Assuntos relacionados à saúde em geral, medicina ocidental, oriental, alternativa, trechos de livros e revistas.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Ervas Medicinais

ABACATEIRO: Diurética, cistite, uretrite, diarréia e dores reumáticas.
AGONIADA: Inflamações do útero, ovários e menstruações difíceis.
ALCACHOFRA: Diminuição do colesterol e uréia, digestivo, hepático e hipotensor.
ALFAZEMA EXTRA: Calmante, vertigens, analgésica, asma, rinite, enxaqueca e gases.
ANIS ESTRELADO: Relaxante, insônia, gases e digestivo.
ARNICA: Traumatismo, reumatismo, artrite, artrose e dores.
ARRUDA: Menstruação escassa, vermífuga, calmante e pediculose.
ASSA PEIXE: Gripes fortes, bronquites catarrais e asmáticas, tosse rebelde.
BANCHÁ-CHÁ VERDE: Digestivo, rico em sais minerais, alivia inflamações e ajuda a emagrecer.
BARBATIMÃO: Fraqueza em geral, antidiarréico e anti-hemorrágico. Uso externo: cicatrizante, lavagem íntima.
BARDANA: Desintoxicante, depurativa, hepatobiliar e laxante.
BOLDO: Hepatoprotetor, elimina ácido úrico e uréia, facilita a digestão de gorduras.
CABELO-DE-MILHO: Diurético, sedativo na cólica renal, nefriete e cistite.
CAJUEIRO: Diabete, colesterol, triglicérides, inflamações da garganta, aftas e leucorréia.
CALÊNDULA: Cicatrizante, antiinflamatório, cólicas e menstruações irregulares, colite. Uso externo: feridas, queimaduras e micoses.
CAMOMILA: Antiinflamatório, cólicas e regulariza a função digestiva.
CANA-DO-BREJO: Diurético, depurativo, antiinflamatório, cistite, uretrite e leucorréia.
CANELA: Estimulante, gripes, resfriados, antiespasmódico.
CAPIM-CIDRÃO: Trata insônia, angústia, palpitações, gases, dores de cabeça, analgésica e antiespasmódica.
CAROBINHA: Depurativa, anti-sifilítico, cicatrizante, afecções das vias urinárias e cutâneas.
CARQUEJA: Tônica, digestiva, depurativa, emagrecedora e anemia.
CÁSCARA SAGRADA: Laxante, emagrecedora, estomáquico e colagogo.
CASTANHA-DA-ÍNDIA: Má circulação, flebite, varizes, hemorróidas, analgésica.
CATUABA: Energético, falta de memória e afrodisíaco.
CAVALINHA: Revitalizante, diurético, ácido úrico, circulação, hipertensão e rins.
CENTELLA-ASIÁTICA: Celulite, gordura localizada, circulatório e preventivo de rugas.
CHÁ BRANCO: Acelera o metabolismo, obesidade, diabetes e hipertensão.
CHÁ-DE-BUGRE (PORANGABA): Diurético, mau hálito e ajuda a emagrecer.
CHAPÉU DE COURO: Diurético, previne ou reduz depósito de gordura e celulite.
CIPÓ MIL HOMENS: Estimula a menstruação, sedativo nas histerias, afecções das vias urinárias e prostatite.
DENTE DE LEÃO: Rico em potássio e carotenóides, depurativo, desintoxicante, hepático e fortificante.
DOURADINHA: Diurética, depurativa, afecções cutâneas de origem não infecciosa.
ERVA BALEEIRA: Reumatismo, artrtite, dores musculares e nevralgias.
ERVA-DOCE: Gases, cólicas e estimulante geral.
ERVA DE SÃO JOÃO: Reumatismo, problemas articulares, intoxicação e revitaliza o sistema digestivo.
ESPINHEIRA SANTA: Gastrite, úlcera, cicatrizante e anti-tumoral.
EUCALIPTO: Expectorante, sedativo, descongestionante das vias respiratórias e balsâmico.
FARINHA DE MARACUJÁ: Redução da taxa de colesterol e diminuição da glicemia.
FUCUS: Disfunções da tireóide, vesícula e obesidade.
FUNCHO: Gases, digestivo, relaxante e estimula a secreção de leite.
GARRA-DO-DIABO: Reumatismo sanguíneo, esporão, gota e desintoxicante.
GENGIBRE: Circulatório, tônico, asma, bronquite, rouquidão, artrite e reumatismo.
GINKGO-BILOBA: Atua nos radicais livres, oxigenação cerebral, úlceras varicosas e flebites.
GINSENG: Energético geral, curculatório, cardiotônico, melhora a memória e a concentração, afrodisíaco.
GRAVIOLA: Diabetes, colesterol, emagrecimento, vitaminizante e reumatismo.
GUAÇATONGA: Gastrite, úlcera, cicatrizante, picadas de insetos, coceiras, aftas, herpes e mau hálito.
GUACO: Expectorante, tosse, bronquite, resfriados e inflamações da garganta.
GUARANÁ: Estimulante físico e mental.
HIBISCUS: Estomáquico, antibacteriano, diurético, laxante suave, calmante, aromatizante e digestivo.
HORTELÃ: Fadiga, espasmos, náuseas, azia, relaxante, dispepsia nervosa, estimulante das funções cardíacas.
IPÊ ROXO: Infecções das vias respiratórias, analgésico, arteriosclerose e imunoestimulante.
JASMIM: Digestivo, falta de ar, cólica, relaxante e insônia.
MACELA: Sistema digestivo e fígado, colite, antiespasmódico e antiinflamatório.
MALVA: Tosse, bronquite, inflamação de boca e faringe.
MARACUJÁ: Hepatoprotetor, digestivo, afecções das vias respiratórias, dores de cabeça e calmante.
MARAPUAMA: Esgotamento, antidepressiva, antirreumática e impotência sexual.
MATE VERDE: Diurético, estimulante e tônico.
MELISSA: Nevralgias faciais e dentárias, melancolia, histeria, enjôos e espasmos.
MULUNGU: Sedativo, insônia crônica, alcoolismo, asma e hepatite.
NÓ-DE-CACHORRO: Problemas de visão, estimulante geral e afrodisíaco.
NOGUEIRA: Depurativo, diarréia, hiperglicemia, raquitismo e anemia.
PATA-DE-VACA: Diabetes, depurativa e diurética.
PAU TENENTE: Estimulante, estômago, diabetes e hepatoprotetor.
PEDRA-UME-CAÁ: Eficaz na diabetes.
POEJO: Expectorante, gripes, resfriados, tosse crônica e asma.
PICÃO: Icterícias, hepatite, boca amarga, alergias e bronquite.
QUEBRA-PEDRA: Afecções nas vias urinárias e cálculos renais.
ROMÃ: Afecções da faringe, laringe e cicatrizante.
ROSA-RUBRA: Antisséptico, diarréias, hemorragias uterinas, leucorréia e blenorragia crônica.
SAW PALMETO: Problemas da próstata.
SALSA PARRILHA: Altamente depurativo, colesterol, ácido úrico, uréia, sífilis e psoríase.
SENE: Laxativo e regulador intestinal.
SETE ERVAS: Emagrecedor, diurético, digestivo, circulatório e eliminação de gordura.
SETE SANGRIAS: Arteriosclerose, hipertensão, palpitações do coração, insônia, circulatória, psoríase, dermatite de contato e afecções da pele.
SUCUPIRA: Tônico, úlceras, dermatoses, reumatismo agudo e osteoporose. Casca: antidiabética.
TILIA: Relaxante muscular, enxaqueca, calmante, histeria e dores gástricas.
UNHA-DE-GATO: Processos inflamatórios, amigdalite, artrite, reumatismo, sinusite, rinite e abscessos cutâneos.
UXI AMARELO: Distúrbios menstruais, cólicas menstruais, hemorragia e inflamação uterina.
VALERIANA: Sedativo, histeria, perturbações na menopausa, insônia, stress e dermatoses pruriginosas.
ZEDOÁRIA: Estimulante, gases, mau hálito, gastralgias e estomatites.
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Nota: Não se trata de uma ferramenta de diagnóstico ou de receituário, mas simples fonte de referência e consulta. Recomendamos procurar o médico ou fitoterapeuta para a indicação da utilização das ervas.
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segunda-feira, 1 de setembro de 2008

ABORTO

Incrível!

Com 18 dias a partir do momento da concepção, o coração humano começa a bater. Começa a vida humana. Nesse momento, existe um novo ser, totalmente distinto do corpo da mãe e do pai (estrutura cromossômica distinta). Humana (48 cromossomas) com vida (capaz de substituir as suas próprias células que morrem) e só precisa do alimento e tempo para crescer e chegar à maturação. 

Com 6 semanas (1 mês e 2 semanas), dá-se a "aceleração" - isto é, começa o movimento. Pode-se verificar que há atividade de um cérebro humano com um eletroencefalograma.

Um feto com 10 semanas de vida (2 meses e 2 semanas) tem pezinhos humanos! Estes pés perfeitamente bem feitos demonstram que o corpinho do bebê está completamente formado nesta ocasião.

1) Eu sou um feto humano

Achar que o feto não seja uma pessoa separada, mas apenas uma parte do corpo da mãe, não é correto. As circulações do sangue da mãe e do feto são separadas. O feto possui princípios separados de crescimento e desenvolvimento, sistema nervoso separado, circulação sanguínea separada, esqueleto próprio, musculatura própria, cérebro, coração e órgãos vitais próprios. 
A individualidade do feto é, além disso, atestada por se poder ouvir, através de aparelhos, as batidas de seu coração com 1 mês e 3 semanas de gestação. Isto mostra que o feto já possui um coração próprio. 

2) Um feto não tem olhos?

Os olhos do feto começam a se formar aos 19 dias de gestação. Na 8ª semana de gestação (1 mês e 4 semanas), suas pálpebras se tornam sensíveis ao serem tocadas. Se a pálpebra é tocada, a criança fecha os olhos. Com 8 semanas de gestação, o feto tem uma face humana com pálpebras semifechadas como nas pessoas que estão para dormir. No 5º mês de gestação, os pêlos de suas sobrancelhas começam a crescer e já aparece uma franja de pestanas. 

3) Um feto não tem mãos, órgãos, tamanho, sentidos?

As mãos, os dedos e os polegares podem ser claramente observados com 1 mês e 3 semanas de gestação. Com 2 meses, já existem impressões digitais nas mãos e nos pés do feto, as palmas das mãos se tornam sensíveis ao toque, e com 2 meses e meio, o feto pode agarrar objetos com as mãos, tais como uma pequena haste. 
Com 2 meses, todos os órgãos estão presentes no feto. Com 2 meses e meio, se tocarmos a testa do feto, ele pode virar a cabeça para o outro lado e franzir as sobrancelhas. 
Com 3 meses, seus órgãos e sentidos estão presentes e aparentes. 

4) Não se alimenta com a mesma comida?

O feto e sua mãe são quase ao pé da letra alimentados com a mesma comida. 
Embora o sangue da mãe e da criança não se misturem durante a gestação, a criança, entretanto, recebe oxigênio e alimento de sua mãe através da placenta. 

5) Não pode sentir sofrimento? Não é ferido pelas mesmas armas? 

Com 3 meses, o feto já sente dor. Nas transfusões de sangue intrauterinas em fetos, os cirurgiões responsáveis pela operação, devem levar em séria consideração o fato do feto sentir dor. A criança não nascida não é de forma alguma um monte de geleia; ao contrário, ela é capaz de sentir quando foi atingida, e protestará a isso de maneira semelhante como o faria um bebê em seu berço. No caso das transfusões de sangue intrauterinas, o médico pode sentir a criança pular quando a agulha atravessa a sua pele. No caso de um abortamento aos dois meses e meio, por curetagem, no qual se retalha um bebê em pedações através de uma espécie de foice chamada cureta, não há dúvidas de que o feto sente de fato o que lhe está sendo feito. As armas utilizadas contra o feto durante um abortamento causam a morte do feto pelas mesmas razões médicas pelas quais um adulto atacado da mesma forma morreria. 

6) Não está sujeito a doenças? 

Entre as doenças que podem atacar o feto, podem ser mencionadas a sífilis e algumas outras doenças provocadas por vírus. Outras doenças do feto podem ser diagnosticadas e tratadas mesmo antes do nascimento, como nos casos em que, devido a problemas relacionados com o fator Rh, são feitas transfusões de sangue no feto sem retirá-lo do útero. Em outros casos, a própria natureza pode encarregar-se de curar o feto sem necessidade de assistência médica, como no caso registrado pela literatura médica em que um tiro de revólver, ocorrido aos 3 meses de gestação, sarou naturalmente, ficando somente uma cicatriz após o nascimento. 

7) Não é aquecido e resfriado pelo mesmo inverno e verão, como um adulto o é? 

Os fetos são afetados por variações de temperaturas da mesma maneira como os adultos o são. Se o corpo de um adulto, por exemplo, estiver mais frio do que o normal, o seu cérebro necessitará de menos oxigênio e o seu coração baterá mais devagar. Da mesma maneira, se houver necessidade de abaixar a temperatura de uma gestão de 5 meses para 30º C, para que ela possa ser submetida a uma cirurgia, o coração do feto deixará de bater a 180 batidas por minuto e passará a bater a 120 batidas por minuto. 

8) Se me espetarem, não sangrarei? 

As células do sangue começam a se formar no feto no 17º dia de gestação. O coração começa os batimentos irregulares em torno do 20º dia e aos 30 dias, já está batendo regularmente 65 vezes por minuto, bombeando sangue através de um sistema circulatório fechado. Na 7ª semana de gestação (1 mês e 3 semanas), o feto está fabricando glóbulos vermelhos para o sangue, e o seu rim está eliminando ácido úrico de seu sangue. Assim, o sangue que o feto derrama durante o abortamento é o seu próprio sangue, e não o sangue da gestante. 

9) Se me permitissem, não choraria? 

Antes do fim do 3º mês de gestação, as cordas vocais do feto estão completas. Ele não poderá rir, nem chorar, mas apenas porque não existe ar dentro do útero. Entretanto, a literatura médica registra casos em que foi necessário injetar uma bolha de ar em gestante de último trimestre. Quando a bolha de ar cobria a face da criança, e a criança o inalava, o ar permitia que as cordas vocais operassem, produzindo-se um choro que era perfeitamente ouvido por todos os presentes, incluindo o médico e as enfermeiras. As mães posteriormente relataram que a bolha de ar se mantinha sobre a face da criança todas as vezes que elas se deitavam para dormir, permitindo que as crianças em seus úteros chorassem com tanta força que tanto elas como os seus maridos não conseguiam pegar no sono. 

10) Se me envenenarem, não morrerei? 

Os fetos são tão ou mais suscetíveis ao envenenamento do que o restante da população. As mesmas substâncias químicas que causam um sem número de problemas para os adultos que vivem nas grandes cidades, especialmente nas em que não há bons programas de controle de poluição ambiental, chegando ao feto através do corpo da gestante, lhes são igualmente ou mais danosos. Sem falar no fumo, que pode prejudicar o feto mais do que a própria gestante. 

11) Se me agredirem, não revidarei? 

Infelizmente, grande parte das pessoas é propensa a pensar que um feto pode ser abortado sem maiores consequências para a mãe ou sua futura descendência. 

Isto é um engano lamentável. O aborto encerra riscos que não puderam ser ainda avaliados corretamente nem pela comunidade médica, quanto menos pela opinião pública. 

Não se sabe, por exemplo, quantas mães morrem de aborto, simplesmente porque a grande maioria das gestantes que morrem por aborto não morre diretamente na mesa do aborto, mas algum tempo depois em algum outro lugar ou pronto socorro, e estes casos não são registrados como sendo mortes por causa do aborto, e nem o jornal ou as pessoas conhecidas ficam sabendo que foi por aborto. 

Mesmo quando feito pelas mãos de um médico treinado, o aborto é uma operação de risco, que não tem semelhança nenhuma nem com um parto, nem com um aborto natural, ao contrário do que possa parecer à primeira vista. Durante um parto, os médicos simplesmente se encarregam de ajudar a natureza, que é quem realmente faz com que a criança nasça, quando chega a sua hora. O aborto espontâneo ocorre, em geral, quando a natureza expulsa uma criança já morta de dentro do útero. Já durante o aborto, a natureza não colabora com os médicos. Ao contrário, não estando previsto que o feto devesse ser expulso, ela se lhes opõe, tornando o aborto na realidade um ato de violência contra o corpo da gestante. A criança, o mais comumente, tem que ser retalhada em pedaços dentro do próprio útero e tirada de lá à força. E é isto que provoca uma série de complicações. 

Para mostrar como de fato isto acontece, colocamos aqui o resultado de um estudo feito em 1971 num hospital de uma faculdade de medicina da Inglaterra, onde o aborto é legalizado. De 1182 pacientes em que foram praticados abortos no próprio hospital, 17% perderam mais do que 500 ml de sangue, 9,5% necessitaram de transfusões de sangue depois do aborto, em 4% ocorreram lesões cervicais, e em mais de 1%, o útero foi perfurado. 6 vezes foi necessário em emergência abrir toda a barrida da gestante. 27%, isto é, mais de uma em cada quatro pacientes de aborto tiveram febre alta de mais de 38 graus durante mais de 24 horas. Isto mostra que, mesmo quando praticado em um hospital devidamente especializado e equipado, o aborto não é uma operação simples e não sujeita a complicações sérias como costuma ser pensado. 

Mas o que é mais inquietante nestes dados é que uma em cada quatro pacientes, mesmo sendo o aborto feito por médicos treinados, tiveram complicações depois do aborto, devido à infecção pós-aborto, que são uma das principais causas das mortes por aborto. Mais significativo ainda é que algumas das complicações mais sérias ocorreram com os cirurgiões mais antigos e experientes.

Neste hospital, que era de uma faculdade de Medicina, estas complicações eram tratadas rotineiramente. Porém, mesmo nos países onde o aborto é legalizado, as clínicas particulares de aborto quase nunca possuem serviço de transfusão de sangue, quase nunca fazem exames completos antes do aborto, dificilmente mantém registros corretos, raramente existe acompanhamento das pacientes após o aborto (a gestante saindo de lá fica por conta própria), nem sempre os médicos têm a devida preparação, frequentemente não são nem cirurgiões, as gestantes são mandadas embora para casa logo após o aborto, e mesmo se fazendo ali barbaridades, tais que seriam facilmente puníveis em qualquer clínica ou hospital que não fosse de aborto, quase nunca a Justiça ou os Conselhos de Medicina punem os culpados. Isto é o que há para se dizer quanto ao andamento rotineiro destas clínicas. Porém, também são frequentes outras irregularidades tais como a gestante voltar lá com hemorragia e ela ser convencida de que se trata de algo normal após o aborto, só se vindo a perceber a gravidade exata do problema quando já é demasiado tarde, deixar-se por negligência patente pedaços da criança dentro do útero e outras assim. 


*  * * 

À parte destes, existem ainda outros danos que podem ser acarretados por um aborto.

Um deles provém do fato que a maternidade é uma função que pertence à própria natureza da mulher, não só do ponto de vista moral, como também do ponto de vista psicológico e biológico. Uma vez que a mulher admita que está grávida, e ela precisa fazer isto para procurar o aborto, ela sentirá um apego inconsciente ao seu filho, ainda que aparentemente ela não queira este filho e procure um aborto. Isto poderá se evidenciar, mais tarde, por depressões sérias ou até mesmo por psicoses, que nada mais são do que reações naturais profundas a um ato, que agiu contra a própria natureza da mulher. 

Este é um dos fatos que menos são considerados ao se decidir um aborto. Tomemos o caso da jovem solteira que pensa em resolver o seu problema no momento. Teria ela considerado o sofrimento pela qual ela própria terá de passar por ter criado outro problema com o qual deverá conviver pelo resto de sua vida? Esta jovem não pensou que chegará o dia em que desejará ser mãe, e que neste dia, o seu filho desejado estará a lhe lembrar do aborto, transformando em uma fonte de angústia o que deveria ser uma fonte de realização pessoal. Nos casos extremos isto chega a representar a morte não de uma, mas de duas criaturas, uma das quais é a própria gestante, que passa a se fechar em si mesma a ponto de necessitar de psiquiatria pelo resto de seus dias para poder apenas aparentar uma vida normal. Assim, as pessoas que pensam num aborto com a ideia de não colocarem uma criança no mundo para sofrer, deveriam pensar bem se com isto não estariam impondo sobre si mesmas um sofrimento ainda mais desumano. 

Outro dos danos acarretados por um aborto vai ter duas consequêncis na futura descendência da gestante, pois o aborto provocado aumenta a probabilidade de se vir a ter posteriormente bebês prematuros, abortos espontâneos e morte fetal. 

Devemos concluir dizendo que infelizmente existe muita gente que deseja realmente acreditar que o feto humano não é humano, e que o aborto não dá lugar a complicações sérias e frequentes. Trata-se de um supermercado de mentiras que simplificam o feto, dizendo que não está formado ou que é um pedaço de gelatina, e que escondem informações sobre os riscos médicos e psicológicos do aborto para venderem o seu próprio peixe.



* * * 

Yvone conta a sua história

Eu tinha dezoito anos e fazia amor com meu namorado. Uma noite fiz uma coisa que nunca tinha feito antes. Fiquei fora de casa a noite toda e disse a meu pai que ia dormir na casa de uma amiga. Era a primeira vez que meu namorado não tomava precauções e na manhã seguinte, enquanto tomava banho, senti que estava grávida. Não posso explicar como, mas senti que estava estranha. 

Nos cinco meses seguintes, procurei convencer-me constantemente que não estava grávida. Inventava todas as espécies de desculpas. Mas o fato é que eu não podia encarar a realidade. Sentia terríveis enjoos pela manhã, ia ao banheiro e abria todas as torneiras para que o meu pai não pudesse me ouvir. Vivia terrivelmente cansada. Cochilava no ônibus e depois que chegava em casa, ia deitar às seis horas e na manhã seguinte ainda estava cansada. Mesmo assim, não falava nada a ninguém. Papai já tinha bastante preocupações e problemas. Minha mãe nos tinha abandonado há alguns meses e ele estava muito nervoso. Finalmente, entrei numa grande loja em que meu irmão trabalhava e lhe contei tudo. Ele disse que tínhamos de contar tudo a papai e voltamos os dois para casa.

A reação imediata do papai foi fazer o aborto, e ninguém pensou em mais nada além disso. Entrou em contato com a minha mãe e ela voltou para casa. É terrível pensar que este fato causou a reconciliação dos dois. Assim, depois de uma semana eu abortei. Fui arrastada, não houve tempo para pensar e ninguém nos ajudou nem a mim, nem a meus pais a parar para pensar. Ninguém sugeriu alternativa, nem falou em adoção.

O único conselho que me deram foi o de como abortar. Eu precisava era de conselho de alguém que me dissesse o que era uma criança, um ser humano e o que eu poderia fazer de melhor para ele. Pode estar certo de que em nenhuma ocasião alguém me falou do bebê que eu estava esperando como uma criança mesmo. Todos eles procuraram me convencer de que não era nada, de que era algo do que a gente deveria se livrar o mais rápido possível. Eram pessoas malvadas, só queriam dinheiro, não se preocupavam comigo, nem com a criança que eu trazia dentro de mim. 

Durante toda a semana tive que falar com um mundo de gente e ninguém me disse que parasse um pouco para pensar. Foi a coisa mais simples combinar o aborto e arranjar tudo para levá-lo a cabo. 

Fui com meu irmão e meu namorado. O meu irmão disse que não aprovava o aborto, mas ele não iria contrariar papai, e o meu namorado simplesmente o seguia passivamente.

Quando chegamos à clínica, levaram-me para uma sala em que havia umas vinte moças. Disseram-me que sentasse na cama e esperasse por uma enfermeira que viria apanhar os envelopes. Ela chegou, apanhou os envelopes e contou o dinheiro de cada uma de nós. Em seguida, disse para tirar a roupa, e me fizeram subir três lances de escada para a sala de operação. Não fizeram nenhuma pergunta. Não fizeram exame de sangue. 

Quando voltei para casa, durante muito tempo, fiquei num estado de nervos lamentável. Tudo parecia um problema para mim, quando estava grávida. Eu tinha apenas dezoito anos e naquela idade não se pensa em todos os aspectos do problema. A gente quer somente se livrar da coisa. Mas eu não queria matá-lo. Apesar de meu horror em estar grávida, uma parte de mim gostava daquele enjoo matinal e de sentir a criança se mexendo como borboletas esvoaçando dentro de mim. Depois não havia mais nada. Perguntava a mim mesma se teria sido menino ou menina. Qual era a cor de seu cabelo. Deitava-me na cama em casa e depois sonhava que isto nunca tivesse acontecido e que eu tinha tido uma criança viva e que estava choramingando no quarto ao lado. Eram estes os pensamentos que tinha sobre o meu filho, que ele estava vivo! Mas acordava e encarava a terrível realidade. Eu fantasiava mil coisas. Olhava as crianças nos carrinhos. Entrava nas lojas de artigos para bebês, pegava nas roupinhas que fingia escolher. Mas nunca comprei nada. 

Se pelo menos alguém me tivesse dito que a criança que eu trazia comigo era uma vida, que talvez não fosse o momento certo de pô-la no mundo, mas que eu não tinha o direito de matá-la. Só tinha necessidade de compreensão e de bons conselhos. Era pedir muito?

Entretanto, olha o que aconteceu. O aborto é praticado mais do que nunca. Sabe que naquela clínica encontrei uma menina de apenas quinze anos? Ela tinha ido com o namorado. Seus pais nem sequer sabiam. Deus sabe onde arranjaram o dinheiro. As moças não sabem realmente o que fazem. É tudo tão fácil! No meu trabalho, duas moças começaram a falar de ter crianças. Ambas são recém-casadas, têm muitas contas a pagar, usam pílula e nenhuma delas planeja ter filhos durante muitos anos. Perguntei a uma delas o que faria se ficasse grávida e ela respondeu-me simplesmente que não ficaria. Então, a outra disse: “Mas suponhamos que aconteça, o que você faria?” Ela respondeu: “Faria o aborto. Sei onde se faz”. Perguntei-lhe se sabia mesmo o que estava fazendo e se sabia das reações emocionais que seguem a um aborto. Ela respondeu: “Bobagem. Todas fazem aborto. Eu nem duvido”. Então eu lhe disse que o aborto era uma coisa má, que era um assassinato, e ela respondeu: ”Os jornais estão cheios de casos. Naturalmente, não é um assassinato!”.

O senhor está vendo! Nenhuma mulher que não fez aborto sabe realmente o que ele significa. A jovem que sai de um daqueles lugares pode pensar que não é nada. Pode não sentir nada imediatamente ou nos dias que se seguem, mas os efeitos aparecerão. Não se pode escapar do remorso ou da convicção de que o aborto é um assassinato. É certo. Os efeitos aparecerão, mesmo anos mais tarde. No meu caso, os efeitos e as consequências do aborto se fizeram sentir em ondas, algumas vezes me batiam levemente na consciência, outras vezes me afogavam. É algo que não dá para esquecer. O peso da culpa na consciência não desaparece nunca.

* * * 

Nossa vida antes de nascermos

Estas extraordinárias e controversas descobertas demonstram que os pais podem exercer uma influência jamais suspeitada sobre os seus filhos ainda por nascer.
Dr. Thomas Verny e John Kelly

Há alguns anos, passei um fim de semana em casa de uns amigos no campo. Helen, minha anfitriã, estava grávida de sete meses e à noite costumava sentar-se sozinha diante da lareira, entoando docemente uma canção de ninar para o seu filho ainda por nascer.

Depois do nascimento da criança, Helen contou-me que essa mesma canção de ninar tinha efeito mágico sobre o bebê. Mesmo que estivesse chorando desesperadamente, acalmava-se logo que a ouvia. Sendo psiquiatra e interessando-me particularmente por experiências pré-natais, fiquei intrigado e curioso de saber se as atividades de uma mulher podem ter influência sobre seu filho ainda por nascer. Comecei a procurar literatura científica a fim de tentar compreender a psicologia da criança durante a vida intrauterina.

À medida que progredia em minha investigação, ia surgindo uma imagem completamente diferente da criança no seio materno, algo muito distinto daquele ser passivo e indiferente que nos é descrito nos tradicionais manuais de pediatria. As provas se vem acumulando há anos. No fim da década de 1960, por exemplo, descobrimos um sistema pós-natal de comunicação entre a mãe e o filho, e o obstetra francês Frederick Leboyer, autor do livro Nascer sem Violência (1975), compreendeu intuitivamente que a criança, quando nasce, merece (de fato, exige) cuidados delicados e afetuosos. E muitos aspectos, a nova pesquisa é simplesmente o prolongamento lógico desta obra pioneira, prodigalizando amor e carinho à criança enquanto ela ainda se encontra dentro do ventre materno.

Quase tudo o que foi confirmado por estudos fisiológicos, neurológicos, bioquímicos e psicológicos se aplica à criança a partir do sexto mês de gestação. Pode-se dizer que, nessa altura, o feto já é um ser humano fascinante.

Henry Truby, ex-professor de pediatria, linguística e antropologia na Universidade de Miami, chama a atenção para estudos feitos desde 1960, que mostraram que o feto ouve distintamente a partir do sexto mês de vida intrauterina, e, o que é mais espantoso, reage às palavras da mãe. Também é sensível à musica, por vezes de modo bastante seletivo. Se pusermos um disco de Vivaldi, o feto mais agitado descontrai-se, mas Beethoven e toda música rock produzem efeito oposto na maior parte das crianças ainda no seio materno.

Quando era jovem”, lembra Boris Brott, regente da Hamilton Philarmonic Orchestra, de Ontário, Canadá, “ficava perplexo com a facilidade com que dirigia certos trechos antes de tê-los estudado. Estava dirigindo uma partitura pela primeira vez e, de repente, as notas para violoncelo surgiram no meu espírito, e já conhecia a sequência da peça mesmo antes de ter virado a página”.

Um dia, falei no assunto à minha mãe, que é violoncelista profissional. Pensei que ela ia ficar intrigada, pois era sempre a partitura para violoncelo que eu parecia conhecer antecipadamente. Quando lhe disse quais eram as obras, o mistério desvendou-se rapidamente. Ela tinha ensaiado todas essas partituras para um recital enquanto estava grávida, mas nunca havia voltado a tocá-las.”

Já em 1948, investigadores da Carolina do Norte ensinaram 16 bebês ainda não nascidos a reagir a vibrações, dando pontapés. Durante a vida intrauterina, as crianças ignoram, geralmente, essas sensações tão sutis, mas neste caso, os pesquisadores criaram nos bebês um reflexo condicionado ou adquirido, começando por fazer um forte ruído à pouca distância de cada mãe. Depois, introduziram uma vibração e o pontapé acabou por ser tão automático que os bebês passaram a espernear mesmo quando não ouviam ruídos antes da vibração.

Este estudo também mostra como os traços da personalidade e as características podem começar a delinear-se no útero materno. Todas as nossas preferências e aversões, medos e fobias, em suma, todos os comportamentos específicos que fazem de cada um de nós um ser único, são em parte resultados de aprendizagem condicionada dentro do ventre materno. Que pode, por exemplo, provocar num bebê ainda não nascido uma profunda ansiedade que determinará um comportamento futuro?

O fato de a mãe fumar é uma possibilidade. Foram efetuados alguns estudos que demonstraram os graves efeitos que o cigarro pode exercer sobre o feto: aceleração do ritmo cardíaco, diminuição no fornecimento de oxigênio e peso reduzido à nascença.

É claro que o feto não pode saber se a mãe está fumando, mas é suficientemente desenvolvido para reagir à sensação desagradável produzida pela queda do fornecimento de oxigênio. Os efeitos psicológicos do fumo são, provavelmente, ainda mais prejudiciais, pois pode imaginar-se que a redução do oxigênio provoca no feto um estado crônico de incerteza e medo. Ele nunca sabe quando vai de novo sentir essa sensação física desagradável, ou a dor que lhe vai causar, mas sabe, por experiência, que a sentirá novamente.

Mesmo uma coisa aparentemente tão prosaica como as batidas cardíacas da mãe têm um efeito psicológico. A criança parece considerar esse ritmo regular e tranquilizador como uma das principais constelações do seu universo. Isso ficou demonstrado há alguns anos, quando um hospital fez ouvir uma gravação das batidas cardíacas de uma mãe nm berçário cheio de bebê recém-nascido. Nos dias em que se ouvia a gravação, os bebês comportavam-se de modo tão diferente que até os investigadores ficaram surpreendidos. Passado um tempo, comiam mais, pesavam mais, dormiam mais, respiravam melhor e adoeciam menos vezes.

Quando faço conferências, as pessoas ficam desconcertadas se eu digo que as crianças antes de nascer conseguem aprender os pensamentos e sentimentos da mãe. As pessoas perguntam como podem elas decifrar mensagens maternas que significam “amor” e “conforto”, ou mesmo compreender a atitude da mãe em relação a elas.

O Dr. Gerhard Rottmann, da Universidade de Salzburgo, Áustria, observou 41 mulheres durante a gravidez até o parto, e concluiu que a atitude da mãe tinha um influência decisiva sobre a evolução da criança. Ele dividiu as mulheres em quatro categorias emocionais. As Mães Ideais (porque desejavam a criança, tanto consciente como inconscientemente) tinham uma gravidez fácil, um parto sem complicações e uma criança saudável, tanto física como emocionalmente. As Mães Ansiosas, com atitudes negativas, apresentaram os mais complicados problemas médicos durante a gravidez, e davam à luz elevado número de crianças prematuras, de baixo peso e emocionalmente perturbadas. As Mães Ambivalentes eram aparentemente felizes, mas os fetos tinham herdado a mesma ambivalência subconsciente que fora detectada pelos testes psicológicos de Rottmann. Depois do parto, um número invulgar destas crianças apresentava problemas do comportamento e perturbações gastrintestinais. As Mães Indiferentes tinham várias razões para não desejarem ter filhos (uma carreira, problemas financeiros, e não estavam preparadas para o papel de mães), mas os testes de Rottmann revelaram que, subconscientemente, elas desejavam a gravidez. Os filhos receberam ambas as mensagens, o que parecia causar-lhes confusão. Depois do parto, muitas dessas crianças revelaram-se apáticas e letárgicas.

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O Dr. Peter Fedor-Freybergh, de Estocolmo, Suécia, descreve com grande precisão um caso de alienação intra-uterina. Ao nascer, Kristina era robusta e saudável, mas recusava obstinadamente o seio materno. O médico convenceu outra mulher a tentar amamentar a criança. Quando a enfermeira colocava Kristina, sonolenta, nos braços dessa mulher, a criança começava logo a mamar avidamente. Surpreendido com esta atitude, o médico interrogou a mãe de Kristina e descobriu que ela tentara abortar. “O meu marido queria a criança”, explicou a mãe. “Foi por isso que eu a tive.” Segundo Fedor-Freyberg, isso não era nenhuma novidade para Kristina, que há muito tinha consciência de rejeição da mãe.

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Que dizer sobre a influência do pai? Poucas coisas afetam mais profundamente a mãe do que desentendimentos com o marido ou companheiro, e o apoio do pai é fundamental para o seu bem-estar e o da criança. Um estudo feito no princípio da década de 1970 revela que uma mulher que tem uma relação conjugal atormentada corre um risco de dar à luz uma criança psicologicamente perturbada 100% mais elevado do que uma mulher cujo casamento é estável e feliz. Algumas pesquisas demonstraram que a criança pode identificar a voz do pai, mesmo dentro do ventre materno, e depois de nascer reage a essa voz quando a ouve, pelo menos fisicamente. Se estiver chorando, por exemplo, pára. Esse som familiar e tranquilizador parece transmitir ao bebê um sentimento de segurança.

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Tais descobertas podem revolucionar a atitude dos pais em relação aos filhos. Com estes dados, as mães e os pais têm uma oportunidade única de influenciar os filhos, antes de eles nascerem, e de com eles criar laços afetivos que condicionarão a sua felicidade e o seu bem-estar, não só no meio materno, mas durante toda a vida.


Créditos:
O Dr. Thomas Verny é psiquiatra, foi professor nas Universidades de Harvard, York (Ontário) e Toronto, e fundou o Centro de Psicoterapia e Educação, em Toronto.
John Kelly é um escritor free-lance especializado em assuntos médicos.

Seleções do Reader’s Digest – maio de 1983 – Tomo XXIV Nº144
Condensações de artigos de interesse permanente
(Condensado de The Secret Life of the Unborn Child – do Dr. Thomas Verny e John Kelly – copyright 1981 de Thomas Verny e JohnKelly)

Reproduzido com permissão de Barbara Lowenstein
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Quem sou eu

Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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