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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dicionário Médico: Letra D

DACRIADENITE ou DACRIOADENITE. Inflamação da glândula lacrimal.

DACRIAGOATRESIA. Imperfuração do conduto lacrimal, o qual, por não permitir o fluxo normal das lágrimas, provoca lacrimejamento e, muitas vezes, infecções.
DACRIOCISTITE. Processo inflamatório da glândula lacrimal o qual pode ser agudo ou crônico.
D. aguda: manifesta-se por lacrimejamento persistente, ardor localizado, secreção catarral da conjuntiva. Esta, quando é de natureza purulenta, pode determinar a formação de abscesso.
D. crônica: habitualmente ocorre como complicação de inflamações da mucosa nasal que provoca obstrução do ducto nasolacrimal. Como conseqüência dessa oclusão, as lágrimas ficam retidas no saco lacrimal, dilatando-o e dando início a um processo inflamatório.

DACTILITE. Inflamação dos dedos das mãos ou dos pés. O panarício, por exemplo, é uma forma de d.

DALTONISMO ou DISCROMATOPSIA. Anomalia cromática assim denominada por ter sido descrita pelo físico Dalton portador dessa anomalia visual. Trata-se de moléstia hereditária que afeta exclusivamente o sexo masculino. Distinguem-se duas formas: numa delas, falta a sensação para o vermelho (protanopia - tipo Dalton); na outra, para o verde (deuteronopia - tipo Nagel). Nas pessoas portadoras de d. o espectro solar parece dividido por uma região sem cores, denominada “zona neutra”, correspondente às cores vermelha e verde. Pela impossibilidade de distinguir essas cores, os daltônicos não podem exercer certas atividades ou profissões como motorista, piloto, marinheiro.

DEAMBULAÇÃO ou MARCHA. Ato fisiológico resultante de um complexo de movimentos através dos quais o corpo caminha. A d. se faz mediante movimentos alternados dos membros inferiores para frente, os quais, dadas as suas funções de sustentação, deslocam sucessivamente o centro da gravidade corpórea. A cada passo se observam movimentos oscilatórios verticais e laterais. Os verticais são originados de movimentos de flexão - extensão do joelho e do pé; as laterais, resultam do deslocamento do peso corporal o qual apóia-se, para a manutenção do equilíbrio, ora sobre um membro, ora sobre o outro. Para a d. concorrem, além dos músculos dos membros inferiores e da bacia, também os dos braços.
Claudicação: termo genérico que indica distúrbio da marcha devido a diferenças anatômicas ou funcionais entre os membros inferiores. As anomalias do andar orientam o diagnóstico das afecções nervosas.
Distúrbios da marcha:
Marcha atáxica: as pernas são abruptamente projetadas para a frente e para os lados com violência; os movimentos são amplos, incertos e incoordenados; as pernas se elevam demasiadamente e caem tocando o solo pelo calcanhar. Os pacientes fixam o olhar para os membros inferiores, oscilando como que procurando pontos de apoio. Esse tipo de marcha é característico no tabes.
Marcha espasmódica: os pés se deslocam do solo com dificuldade e movem-se como se estivessem aderentes. Os passos são curtos e lentos; não se observam flexões dos diferentes segmentos dos membros inferiores, os quais se movem para a frente por inclinação e rotação do tronco para o lado oposto ao membro que se vai mover: por essa razão a parte superior do tronco oscila lateralmente, donde a denominação de “andar galináceo”.
Marcha titubeante ou cerebelar: os doentes caminham oscilando o corpo, com os braços afastados do corpo e as pernas abertas; é observada nas afecções do cerebelo, do labirinto, no alcoolismo agudo.
Marcha escarvante: o paciente levanta exageradamente a perna, fazendo pronunciada flexão da coxa sobre o abdome; o pé cai sobre o solo tocando-o antes com a ponta e depois com o calcanhar.
Marcha helicoidal ou ceifante: ao deslocar-se para a frente, o membro inferir paralisado descreve um arco de concavidade interna, como o de uma foice, e o tronco inclina-se para o lado oposto. É característica da hemiplegia.
Marcha helcópode: o doente move o membro paralisado de trás para a frente, arrastando o pé, sem descrever um arco; observa-se nas hemiplegias histéricas ou mesmo orgânicas de leve entidade.
Marcha a passos miúdos: o paciente caminha com passos curtos, arrastando os pés, deslocando-os muito pouco, de modo que o calcanhar não vai muito além da metade do comprimento do outro pé. Encontra-se nas hemiplegias crônicas e no parkinsonismo.
Marcha anserina: é caracterizada pela inclinação da bacia para o lado oposto, figurando o andar do pato; encontra-se nas atrofias dos músculos da bacia e na luxação congênita do quadril.
Marcha coréica: durante o andar o corpo oscila para a direita e para a esquerda, para a frente e para trás; os passos são irregulares e desordenados, simulando queda iminente e obrigando o doente a parar para equilibrar-se.
Marchas combinadas: combinação dos vários tipos de andar como, por exemplo, m. cerebelo-espasmódica, m. tábido-cerebelar, m. cerebelo-atáxica, etc.
Marcha vestibular: o doente se desvia para um lado quando anda para a frente e para o lado oposto quando caminha para trás; observa-se nas lesões vestibulares.
Astasia-abasia: impossibilidade de andar (abasia) e de permanecer de pé (astasia), por falta de coordenação dos movimentos necessários para a deambulação, embora sejam normais a sensibilidade, a força muscular e a coordenação dos outros movimentos dos membros inferiores.

DECÚBITO. Posição que o doente assume no leito, instintivamente, em relação à entidade ou local do processo mórbido. Certos doentes escolhem a posição mais cômoda e mudam constantemente de posição, procurando maior conforto: é o decúbito ativo, ou indiferente ou livremente escolhido. Outros, mais graves, inconscientes ou muito debilitados, permanecem durante longos períodos em posição às vezes, visivelmente incômoda, dificultando principalmente a respiração: é o decúbito passivo. Este d. é observado nas intoxicações, no choque, nos estados comatosos, etc. Em certas moléstias, os doentes são forçados a adotar posições características; são chamados decúbitos forçados.
D. Ortopnéico: é a posição adotada quando existem dificuldades respiratórias ou distúrbios cardiocirculatórios (asma, enfisema, cardiopatias, etc.): os doentes sentam na cama, procurando diminuir a “falta de ar”.
D. Lateral: posião do doente portador de moléstia localizada numa metade do corpo (pleurizia aguda, pneumotórax, tumores da pleura ou do pulmão, etc.): geralmente, os pacientes adotam o decúbito sobre o lado doente.
D. genu-peitoral: posição de prece maometana, adotada principalmente nas pericardites com derrame.
Sinal do travesseiro: posição intermediária entre o d. genu-peitoral e o d. ortopnéico, também adotada nas pericardites; o doente senta-se na cama, coloca o travesseiro sobre os joelhos fletidos, abraçando-o e inclinando o corpo para a frente.
D. ventral: também denominado prono, é a posição adotada pelos doentes com dores abdominais intensas, deitando-se sobre a face anterior do corpo.
D. dorsal ou supino: o doente deita-se sobre a face posterior do corpo. Nos estados inflamatórios dos órgãos abdominais, os doentes podem proteger com as mãos a zona dolorosa e manter os membros inferiores em flexão.
Úlceras de decúbito: após longa permanência em d. dorsal obrigatório, podem surgir úlceras mais ou menos extensas, localizadas geralmente na região inferior do dorso. As causas podem ser atribuídas à insuficiente irrigação sangüínea na região submetida a prolongada compressão e à falta de cuidados higiênicos.

DEDOS. Partes terminais dos membros superiores e inferiores, em número de cinco para cada mão e pé. Os dedos, exceto o primeiro, são formados por três falanges. O primeiro dedo da mão ou polegar é capaz de opor-se aos outros quatro; a esse fato deve-se a possibilidade de apreensão da mão. A inflamação supurativa dos dedos da mãos denomina-se panarício. Entre as malformações congênitas estão: hipodactilia, hiperdactilia, hipofalangia, hiperfalangia, braquidactilia (ver os respectivos verbetes).

DEFECAÇÃO. Processo de expulsão de fezes pelo ânus; é mediante a d. que o organismo liberta-se dos resíduos alimentares não digeridos. As pessoas sentem o estímulo da evacuação quando as fezes acumuladas no reto exercem pressão nas paredes da última porção do intestino. Neste ponto, o esfíncter anal se relaxa e as paredes do reto se contraem, permitindo a saída das fezes. A dupla função de relaxamento e de contração são reguladas por um centro nervoso localizado na medula. No caso de d. difícil, a expulsão das fezes é facilitada pelas contrações dos músculos abdominais. Em algumas doenças (epilepsia, apoplexia, comoção cerebral, paralisias) ou mesmo em pessoas muito emotivas, pode verificar-se a eliminação involuntária das fezes, por disfunção do centro medular. A diarréia e a prisão de ventre são condições mórbidas ligadas ao ato da defecação.

DEFERENTITE. Processo inflamatório do ducto deferente, geralmente de natureza blenorrágica.

DELÍRIO. Estado de excitação psíquica anormal que se manifesta por incoerência de idéias, irritação, ilusões e alucinações; existem diversos tipos de delírio que são alterações graves do pensamento, caracterizadas por erros patológicos de apreciação e que não podem ser modificados pela experiência ou pela crítica. Geralmente, os doentes são levados a uma orientação unilateral, deformando, exagerando, pervertendo a percepção real dos fatos, levando-os a ilusões e a alucinações. Às vezes o delírio é agitado ou rumoroso e pode tornar-se furioso: os doentes se agitam, vociferam, agridem e maltratam os que deles se aproximam (no alcoolismo crônico, observa-se o delirium tremens, de caráter agudo e violento acompanhado de tremores característicos). Outras vezes ocorre o delírio calmo ou tranqüilo que se caracteriza por concentração do doente sobre si mesmo; suas ilusões e palavras incoerentes são pronunciadas em voz baixa, estando ausentes a agitação e a violência. O delírio pode ser provocado por: distúrbios circulatórios cerebrais (congestão, isquemia); afecções orgânicas (paralisia, esclerose crônica, tumores, etc.); infecções, principalmente as que provocam febre elevada (febre tifóide, malária, pneumonia, etc.); intoxicações endógenas (uremia, diabete) e exógenas (alcoolismo); caquexia; doenças mentais (Paranóia, demência paralítica, esquizofrenia, epilepsia, estados depressivos graves); traumatismos; agentes físicos (calor) e febre elevada.

Delírio de Perseguição: exagerado instinto de defesa; o doente se considera vítima de calúnias, de tentativas criminosas contra si por parte de pessoas de suas relações. Após certo tempo, pode transformar-se em perseguidor, passando a injuriar, ameaçar, difamar, agredir e mesmo matar. Geralmente terminam internados em manicômio.

Delírio de querela: o doente estabelece para si direitos imaginários e a propósito de questões de pequena importância, alterando particularidades dos fatos e, sofismando, inicia questões judiciais intermináveis, buscando o seu direito. Após alguns anos, passa a ameaçar, a injuriar e a difamar. Também é quase sempre recolhido a manicômios.

Delírio de ciúme: o doente tem convicção de que é traído pelo respectivo cônjuge; exerce vigilância, pratica atos de tirania e, quase sempre, também pratica atos de violência, sendo uma das principais causas dos crimes passionais e da separação dos casais.

Delírio de ambição: o paciente faz exaltação de hipotética origem nobre da sua pessoa ou de sua situação política, considerando-se descendente de reis, imperadores, etc.

Delírio religioso: semelhante ao anterior, o doente julga-se profeta, santo, possuidor de poderes divinos, etc.

DELIRIUM TREMENS. Forma de delírio que surge nos alcoólatras crônicos. Manifesta-se por um estado de alucinação, predominantemente visual, acompanhado de febre, estado tóxico, grande fraqueza, desordens musculares intensas com tremores e abalos repetidos dos membros.

DEMÊNCIA. Deterioração progressiva das faculdades mentais; a pessoa tem desenvolvimento psíquico normal até uma certa idade, quando, então, começa a apresentar visível decadência de suas faculdades mentais, iniciando-se pela memória. Na demência podem ser conservados alguns resíduos da inteligência, da moral, certa dignidade e algumas expressões altas. Porém, em outros casos, a demência provoca total desintegração da personalidade, não permitindo ao doente nenhuma condição de vida social nem mesmo possibilidades para cuidar de si próprio, como se verifica na esquizofrenia (ou demência precoce), na paralisia geral, na demência senil e pré-senil.

Demência alcoólica: atinge os alcoólatras crônicos, nos quais as células cerebrais sofreram alterações degenerativas graves. Como primeiro sintoma, o doente revela diminuição progressiva da memória à qual se segue a perda de todas as faculdades psíquicas.

Demência arteriosclerótica: surge após a arteriosclerose cerebral, sendo caracterizada por distúrbios da sensibilidade, da motilidade e dos reflexos. Às vezes, os doentes apresentam euforia e megalomania. A evolução da doença é relativamente rápida.

Demência epiléptica: complicação rara, porém grave, da epilepsia que aparece após muitos acessos.

Demência paralítica ou paralisia progressiva: alteração psíquica provocada pela sífilis, após um período de evolução variável entre oito a vinte anos; manifesta-se inicialmente por distúrbios da motilidade seguidos de deterioração das faculdades mentais com o aparecimento de delírios de absoluta apatia.

DENGUE. Doença infecciosa, epidêmica, caracterizada por erupção cutânea polimorfa e difusa, morbiliforme, dores articulares e musculares, cefaléia, astenia, evolução cíclica e convalescença longa. Seu agente causal é desconhecido, parecendo tratar-se de um vírus transmitido por algumas espécies de mosquitos (Culex fatigans, Ades egyptii, Phlebotomus pappatassii). A evolução da doença é benigna.

DEPRESSÃO. Manifestação psíquica que se revela por um estado de abatimento e melancolia quase sempre associado à astenia. Dão origem à depressão numerosas moléstias mentais e infecciosas graves ou crônicas.

DERMATITE ou DERMITE. Processo inflamatório da pele. Quanto à sua natureza, pode ser: eritematosa, populosa, nodular, bolhosa, pustulosa, verrucosa. Quanto à origem, são classificadas em endógenas e exógenas.
D. endógena: surge após a formação endógena de substâncias tóxicas, produzidas por: disfunções metabólicas, moléstias renais, processos inflamatórios intestinais, estados alérgicos, moléstias toxiinfecciosas exantemáticas e disfunções glandulares.
D. exógena: é provocada por fatores externos de natureza física, química ou parasitária. Entre as causas físicas incluem-se os pequenos traumatismos que provocam escoriações e outros tipos de lesões, o calor e o frio intenso, as irradiações solares ou artificiais. Entre os fatores químicos mencionam-se todas as substâncias irritantes que lesam a epiderme (ácidos, álcalis, etc.).

DERMATOGLIFOS. Elevações dermopapilares semimicroscópicas encontradas nas regiões palmares e plantares; as configurações formadas pelos d. adquirem aspectos singulares em algumas doenças como no mongolismo, na neurofibromatose, na esquizofrenia, na leucemia, etc.

DERMATOMICOSES. Afecções da pele provocadas por fungos parasitas.

DERMATOMIOSITE. Ver Miosite.

DERMATOSCLEROSE. Ver Esclerodermia.

DERMATOSE. Denominação genérica de qualquer afecção da pele.

DESCOMPENSAÇÃO CARDÍACA. Ver Insuficiência Cardíaca.

DESIDRATAÇÃO. Fenômeno patológico caracterizado pela perda de água do organismo. Verifica-se por: insuficiente ingestão de líquidos, perda excessiva de sais (após diarréias prolongadas, vômitos freqüentes, hemorragias graves) ou alterações da composição química e eletrolítica dos líquidos orgânicos.

DESIDROSE. Genericamente indica alteração da secreção do suor. É também denominada d. uma afecção da pele caracterizada pela formação de vesículas contendo líquido seroso, especialmente, entre os espaços interdigitais, provocada por agentes infecciosos ou substâncias irritantes. Ocorre principalmente nas regiões quentes e nos indivíduos de constituição artrítica.

DESMAIO ou DESFALECIMENTO ou LIPOTIMIA. Perda da consciência determinada por insuficiente e momentâneo suprimento de sangue no cérebro; aparece após vários estados mórbidos de natureza orgânica (traumatismos, hemorragias, exaustão) e psíquica (emoções violentas).

DESMÓIDE ou DESMOMA. Sinônimo de fibroma.

DESMOPATIA. Moléstia dos tendões.

DEXTROCARDIA. Malformação que consiste na posição do coração no lado direito do corpo com a ponta dirigida no mesmo sentido; quase sempre também as outras vísceras têm posição invertida. A d. é assintomática a menos que existam outros defeitos cardíacos.

DIABETE. Denominação que indica um grupo de doenças caracterizadas por disfunção do metabolismo.

Diabete melito: caracterizado pelo aumento da taxa de glicose no sangue (hiperglicemia), podendo apresentar ou não glicosúria (glicose na urina), revelando uma alteração do metabolismo dos glicídios. Trata-se de uma doença hereditária que pode manifestar-se em qualquer idade, com maior incidência entre os 50 e os 60 anos, atingindo igualmente tanto o sexo masculino como o feminino. É mais freqüente nas pessoas de vida sedentária ou que exercem pequeno trabalho muscular, como nas profissões liberais; inversamente, é rara entre os trabalhadores braçais. As manifestações clínicas variam de um caso para outro; geralmente iniciam-se com sede intensa, fome constante e emagrecimento. A sede é caracterizada por sensação de secura na boca e na faringe, principalmente à noite e resulta de alteração do equilíbrio iônico do sangue, obrigando o doente a ingerir bastante água e a eliminar maior volume de urina. A fome é causada pela falta de aproveitamento dos glicídios. Como conseqüência da precariedade de utilização da água dos alimentos, ocorre o emagrecimento que pode ser rápido ou lento, maior ou menor, conforme o caso. Outro sintoma do diabete melito é a astenia física, psíquica e genital, esta última de muita importância porque na maioria dos doentes, constitui o primeiro sintoma. No diabete melito, a temperatura corpórea está abaixo da normal. Nem sempre existe glicosúria em todos os doentes: alguns, durante toda e evolução da doença, não a apresentam enquanto que outros, a apresentam esporadicamente ou permanentemente. A causa do diabete melito está quase sempre ligada a um desequilíbrio hormonal no qual a quantidade de insulina de que o organismo necessita é maior do que aquela que as ilhotas de Langheerans produzem ou podem produzir. Faltando a insulina, não se realiza a transformação da glicose em glicogênio, tornando-se deficiente o armazenamento dos carboidratos; por essa razão, aumenta a taxa de glicose no sangue, passando também para a urina. Considera-se que a falta ou a insuficiência de produção de insulina no pâncreas é a causa da doença nas crianças e jovens, enquanto que o diabete dos adultos seria causado por fatores celulares ou humorais antinsulínicos. O aparecimento do diabete nos jovens é quase sempre brusco; nos adultos é gradual. O “coma diabético” é raro e inicia-se com astenia, cefaléia, mal-estar geral, sede intensíssima e insuportável, náusea e vômito, dores abdominais, febre. O doente perde a consciência e, se não houver atendimento, morre. As outras numerosas complicações são: arteriosclerose, lesões da retina com comprometimento visual, furunculose, neurites e distúrbios motores.

Diabete insípido: doença rara provocada pela falta ou insuficiente produção de hormônio antidiurético hipofisário que regula a quantidade de água eliminada com a urina. Quando a quantidade de hormônio é insuficiente, o doente elimina diariamente até mais de vinte litros de água. O diabete insípido ode ser hereditário ou adquirido na vigência de tuberculose, tumores endocranianos, leucemia.

Diabete renal: pode ser insípido, de caráter hereditário, caracterizado por incapacidade constitucional de os túbulos renais reabsorverem água ou melito, cuja característica é a glicosúria com glicemia normal, devida à incapacidade dos túbjos renias de reabsorverem a glicose.

Diabete galactósico: moléstia infantil, caracterizada pela presença de galactose na urina, hepatomegalia e esplenomegalia.

Diabelte azotúrico: onde ocorre exagerada eliminação de uréia com a urina, sendo observado no hiperparatireoidismo e no diabete melito.

Diabete brônzeo: é o diabete melito associado à hemocromatose, isto é, depósito de ferro nos tecidos, principalmente no fígado, baço, coração e pâncreas. A manifestação mais típica é a associação de pigmentação cutânea, hiperglicemia e descompensação cardíaca.

DIABÉTIDE. Manifestação cutânea (eczema, prurido, furúnculo) que surgem durante a evolução do diabete.

DIAFORESE. Processo de secreção do suor que pode se espontâneo ou provocado por medicamentos, denominados “diaforéticos”. A diaforese é patológica quando surge após estados febris ou nas disfunções glandulares.

DIAFRAGMITE. Processo inflamatório agudo ou crônico do diafragma.

DIARRÉIA. Síndrome caracterizado por expulsão repetida de fezes, geralmente líquidas, quase sempre acompanhadas de muco e de sangue; é provocada por moléstias do aparelho digestivo, as quais provocam aumento do peristaltismo. A d. pode também ser provocada por certas emoções fortes. Os fatores que determinam a d. são: alimentos deteriorados; disfunção de alguma zona do aparelho digestivo (gastrites, perturbações hepáticas e pancreáticas, alteração na absorção de alimentos); ingestão de substâncias tóxicas; carências vitamínicas (pelagra); erros alimentares, principalmente em crianças; infecções ou infestações intestinais; certos medicamentos (purgativos, laxativos).

DIÁTESE. Predisposição constitucional exagerada para determinadas doenças. São conhecidas diversas diáteses, como a hemorrágica, a artrítica (ou herpetismo), a exsudativa, a alérgica.

DICROTISMO. Alteração do pulso caracterizada por batimentos arteriais duplos para cada pulsação cardíaca. É encontrado em algumas moléstias infecciosas febris.

DICTIOMA. Tumor da retina.

DIDIMITE. Ver Orquiepididimite.

DIFTERIA. Moléstia infecciosa aguda, provocada pelo Corynebacterium diphteriae; incide principalmente nas crianças de um a cinco anos de idade. O contágio da doença pode-se dar por via direta ou indireta, pois o germe é muito resistente ao calor e à luz, mantendo-se virulento durante longo tempo. Após o período de incubação, que varia de dois a oito dias, a difteria se manifesta com febre, vômito, cefaléia. Em seguida surgem os sintomas provocados pela toxina produzida pelo micróbio e pela inflamação, formando-se exsudatos, pseudomembranas que se destacam facilmente.
Faringite ou angina diftérica: inicialmente, surge vermelhidão e tumefação da faringe. Depois, notam-se placas esbranquiçadas (pseudo-membranas), distúrbios da deglutição e dores intensas.
Laringite diftérica ou crupe: forma grave porque a tumefação da laringe e as pseudomembranas dificultam a passagem do ar; o primeiro sintoma é o abaixamento da voz, depois a tosse e os distúrbios graves da respiração.
Rinite diftérica: não é grave e, algumas vezes, despercebida; porém pode eventualmente determinar complicações, pois os efeitos da toxina se fazem sobre o coração, sistema nervoso, rim e supra-renais.
A d. é moléstia que deve ser notificada às autoridades sanitárias porque os doentes precisam ficar isolados.

DIFTONIA. Alteração do som emitido pelas cordas vocais.

DILATAÇÃO BRÔNQUICA. Ver Bronquiectasia.
DILATAÇÃO DA AORTA ou DAS ARTÉRIAS. Ver Aneurisma.
DILATAÇÃO DAS VEIAS. Ver Varizes.
DILATAÇÃO DO CÓLON. Ver Megacólon.
DILATAÇÃO DO CORAÇÃO. Ver Cariectasia.
DILATAÇÃO DO ESTÔMAGO. Ver Gastrectasia.

DIPLACUSIA. Distúrbio da audição que consiste na percepção de som duplo: a d. é observada em alguns casos de otite e de labirintite.

DIPLEGIA. Ver Paralisia.

DIPLOCOCOS. Bactérias de forma esférica formadas por dois corpos ovalados.

DIPLOPIA. Defeito visual caracterizado por percepção de dupla imagem de um mesmo objeto. Verifica-se quando esta imagem, por desvio do eixo óptico de um olho, incide em dois pontos não correspondentes das suas retinas. A anomalia é geralmente provocada por lesões dos músculos motores do olho.

DIPSOMANIA. Manifestação psíquica que consiste no impulso mórbido e incontrolável para bebidas alcoólicas. (Mania do alcoólatra)

DISARTRIA. Dificuldade e irregularidade na articulação das palavras, provocada por alterações do (tono) dos músculos laríngeos e bucais.

DISCINESIA. Distúrbio da motilidade voluntária.

DISCO INTERVERTEBRAL. O disco i. é uma espécie de almofada interposta entre os corpos das vértebras, formadas no centro por tecido rico em água e no exterior por um anel de tecido conectivo; o primeiro é chamado “núcleo pulposo”, o segundo “anel fibroso”. Quando o núcleo pulposo sai para fora do anel, deslocando-se quase sempre para trás, fala-se de hérnia de disco, cujo mecanismo de formação mais freqüente está ligado ao esforço físico durante movimentos, como por exemplo, no levantamento de pesos. É mais comum na região cervical e na lombar. O d. i. herniado comprime os nervos que saem da medula espinhal (contida no anel vertebral); como conseqüência, ocorrem dores contínuas nos territórios que recebem as fibras nervosas e diminuição da motilidade.

DISCRASIA. Alteração transitória ou permanente da composição do sangue.

DISENTERIA. Estado mórbido, agudo ou crônico, caracterizado por freqüentes evacuações de fezes liquefeitas ou semilíquidas contendo muco ou sangue e acompanhadas de dores abdominais, náusea e vômito. A perda de água é considerável e pode determinar a desidratação; além disso, se o episódio é prolongado, o doente sofre progressivo emagrecimento e perda de forças. As causas mais freqüentes (disenteria bacilar, tifo, paratifo, enterites a vírus), infestações (amebas, parasitas), alergias alimentares, avitaminose (pelagra), infecções inespecíficas (colite ulcerosa, enterite regional), tumores do pâncreas, do estômago, do intestino.

DISFAGIA. Dificuldade na deglutição.

DISFONIA. Mudança das características da voz; quando diminuída, constitui a hipofonia ou microfonia e quando aumentada, recebe o nome de magafonia. A rouquidão ou traquifonia significa voz quase imperceptível e, geralmente, é provocada por distúrbios da laringe.

DISFORIA. Sensação subjetiva vaga e indeterminada de mal-estar.

DISLALIA. Denominação genérica para um conjunto de alterações da pronúncia e do som da voz emitida.

DISMENORRÉIA. Menstruação irregular e dolorosa, provocada por disfunção endócrina, síndromes nervosos, moléstias uterinas e dos anexos. Manifesta-se com dores e cólicas abdominais que precedem de alguns dias ou acompanham a menstruação.

DISMETRIA. Forma de alteração na execução de movimentos, os quais são muito bruscos e amplos, com impulso inicial bastante forte. Depende de lesões cerebelares.

DISPAREUNIA. União sexual dolorosa e difícil para a mulher, cuja causa pode estar ligada a malformação dos órgãos genitais ou a manifestações psíquicas.

DISPEPSIA. Termo para designar distúrbios da digestão.
Dispepsia gástrica: observada após gastrites, úlcera, tumor do estômago e que se manifesta com sensação de queimor e dor na região epigástrica, principalmente, após as refeições, acompanhadas de cefaléia e, quase sempre, de diarréia e vômito. Ao lado desta forma de dispepsia, que depende de lesões orgânicas, existe a dispepsia nervosa (neurose gástrica), de origem neuropsíquica, causada por perturbações da inervação motora e secretora do estômago.
Dispepsia intestinal: existem duas formas, a dispepsia de fermentação e a dispepsia de putrefação. A primeira é devida a processos fermentativos anormais dos carboidratos e a segunda à putrefação dos albuminóides. As fezes, na d. fermentativa, apresentam cor amarelada, odor ácido, consistência fluida; na d. putrefativa, têm cor escura, odor fétido e acompanhado de emissão de gases. Em ambos os tipos, a sintomatologia é caracterizada por meteorismo, dores abdominais, flatulência, diarréia, alternando-se com períodos de prisão de ventre e cefaléia.
Dispepsia do lactente: caracteriza-se por vômitos, diarréia, ligeiras modificações do estado geral da criança, para ou perda de peso e leve aumento da temperatura corpórea. Em alguns casos predominam os vômitos, em outros a diarréia ou então, os dois sintomas estão juntos.

DISPNÉIA. Alteração do ritmo respiratório, caracterizado por aumento numérico dos movimentos com sensação angustiosa e penosa. É provocada por: distúrbios dos aparelhos circulatórios e respiratório, várias formas de intoxicação, moléstias infecciosas, síndromes nervosos.

DISTENÇÃO. Lesão muscular provocada por movimentos bruscos e caracterizada por demasiado estiramento das fibras musculares, com ruptura e formação de pequenos hematomas. A região atingida torna-se muito dolorida.

DISTIMIA. Condição neuropsíquica que se manifesta com desequilíbrio da vida afetiva.

DISTOCIA. Termo que indica parto difícil, devido a diversas causas. As d. de causa fetal verificam-se por exagerado desenvolvimento das dimensões do feto ou de sua posição anormal, ou ainda nos partos de gêmeos quando ambos se insinuam ao mesmo tempo. As d. de causa materna dependem de vícios pélvicos, da retroversão ou de posição anormal do útero, de insuficiente força de contração da musculatura uterina ou de falta de dilatação do colo do útero. Além disso, existe uma d. dependente de outros fatores, como se verifica, por exemplo, quando o cordão umbilical é muito curto.

DISTOMATOSE ou DISTOMÍASE. Doença parasitária provocada por Distomídeos, vermes trematódios, que se localizam no fígado e, mais raramente, no intestino, nos pulmões, no cérebro. A d. intestinal se manifesta com disenteria muco-sanguinolenta, vômito, anemia, emagrecimento. No fígado, os Distomídeos provocam atrofia do órgão; no pulmão, determinam sintomatologia que se assemelha à da tuberculose pulmonar; expectoração abundante, hemoptise, emagrecimento; no cérebro, provocam cefaléia intensa e contínua.

DISTONIA NEUROVEGETATIVA. Literalmente, o termo distonia significa “anormalidade do tono”. Em patologia indica uma série de distúrbios funcionais não ligados a lesões orgânicas. É de natureza constitucional, relacionada ao desequilíbrio endócrino, sendo mais comum nos astênicos. A distonia neurovegetativa constitui um complexo de alterações vegetativas e psíquicas, uma influindo sobre a outra de modo que as primeiras podem ser desencadeadas por emoções, assim como estas podem desencadear aquelas. Nas mulheres predominam as manifestações simpáticas: respiração acelerada, taquicardia, palpitações, ptose gástrica, constipação intestinal, pouco apetite, pele seca, febrículas. No homem predominam as manifestações parassimpáticas: pressão respiratória, crises asmáticas, gosto desagradável na boca, náuseas, constipação alternada com diarréia, azia, bradicardia, pressão baixa, melancolia.

DISTROFIA. Alteração do processo nutritivo de um tecido.
D. infantil: ver atrofia alimentar infantil.
D. adiposo-genital (ou distrofia adiposo-genital ou síndrome de Froëlich): síndrome caracterizado por obesidade e insuficiência genital, provavelmente devido à lesão do hipotálamo em conseqüência de deficiência funcional da hipófise.

DISÚRIA. Dificuldade na emissão de urina que afeta pessoas portadoras de doenças do aparelho urinário.

DIURESE. Formação e eliminação da urina pelo rim. O fenômeno diferencia-se da micção a qual representa a emissão da urina para o exterior.

DIVERTÍCULO. Dilatação congênita ou adquirida de segmento da parede de um órgão, principalmente do esôfago, do estômago, do intestino ou da bexiga. Os divertículos adquiridos são freqüentemente devidos a inflamações.

DIVULSÃO. Distensão de um orifício mediante uso de instrumentos cirúrgicos adequados denominados afastadores ou, então, o alargamento de uma incisão.

DOENÇA DE VON RECKLINGHAUSEN. Moléstia hereditária caracterizada pela presença de tumores múltiplos e manchas castanho-escuras na pele do tronco, da face e dos membros. Às vezes são também encontrados nos nervos e nas vísceras. Os tumores são neurofibromas, donde a doença é também chamada neurofibromatose.

DOLICOCEFALIA. Forma de crânio que apresenta diâmetro antero-posterior maior que o transverso.

DRENAGEM. Esvaziamento de secreção patológica de ferimentos traumáticos ou cirúrgicos. É efetuada pelo tamponamento com gaze esterilizada ou com tubos de borracha (drenos) de várias dimensões, quando então denomina-se d. contínua. Durante a d., a intervalos, pode ser feita a lavagem local com líquidos antisépticos.

DROMOMANIA. Mania que se manifesta pela inquietude e desejo de andar, encontrada em diversas moléstias neuropsíquicas.

DUCTOS. Canais que conduzem líquidos orgânicos.
D. cístico: anexo ao fígado, tem a função de transportar a bile da vesícula ao colédoco.
D. colédoco: resulta da união entre o d. cístico e o d. hepático; conduz a bile ao duodeno.
D. deferentes: dois canais que ligam os testículos às vesículas seminais; através deles passa o líquido espermático.
D. ejaculador: pequeno canal que une as vesículas seminais à próstata, para a qual transporta o líquido espermático.
D. hepático: origina-se no fígado e conduz a bile para o colédoco.
D. pancreático: conduz o suco pancreático do pâncreas para o duodeno.
D. torácico: vaso linfático que tem origem na altura da segunda vértebra lombar, na cistena de Pecquet; dirige-se para cima quase verticalmente ao longo da coluna vertebral e penetra no tórax através do orifício aórtico do diafragma. Percorre o mediastino posterior e termina na base do pescoço na veia jugular ou na subclávia esquerda.

DUODENITE. Inflamação aguda ou crônica das paredes do duodeno. A d. aguda constitui a gastroduodenite. A d. crônica pode ser de dois tipos, secundária à apendicite e à colecistite ou essencial, provocada por germes, alimentos irritantes, fatores tóxicos endógenos, distúrbios neurovegetativos. A sintomatologia é a mesma da gastrite: dores e queimor na região epigástrica, náuseas, vômitos.

DUODENO. Primeiro segmento do intestino delgado que se estende desde o piloro até a altura do lado esquerdo da segunda vértebra lombar, medindo cerca de 28 cm.

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Quem sou eu

Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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