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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dicionário Médico: Letra I

ICTERÍCIA. Coloração amarelada que tomam os tecidos pela presença no sangue de notáveis quantidades de bílis ou de bilirrubina. Quando passam para o sangue todos os componentes da bílis, fala-se em colemia, e hiperbilirrubinemia, quando é só a taxa de bilirrubina que está aumentada. Quando são destruídos os glóbulos vermelhos envelhecidos, a maior parte da hemoglobina é aproveitada para a formação de novos glóbulos, e uma pequena parte, transformada em pigmentos biliares que são transportados ao fígado para a formação da bílis, a qual, através de condutos, chega ao duodeno. Se ocorrerem distúrbios na formação ou na eliminação da bílis, haverá acúmulo no sangue e impregnação de pigmentos nos tecidos, até mesmo nos de revestimento (pele e mucosas), dando-lhes uma coloração amarelada, particularmente visível na conjuntiva ocular.
A i. pode ser provocada por obstáculo na eliminação pelo fígado e pela excessiva formação de pigmento por grande destruição de glóbulos vermelhos. A eliminação da bílis poderá estar prejudicada por lesão da célula hepática (i. parenquimatosa), como nas hepatites agudas, na necrose aguda ou subaguda, na febre amarela e no câncer hepático. Obstáculos nas vias biliares, como cálculos do colédoco, colecistite aguda, compressão das vias biliares por tumores de órgãos próximos, provocam a i. obstrutiva ou de estase. A i. pode manifestar-se também nas vária formas de anemias hemolíticas congênitas (moléstia de Cooley, drepanocitose, esferocitose, etc.) ou adquiridas (transfusional, do recém-nascido), nas quais, por defeitos dos glóbulos vermelhos ou pela presença de anticorpos, antiglóbulos vermelhos, estas células são destruídas em grande número. Em conseqüência, o fígado não consegue metabolizar toda a bilirrubina, a qual permanece na circulação (i. hemolítica). Infecções a vírus (hepatite, mononucleose, pneumonia) bacterianas e intoxicações por substâncias químicas, inclusive alguns medicamentos, podem lesar o parênquima hepático de modo a comprometer a sua capacidade de metabolizar a bilirrubina que permanecerá no sangue (i. hepatocelular). A i. pode manifestar-se com intensidades diversas; a conjuntiva ocular, a mucosa bucal e a palma das mãos assumem mais rapidamente a coloração amarelada que, depois, se difunde por todo o tegumento. Quando não há passagem da bílis para o intestino, as fezes são descoradas. Os outros sintomas são os da doença que provocou a i.
I. maligna do recém-nascido: nos primeiros dias de vida, o recém-nascido pode apresentar um ligeiro grau de icterícia, considerado fisiológico, e que regride espontaneamente; quando a i. é particularmente intensa e prolongada, pode-se pensar em uma forma de i. hemolítica devida à incompatibilidade entre o sangue materno e o fetal (ver Grupos sangüíneos - Rh). Tais crianças poderão estar sujeitas a lesões hepáticas e cerebrais graves; o perigo pode ser afastado, substituindo-se, imediatamente, todo o seu sangue.

ICTIOSE. Dermatose rara caracterizada por pele seca e escamosa, que afeta crianças durante a primeira infância. É de natureza congênita, sendo atribuída à sífilis ou a disfunções hormonais.

IDIOPATIA. Doença não secundária a outros processos mórbidos.

IDIOSSINCRASIA. Sensibilidade especial do organismo para determinadas substâncias, em geral inócuas ou úteis para a maiorIa das pessoas, como alimentos e medicamentos. A i. é uma predisposição mórbida exagerada que se manifesta, às vezes, com sintomas graves quando da ingestão, por exemplo, de camarão ou então de alguns medicamentos, A i. pode manifestar-se em qualquer época da vida e é de caráter hereditário.

IDIOTIA. Moléstia caracterizada por insuficiente desenvolvimento intelectual conseqüente a várias cerebropatias.
Idiotias amauróticas: doenças hereditárias e familiares que se caracterizam por distúrbios da inteligência e da visão, podendo chegar até a cegueira, e que se apresentam sob três formas: infantil, juvenil e tardia ou do adulto. A forma infantil manifesta-se na idade de 4 a 6 meses com atonia muscular, perda de motricidade e indiferença pelo meio ambiente. A forma juvenil manifesta-se entre 54 e 8 anos de idade por meio de perturbações visuais, parara de evolução da inteligência e das funções psíquicas, perturbações da marcha e convulsões. A forma tardia manifesta-se entre 25 e 30 anos de idade com sinais de distúrbios da função cerebelar e discretas alterações da inteligência. As formas infantil e juvenil levam à morte em pouco tempo; a forma tardia ou do adulto, permite sobrevida mais ou menos longa.
Idiotia mixedematosa: ver Mixedema.

ILHOTAS DE LANGERHANS. Parte do pâncreas que secreta a insulina. Ver Pâncreas.

ILÍACAS (Artérias). As artérias ilíacas, interna e externa, representam os vasos terminais da aorta abdominal.

ILÍACO ou COXAL (Osso) ou OSSO DO QUADRIL. Osso par que resulta da soldadura de três peças ósseas distintas: ílio, ísquio e púbis. A pelve é constituída pelos ossos ilíacos direito e esquerdo, sacro e cóccix.

IMATURO (Recém-nascido) ou PREMATURO. Insuficiente desenvolvimento anatômico e funcional que impede o recém-nascido de adaptar-se à vida extra-uterina. Por essa razão, o recém-nascido é colocado em incubadora (espécie de estufa) e recebe cuidados especiais. A imaturidade do recém-nascido é devida à formação fetal incompleta ou a um parto antecipado.

IMPALUDISMO. Ver Malária.

IMPERFURAÇÃO. Ver Atresia.

IMPETIGO. Afecção cutânea contagiosa, caracterizada pela erupção de pequenas bolhas purulentas agrupadas. O i. é provocado por germes piogênicos e é mais freqüente nas crianças.

IMPIGEM. Termo popular usado para designar diversas moléstias da pele, mais comumente o impetigo (ver).

IMPOTÊNCIA. Incapacidade de realizar o ato sexual que pode depender de lesões nos órgãos genitais ou de alterações dos centros nervosos. A i. é denominada coeundi quando ocorre incapacidade de ereção do pênis, podendo ser determinada por diversos fatores (além daqueles constitucionais, próprios das gônadas ou das outras glândulas endócrinas), destacando-se a diabete, as lesões do sistema nervoso que interrompem o arco reflexo, como a spina bífida, traumatismos da coluna vertebral, tabes, síndrome neuranêmica, mielites, moléstias crônicas debilitantes, intoxicações. Uma forma muito freqüente é a i. psíquica, quando a ereção ou mesmo a ejaculação pode falhar, às vezes, pelo temor de não conseguir a realização do ato sexual; as causas devem ser pesquisadas entre os distúrbios psíquicos de várias naturezas, dentre os quais se destacam as inibições e as obsessões.

IMPULSIVIDADE ou AGRESSIVIDADE. Em psiquiatria, o termo indica uma inclinação irresistível que impede o doente a ações anormais que, às vezes, podem ser violentas ou delituosas. É um fenômeno característico da agitação psicomotora que decorre de emoções, constituindo um equivalente epilético. A i. pode ser responsável por delitos cometidos pelos epiléticos quando a vontade é praticamente inibida. Torna-se mais perigosa quando o doente estiver alcoolizado, pois a agressividade pode ser desencadeada sem motivações.

IMUNIDADE. Estado especial de resistência de uma pessoa a determinadas moléstias infecciosas, por formação no seu organismo de substâncias denominadas anticorpos, capazes de impedir a instalação do processo mórbido. A imunidade pode ser congênita ou adquirida. A primeira significa que o organismo, quando nasce, já possui anticorpos; na imunidade adquirida, o organismo forma anticorpos após contato com o antígeno (ver). Os anticorpos são globulinas que se formam nas células do sistema retículo-endotelial e nos linfócitos, após a entrada do antígeno, que é uma substância estranha ao organismo. Quando antígeno e anticorpo entram em contato, verificam-se diversas reações de acordo com a natureza da substância estranha (lise se os antígenos são células, neutralização se são toxinas, aglutinação).
Outro tipo de manifestação entre antígeno e o anticorpo é a morte dos germes (ver Fagocitose e Infecção).
A imunidade não é obtida em todas as moléstias infecciosas; algumas destas propiciam imunidade permanente, enquanto outras não são capazes de proteger permanentemente o organismo de recidivas. A imunidade para algumas infecções pode ser obtida artificialmente por meio da vacinação e da soroterapia. A primeira consiste na administração dos germes responsáveis pela moléstia tornados inócuos, porém dotados de poder antigênico. A soroterapia consiste na administração de anticorpos obtidos de animais imunizados.

IMUNOPROFILAXIA. Prevenção de moléstias infecciosas, mediante a introdução de soros ou de vacinas capazes de criar no organismo um estado imunitário.

IMUNOTERAPIA. Conjunto de métodos terapêuticos capazes de combater uma moléstia infecciosa. A i. ativa é realizada por inoculação de antígenos específicos, ou vírus, ou toxinas bacterianas que potenciem a produção de anticorpos; constituem a vacinação e a vaninoterapia. A i. passiva consiste em introduzir no organismo soros imunizantes obtidos de animais tornados imunes artificialmente.

INALAÇÃO. Introdução de vapores medicamentosas na árvore respiratória com fins terapêuticos ou anestésicos. Ver Aerossol e Acrossolterapia.

INANIÇÃO. Extremo depauperamento orgânico devido à privação parcial ou total de nutrição (inédia). A i. pode ser aguda ou crônica. A primeira manifesta-se quando a alimentação é completamente abolida; uma pessoa sadia pode sobreviver uma dezena de dias sem ingerir alimentos e tempo bastante maior, quando ingere somente líquidos. A i. crônica verifica-se quando a alimentação é insuficiente e não contém os princípios alimentares necessários; o organismo sofre um enfraquecimento progressivo mais ou menos rápido, com diminuição das defesas orgânicas e distúrbios neuropsíquicos (Ver Edema de fome).

INAPETÊNCIA. Ver Anorexia.

INCESTO. Relação sexual entre pessoas ligadas por estreitos vínculos de parentesco, em grau proibido pelas leis.

INCHAÇO. Termo popular para designar inflamação, tumor, edema, anasarca e outras manifestações que lembram o intumescimento.

INCOMPATIBILIDADE MEDICAMENTOSA. Fenômeno que se verifica no emprego simultâneo de dois ou mais medicamentos e que impede a utilização deles. A i.m. pode ser de ordem física, química ou farmacológica.

INCONSCIENTE. Ver Psicanálise.

INCONTINÊNCIA. Fenômeno mórbido que se verifica quando os esfíncteres do tubo digestivo ou das vias urinárias perdem a capacidade de regular a emissão de fezes ou de urina. A i. do recém-nascido e dos bebês é fisiológica. Posteriormente, é devida a distúrbios orgânicos (tumores, lesões anatômicas do reto, do ânus, da bexiga ou da uretra) ou funcionais (afecções cerebrais e medulares).

INCUBAÇÃO. Período de tempo que decorre entre a entrada do agente patogênico no organismo e a manifestação dos primeiros sintomas clínicos da moléstia. Os micróbios devem ambientar-se e multiplicar-se no novo terreno biológico no qual penetraram, antes de lesar o organismo hospedeiro; a duração desse período de tempo varia em função do tipo de agente patogênico e as reações orgânicas de defesa.

INCUBADORA. Aparelhagem destinada a abrigar recém-nascidos prematuros ou muito débeis. Na i. é mantida temperatura constante, ao redor de 28-32ºC.

ÍNCUBO ou PESADELO. Sensação angustiosa que se verifica durante o sono no qual as pessoas sentem-se oprimidas, sufocadas, agitadas.

INDIGESTÃO. Fenômeno mórbido que se verifica quando falta ou é incompleto o processo de digestão gástrica. A i. é devida à insuficiente secreção de suco gástrico ou à ingestão de alimentos dificilmente digeríveis ou em quantidades excessivas.

INÉDIA. Ver Inanição.

INÉRCIA. Diminuição do tono de um órgão. Ver Atonia.

INFANTILISMO. Interrupção do desenvolvimento corpóreo e psíquico em nível correspondente ao infantil. A síndrome está ligada a disfunções endócrinas, principalmente da hipófise e das gônadas.

INFARTO. Por infarto entende-se a necrose do tecido determinada pela oclusão dos vasos arteriais destinados a nutri-lo. Quando a artéria é terminal, o i. é mais freqüente pois o tecido não recebe sangue arterial, enquanto ocorre uma estase venosa. Uma artéria pode ocluir-se em seguida a embolia, trombose, processo inflamatório e arteriosclerótico, ou ainda, fenômeno vasomotor. As manifestações clínicas do i. variam segundo o órgão atingido. Em geral, o i. cerebral é letal; é de gravidade variável o i. do miocárdio; mais benignos são os infartos do pulmão e do rim.
Infarto anêmico. Verifica-se no baço, rins, sistema nervoso central, placenta, órgãos, cujas artérias são funcionalmente terminais. Apresenta-se como uma área de forma cônica ou de paralelepípedo, de cor esbranquiçada ou cremosa; tende para cicatrização, principalmente os localizados no rim e no baço.
Infarto cerebral. Conseqüência da embolia cerebral, é caracterizado por síndrome semelhante à da hemorragia cerebral.
Infarto do miocárdio ou cardíaco. Morte de um grupo de fibras do miocárdio provocada por isquemia aguda e prolongada. A trombose das artérias coronárias ou dos seus ramos pode determinar morte súbita de alguns indivíduos; em outros, a trombose é seguida de necrose de uma área do miocárdio, resultando na ruptura da parede, extravasamento de sangue no pericárdio (hemopericárdio) e morte. Em outros casos, porém, o infarto do miocárdio é provocado por fenômenos vasomotores e não por obstrução, constituindo um processo de natureza alérgica. O quadro típico do infarto do miocárdio é caracterizado pó dor relativamente intensa na região precordial, que se manifesta bruscamente na pessoa em estado de saúde aparente, irradiando-se para o braço ou para o pescoço ou para o abdome; concomitantemente, há palidez, sudorese, sensação de opressão e constrição da região cardíaca, alteração do ritmo respiratório, aceleração do pulso. Algumas vezes, há vertigem, vômito, emissão involuntária de urina e de fezes. Esse quadro pode ser desencadeado bruscamente, sem causa aparente ou após esforços ou emoções violentas. No entanto, o quadro típico descrito pode ser diverso, isto é, apresenta-se somente com sintomas simulando indigestão, úlcera gástrica perfurada, colecistite, pneumonia, pneumotórax, etc. ou então, ligeira opressão na região precordial, ou sensação de queimor nessa região, ou sudorese intensa inexplicável, ou dificuldade respiratória, ou náusea, ou estado vertiginoso, etc., que desaparecem após algumas horas. O infarto do miocárdio pode ocorrer em qualquer parte do coração, porém é mais freqüente na ponta e na parte média do ventrículo esquerdo; é menos freqüente na parede do ventrículo direito; mais raramente, no septo interventricular.
Infarto hemorrágico. Verifica-se nos casos em que, além da oclusão arterial, existe dificuldade de circulação venosa; é mais freqüente no pulmão, podendo também ser observado no intestino, cérebro, testículos, rim e baço.
Infarto pulmonar. De mesma patogenia do i. renal, porém com evolução bastante variável segundo a artéria atingida.
Infarto renal. Manifesta-se clinicamente por meio de dor aguda na região renal e hematúria. É de natureza benigna e geralmente provocado por trombo proveniente das cavidades cardíacas no decurso de endocardites.

INFECÇÃO. Estado patológico determinado pela ação de agentes patogênicos microscópicos, que elaboram no organismo do hospedeiro, onde vivem, toxinas capazes de desencadear um processo infeccioso. Tais agentes penetram no organismo do hospedeiro através das vias respiratórias, digestivas, urinárias, peles, picadas de insetos, mordidas de animais. O organismo possui consideráveis meios de proteção contra os agentes patogênicos, como a pele, as mucosas e outras barreiras representadas pelas secreções; quando esses primeiros obstáculos não são suficientes, os organismos dispõem de outros meios de defesa: os leucócitos, por exemplo, que agridem e englobam os germes. O êxito dessa luta depende da virulência do agente patogênico e das possibilidades de defesa do organismo.

INFERIORIDADE (Complexo de). Conjunto de sentimentos reais ou imaginários de insuficiência, ou de incapacidade ou de menosprezo por si mesmo. É um estado neurótico que pode ter diversas causas como, por exemplo, um defeito físico. Na tentativa de superar e compensar tal estado, o neurótico procura evidenciar-se em quaisquer campos, como arte, técnica, ciência ou, então, usa, consciente ou inconscientemente, a astúcia, o pedantismo; tem comportamentos absurdos. O complexo de inferioridade é uma neurose que se agrava quando o indivíduo não consegue compensar eficazmente ou é mal sucedido nas tentativas de compensação.

INFESTAÇÃO. Invasão do organismo por parasitas macroscópicos; diferencia-se de infecção (ver) que é provocada por agentes microscópicos.

INFLAMAÇÃO. A inflamação pode ser considerada como a reação localizada dos vasos, dos gânglios linfáticos e dos tecidos, provocada pela presença de microrganismos ou de irritantes. Representa a reação básica à agressão pela qual o agente deletério tende a ser localizado, e, finalmente, destruído. A inflamação é um distúrbio do equilíbrio fisiológico e bioquímico que se produz na zona da lesão aguda. Pode ser considerada como a base física dos processos infecciosos. As principais etapas da inflamação podem ser assim enumeradas:
a) a presença de um irritante (bactérias, raios ultravioleta, substâncias químicas, etc.) provoca aumento da pressão nos capilares e a formação de uma substância (leucotoxina) que também aumenta a permeabilidade desses capilares.
b) conseqüentemente, na maior passagem de líquido (exsudato) para fora dos capilares que se retornaram mais permeáveis e, à custa disso, a formação de uma rede de fibrina e de pequeníssimos trombos que fecham a luz dos ductos linfáticos de drenagem. Isso favorece o bloqueio linfático, permitindo a localização ou a fixação do irritante.
c) à região chegaram, rapidamente, os leucócitos (células brancas do sangue) que, progressivamente, vão sendo substituídas pelos macrófagos (grandes células capazes de englobar e destruir germes e partículas estranhas). No local, desenvolve-se um pH ácido (por distúrbios metabólicos dos hidrocarbonetos). O pH ácido lesa os leucócitos e, à medida que a acidez aumenta, vai destruindo também os macrófagos e aparece a supuração.
d) as interligações e as relações dinâmicas das etapas, acima mencionadas, constituem a inflamação. Portanto, o processo inflamatório se desenvolve como um mecanismo dinâmico complexo que tende a localizar e a destruir os irritantes de qualquer natureza.
A inflamação desempenha papel importante, porque a capacidade de disseminação dos germes, a partir do ponto por onde penetraram no organismo, depende do grau e da intensidade da inflamação.
A inflamação provoca dor que é produzida: 1) pela acidez local, 2) pela vasodilatação (hiperemia que determina o aumento do calor local e a coloração avermelhada - rubor - na área atingida), 3) pelo extravasamento do exsudato para fora dos capilares, 4) pela formação de substâncias que irritam as terminações nervosas e 5) pela formação do edema que comprime mecanicamente os nervos.
Além da dor, a inflamação provoca perda de função que é devida à inibição reflexa em razão da dor e pelos distúrbios mecânicos do edema, ambos limitando, total ou parcialmente, a ampliação dos movimentos. Em relação ao tipo de exsudato, a inflamação pode ser serosa, fibrinosa, purulenta. A sua evolução pode se aguda ou crônica.

INFILTRAÇÃO. Termo que indica o extravasamento de sangue ou de outros líquidos orgânicos nos tecidos, devido a fatores traumáticos ou patológicos. O termo é também empregado para indicar a difusão de processos neoplásicos ou inflamatórios nos tecidos que envolvem o foco inicial.

INFLUENZA ou GRIPE. Moléstia causada por vírus que afeta o homem, difundindo-se de forma epidêmica ou pandêmica. As epidemias repetem-se quase anualmente, sobretudo durante o inverno e a primavera. Transmite-se, provavelmente, através das secreções das vias respiratórias. São conhecidos três tipos de vírus responsáveis pela i.: vírus A, vírus B e vírus C; cada um deles provoca imunidade de curta duração, não válida para os outros dois tipos de vírus.
Após um ou dois dias de incubação, o paciente acusa mal-estar, cefaléia, dores musculares e articulares, sensação de frio; posteriormente, surge febre, que em média atinge 38ºC, mas que pode atingir 40ºC. O comprometimento do aparelho respiratório manifesta-se com aumento das secreções mucosas, espirros, tosse; as conjuntivas podem tornar-se avermelhadas e a secreção lacrimal maior que o normal. A sintomatologia regride completamente em poucos dias; em alguns casos, verifica-se a ocorrência de graves complicações pulmonares, provocadas por infecções de estreptococos ou estafilococos.

INFRAÇÃO. Fratura parcial de um osso sem o deslocamento dos fragmentos.

INFUSÃO ou INFUSO. Preparação medicamentosa que se obtém com a maceração de uma droga em água fervente.

INGESTÃO. Ato de ingerir alimentos ou medicamentos por via oral.

INGUINAL. Região situada entre o abdome e a coxa, e que constitui a parte anterior do quadril. Nessa região existe um grupo de linfonodos, denominados inguinais.

INIBIÇÃO. A i. é um processo fisiológico ativo que regula os dispositivos funcionais do organismo; muitos mecanismos neurológicos e físicos são regulados por um componente positivo e um negativo. O primeiro tende a colocar em ação o comportamento que é desejado pelo organismo; o segundo, a neutralizar qualquer outra atividade que se oponha a tal comportamento. Esse fenômeno foi esclarecido pelas descobertas de Sherrington; por exemplo, para a efetivação de movimento flexor de um dedo, são contraídos os músculos flexores e, ao mesmo tempo, são bloqueados os músculos extensores que se oporiam a tal movimento. Foi demonstrado que também existem mecanismos mais gerais, que envolvendo processos mais complexos, como, por exemplo, do sistema parassimpático em relação ao simpático; este mecanismo abriu perspectivas para estudos experimentais, visando à sua aplicação na psicoterapia. Na psicanálise, as inibições são o fruto da educação e da experiência, isto é, constituem o “Super Ego” freudiano; permitem regular o caráter, conduzindo a um equilíbrio entre os instintos e as exigências da vida social. O mecanismo inibidor pode caracterizar processos patológicos por excesso, por defeito, por irregularidade. Muito demonstrativas são, no primeiro caso, as formas depressivas nas quais a inibição desempenha um papel predominante sobre as outras atividades; defeito de inibição se encontra nas psicoses “deficitárias”, isto é, demência, retardo mental, estados epiléticos psicomotores, formas nas quais são sempre evidentes processos exibicionistas e violentos, inconciliáveis com a ordem social. Enfim, a irregularidade da inibição é encontrada nas formas de labilidade psíquica, isto é, nos indivíduos nos quais a inibição age de modo anárquico, com processos de condicionamento, portanto, de respostas freqüentemente contraditórias.

INJEÇÃO. Deposição nos tecidos ou no sangue de soluções ou suspensões de medicamentos, mediante instrumentos apropriados dos quais o mais comum é a seringa dotada de agulha, de espessura e comprimento variáveis.
As injeções podem ser efetuadas na espessura da pele (i.intradérmica), no tecido subcutâneo (i.hipodérmica), na espessura dos músculos (i.muscular ou intramuscular), diretamente nas veias e nas artérias (i.venosa ou intravenosa e i.arterial ou endoarterial), nas cavidades serosas (i.intraperitoneal, i.intrapleural), no espaço raquiano intradural (i.intradural) e extradural (i.extradural). Quando a quantidade de líquido é grande, pode ser administrado por via subcutânea e, nesta hipótese, denomina-se hipodermoclise; quando é administrada por via venosa, denomina-se fleboclise.
As vantagens da i. sobre a via normal de administração oral, consistem sobretudo na possibilidade de obter maior rapidez ou maior intensidade de efeitos desejados e garantia de absorção mais rápida e total do medicamento. Quando são utilizadas as injeções por qualquer via, para a introdução de medicamentos no organismo, fala-se de administração parenteral.

INJÚRIA FÍSICA. O mesmo que traumatismo.

INOMA. Sinônimo de fibroma.

INSOLAÇÃO. Fenômeno mórbido provocado pela irradiação solar que se verifica durante a exposição excessiva ao sol. A sintomatologia surge bruscamente com o aparecimento de vertigem, cefaléia; às vezes ocorrem delírio e febre elevada.
A excessiva exposição em ambientes cujas temperaturas são elevadas provoca alteração da temperatura corpórea, cefaléia intensa, vômito, perda da consciência, febre elevada e, em alguns casos, morte.

INSÔNIA. Dificuldade mais ou menos acentuada de dormir. É causada por um estado de excitação conseqüente a diversos fatores mórbidos orgânicos ou funcionais. É observada com maior freqüência nas cardiopatias, na arteriosclerose, na moléstia de Basedow e em diversas manifestações psíquicas. Quando a i. subsiste durante longos períodos, provoca distúrbios psíquicos graves.

INSPIRAÇÃO. Ver Respiração.

INSTILAÇÃO. Prática terapêutica que consiste na introdução de líquidos medicamentosos em algumas partes do organismo (nariz, globo ocular, ouvido).

INSUFICIÊNCIA AÓRTICA. Ver Vícios valvulares.

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA (ou DESCOMPENSAÇÃO CARDÍACA). Incapacidade do miocárdio em cumprir a sua função, isto é, impulsionar para a periferia a quantidade de sangue necessária ao organismo, durante um determinado período de tempo. É devida a diversas moléstias cardíacas: processos inflamatórios ou degenerativos, insuficiente quantidade de sangue por diminuição da luz vascular ou por aumento do volume das fibras do miocárdio (vícios valvulares, hipertensão arterial, etc). A insuficiência cardíaca provoca dispnéia, que se agrava cada vez mais, obrigando o doente a permanecer sentado, mesmo durante o repouso, para melhorar a sua respiração. Podem ocorrer também crises asmatiformes, freqüentes durante o sono (asma cardíaca). Tais sintomas são provocados por uma estagnação de sangue na área pulmonar. A insuficiência circulatória determina retenção de água e de sais minerais; este fenômeno ligado à elevação da pressão venosa, provoca a formação de edemas localizados inicialmente nos membros inferiores e, depois generalizados. O cérebro não recebe quantidade suficiente de oxigênio, por isso o doente poderá ficar agitado, desatento e sofrer perda temporária de consciência. Ocorrem ainda outros sintomas; náusea, vômito, anorexia e dores abdominais.

INSUFICIÊNCIA CIRCULATÓRIA. Diminuição da função circulatória.

INSUFLAÇÃO TUBÁRIA. Método de diagnóstico ginecológico que consiste na introdução, mediante aparelhagem adequada, de um certo volume de ar no útero para verificar se as trompas uterinas (trompas de Falópio) estão ou não obstruídas. No caso de não haver obstrução, o ar penetrará, pela trompa uterina, na cavidade abdominal, o que poderá ser verificado pelo médico por meio da auscultação (o ar produz um ruído sibilante). Quando o ar não penetra na cavidade abdominal, significa que existe obstrução da trompa, provocada por várias causas patológicas.

INSUFLAÇÃO TUBO-TIMPÂNICA. Método terapêutico que consiste na introdução de ar, com certa pressão, no ouvido para desobstruir a trompa auditiva.

INSULINA. Hormônio elaborado pelas células beta das ilhotas de Langerhans do pâncreas, isolado em 1922 por Banting e Best. Tem ação direta no metabolismo dos açúcares, regulando o processo de transformação da glicose em glicogênio. Extraída do pâncreas de animais, a insulina é utilizada no tratamento da diabete.

INSULINOMA. Tumor das ilhotas de Langerhans do pâncreas.

INTERTRIGO. Eritemia determinada pelo atrito de duas superfícies cutâneas. É freqüente nas regiões axilares e inguinais.

INTESTINO. Parte do tubo digestivo compreendida entre o piloro e o ânus. Subdivide-se em delgado e grosso. O delgado, que constitui o primeiro segmento, é formado pelo duodeno, pelo jejuno e pelo íleo; o grosso, ou seja, o segmento seguinte, é formado pelo ceco (no qual está anexado o apêndice cecal), pelo cólon (por sua vez subdividido em ascendente, transverso, descendente e sigmóide) e pelo reto, que se comunica com o exterior pela abertura anal. O tubo intestinal mede cerca de 8 metros. O primeiro segmento exerce funções digestivas e de absorção (ver Digestão); o segundo tem por função expulsar os resíduos e os alimentos não digeridos (ver Defecação).

ÍNTIMA. Membrana que reveste a luz das paredes das artérias e das veias.

INTOLERÂNCIA MEDICAMENTOSA. Caracteriza-se por sensibilidade exagerada do organismo a uma substância medicamentosa ou pelo aparecimento de reações anômalas. Em grande número de casos, a i.m. ocorre por mecanismo imunitário que se assemelha ao observado nas alergias e do choque anafilático; grande número de medicamentos podem provocar tais reações: sulfonamídicos, penicilinas, barbitúricos, antitérmico-analgésicos, etc. Os sintomas são variáveis: manifestações respiratórias (rinite, espasmo da laringe, asma, aumento da secreção brônquica); diarréia e dores abdominais; manifestações cutâneas (eritema, eczema, prurido); hipotensão, taquicardia, colapso cardiovascular. Outras vezes, a i.m. não tem explicação satisfatória, como o aparecimento de convulsões com o uso de barbitúricos, drogas de ação anticonvulsiva. A i.m. também pode ocorrer em virtude de grande sensibilidade do organismo a determinado medicamento.

INTOXICAÇÃO. Ver Envenenamento.

INTRADÉRMICA (Reação). Método diagnóstico que consiste na introdução na epiderme de substâncias, a fim de determinar a sensibilização do organismo a elas. A i.r. tem as mesmas finalidades da cutirreação (na qual a substância não é introduzida mas depositada em escarificação produzida na pele). Ver Cutirreação.

INTROVERSÃO. Termo usado por Jung para indicar uma conduta do homem orientada para o mundo interior.

INTUBAÇÃO. Método terapêutico que consiste na introdução pela traquéia de um tubo que tem a finalidade de manter aberta a glote e permitir a passagem do ar. A i. se faz necessária após processos inflamatórios laringianos, acompanhados de estenose da glote, que ocluem a passagem do ar pelas primeiras vias respiratórias. É também praticada durante a anestesia geral.

INVAGINAÇÃO INTESTINAL. Penetração de um segmento intestinal em outro contíguo (mais freqüente no subseqüente). O fenômeno, que pode originar oclusão intestinal é causado, com maior freqüência, por paralisias e espasmos da parede intestinal.

INVERSÃO. Desvio da posição de um órgão em relação à normal; são freqüentes as inversões uterinas.

INVERTINA. Enzima elaborada pela mucosa intestinal que cinde a molécula da sacarose em açúcares simples.

IODISMO. Ver Iodo.

IODO. Elemento químico bastante difundido na Natureza. No organismo humano encontra-se principalmente na tireóide, sendo indispensável para a síntese do hormônio tireoidiano. O i. é um dos mais eficientes antissépticos de ação local, sendo usado, principalmente, sob a forma de tintura. Age contra todos os tipos de bactérias assim como contra esporos e fungos. A sua administração em doses excessivas provoca intoxicação (iodismo) que se manifesta por inflamação da mucosa brônquica, nasal e traqueobrônquica, cefaléia, inapetência, irritação cutânea e distúrbio psíquicos.

IODO (Tintura de). Solução de iodo em álcool etílico, usada como antimicrobiano de ação local.

IONTOFORESE. Método terapêutico que consiste na introdução de medicamentos sob forma ionizada por meio de corrente galvânica. Tais medicamentos devem ser ionizáveis (ácidos, bases, sais dissolvidos em água ou em outros solventes); pela passagem da corrente, cindem-se em íons que penetram no organismo através da pele.

ÍRIS. Parte do globo ocular constituída por uma membrana colorida, circular e retrátil, situada através da córnea e adiante do cristalino, com uma abertura central (pupila). Esta faz passar os raios luminosos para o interior do olho. A íris determina a cor dos olhos das diferentes pessoas.

IRITE. Processo inflamatório agudo ou crônico da íris que se manifesta com miose, lacrimejamento, fotofobia, vermelhidão e dor local. Tem várias causas: sífilis, tuberculose, moléstias infecciosas agudas, diabete.

IRRADIAÇÕES. Método fisioterápico que utiliza a ação biológica dos raios solares ou dos raios artificiais (raios X, infravermelhos, ultravioleta, raios gama do rádio).

IRRIGAÇÃO. Lavagem de cavidade do organismo mediante líquidos desinfetantes.

ISCÚRIA. Eliminação de volume escasso de urina por insuficiente formação renal ou por retenção na bexiga; a i. é encontrada na hipertrofia da próstata ou quando existem obstáculos ao longo das vias.

ISOLAMENTO. Medida sanitária adotada para prevenir a difusão das moléstias infecciosas; consiste em isolar as pessoas afetadas ou as portadoras de moléstia, no próprio domicílio ou em locais adequais.

ISOTÔNICAS (Soluções). Soluções salinas que possuem concentrado osmótica semelhante à do plasma sanguíneo.

ISQUEMIA. Diminuição ou supressão do fluxo sanguíneo arterial em determinada região do corpo. Pode apresentar diversos graus de intensidade: assim, algumas emoções determinam palidez na face enquanto que outras, como o esvaziamento de um derrame peritonial, podem provocar a morte por isquemia cerebral. A isquemia pode ser causada por lesões arteriais de várias naturezas (arterites, arteriosclerose) ou oclusão por trombos. A região atingida se apresenta pálida e fria e, nas zonas circunvizinhas, surge hiperemia compensadora.

ISQUIALGIA. Ver Ciática.

ÍSQUIO. Uma das partes que forma, com o íleo e com púbis, o osso do quadril ou coxal.

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Quem sou eu

Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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