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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dicionário Médico: Letra U

ÚLCERA. Denomina-se úlcera qualquer perda superficial de substância tecidual com pouca ou nenhuma tendência à cicatrização. Pode atingir a pele e as mucosas; se o processo necrótico se estender provocará graves complicações, porque poderá lesar vasos sanguíneos, determinando hemorragias ou perfuração do órgão atingido (ú. perfurada).

A úlcera pode depender: de causas mecânicas como ocorre na úlcera de decúbito; de agentes infecciosos, que dão lugar a processos necróticos; de fatores físicos ou químicos.

Úlcera cancerosa: localiza-se no seio de uma formação tumoral e é devida á carência de nutrição sanguínea própria do tecido neoplásico.

Úlcera da Córnea: forma-se na córnea e provoca dores locais, queimor, lacrimejamento, fotofobia. Nos casos graves, após o seu restabelecimento subsistirá um processo cicatricial que compromete a visão. É devida a processos inflamatórios (queratite) ou a traumas (ferimentos penetrantes).

Úlcera esofagiana: localiza-se particularmente na última porção do esôfago. A sua sintomatologia é semelhante à da úlcera gástrica.

Úlcera fagedênica: lesão cujas margens tendem irredutivelmente a aumentar provocando lesões nos tecidos adjacentes.

Úlcera Gástrica e Duodenal: doença caracterizada pela formação, aparentemente espontânea, de lesão na mucosa do estômago (úlcera gástrica) ou do duodeno (úlcera duodenal); porém sua localização mais freqüente é o ponto de passagem do estômago para o duodeno, ou seja, i piloro (úlcera pilórica).

A etiologia da úlcera gástrica é ainda obscura; têm certamente importância a predisposição individual e o tipo constitucional longilíneo e astênico. Segundo a teoria cloropéptica, a úlcera gástrica é devida à hipersecreção de ácido clorídrico, o qual atacaria a mucosa gástrica (ou duodenal).

A teoria vascular ou vasal indica como causa da úlcera uma alteração circulatória local, conseqüente a arteriosclerose ou a trombose.

Segundo a teoria inflamatória, a úlcera gástrica é causada por um processo inflamatório da mucosa gástrica ou duodenal.

Segundo a teoria alérgica ou anafilática, a doença surgiria em seguida a fatores alérgicos. Existem ainda: a teoria dismetabólica ( a úlcera gástrica seria devida a alterações metabólicas); a hormonal (a causa da doença seria a falta de alguns hormônios); a neurogênica (segundo a qual o aparecimento da úlcera seria provocado por desequilíbrios nervosos).

D ponto de vista anátomo-patológico, a úlcera gástrica revela-se como uma pequena escavação de forma arredondada e de dimensões muito variáveis.

Os sintomas são: dores mais ou menos intensas, às vezes violentíssimas, que surgem tanto após as refeições como durante o jejum; eructações ácidas, vômito; queimor com intolerância por alimentos ácidos e picantes; emagrecimento, prisão de ventre. Nos casos graves podem ocorrer hemorragias e perfurações.

Úlcera perfurante plantar: o processo ulceroso localiza-se na face plantar do pé. A afecção depende de lesões nervosas (paralisia progressiva, tabes dorsalis, neurites, polineurites, lepra) ou vasculares (oclusões por trombos, tromboangeite obliterante, etc.). A sua evolução é lenta e progressiva.

Úlcera tropical: localiza-se na parte inferior da perna e é própria dos climas tropicais. Provavelmente é de natureza microbiana.

Úlcera venérea ou cancro mole: doença infecto-contagiosa causada pelo bacilo de Ducrey; é contraída nos contactos sexuais com pessoas afetadas pela moléstia. É caracterizada por uma ulceração de forma oval nos órgãos genitais externos, femininos ou masculinos.

ULCUS RODENS. Ulceração que ocorre no carcinoma basocelular.

ULEGIRIA. Zona de amolecimento cicatrizada e localizada na superfície do cérebro.

ULNA. Ver Cúbito.

ULTRA-SOM (Terapêutica por). Método terapêutico que utiliza a ação dos ultra-sons (vibrações com freqüência superior àquela audível) que provocam nos tecidos uma estimulação celular facilitando os processos de cura. O ultra-som encontra aplicação no tratamento de doenças articulares e musculares.

UMBILICAL (Hérnia). Hérnia da região do umbigo. Pode ser congênita ou adquirida.

UMBIGO. Cicatriz arredondada da linha média da parede abdominal que representa o orifício por onde, no feto, passam os canais de comunicação (cordão umbilical) com a placenta. Nos recém-nascidos pode constituir um ponto de implantação de germes patogênicos.

UMERAIS (Artéria e Veias). São assim denominadas as duas veias e a artéria que percorrem o braço.

ÚMERO. Osso longo que constitui o esqueleto do braço. Articula-se, em cima, com a escápula e, embaixo, com o rádio e a ulna.

UNCINADO. Pequeno osso do carpo.

UNHA. Anexo da pele constituído de uma lâmina córnea que se apóia sobre uma camada de tecido conectivo. Está situada no dorso das últimas falanges dos dedos.

Unha encravada: aprofundamento da unha nos tecidos moles circunjacentes, que se inflamam e dão origem a um processo supurativo. A causa é relacionada a malformações congênitas do órgão ou então a fatores traumáticos.

UNHEIRO. Ver Panarício.

URANISMO. O mesmo que homossexualismo entre homens.

URÉIA. Substância orgânica que representa um dos componentes da urina. É produzida em todos os órgãos, principalmente pelo fígado.

UREMIA. Acúmulo de produtos tóxicos no sangue, em condições normais, são eliminados pelo rim. A uremia que depende de doenças (insuficiência renal, nefrose), revela-se por inapetência, astenia, distúrbios gastroentéricos, urinários, nervosos. O decurso é grave; na última fase da doença instala-se o coma urêmico; do qual o paciente não se recupera.

URETER. Um dos dois dutos longos e delgados que conduzem a urina de cada rim (precisamente, do bacinete renal) até a bexiga.

URETERITE. Processo inflamatório agudo ou crônico do ureter. Geralmente associado à inflamação do bacinete renal (pielite) ou da bexiga (cistite).

URETEROLITÍASE. Formação de cálculos no ureter. O fenômeno dá lugar a oclusão ureteral e a dores locais intensas.

URETRA. Canal que conduz a urina da bexiga ao exterior; no homem conduz também o esperma. O seu comprimento é de cerca de 3 cm na mulher e 18 cm no homem.

URETRITE. Processo inflamatório agudo ou crônico da uretra.

URETROSCOPIA. Exame da uretra mediante aparelho apropriado, o uretroscópio. Este é constituído por um longo tubo metálico munido de foco luminoso.

URETROTOMIA. Intervenção cirúrgica, que consiste na incisão do canal uretral, empregada para retirar cálculos.

URICEMIA. Presença de ácido úrico no sangue, cuja taxa fisiológica é de 2-5 mg por litro; o aumento dessa taxa provoca a hiperuricemia, ligado a alterações do metabolismo.

URIDROSE. Eliminação da uréia com o suor. O fenômeno verifica-se nas nefropatias graves.

URINA. Produto da secreção renal com o qual são eliminados produtos metabólicos tóxicos presentes no sangue. A quantidade eliminada normalmente nas 24 horas é de 1.200-1.500 cm3. Tal quantidade pode variar com relação à idade; ao sexo (nas mulheres a quantidade de u. excretada é inferior à do homem); ao clima (no verão a quantidade é menor por causa da sudorese mais abundante); à dieta adotada (a u. aumenta na dieta rica em líquidos); a fatores psíquicos.

O aumento patológico da quantidade de urina eliminada é denominado poliúria, a redução, oligúria e a ausência completa, anúria. A cor da u. é amarela mais ou menos intensa e é devida à presença de substâncias particulares: os urocromógenos.

Se misturada com sangue (hematúria) a u. torna-se rósea (cor de lavagem de carne); quando contém pigmentos biliares assume uma cor escura; se secretada em grandes quantidades é quase incolor.

Seu odor é característico: por fermentação amoniacal torna-se fétido.

A u. normalmente dá uma reação ácida, mas na fermentação amoniacal ou quando contém sais alcalinos dá reação alcalina. Entre os componentes normais da u. estão: uréia (20-25) g nas 24 horas); nitrogênio (10-15 g); cloreto de sódio (10-16 g); sódio, potássio, ácido fosfórico, ácido úrico, amônia, urobilina e ferro.

URINÁRIO (Aparelho). Conjunto de órgãos que elaboram e eliminam a urina para o exterior.

URINEMIA. Presença de produtos tóxicos no sangue, provenientes da urina retida na bexiga.

UROLITÍASE. Calculose nos órgãos que constituem o aparelho urinário.

URTICÁRIA. Constitui uma das manifestações da alergia e é caracterizada pelo aparecimento de lesões cutâneas de tamanhos e formas variáveis, de coloração esbranquiçada, e circundadas por um halo vermelho; são intensamente pruriginosas e desaparecem sem deixar qualquer lesão sobre a pelo. Quase sempre a u. é devida a hipersensibilidade a determinados alimentos (peixes, crustáceos, chocolate, etc.), a bactérias ou seus produtos (como pode ocorrer nas infecções crônicas), a soros injetados com fins terapêuticos ou profiláticos. Em algumas pessoas, a u. pode ser desencadeada pela exposição ao frio, ao sol e por emoções; alguns trajes, como os de lã, podem provocar u. em determinados indivíduos.

ÚTERO. Órgão do aparelho genital feminino no qual o ovo fecundado se desenvolve até o momento do parto,

O útero encontra-se na bacia, atrás da bexiga, na frente do reto. No útero distingue-se: o corpo, constituindo a parte superior, volumosa, e o colo, que compreende a porção inferior, com forma de cilindro. O peso do órgão gira em torno de 40-50 g na mulher nulípara e em 60-70 g na mulher multípara; na primeira, o comprimento é de 6-7 cm e na segunda, de 8-9 cm. Sua parede é formada por: uma túnica interna mucosa, o endométrio (de cor rósea, apresenta numerosas e pequenas glândulas que secretam uma substância lubrificante); uma membrana intermediária, o miométrio, constituída por feixes musculares, que, contraindo-se, expelem o feto para o exterior, durante o parto; uma membrana externa serosa, o perimétrio.

Este, em alguns trechos, adere à túnica muscular subjacente; em outros pontos, ao contrário, a ele se interpõe uma camada de tecido celular chamado paramétrio. A mucosa interna uterina (ou endométrio) está em contínua transformação.

O útero não grávido durante o ciclo menstrual (ver Menstruação) sofre várias modificações que se repetem periodicamente em cada ciclo. Estas são caracterizadas: primeiro, pelo espessamento das células conectivas e congestão dos vasos sangüíneos (fase pré-menstrual); depois, por hemorragia e fenômenos de descamação (fase menstrual) e, enfim, por reconstituição da mucosa (fase pós-menstrual). Porém, quando o ovo é fecundado, a cavidade uterina se expande pelo crescimento do embrião (ver Gravidez).

Patologia do útero: a patologia uterina é representada por malformações congênitas, vícios de posição, processos inflamatórios, tumores, estenoses ou atresias. Entre as malformações congênitas destaca-se o útero infantil, caracterizado por insuficiente desenvolvimento do comprimento do colo, que compromete seriamente a gravidez. Os vícios de posição mais freqüentes são: anteroflexão (útero exageradamente deslocado para frente) e a retroflexão ou retroversão (útero deslocado para trás). Os processos inflamatórios são denominados metrites (ver Metrites).

Também freqüentes são os tumores, especialmente o fibroma uterino. Este se instala entre os 30 e os 50 anos de idade e é de tamanho variável.

A nidação do óvulo fecundado, que normalmente ocorre na parede uterina, pode dar-se também fora do útero. Quando isso acontece, diz-se gravidez extra-uterina ou ectópica. Na gravidez tubária, por exemplo, o óvulo saído do ovário, percorre a trompa (onde é fecundado pelo espermatozóide) e, em vez de migrar para a cavidade uterina, fixa-se na própria trompa, onde se desenvolve, com conseqüências graves para a gestante.

UVULITE. Processo inflamatório da úvula. É sempre associado à angina tonsilar.

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Quem sou eu

Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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