é substituído pela secreção de leite.

COLPITE. Ver Vaginite.

COLPOCELE. Hérnia da vagina.

COMA. Perda da consciência, da mobilidade e da sensibilidade, com manutenção das funções vegetativas. O c. pode ser provocado por diversas moléstias, por intoxicações exógenas ou endógenas e por traumatismos.

COMEDÃO ou ACNE PUNCTATA. Pequenos cistos ou pontos pretos que se encontram em peles gordurosas, originados por oclusão do conduto de glândula sebácea.

COMICHÃO. Prurido intenso.

COMINUTIVA (Fratura). Diz-se de uma fratura na qual resultam diversos fragmentos de um mesmo osso.

COMOÇÃO CEREBRAL. Interrupção as funções do cérebro provocada por traumatismo violento na cabeça. Manifesta-se por perda da consciência, insensibilidade aos estímulos externos, modificações cárdio-circulatórias. Sua evolução é muito variável.

COMOÇÃO ESPINAL. Surge após traumatismo violento na coluna vertebral e se manifesta com paralisia dos membros, diminuição ou abolição dos reflexos tendinosos, insensibilidade aos estímulos externos.

COMPLEXO DE ÉDIPO. Distúrbio patológico da sexualidade do homem e que consiste na atração pela mãe e repulsa mais ou menos acentuada pelo pai.

COMPLEXO DE ELETRA. Distúrbio patológico da sexualidade da mulher que se sente atraída pelo pai e com aversão pela mãe.

COMPLEXO PRIMÁRIO. Ver Tuberculose pulmonar.

COMPLEXO PSÍQUICO. A expressão foi utilizada pela primeira vez por C.G. Jung para indicar que fatos ou episódios psicológicos não permanecem inertes no âmbito do inconsciente, mas articulam-se em sistemas complexos tendo em comum um grande componente emocional. Hodiernamente, por c.p. se entende um grupo de idéias e de instintos repressivos que conduzem o comportamento individual. Distinguem-se: um elemento central, quase sempre insciente e um conjunto de elementos secundários que podem surgir da consciência.

CONDILOMAS. Pequenas saliências que surgem na pele dos órgãos genitais ou em torno do ânus, em conseqüência de inflamação crônica. Podem apresentar superfície espinhosa, semelhante a crista de galo, úmidas, recebendo a denominação de c. acuminado ou, então como placa saliente, circular ou ovóide, dura e de superfície granulosa, mais clara ou mais escura do que a pele circunvizinha, sendo denominado c. plano. O c. acuminado é encontrado nos casos de gonorréia e o c. plano na sífilis.

CONDRODISTROFIA FETAL. Ver Acondroplasia.

CONDROMA. Tumor de evolução benigna do tecido cartilaginoso, encontrado com maior freqüência em jovens de ambos os sexos.

CONDROSSARCOMA. Neoplasia maligna de natureza cartilaginosa que geralmente desenvolve-se no interior de um osso longo, quase sempre o fêmur ou a tíbia (c. central), ou então, originar-se na periferia (c. periférico). Apresenta-se geralmente entre 20 e 40 anos, em ambos os sexos.

CONGELAMENTO. Condição mórbida, provocada por frio intenso sobre uma região do organismo. As partes mais freqüentemente atingidas são as mãos e os pés porquanto são as mais expostas ao frio e as menos irrigadas pelo sangue.
C. de primeiro grau: manifesta-se por avermelhamento e enrijecimento das partes congeladas que se tornam dolorosas.
C. de segundo grau: a zona atingida recobre-se de vesículas contendo líquido sanguinolento as quais, após a ruptura, formam um único ferimento.
C. de terceiro grau: os tecidos evoluem para um processo gangrenoso precedido de placas escuras.

CONGESTÃO ou HIPEREMIA. Aumento do afluxo sangüíneo em determinado órgão; pode ser ativa ou passiva, isto é, arterial ou venosa. A c. ativa é o fenômeno inicial da inflamação, resultando do aumento da corrente sangüínea nas arteríolas e na rede capilar local: o tecido apresenta-se, por esse motivo, de cor vermelha mais ou menos intensa, constituindo o rubor; o afluxo sangüíneo provoca também calor local. A c. ativa pode ser provocada por infecções, traumatismos, raios solares, queimaduras. A c. passiva, provocada por descompensações cardíacas, pela formação de êmbolos ou de trombos ou, ainda por compressão da parede das veias, manifesta-se por cianose, resfriamento local e certo intumescimento da região interessada.

CONJUNTIVITE. Processo inflamatório da conjuntiva, provocada por fatores externos (pó, fumaça, substâncias irritantes), infecciosos e congênitos (linfatismo).
C. blenorrágica ou gonocócica: causada pelo gonococo, agente da gonorréia (ver).
C. catarral: a mais freqüente, podendo ser provocada por fatores irritativos externos ou moléstias infecciosas (sarampo, gripe). Pode se aguda ou crônica. No primeiro caso, as pálpebras se inflamam, a mucosa apresenta-se irritada, recoberta por exsudato purulento. O doente queixa-se de ardor e fotofobia. A c. crônica, conseqüente a vários episódios de c. aguda, se manifesta por ardor e prurido.
C. de piscina: assim denominada porque atinge nadadores que freqüentam piscinas; é facilmente curável e se caracteriza por pequenos nódulos na mucosa conjuntival.
C. flictenular: representa uma manifestação da anemia ou do linfatismo. Tem essa denominação porque a mucosa se recobre de pequenos nódulos acinzentados semelhantes a flictenas.
C. folicular: caracterizada pela formação de folículos dispostos em coroa, que aparecem sobre a conjuntiva.
C. granulosa ou tracomatosa: ver Tracoma.
C. estival: forma epidêmica e contagiosa, própria dos meses primaveris. A mucosa apresenta pequenas saliências achatadas e duras que provocam ardor, prurido e fotofobia.
C. pseudomembranosa: caracterizada pela formação de exsudato fibrinoso (superficial ou profundo) que irrita a mucosa.

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL ou PRISÃO DE VENTRE. Afecção transitória ou permanente caracterizada por evacuações intestinais esporádicas e eliminação de fezes de consistência dura. São muito variadas as suas causas. A mais freqüente, é de origem alimentar, ou seja, devida à ingestão de dietas pobres em escórias não digeríveis e rica em substâncias absorvíveis (carne, ovos, açúcares). A c.i. habitual ou crônica é também causada por distúrbios nervosos que podem alterar a função peristáltica. O quadro clínico caracteriza-se por expulsão de fezes duras (às vezes misturadas com sangue proveniente das veias hemorroidárias), cólicas, cefaléia e inapetência.

CONSTITUIÇÃO. Conjunto dos caracteres morfológicos, fisiológicos e psicológicos de um indivíduo a partir de um momento dado da vida. Tal conjunto constitui o fenótipo o qual resulta da soma dos fatores hereditários (genótipo) e dos ambientais (parátipo). No recém-nascido não é possível determinar o tipo constitucional pois este somente se revela durante o desenvolvimento. As diferenças somáticas, fisiológicas e psicológicas que existem entre os homens interessaram os médicos desde a remota antiguidade. São conhecidas as classificações de Hipócrates e de Galeno descrevendo quatro tipos fundamentais de temperamento (sangüíneo, colérico, fleugmático, melancólico). Posteriormente, o conceito de constituição variou de acordo com o ponto de vista de cada um dos estudiosos do assunto, que classificaram os tipos constitucionais baseados em caracteres ou atributos diferentes: medida de segmentos corporais, avaliaão da força muscular, comportamento do sistema nervoso autonômico, estudo das funções hormonais, determinação dos caracteres psíquicos, etc.

Tipos psicossomáticos.
Segundo o critério adotado por Kretschmer, existem três tipos fundamentais: o astênico, o atlético e o pícnico, com características somáticas e psíquicas totalmente diversas.
Tipo astênico ou longilíneo: apresenta uma estrutura corpórea caracterizada por membros longos e tronco relativamente curto, peso proporcionalmente inferior em relação à altura, tórax mais desenvolvido que o abdome, musculatura débil, tendência para a hipotensão. Fisicamente pouco resistente aos esforços físicos, tem predisposição para as moléstias infecciosas pulmonares. Tende para o isolamento e para a depressão, sendo predisposto para a esquizofrenia.
Tipo atlético ou normotipo: constitui o tipo médio, ou seja, o indivíduo cujas funções orgânicas e psíquicas estão em equilíbrio. A altura é igual a da medida tomada com os braços abertos, a musculatura é suficientemente desenvolvida e o peso equiparado à estatura.
Tipo pícnico ou brevilíneo: sob o ponto de vista somático, os brevilíneos são propensos a moléstias metabólicas apresentando, no entanto, resistência para moléstias infecciosas. No que diz respeito ao temperamento têm grande tendência à calma, à vida sedentária, à adaptação ao ambiente, sendo geralmente sociáveis e extrovertidos.

Classificações psicológicas
Alfred Binet estudou as diferenças psicológicas individuais, distinguindo um tipo subjetivo, ou seja, com tendência á introversão, e um tipo objetivo, com predisposição à observação do mundo exterior.
Jung, psicólogo suíço, completou esta classificação genérica - tipo extrovertido e tipo introvertido - distinguindo, conforme a predominância individual, quatro tipos de funções psíquicas: duas “irracionais”, representadas pela sensibilidade e pala intuição e duas “racionais”, formadas pelo sentimento e pelo pensamento.
Extrovertido pensador: dedica-se à observação do mundo exterior.
Extrovertido sentimental: é o indivíduo sociável que se integra perfeitamente no meio que o circunda.
Extrovertido sensorial: é o indivíduo observador, ligado a fenômenos particulares e com pequena tendência à visão do conjunto.
Extrovertido intuitivo: vive somente de impressões intuitivas.
Introvertido pensador: é o tipo que deseja coordenar racionalmente o seu pensamento; é típico dos filósofos.
Introvertido sentimental: é um desajustado social que mascara os seus pensamentos com atitude de indiferença.
Introvertido intuitivo: vive imerso nas suas construções mentais subjetivas, como a arte e o sonho.

CONSUMPÇÃO. Sinônimo de caquexia (ver).

CONTÁGIO. Transmissão de moléstias infecciosa de um doente para uma pessoa sadia; pode ocorrer por contato direto ou por meio de veículos de transmissão. Entre estes, estão: água, ar, alimentos, roupas dos doentes, alguns animais (moscas, mosquitos, pulgas).

CONTRAÇÃO MUSCULAR. Encurtamento da fibra muscular, provocada por vários estímulos.

CONTRATURA. Contração involuntária e relativamente persistente das fibras musculares, provocada por hipertonia muscular, que se manifesta com imobilização do membro, em flexão ou em extensão. A contratura pode ser neurogênica ou neuropática, quando causada por lesões dos centros nervosos centrais ou periféricos ou, ainda, por miopatia, quando se manifesta após processo patológico dos próprios músculos atingidos pela contratura.

CONTUSÃO. Lesão traumática provocada por objeto contundente que altera os tecidos sem provocar ferimento externo. Nas contusões ligeiras, os vasos sanguíneos subcutâneos são comprimidos, porém permanecem intactos e, na zona atingida, aparece uma mancha lívida, de cor azulada com orla escura que desaparece em pouco tempo. Nas contusões mais intensas, os vasos se rompem e o sangue infiltra-se nos tecidos provocando o aparecimento de equimose.

CONVULSÕES. Contrações musculares bruscas e involuntárias. Podem ser tônicas, clônicas ou tônico-clônicas.

Convulsões Tônicas: são prolongadas e imobilizam os membros atingidos.
Convulsões Clônicas: resultam de uma série de contrações rápidas e rítmicas.
Convulsões Tônico-Clônicas: a imobilização da parte atingida é interrompida por contrações clônicas. As convulsões podem ser parciais, quando se manifestam em determinada região, ou totais quando se estendem por todo o corpo. Podem-se manifestar na vigência de algumas doenças: intoxicações endógenas ou exógenas, moléstias cerebrais ou nervosas, doenças infecciosas (tétano, meningite, encefalite).

COPREMIA. Presença de substâncias tóxicas no sangue provenientes das fezes e que se manifesta após lesões graves da parede intestinal.

COPROÊMESE. Vômito de substância fecalóide ou fecal que se manifesta após oclusão intestinal.

COQUELUCHE ou TOSSE COMPRIDA. Doença infecciosa aguda própria da infância, de caráter endêmico apresentando, de quando em quando, exacerbações epidêmicas. A idade de predileção é de 1 a 4 anos, porém pode ser observada em todas as fases da infância, até no recém-nascido. O agente etiológico é o Haemophilus pertussis ou bacilo de Bordet e Gengou, encontrado nas secreções das vidas aéreas superiores, durante os primeiros dias da doença. O contágio é direto pelas gotículas das secreções respiratórias emitidas durante os acessos de tosse. O período de incubação varia entre 5 e 21 dias. A evolução da c. compreende três períodos sucessivos: o de invasão ou catarral; o de estado, espasmódico ou quintoso; o de declínio. O período catarral não é característico, pois os sintomas assemelham-se aos de infecções comuns do aparelho respiratório. A seguir, instala-se a tosse que se intensifica cada vez mais a qual, no fim deste período começa a adquirir caráter espasmódico, caracterizando o segundo período da coqueluche. O período espasmódico caracteriza-se pelas quintas que constam de uma série de 10 a 20 expirações curtas, convulsivas, seguidas de pausa respiratória e, por fim, uma inspiração longe e penosa, acompanhada de um ruído especial (guincha). A sucessão das quintas constitui o acesso. O fim desse é caracterizado por expectoração abundante. Os acessos aparecem espontaneamente, ou são provocados por emoções, exercícios, ingestão de alimentos. O período de declínio caracteriza-se pela diminuição progressiva do número e da intensidade dos acessos os quais, no final, assemelham-se a uma tosse banal. A coqueluche pode dar origem a várias complicações.

CORAÇÃO. É o órgão central da circulação. Tem a forma de cone achatado cuja base está voltada para cima e para a direita e o ápice, arredondado, para baixo e para a esquerda. Pesa cerca de 290 gramas, com variações dependentes do sexo e da envergadura do indivíduo. Localiza-se no centro da caixa torácica e, precisamente, na porção anterior do mediastino (espaço delimitado pelos pulmões); a ponta do coração corresponde ao espaço entre a quinta e a sexta costela, cerca de 1,5 centímetros abaixo e ligeiramente à esquerda do mamilo. As paredes do coração são formadas por três camadas: o endocárdio, o miocárdio e o pericárdio. O endocárdio forra as cavidades cardíacas. O miocárdio é formado por fibras musculares que permitem os movimentos do coração. Sua constituição é típica pois se diferencia dos músculos estriados. A espessura varia de um ponto para outro, atingindo cerca de um centímetro e meio no ventrículo esquerdo. No miocárdio localiza-se o denominado “tecido de condução” que forma uma espécie de cordão; este, passando do átrio para o ventrículo, divide-se em dois ramos. O pericárdio envolve o coração; é formado por dois folhetos, entre os quais existe diminuta quantidade de líquido o qual, em condições patológicas, pode aumentar. No interior do coração existem quatro cavidades, duas superiores, os átrios ou aurículas e duas inferiores, os ventrículos. Os dois átrios e dois ventrículos estão separados por um septo musculomembranáceo, respectivamente denominados septo interatrial e septo interventricular. No feto, o septo interatrial é parcialmente aberto (ducto de Botallo) fechando-se porém, logo após o nascimento; quando isso não ocorre, surgem distúrbios circulatórios. Cada átrio comunica-se com o ventrículo do mesmo lado, através de um orifício, o óstio atrioventricular, provido de válvula, dispositivo que somente deixa passar o sangue quando é necessário e numa única direção. À direita, existe a válvula tricúspide e à esquerda a válvula bicúspide ou mitra. As válvulas cardíacas são formadas por duas ou mais valvas membranosas, de formato triangular, constituídas por dupla camada endotelial. Suas bases estão fixadas em anéis fibrosos que rodeiam os orifícios atrioventriculares. A válvula tricúspide é formada por três valvas, cujos bordos livres se juntam ao fechar-se a válvula, obliterando completamente a comunicação entre o átrio e o ventrículo direitos. A válvula correspondente do lado esquerdo (mitral) tem só duas valvas. As válvulas atrioventricularessão reforçadas por formações denominadas cordoalhas tendinosas que, de um lado se fixam nos músculos papilares e, de outro, nas proximidades dos bordos livres das valvas. No átrio direito desembocam as veias cavas superior e inferior; no átrio esquerdo, chegam as quatro veias pulmonares. Do ventrículo direito parte o tronco pulmonar e, do esquerdo, a aorta. No início do tronco pulmonar e no início da aorta, existem aparelhos valvulares (valva do tronco pulmonar e valva da aorta, respectivamente).

Fisiologia: o coração funciona como uma bomba, isto é, recebe o sangue da periferia e o impele para a circulação. Essa operação se realiza à custa de dois movimentos: de sístole e de diástole. O primeiro consiste na contração do miocárdio e o segundo no seu relaxamento. Átrios e ventrículos agem não sincronicamente; enquanto os átrios, em diástole, enchem-se de sangue que recebem das veias, os ventrículos, em sístole, impelem o sangue para a circulação através das artérias. Neste momento, as válvulas tricúspide e mitral estão fechadas, enquanto permanecem abertos os aparelhos valvulares das artérias. Sucessivamente, os átrios entram em sístole e, através das válvulas mitral e tricúspide abertas, impelem o sangue para os ventrículos (em diástole). Nesta fase, as embocaduras das artérias estão fechadas. Em condições normais, ocorre uma média de 70-80 revoluções cardíacas por minuto (revoluções são representadas por uma sístole e uma diástole). Colocando-se o ouvido sobre o tórax, na região correspondente ao coração, auscultam-se dois sons (bulhas) distintos: a primeira e a segunda bulha. A primeira é provocada pelo fechamento da mitral e da tricúspide e corresponde à sístole ventricular. A segunda bulha é provocada pelo fechamento das válvulas aórtica e pulmonar e coincide com diástole. Entre a primeira e a segunda bulha existe um breve período de tempo denominado primeiro silêncio (ou pequeno silêncio); entre a segunda bulha e a primeira sucessiva, ocorre o segundo silêncio (ou grande silêncio), mais prolongado. A atividade rítmica do coração é regulada por um tecido de condução, independente do sistema nervoso. A inervação do coração serve para adaptar a atividade cardíaca às exigências do momento: os batimentos se aceleram durante as atividades físicas intensas, após as refeições, nas emoções, etc. Os nervos do coração provêm do vago que diminui a freqüência cardíaca e do sistema simpático que o acelera.

CORÉIA. Doença caracterizada por movimentos involuntários rápidos, desordenados, irregulares e de ampla excursão, sobretudo dos membros superiores, cabeça, face e olhos, de intensidade variável de um caso a outro; em determinados doentes os movimentos predominam em uma daquelas partes, como a face e os olhos, dando a impressão de um tique. O aspecto é de uma pessoa estar executando uma dança, donde deriva o nome popular de dança de São Vito (coréia em grego significa dança). Existem dois tipos de coréia:
Coréia minor ou de Sydenham: manifesta-se entre cinco e 15 anos de idade, sendo mais freqüente no sexo feminino, de modo mais ou menos agudo ou, então, de modo frusto quando os doentes largam ou derrubam objetos, parecendo descuidados. Os sintomas progridem: pequenos movimentos rápidos e repetidos, mostram-se sem finalidade: enquanto o antebraço flete-se sobre o braço, a mão entra em extensão. A movimentação não é influenciada pela vontade e torna-se mias intensa quando ocorrem emoções. Desaparece durante o sono. São prejudicadas a marcha, a fala, assim como escrever e comer. Também o psiquismo pode estar alterado: o doente torna-se irritável, melancólico, com memória diminuída e, nos casos graves, apresenta formas de delírio. A causa deste tipo de coréia pode ser infecciosa ou tóxica; em certos casos é provocada pela febre reumática e, em outros, por escarlatina e por poliomielite.
Coréia crônica: surge na idade madura ou mesmo após os 60 anos; sendo rara durante a puberdade. É de caráter hereditário e familiar, atingindo ambos os sexos. Os primeiros sintomas são, quase sempre, de inquietude e de labilidade da memória. Depois, surgem os movimentos coréicos, principalmente após esforços. Os movimentos se iniciam na face e nos membros superiores, atingindo depois os membros inferiores. Os da face se assemelham a tiques, acompanhados de movimentos da língua e de dificuldades de mastigação e da fala. Os sintomas são agravados por emoções e podem diminuir ou desaparecer durante a execução de movimentos voluntários ou quando o doente está em repouso ou dormindo. O psiquismo do doente apresenta, a princípio, modificações do humor sob a forma de irritabilidade ou de depressão; as alterações do psiquismo são progressivas surgindo distúrbios da memória, delírios de grandeza ou de perseguição e períodos de confusão alucinatória, podendo praticar atos de violência, furtos, vadiagem, alcoolismo. Os sintomas são variáveis para cada doente e até na mesma família. O prognóstico é sempre grave, levando à demência e morte após 10 a 15 anos de moléstia.

COROIDITE. Processo inflamatório da coróide. Geralmente é de origem sifilítica porém pode ser provocada por traumatismo ou por miopia. A coroidite determina o aparecimento de distúrbios mais ou menos graves que comprometem a função visual.

COXA VALGA e COXA VARA. Malformação congênita ou adquirida (raquitismo, artrite, acondroplasia) do colo do fêmur que apresenta, em relação ao normal, uma angulação pouco acentuada (coxa vara) ou mais ampla (coxa valga).

CRANIOTABES RAQUÍTICO. Amolecimento dos ossos do crânio que podem ser deprimidos por meio de pressão exercida com os dedos.

CRAUROSE VULVAR. Processo atrófico da vulva que surge após a idade de 45-50 anos. Manifesta-se por diminuição do volume dos grandes lábios e do clitóris e por estreitamento do óstio vaginal. É uma lesão senil típica, ligada às modificações endócrinas da menopausa.

CRETINISMO. Moléstia infantil caracterizada por interrupção do desenvolvimento intelectual e somático, determinada por agenesia ou por aplasia ou ainda por hipoplasia da tireóide. Consiste em alterações provocadas no organismo devidas à falta ou deficiência de função da tireóide (ou hipotireoidismo). Pode-se apresentar em caráter familiar e regional ou isolado. No primeiro caso é chamado cretinismo endêmico e, no segundo, cretinismo esporádico ou congênito. A forma endêmica é observada em certas regiões, afetando famílias inteiras, praticamente isoladas em regiões montanhosas como nos Alpes, no Himalaia, nos Andes; no Brasil tem sido verificada na Serra do Mar, em Minas Gerais. O cretinismo esporádico se verifica isolado, em uma família cujos progenitores e outros irmãos têm função tireoidiana normal. O hipotireoidismo do adulto é também denominado mixedema (ver Mixedema).

CRIOTERAPIA. Tratamento que utiliza os efeitos biológicos provocados pelo frio no organismo: de fato, o frio exerce ação antiflogística, anti-hemorrágica, analgésica, estimulante muscular. A crioterapia local se faz com bolsa de gelo aplicada na cabeça (nas cefaléias, nas febres, nos casos de hemorragias cerebral, nas meningites, nas intoxicações); no ventre (na apendicite). A crioterapia geral faz-se mediante banhos de água fria ou através da perfrigeração gradual em locais apropriados.
Crioterapia gástrica: método de tratamento da úlcera do estômago que é executado provocando-se um resfriamento brusco da parede gátrica (mediante a introdução de um pequeno balão de borracha contendo álcool em temperatura inferior a 0º). O frio descongestiona o tecido ulcerado e favoreceria o processo de cicatrização.

CRIPTOGENÉTICA. Doença cuja origem é obscura, duvidosa ou incerta.

CRIPTORQUIDIA ou ECTOPIA TESTICULAR. Anomalia congênita caracterizada pela falta de descida de um ou de ambos os testículos para o escroto, os quais permanecem no abdome.

CUSHING (Síndrome de) ou ADENOMA BASÓFILO. Moléstia endócrina, descrita pela primeira vez pelo grande neurocirurgião norte-americano H. W. Cushing em 1912; é caracterizada por aumento numérico das células basófilas da hipófise. Manifesta-se pelo rápido aparecimento de obesidade dolorosa, hipertensão arterial, hipertricose, ou seja, aumento dos pêlos cutâneos, amenorréia na mulher ou impotência no homem e osteoporose. Não obstante a etiopatogenia do síndrome tenha sido motivo de muitas discussões, hoje é quase universalmente aceita a teoria de Cushing que atribuiu a causa da doença à presença de um adenoma basófilo na hipófise, capaz de elaborar quantidades excessivas de hormônio adrenocorticotrópico e, conseqüentemente, hipertrofia e hiperplasia da supra-renal. A moléstia é mais comum em mulher entre 40-50 anos de idade. O início da doença é pouco evidente; a seguir, acumula-se gordura na face, no pescoço e surge cifose. A pele adquire cor vermelho-escura especialmente ao redor dos olhos; no abdome e nos membros inferiores formam-se estrias cutâneas de cor escura. Nos casos graves ocorre descompensação cardíaca e lesões renais que conduzem à uremia.

CUTIRREAÇÃO. Reação circunscrita da superfície cutânea a determinadas substâncias que se aplicam sobre um ponto escarificado da pele. A cutirreação tem largo emprego na determinação das condições naturais de defesa contra a infecção tuberculosa.

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Quem sou eu

Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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