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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dicionário Médico: Letra N

NANISMO. Anomalia congênita que se caracteriza pela falta de crescimento; quando atingem a idade adulta, os indivíduos apresentam estatura inferior à média, mas com desenvolvimento psíquico e sexual completos. Distinguem-se do infantilismo.

N. Primordial ou de Hansemann: de natureza hereditária, manifesta-se pelo harmônico desenvolvimento corpóreo e maturidade psíquica e sexual completa. A doença está ligada à hipofunção do lobo anterior da hipófise.

N. Condrodistrófico: revela-se por interrupção do crescimento dos ossos em cumprimento, devido a uma anomalia dos processos de ossificação. Os indivíduos apresentam membros curtos.

NARCISISMO. Anomalia sexual, mais freqüente na mulher, que consiste na excitação sexual provocada pela observação do próprio corpo.

NARCOANÁLISE. Técnica de exame que se aproveita do estado de desinibição psicológica que precede a narcose, induzida por barbitúricos de ação rápida. É utilizada em clínica psiquiátrica como recurso auxiliar de diagnóstico.

NARCOLEPSIA. Estado patológico caracterizado por súbita e irresistível necessidade de dormir que surge a qualquer hora do dia, subjugando o indivíduo de modo brusco, durante as ocupações habituais; a n. é precedida de sensação de constrição da cabeça, peso nas pálpebras, marcha difícil. A n. pode ser primitiva, mas geralmente é secundária a vários fatores; traumatismos cranianos graves, moléstias infecciosas encefálicas, epilepsia, histerismo e outros.

NARCOTERAPIA. Método terapêutico que consiste em provocar o sono artificial durante certo período de tempo (com interrupções diárias para a alimentação do doente). A n. é praticada em hospitais especializados e é obtida à custa da administração de diversos medicamentos. É indicada como recurso terapêutico de várias formas neuropsíquicas (esquisofrenia, psicoses maníaco-depressivas).

NARCÓTICO. Ver Hipnoanalgésicos.

NARIZ. Proeminência osteocartilaginosa situada na parte mediana da face; constitui a porção inicial das vias respiratórias e, ao mesmo tempo, a sede da olfação, pois o nervo destinado à percepção dos odores (nervo olfatório) tem seus ramos terminais na mucosa nasal, que recolhem as impressões captadas pelos cílios olfatórios das células homônimas (situadas na região olfatória da mucosa do nariz). O nervo olfatório transmite tais impressões aos centros nervosos que se encontram na parte basal inferior do cérebro.

O esqueleto do nariz é formado pelos ossos nasais e maxilares e por cartilagens: do septo, laterais, alares e outras formas acessórias. Essas estruturas determinam a forma e o perfil que é variável com a raça, o tipo étnico e o indivíduo. Segundo o perfil do dorso do n., distinguem-se três tipos principais: retilíneo, aquilino (convexo) e arrebitado (côncavo).

As faces laterais do n. convergem e formam o dorso que termina no ápice ou bulho.

A face inferior apresenta dois orifícios de forma elíptica, as narinas, separadas entre si pelo septo, lâmina vertical que se estende até as retrofossas nasais. Cada metade da cavidade nasal compreende uma porção anterior menor, o vestíbulo, de paredes cartilaginosas, e uma posterior, ampla, com paredes ósseas. O vestíbulo é revestido pela continuação da pele que gradativamente se continua em mucosa; nessa região existem os pêlos denominados vibissas.

As duas metades da cavidade nasal comunicam-se posteriormente com a porção superior da faringe por intermédio de um orifício ovalado denominado coana. Lateralmente, cada metade apresenta três relevos denominados conchas ou cornetos nasais (superior, médio e inferior) que delimitam espaços subjacentes, os meatos nasais (superior, médio e inferior) revestidos de mucosa e onde se abrem os orifícios de comunicação com os seis paranasais (contidos no frontal, no etmóide, no esfenóide e nas maxilas) e o canal nasolacrimal. A porção mais baixa da cavidade nasal está separada da boca pela lâmina horizontal do palato, que forma o pavimento das fossas nasais. A mucosa de revestimento da cavidade nasal é muito vascularizada e apresenta na região do corneto superior a inervação ligada à função olfatória.

Deformidades nasais

São importantes sobretudo sob o ponto de vista estético ou nas formas pós-traumáticas, quando ocorrem distúrbios de passagem do ar. Distinguem-se três tipos de deformidades:

Deformidades por insuficiência de dorso osteocartilaginoso: conseqüentes à falta de desenvolvimento dos ossos nasais; o nariz apresenta-se côncavo, com a característica conformação “em sela”, ou achatado.

Deformidades por excesso de dorso osteocartilaginoso: o n. apresenta-se convexo, cifótico e, geralmente, longo.

Desvio do dorso ósteo-cartilaginoso: representado pelo nariz desviado.

NARIZ EM SELA. Deformidade do nariz determinada pela sífilis congênita.

NASCITURO. O que está para nascer.

NÁUSEA. Conjunto de sensações que precedem o vômito. Manifesta-se por mal-estar com impressão de repugnância e, ao mesmo tempo, intensa salivação.

NECROBIOSE. Morte local lenta, realizada por processos degenerativos (ver Necrose).

NECROSE. Morte local rápida e brusca; é um processo degenerativo de células ou de todo um tecido que provoca a morte de tais estruturas. A n. caracteriza-se por alteração da cor e da consistência dos tecidos atingidos. A cor é geralmente amarelada e a consistência é mole ou firme, conforme o tipo de lesão. Existem vários tipos de necrose.

Necrose de coagulação: apresenta-se como uma área compacta, de consistência diminuída, friável, dilacerando-se facilmente, e de cor amarelo-acinzentada; ocorre em algumas intoxicações, na atrofia amarela aguda do fígado, na febre amarela.

Necrose fibrinóide: caracteriza-se pelo aspecto fibrilar e faz parte das colagenoses.

Necrose caseosa: de aspecto pastoso e de cor amarela, caracteriza a tuberculose.

Necrose gomosa: apresenta-se como um nódulo consistente, elástico, característico do período terciário da sífilis.

Necrose de coliquação ou amolecimento: o tecido morto apresenta-se liquefeito, este tipo de n. é encontrado no sistema nervoso central, constituindo a encefalomalacia (quando no cérebro) e mielomalacia (quando na medula espinhal).

Gangrena: é a morte dos tecidos expostos ao ar; a desidratação dos tecidos dá à lesão um aspecto mumificado, de cor castanho-escura ou negra, constituindo a gangrena seca; tem o nome de gangrena úmida, quando infetada por bactérias putrefativas, gangrena gasosa, quando os germes forem anaeróbios. Um tipo particular de gangrena é o noma. Ver Gangrena e Flegmão (noma).

São múltiplas as causas da necrose; traumatismos violentos (como nos esmagamentos) ou traumatismos persistentes, compressivos, que provocam isquemias localizadas (escaras de decúbito); radiações luminosas, sobretudo as ultravioletas ou as de Roentgen, que lesam os corpos celulares mais sensíveis (células da medula óssea, dos folículos linfáticos, da epiderme); radiações térmicas, caracterizando as queimaduras; temperaturas muito baixas, provocando as geladuras; descargas elétricas; substâncias químicas, como os ácidos e os álcalis fortes; toxinas bacterianas, presentes nos exsudatos inflamatórios, que, com os microrganismos, constituem as causas mais freqüentes de necrose.

NEFRECTOMIA. Intervenção cirúrgica que consiste na retirada de um rim, irremediavelmente comprometido.

NEFRITE. Estado mórbido de tipo inflamatório ou degenerativo que afeta o rim; a n. é caracterizada por sintomas de disfunção renal e, freqüentemente, por edema e hipertensão. Segundo a classificação de Addis, são incluídas entre as nefrites: a glomerulonefrite, a nefrosclerose e a nefrose.

Glomerulonefrite: inflamação do glomérulo, isto é, da estrutura do rim na qual ocorre a filtração da urina. A glomerulonefrite manifesta-se por moléstias infecciosas, principalmente de origem estreptocócica (faringite, reumatismo articular agudo, escarlatina, etc.) e também pneumocócica, piogênica e outras. Durante muitos anos, discutiu-se sobre a patogênese da glomerulonefrite; de fato, mesmo estando estabelecida a correlação com as infecções, verificou-se que no rim não estão presentes germes assim como seus produtos tóxicos não podem ser responsabilizados, pois a doença somente surge após uma infecção. Os estudos mais recentes permitiram verificar no glomérulo a presença de anticorpos contra o tecido renal; portanto, provavelmente, a infecção desencadeia, através de mecanismo complexo, a formação desses anticorpos que causam a disfunção. Na g. distingue-se uma forma aguda e outra crônica.

Forma aguda: os sintomas são múltiplos porém nem sempre todos estão presentes: edema, aumento da pressão arterial, cefaléia, vômito, sonolência, obnubilação da visão, dispnéia, taquicardia; a urina é escassa e contém proteínas, sangue e cilindros granulosos e hialinos.

Forma crônica (ou doença de Bright): constitui a fase crônica da forma aguda, que, na maior parte dos casos, passou despercebida. Os sintomas são os mesmos da glomerulonefrite aguda, inicialmente menos intensos e, depois, cada vez mais graves; em alguns casos, somente um exame casual de urina revela a proteinúria e a cilindrúria. O quadro clínico piora progressivamente porque os rins não conseguem eliminar as escórias nitrogenadas, tóxicas para o organismo. No grau máximo da intoxicação, instala-se o coma urêmico e o paciente morre.

Nefrosclerose: é um processo degenerativo, primitivo das arteríolas renais encarregadas de transportar ao glomérulo o sangue que deve ser depurado; posteriormente, a n. estende-se aos outros vasos. Essa alteração é acompanhada de hipertensão arterial, motivo pelo qual não se sabe, exatamente, se a n. é primitiva ou secundária ao aumento da pressão arterial; no entanto, parece que a n. é secundária. A evolução da n. pode ser lenta (n.benigna) ou rápida (n. maligna); no entanto, em ambas as formas o quadro clínico será o de insuficiência renal, como ocorre na fase final da glomerulonefrite crônica.

Nefroses: o termo nefrose indica uma síndrome presente em numerosos estados mórbidos: na nefrose genuína ou lipóidica, na amiloidose, na diabete, no lúpus eritematoso, etc. Enquanto as nefrite são processos que comprometem os glomérulos, causando hipertensão, edemas, albuminúria e exatoria, as nefroses comprometem os túbulos e caracterizam-se pela ausência de hipertensão e pela eliminação de albumina e presença de edemas. Nas nefroses ocorrem também distúrbios do metabolismo lipídico, pelo que se verifica aumento de gorduras e de colesterol no sangue.

Nefrose genuína ou lipóidica: moléstia crônica de etiologia ignorada, desencadeada por infecções, especialmente de origem pneumocócica, sendo mais freqüente nas crianças.

NEFRÓLISE. Intervenção cirúrgica que consiste na incisão de aderências que determinam posição anormal do rim.

NEFROLITÍASE. Ver Litíase renal.

NÉFRON ou NEFRÔNIO. Unidade anatomo-funcional do rim que compreende o corpúsculo ou glomérulo renal e o túbulo renal correspondente.

NEFROPATIA. Termo que indica qualquer afecção renal.

Nefropatia gravídica: lesão de caráter degenerativo que pode ocorrer no rim durante a gravidez, especialmente por volta do 5º ou 6º mês. Manifesta-se com os mesmos sintomas da nefrite; a causa está relacionada com a presença de substâncias tóxicas capazes de provocar lesões renais.

NEFROPTOSE. Deslocamento dos rins para baixo; é mais freqüente a n. de um só rim, embora ambos possam estar ptosados. A afecção é mais freqüente nos adultos e no sexo feminino. Conforme o grau de deslocamento, distinguem-se a n. de 1º, de 2º e de 3º graus. Esta última é mais grave pois o órgão pode sofrer rotação forçando o ureter a dobrar-se, provocando estagnação de urina no bacinete renal. A causa deve ser atribuída ao relaxamento dos ligamentos de sustentação; a sintomatologia é caracterizada por dores lombares contínuas ou intermitentes.

NEFROSCLEROSE. Ver Nefrite.

NEFROSES. Ver Nefrite.

NEFROTÓXICO. O que é tóxico para os rins.

NEGATIVISMO. Forma de dissociação psíquica que leva o indivíduo a adotar conduta negativa frente a qualquer estímulo. Permanece em posição de defesa obstinada, opondo tenaz resistência a qualquer ordem.

NEOPLASIA. Formação de um novo tecido, tanto normal (ou cicatricial) como patológico (tumor); o termo é usado quase que exclusivamente com o último significado. Ver Tumor.

NERVOS. Os nervos são constituídos por feixes de fibras nervosas, envolvidas por tecido conjuntivo, que se originam no sistema nervoso central e em gânglios sensitivos e simpáticos; sua função é conduzir os impulsos nervosos do centro para a periferia (nervos centrífugos, eferentes ou efectores) e da periferia para o centro (nervos centrípetos, aferentes ou receptores). Os nervos são formados por fibras motoras e fibras sensitivas, somáticas ou viscerais, cada uma delas envolvida por bainha de mielina e neurilema; a fibra nervosa constitui a unidade estrutural do nervo. Existem fibras desprovidas de bainha de mielina e de neurilema e, por essa razão, são denominadas fibras amielínicas (são encontradas principalmente nos filetes nervosos do sistema nervoso simpático).

Os nervos apresentam-se como cordões de espessura e comprimento muito variáveis. Geralmente percorrem trajeto retilíneo mas podem ser tortuosos de acordo com o órgão que devem inervar. Quando se afastam da origem, subdividem-se em ramos denominados colaterais, os quais, atingindo o ponto de distribuição, subdividem-se novamente para formar os ramos terminais, de dimensões microscópicas. Quando os ramos colaterais ou os terminais (ou ambos) se reúnem, formam um plexo. A função dos nervos é conduzir estímulos de excitação, sob a forma de impulsos repetidos; estes dividem-se em sensitivos e motores (ver Sistema Nervoso).

NEURALGIA ou NEVRALGIA. Dores localizadas em determinado território inervado por um nervo sensitivo. A neuralgia é caracterizada por dor espontânea, contínua ou intermitente, de intensidade variável, geralmente sob forma de pontada aguda. Várias são as causas: fatores irritativos externos, intoxicações endógenas de natureza infecciosa, cansaço físico, avitaminoses, compressões de raízes nervosas. A crise dolorosa, conforme o nervo comprometido, manifesta-se abruptamente após exposições ao frio, movimentos bruscos, acessos de tosse, esforços físicos violentos, etc.

Neuralgia do nervo ciático: Compromete o membro inferior. Ver Ciática.

Neuralgia intercostal: provoca dor “em cinta”, aguda, muito intensa, às vezes obrigando o doente a interromper os movimentos de inspiração e de expiração para diminuir a intensidade da dor.

Neuralgia do frênico: dores sob a forma de pontadas no hemitórax direito ou esquerdo.

Neuralgia do occipital: dores localizadas na parte posterior do crânio.

Neuralgia cérvico-braquial: manifesta-se no membro superior, como decorrência de comprometimento do plexo braquial.

Merecem menção as algias simpáticas, caracterizadas por crises dolorosas espontâneas, cujas causas estão relacionadas com fatores reflexos de ordem vasomotora; às vezes, estão acompanhadas de distúrbios psíquicos, como estados ansiosos ou obsessivos.

Freqüentemente a neuralgia se difunde a outros nervos. Protótipo deste grupo de afecções é a causalgia, caracterizada por dores que se exacerbam frente a grande variedade de estímulos (como movimentos, fatores físicos, estados emocionais), a qual, não raramente, provoca hiperalgesia no território cutâneo atingido.

NEURARTRITISMO (ou Artritismo). Termo que era usado para indicar uma diátese artrítica associada a uma diátese neuropática. Atualmente, sabe-se que a etiopatogenia das duas formas mórbidas é completamente independente; portanto, o termo indica as nevralgias secundárias a lesões artrósicas (nevralgias cérvico-braquias, artrose cervical, etc).

NEURASTENIA. Condição patológica de origem psíquica (psicastenia) e neurovegetativa (astenia nervosa). Comumente, por neurastênico entende-se um indivíduo que manifesta labilidade excessiva da afetividade, que é facilmente emocionável, irritável, etc. Sob o ponto de vista médico, neurastênico é aquele que manifesta, principalmente pela manhã, ao levantar, sintomatologia dolorosa em certas zonas da cabeça (temporal, frontal ou occipital) que desaparecem durante o dia. Podem também manifestar-se outros sintomas matutinos como fadiga excessiva, dores articulares e musculares que posteriormente tendem a desaparecer. Além disso, tais indivíduos apresentam dificuldades digestivas e sonolência após as refeições. Todas estas manifestações podem ser atribuídas a distúrbios do equilíbrio neurovegetativo. Tais distúrbios têm origem primitiva em alterações de ordem neurótica (ver Neuroses) e, portanto, fazem parte da esfera psíquica do indivíduo. Todavia, pelos atuais conhecimentos médicos e psicológicos, estas formas ainda não foram esclarecidas, tanto sob o ponto de vista etiológico e patogênico, como terapêutico.

NEURILEMA (ou Bainha de Schwann). Membrana que constitui o revestimento do nervo (ver Sistema Nervoso).

NEURINOMA. Tumor benigno do neurilema.

NEURITE ou NEVRITE. Doença dos nervos periféricos caracterizada por lesões inflamatórias do conectivo intersticial. Pode atingir um só nervo ou diversos nervos (polineurite). As causas da neurite são diversas: traumatismos, episódios tóxicos exógenos ou endógenos, afecções metabólicas, avitaminoses. A neurite manifesta-se inicialmente com dores ao longo do trajeto do nervo, tremores, hiperreflexia tendinosa; depois, surgem distúrbios da sensibilidade e da motilidade.

NEURITE PARENQUIMATOSA. Lesões de caráter degenerativo das fibras nervosas de um ou mais nervos periféricos, provocadas por toxi-infecções, avitaminoses, gravidez, soroterapia, vacinoterapia. A sintomatologia é caracterizada por cefaléia, febre elevada, dores locais, distúrbios sensitivos.

NEURITO. O mesmo que axônio (ver).

NEUROBLASTOMA ou SIMPATOBLASTOMA. Tumor maligno que se localiza nos ductos abdominais do simpático ou na zona medular da supra-renal. É uma afecção própria da infância.

NEUROFIBROMATOSE. Ver doença de Recklinghausen.

NEURÓGLIA. Tecido de sustentação das células nervosas.

NEUROMA. Tumor das células e das fibras nervosas. Pode ser de dois tipos: maturo ou imaturo. O primeiro apresenta três variedades: os neuromas fibrilares, os ganglioneuromas e os paragangliomas.

Neuromas fibrilares: pequenos espessamentos disseminados ao longo do trajeto de um nervo. Ganglioneuromas ou neuromas celulares: neoformações arredondadas, de consistência mole e coloração amarelada; afetam preferentemente a medula espinal e as supra-renais. Surgem na idade jovem.

Paragangliomas ou Feocromocitomas: neoplasias raras que se localizam nas supra-renais e na substância medular. Apresenta-se moles, róseas, com zonas hemorrágicas; provocam hipertenção arterial.

Os neuromas imaturos compreendem o grupo dos neuroblastomas, tumores próprios da idade juvenil.

NEUROSES. A neurose pode ser vista sob duas amplas perspectivas: a psicanalítica e a científico-experimental. A sintomatologia da neurose é muito variável; um sintoma quase sempre presente é a ansiedade que se manifesta com inquietação, temos de que qualquer coisa está para acontecer e que o indivíduo percebe como noviço. Muitas vezes é acompanhada de sudorese nas mãos, secura na boca; em outros casos, revela-se com formas depressivas, caracterizadas por angústia profunda, acessos de choro sem motivação real, medo anormal (medo de pessoas, de lugares fechados ou abertos, etc.). É difícil distinguir as formas neuróticas das psicóticas. Pode simplificar-se dizendo que um indivíduo é neurótico se tem consciência do seu próprio comportamento anormal, isto é, se apresenta uma certa unidade estrutural da sua própria personalidade; ao contrário, é psicótico quando não tem percepção da própria anormalidade, isto é, quando ocorre a desintegração total da personalidade.

Para a teoria psicanalítica, a estrutura de cada indivíduo pode ser dividida em três unidades fundamentais: o Id, o Super Ego e o Ego. O Id, estrutura inata que cada indivíduo tem ao nascer, compreende todos os fatores instintivos (o instinto da vida, o instinto da morte, o instinto sexual, etc).

O Super Ego é o conjunto de estímulos através dos quais o ambiente forma e modifica a personalidade. Estes estímulos agem desde o nascimento e tendem a inibir (ver Inibições) os impulsos primitivos que o indivíduo tenderia a exprimir por meio dos seus instintos. O Super Ego pode ser identificado com a educação, a adaptação do homem com outro ser humano e, portanto, na sociedade, é realizada por esta superestrutura.

Do equilíbrio das duas forças contrastantes Id e Super Ego, resulta o Ego que, portanto, se identifica com o comportamento que cada um exerce na sua vida e observa diretamente nos outros. Porém, às vezes pode acontecer que uma das forças opostas prevaleça sobre a outra; quando prevalecem os impulsos primitivos, ocorrerá uma neurose por ausência de inibições; se prevalecem as superestruturas educacionais, haverá uma neurose por excesso de inibições. No primeiro caso, atuarão os comportamentos histéricos e exibicionistas; no segundo, as fobias, as obsessões, etc. (ver Inibições).

A terapêutica psicanalítica procura evidenciar e esclarecer os mecanismos conflitantes que agiram no indivíduo, baseando-se mais nos mecanismos instintivos cuja manifestação mais objetiva ocorre através dos sonhos.

Do ponto de vista científico-experimental, a neurose é vista sob um aspecto diferente: a teoria behaviorista baseia-se no aprendizado e na explicação do comportamento mais objetivável experimentalmente. Cada indivíduo tem determinado comportamento que o psicólogo pode analisar partindo de dados reais, sem investigar certos impulsos inatos ou inconscientes, que não podem ser demonstrados experimentalmente e que, dentro dos atuais conhecimentos psicológicos, parecem discutíveis. Cada manifestação de um indivíduo é fruto de aprendizados precedentes e que, em algumas situações ambientais, são imediatamente compensados ou reforçados. A um determinado estímulo do ambiente corresponde certa resposta, a qual será normal se a sua intensidade for proporcional ao estímulo específico. Será anormal quando se exprime com uma intensidade maior ou menor do quanto requeira o estímulo.

A normalidade é um conceito relativo: o comportamento (que se pode reduzir a uma resposta) é normal para uma determinada situação quando a maior parte dos indivíduos, colocados naquela situação, dá a mesma resposta; é anormal para os poucos indivíduos que darão uma resposta diferente. A resposta é válida quando é adequada a um certo estímulo; assim, o medo frente a um leão é uma resposta adequada porque tal comportamento permite a fuga e, portanto, a auto-conservação. Uma resposta é anormal, quando não adequada à situação: o medo de um camundongo faz o indivíduo fugir, situação na qual tal comportamento é absolutamente inútil e muitas vezes nocivo.

A terapêutica behaviorista (é assim denominada a terapia que segue tal teoria) tem sido aplicada especialmente nos países anglo-saxões: utiliza técnicas que vinham sendo experimentadas em laboratórios sobre os mecanismos do aprendizado e da memória, de modo a oferecer certa segurança científica na condução e nos resultados da própria terapêutica (ver Psicoterapia).

NEURÔNIO. É assim denominada a célula nervosa formada pelo corpo celular e por dois prolongamentos: os dendritos e o axônio ou cilindro eixo. (ver Sistema Nervoso).

NEUROPATIA. Termo genérico que indica doença do sistema nervoso.

NEUROPSICOPATIA. Termo genérico que serve para indicar doença nervosa que se manifesta por distúrbios do comportamento.

NEURO-RETINTE. Processo inflamatório do nervo óptico e da retina.

NEUTROFILIA. Termo que indica um aumento de neutrófilos sangüíneos.

NEUTRÓFILOS. Variedade de leucócitos. (ver Sangue).

NEUTROPENIA. Termo que indica uma diminuição dos neutrófilos do sangue.

NEVOS. Anomalia cutânea congênita, circunscrita, isolada ou agrupada, que surge em qualquer parte do corpo.

Nevos Pigmentados: Ver Lentigo.

Nevos vasculares: são provocados pelo desenvolvimento excessivo de capilares em um pequeno segmento da pele. São formações denominadas angiomas.

Nevos verrucosas: de superfície granulosa, semelhante a uma verruga.

NIACINA. Ver Nicotínico (Ácido).

NICHO. Pequena escavação na parede do estômago ou do duodeno, provocada pela erosão da úlcera gástrica ou duodenal.

NICOTINA. Alcalóide do tabaco.

NICOTINAMIDA. Ver Nicotínico (Ácido).

NICOTÍNICO (Ácido). Vitamina do complexo B. A carência do a.n. ou da sua amida (nicotinamida) provoca distúrbios metabólicos caracterizando a pelagra, que compreende: perturbações do aparelho digestivo (glossite, congestão e hipertrofia das papilas linguais, alterações da mucosa gástrica, náusea, vômito, diarréia), lesões cutâneas (eritema, prurido, inflamação e vesículas no dorso das mãos e dos pés, axilas, cotovelos, joelhos e períneo), distúrbios mentais e nervosos (depressão, confusão, alucinações, polineuropatias). O a.n. e derivados são utilizados para provocarem vasodilatação intensa.

NICOTISMO ou NICOTINISMO. Intoxicação crônica pela nicotina, substância que é encontrada nas folhas do tabaco. Ver Tabagismo.

NICTALOPIA (ou Cegueira diurna). Afecção visual característica da neurite óptica. O indivíduo vê melhor quando a luz é escassa, durante o pôr do Sol, do que durante o dia. A n. é algumas vezes observada na catarata e nos leucomas da córnea.

NICTOFOBIA. Síndrome psíquica caracterizada por medo obsessivo da noite.

NICTÚRIA. Aumento patológico da eliminação de urina durante a noite (em condições fisiológicas, somente um terço do volume diário de urina é eliminado durante o período noturno)e diminuição durante o dia. Quando este distúrbio é acompanhado de necessidade freqüente de urinar, fala-se de polaciúria (ver). A n. é ligada a afecções renais (nefrites, nefroscleroses), circulatórias (hipertensão, insuficiência cardíaca), ou metabólicas (diabetes) ou a neuroses.

NINFOMANIA. Perversão que ocorre no hiperestroginismo feminino; consiste no irresistível impulso à satisfação do instinto sexual.

NISTAGMO. Afecção ocular caracterizada por contrações clônicas arrítmicas e, em geral no mesmo sentido, dos músculos oculares. Pode ser de natureza congênita ou adquirida, esta provocada por moléstias do globo ocular (vícios de refração, catarata), lesões do ouvido interno, ou processos mórbidos do sistema nervoso (meningites, tumores, ataxia).

NITRITÓIDE (Crise). Reação provavelmente alérgica que se verifica em algumas pessoas após serem medicadas com arsenobenzóis, bismuto, nitritos, caracterizada por inchaço do rosto, aumento dos batimentos cardíacos, vertigens e, às vezes, convulsões e coma.

NITRITOS. Grupo de substâncias utilizadas como antiespasmódicos vasculares na angina pectoris.

NOMA. Ver Flegmão.

NOVOCAÍNA ou PROCAÍNA. É o padrão de anestésicos locais usados para infiltração.

NUCA. Parte superior da região dorsal.

NÚCLEO. Parte central da célula, de forma arredondada, constituída por substância protéica.

NULÍPARA. Mulher que nunca pariu.

NUTRIÇÃO. Ver Alimentos.

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Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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