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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dicionário Médico: Letra P

PAGET (Doença de). O termo é usado para designar duas afecções: uma da mama e outra óssea.

A primeira é uma forma de tumor maligno da mama, durante o período de menopausa.

A dos ossos, também denominada osteíte deformante progressiva, manifesta-se com hipertrofia óssea parcial ou geral, que provoca deformidades esqueléticas; sua etiologia é obscura.

PALATINO. Osso par da face que, na porção horizontal, completa posteriormente o palato ósseo; sua lâmina vertical contribui para a formação das cavidades nasais.

PALATO. Ver Boca.

PALPAÇÃO. Meio de exploração, com finalidade de diagnóstico, que consiste em aplicar os dedos sobre determinadas regiões e procurar reconhecer as características dos órgãos ou das estruturas internas.

PÁLPEBRAS. Ver Olho.

PALPITAÇÃO. Sensação revelada pelo doente que identifica batimento rápido e irregular do coração.

PANARÍCIO. Processo inflamatório agudo, de natureza purulenta, dos dedos da mãos. Sua origem é traumática: os micróbios penetram através de pequenos ferimentos ou de uma contusão.

PÂNCREAS. Órgão que exerce a dupla função de glândula endócrina e exócrina. Está localizada na parte superior do abdome, na frente da região lombar da coluna vertebral. No pâncreas situa-se um sistema de formações arredondadas e esbranquiçadas; as ilhotas de Langerhans, ricamente vascularidas. As células dessas ilhotas lançam a insulina no sangue, hormônio cuja função é regular o metabolismo dos glicídios; sua falta provoca a diabete. Outro hormônio secretado pelas ilhotas de Langerhans é o lipocaico, que, segundo uns, seria um fator representando, no metabolismo das gorduras, papel análogo ao da insulina no metabolismo dos glicídios; o lipocaico é também tido como enzima ou, ainda, como aminoácido especial. Como glândula exócrina, ou de secreção externa, o pâncreas elabora o suco pancreático, que é lançado no tubo digestivo através de dois ductos. O suco elaborado pelo pâncreas contém importantíssimas enzimas, como a tripsina, a lípase e a amilase.

PANCREATITE. Processo inflamatório agudo ou crônico do pâncreas.

Pancreatite aguda: existem duas formas clínicas principais de pancreatite aguda, a hemorrágica (denominada pancreatite hemorrágica aguda ou necrose pancreática aguda) e a purulenta. A primeira é de evolução grave e constitui a destruição do tecido provocada pelas enzimas. A sintomatologia é caracterizada por dores violentíssimas, náuseas, vômito, colapso.

Pancreative purulenta, provocada pelo assestamento de germes piogênicos, manifesta-se com dores e febre elevada.

Pancreatite crônica: representa a fase crônica da pancreatite aguda ou surge após moléstias infecciosas ou fenômenos tóxicos crônicos. Existe uma forma de pancreatite crônica que geralmente acompanha a cirrose hepática.

PANDEMIA. Ver Epidemia.

PANOFTALMIA. Inflamação purulenta do bulbo ocular. Pode se de natureza traumática (após a penetração de corpos estranhos) ou infecciosa (após infecções da córnea ou moléstias infecciosas gerais). Em geral, a p. conduz à cegueira total, febre, dores intensas, edema palpebral, exoftalmo, atrofia do bulbo.

PANTOTÊNICO (Ácido). Vitaminado do complexo B, que interfere catalisando diversas reações metabólicas, especialmente as de cacetilação.

PANTURRILHA. Barriga da perna, ou sura.

PAPAÍNA. Enzima extraída do Carica papaya. (Mamão).

PAPAVERINA. Um dos alcalóides do ópio, utilizado em terapêutica como anti-espasmódico.

PAPILA. Formação cutânea que se apresenta como uma saliência da pele ou das mucosas.

PAPILOMA. Pequeno tumor benigno da pele ou das mucosas.

PÁPULA. Pequena lesão circunscrita da pele, geralmente de coloração rósea.

PAQUIBLETO. Espessamento patológico das pálpebras causado por inflamação crônica da mucosa conjuntival.

PAQUIDERMIA. Espessamento de todas as camadas da pele, com grande hiperplasia da camada fibrosa intersticial. A mais difundida é a elefantíase.

PAQUIGIRIA. Afecção de natureza congênita das circunvoluções cerebrais que se apresentam com dimensões maiores do que o normal. Quando estas aparecem fundidas entre si, o fenômeno denomina-se agiria.

PAQUIMENGE. Ver Meninge.

PAQUIMENINGITE. Processo inflamatório da paquimeninge ou da dura-máter.

P. cervical hipertrófica de Charcot: localização inflamatória da paquimeninge na zona que reveste a medula espinal; mais freqüentemente é de natureza sifilítica ou tuberculosa, mas pode surgir também após traumatismos locais; a afecção é de caráter crônico e provoca atrofia da medula.

P. interna hemorrágica: é caracterizada pela formação de coágulos sanguíneos na face interna da paquimeninge cerebral; tais coágulos são devidos a lesões dos capilares sanguíneos, conseqüente à inflamação. A causa está relacionada com episódios tóxicos ou com traumatismos.

PARECENTESE. Punção praticada em diversos pontos do organismo, com a finalidade de extrair líquidos patológicos.

PARACOLIA. Derrame da bílis no sangue, que determina o quadro clínico da icterícia.

PARACUSIA. Termo que indica alteração da audição caracterizada pela percepção exagerada ou diminuída dos sons.

PARADÊNCIO. Conjunto dos tecidos que concorrem para a função mecânica de sustentação do dente. Compreende o alvéolo, a gengiva, o periodonto.

PARAFRASIA. Perturbação da linguagem que se caracteriza pela troca de palavras.

PARAGEUSIA. Alteração da gustação.

PARALISIA. Parada da atividade muscular motora, representando um sintoma de várias moléstias do sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. A alteração da motilidade pode limitar-se a um simples enfraquecimento da contração muscular (paresia) ou manifestar-se como ausência total de contrações (paralisia propriamente dita). A este sintoma clínico associa-se distúrbio da motilidade reflexa, que pode estar diminuída ou abolida. O músculo atingido tem o seu tono diminuído e sofre atrofia.

Paralisia Periférica: é originada por uma alteração do neurônio motor periférico, formado pela célula nervosa do tronco cefálico ou da medula espinal e da fibra da própria célula que se dirige para o músculo; é também chamada paralisia flácida ou atrófica. A lesão das fibras sensitivas provoca alterações da sensibilidade. Os pródromos deste tipo de paralisia periférica são representados por: formigamentos, entorpecimento, dores espontâneas. A paralisia dos nervos periféricos origina também manifestações para o lado da pele, que se apresenta mais brilhante, com certo grau de descamação e espessamentos; as unhas tornam-se fracas e rompem-se com facilidade; os pelos caem ou mesmo crescem excessivamente; os ossos descalcificam-se.

Paralisia Central: é devida a lesões dos neurônios centrais constituídos pelas células nervosas situadas no córtex cerebral, as quais tem prolongamentos que inervam as várias partes do eixo cerebrospinal. A paralisia central é espástica, isto é, manifesta-se através de contraturas musculares.

Paralisia Mista: atinge tanto os neurônios centrais como os periféricos.

Denomina-se Hemiplegia a paralisia que abrange uma metade do corpo e é devida geralmente a lesões do hemisfério cerebral. Quando ambos os hemisférios são lesados, tem-se o quadro clínico denominado diplegia.

Tetraplegia é o termo que indica a paralisia do tronco e dos membros com integridade das funções dos nervos cranianos; a paraplegia afeta os membros inferiores, a monoplegia somente um membro.

Paralisia agitante: ver Parkinson (Moléstia de).

Paralisia Ascendente Aguda de Landry: paralisia flácida, geralmente acompanhada de distúrbios da sensibilidade e de febre, comumente pouco elevada, mal-estar, vômito.

Seu início é brusco e manifesta-se com abolição da atividade motora dos membros inferiores “ascendendo” (como diz o nome da doença) para o tronco, os membros superiores e a cabeça. A moléstia é fatal; porém em alguns casos pode ocorrer a cura completa.

A causa está relacionada com a mielite, inflamação da medula espinal, ou à polinevrite (inflamação dos nervos motores periféricos).

Paralisia Progressiva: forma de meningoencefalite sifilítica que se manifesta com sintomas psíquicos (ver Demência Paralítica) e neurológicas.

Trata-se de uma paresia que se instala muito lentamente, abrangendo quase todos os músculos. A doença, de evolução fatal, é devida a uma degeneração do tecido nervoso que abrange sobretudo o córtex cerebral.

A fase prodrômica pode durar anos; os primeiros sintomas são: nevralgia localizada, alterações da pupila, acessos de epilepsia, apoplexia, estado de exaltação ou de depressão psíquica, apatia.

Paralisia Espinhal Espástica de Erb: é de natureza luética, instala-se muito lentamente e tem evolução progressiva.

Paralisia Familiar Espástica Espinhal: de caráter familiar, manifesta-se com paresia espástica progressiva, afeta sobretudo os feixes piramidais e evolui lentamente.

Paralisia Familiar Periódica: moléstia hereditária de origem desconhecida que se manifesta com o aparecimento, a intervalos regulares, de acessos de paralisia muscular flácida, a qual desaparece após algum tempo (desde algumas horas a poucos dias). Os sintomas surgem pela manhã; o doente apresenta cardiopalmia, sudorese, parestesia, dores nos membros, elevações de temperatura, vômito e diarréia. A seguir, aparece a paralisia que começa nos membros e estende-se aos músculos respiratórios, impedindo a fonação e dificultando a respiração. Fora da crise, a pessoa não apresenta nenhum sintoma e goza de bem-estar.

Paralisia Bulbar Aguda: acesso paralítico conseqüente a processos inflamatórios a cargo dos centros nervosos motores. A moléstia manifesta-se com crise do tipo apoplético, com paralisia da língua, da faringe, da laringe. Quase sempre a evolução é fatal.

Paralisia Bulbar Crônica Progressiva: forma de paralisia com evolução lenta e fatal que afeta antes os músculos dos lábios e depois os das primeiras vias respiratórias.

PARAMÉTRIO. Ver Útero.

PARAMETRITE. Processo inflamatório do paramétrio.

PARANÓIA. Psicopatia constitucional crônica, lentamente progressiva, caracterizada por delírio sistematizado, no qual o doente sente desejo incomensurável de aparecer e ao qual se contrapõe o temor da própria personalidade. Ver Delírio.

PARAPLEGIA. Ver Paralisia mista.

PARASITOSE. Termo que indica qualquer moléstia provocada por parasitas.

PARASSIGMOIDITE ou PERISSIGMOIDITE. Processo inflamatório do tecido circunjacente do intestino sigmóide.

PARASSIMPÁTICO. Ver Sistema Neuro-vegetativo.

PARASSIMPATICOTONIA. Ver Vagotonia.

PARATIFLITE. Processo inflamatório do tecido celular que reveste o ceco.

PARATIFO ou FEBRE PARATIFÓIDE. Moléstia infecciosa gastrintestinal devida à ação de bacilos (pertencentes ao grupo das salmonelas) os quais mesmo possuindo caracteres morfológicos comuns ao do tifo, diferem quanto à patologia. O início da moléstia é brusco, a evolução é caracterizada por distúrbios gastrintestinais e febre elevada intermitente.

PARATIREÓIDES. Glândulas endócrinas em número de quatro, situadas na parte anterior do pescoço, próximas da tireóide. Ver Glândulas endócrinas.

PARATIREOIDITE. Processo inflamatório das paratireóides.

PARÊNQUIMA. Termo que indica o conjunto das células características de um órgão.

PARENTERAL. Via de administração de drogas, praticada através de injeções.

PARESIA. Ver Paralisia.

PARESTESIA. Alteração qualitativa da sensibilidade.

PARIETAIS (Ossos). Ossos pares do crânio, situados entre o frontal e o occipital.

PARIR. Dar à luz, expelir o feto.

PARKINSON (Mal de) ou Paralisia agitante. Afecção de evolução crônica, que se manifesta aproximadamente aos 50 anos de idade; a causa é obscura conquanto pareça existir relação com traumatismos graves e com emoções. Os sintomas característicos são: tremor, dificuldade e lentidão dos movimentos, modificações de deambulação. O tremor desaparece durante o sono, aumenta durante a atenção. Afeta, sobretudo, os membros com predileção especial para os segmentos distais; o ritmo é muito lento no início. Depois estende-se progressivamente também ao tronco, à língua, aos lábios, à mandíbula. Com o progredir da moléstia, os tremores aumentam sempre mais.

A hipertonia ou rigidez muscular determina imobilidade e postura especial, isto é, a cabeça inclinada para frente e os membros superiores e inferiores semi-caídos. Os movimentos ativos são muito lentos e às vezes chegam até uma verdadeira paralisia. A deambulação do doente é realizada com pequenos passos velozes com os membros inferires ligeiramente fletidos; o doente parece estar sempre a ponto de cair.

Afora os medicamentos adequados, a terapêutica dessa afecção compreende também intervenções cirúrgicas, destinadas a provocar lesões nos núcleos da base, especialmente no Globus pallidus.

Parkinsonismo pós-encefálico: síndrome caracterizada pelos sintomas da moléstia de Parkinson que, às vezes, surge em pessoas já afetadas por encefalite epidêmica.

PARONÍQUIA. Inflamação crônica dos tecidos adjacentes à unha.

PARÓTIDAS. Glândulas salivares situadas na frente do pavilhão auricular.

PAROTIDITE. Processo inflamatório crônico das parótidas. Pode ocorrer após processos infecciosos da boca, moléstias gerais ou mesmo cáries dentárias.

P. epidêmica ou caxumba: moléstia infecciosa, contagiosa e epidêmica, de evolução aguda, provocada por vírus. É própria da infância e manifesta-se sobretudo na idade escolar. Caracteriza-se pela inflamação das parótidas que aumentam de volume; as outras glândulas salivares, como as maxilares e as sublinguais, também sofrem processo inflamatório. O período de incubação varia entre 2 a 3 semanas. A tumefação das parótidas é de modo geral pouco dolorosa, porém a dor aumenta à palpação e durante a mastigação e a deglutição. Mal-estar geral, inapetência e sede são outros sintomas de caxumba. A duração da moléstia é de uma semana.

Freqüente, especialmente no adulto, é a localização dos vírus em outros pontos, provocando orquiepididimite, meningite, pancreatite, prostatite e mastite.

A orquiepididimite é uma complicação muito grave, não só pela sua evolução, mas sobretudo porque pode afetar a esfera sexual. Os testículos inflamam-se e aumentam muito de volume, a febre é em geral elevada. Esta forma pode resultar em hipotrofia testicular.

A meningite secundária à caxumba tem evolução benigna e é de curta duração.

A pancreatite também é muito benigna e cura-se facilmente.

PARTO. Conjunto de movimentos e ações naturais e provocadas, que permitem ao feto, atingida a sua maturação, ser expulso do útero materno, no qual está contido, e se desenvolveu durante a gravidez (ver). Isso ocorre aproximadamente 280 dias após a fecundação (parto a termo). Se a expulsão ocorre antes da maturação do feto, tem-se o aborto (ver) ou o p. prematuro. Este último verifica-se quando o feto atingiu 6 meses. Quando ocorre com o auxílio humano, e não naturalmente, o parto diz-se provocado.

Quando é difícil denomina-se distócico; quando normal, eutócico.

Mecanismo do p.: o parto se completa através de várias fases que, em conjunto, constituem o trabalho de parto.

Fase de dilatação: o canal do parto se alarga; este período dura cerca de 15 horas nas primíparas e 8 a 10 horas na multíparas.

Fase de expulsão: o feto é impelido para o exterior. Este período varia de uma a duas horas nas primíparas e de meia a uma hora nas multíparas.

Fase de dequitação: é a expulsão dos anexo fetais e dura cerca de meia hora. A expulsão do feto ocorre por contrações da musculatura uterina, involuntárias e rítmicas. As contrações iniciam-se gradativamente, atingem uma intensidade máxima, seguindo-se depois o relaxamento. Tais contrações denominam-se dores (porque são dolorosas, especialmente na região sacrolombar, cuja intensidade é variável de um caso par outro).

As dores sucedem-se inicialmente a intervalos de 15 a 20 minutos; posteriormente, vão surgindo a intervalos sempre mais próximos. As contrações determinam aumento de pressão na cavidade uterina, fazendo dilatar o orifício uterino externo. Desse modo, o feto é impelido para baixo. O canal do parto é formado de partes ósseas e partes moles. As primeiras, conquanto sejam rígidas, possuem certa elasticidade; as partes moles, constituídas pelo canal cervical uterino, pela vagina e pela vulva são bastante dilatáveis. O feto apresenta-se normalmente em posição cefálica, com a cabeça fletida de modo a aproximar o mento no externo; em outros casos, apresenta uma deflexão da cabeça e, às vezes, pode apresentar-se de face ou de fronte. Em cerca de 3% dos casos, a apresentação é podálica, na qual o feto aparece com as nádegas e os pés.

No caso de inércia uterina, o p. torna-se muito difícil; isso é devido à debilidade anatômica constitucional da musculatura ou à debilidade adquirida após graves moléstias debilitantes.

P. sob anestesia: o p. sob anestesia completa não é utilizado na rotina.

Os anestésicos gerais, quando empregados durante tempo relativamente longo, podem comprometer as funções vitais do feto.

O parto pode também ser praticado sob anestesia local, bloqueando-se as vias nervosas periféricas; esse método não inibe as contrações uterinas.

P. psicoprofilático: erroneamente denominado parto sem dor. O método consiste em dar à gestante uma preparação psicológica especial, coadjuvada por exercícios que se têm demonstrado muito úteis para facilitar o trabalho de parto. O estado de ânimo negativo, acompanhado de ansiedade e medo, é muito nocivo para o parto.

De fato, a mulher não preparada apresenta reações desordenadas que favorecem a dispersão das suas energias, enquanto que a parturiente, submetida ao tratamento psicoprofilático, participa ativamente, facilitando o desenvolvimento do parto.

As vantagens desse tratamento estendem-se também ao recém-nascido, o qual durante o parto difícil é submetido a intenso sofrimento.

PAS (Ácido para-amino-salicílico). Medicamento utilizado no tratamento da tuberculose.

PASTA D’ÁGUA. Suspensão usada no tratamento de dermatoses, (impropriamente denominada de pasta), contendo óxido de zinco, talco, glicerina e água.

PASTA DE UNNA. Mistura de glicerina, gelatina e óxido de zinco, utilizada para a confecção de botas destinadas ao tratamento de certas afecções da pele.

PASTAS. Mistura de substâncias graxas contendo 20 a 50% de pós e utilizadas no tratamento de algumas dermatoses. Quando a proporção de pós é inferior a 20% o produto é considerado como pomada.

PATÉTICO (Nervo). Ver Troclear (Nervo).

PATOGNOMÔNICO. Sinal característico de uma doença ou de afecção.

PÉ. Segmento terminal do membro inferior, formado por uma face dorsal (dorso do pé) e uma plantar (planta do pé). Seu esqueleto apresenta diversas articulações.

O dorso do pé é convexo e tem forma retangular, mais estreita na zona posterior. Em profundidade, existem a fáscia dorsal superficial e tos tendões extensores dos dedos. A planta do pé tem a forma de um quadrilátero e é recoberta por epiderme resistente, principalmente nos pontos de apoio. São 26 os ossos do pé, formando o tarso, o metatarso e as falanges. O tarso é constituído pelos seguintes ossos: calcâneo, astrágalo, escafóide, cubóide e três cuneiformes. O metatarso compreende os cinco ossos metatarsianos. Os dedos ou artelhos são formados por três falanges cada um, enquanto que o álux possui somente duas. São apêndices atrofiados porque em confronto com os dedos da mão, não têm a função de apreender. O arco que existe na face plantar é bastante elástico porque deve suportar o peso do corpo.

São freqüentes os ferimentos na planta do pé, principalmente nos que andam descalços; às vezes, os ferimentos provocam complicações como a formação de flegmões superficiais ou profundos.

As lesões inflamatórias são freqüentemente representadas por osteítes e osteoartrites agudas ou crônicas.

Malformações do pé:

Pés cavos: curvatura acentuada do arco plantar. A causa pode estar relacionada com o desequilíbrio entre os músculos antagonistas do órgão; em alguns casos, o p. c. é adquirido, estabelecendo-se após moléstias do sistema nervoso (tabes ou esclerose múltipla), ou é devido a fatores traumáticos dos músculos.

Pé eqüino: deformidade caracterizada por flexão plantar acentuada; a pessoa anda apoiando-se somente na região anterior do pé, enquanto que a posterior permanece elevada. A deformidade depende de paralisia dos músculos flexores do dorso ou de espasmo dos flexores plantares. O p.e. pode também representar uma seqüela da poliomielite.

Pé valgoplano ou “pé chato”: deformidade congênita ou adquirida, caracterizada pelo excessivo achatamento do arco plantar. É quase sempre bilateral: a dor no pé estende-se à panturrilha, acentuando-se após esforços, deambulação prolongada e longa permanência de pé.

Pé calcâneo: deformidade caracterizada por flexão dorsal podálica exagerada. A pessoa apóia o calcanhar e tende a levantar a parte anterior do pé. A deformidade está relacionada com fatores congênitos ou adquiridos, que provocam paralisia do músculo gastrocnêmio. Trata-se de deformidade relativamente rara.

Pés valgos: deformidade do pé caracterizada pela inclinação do órgão para o exterior, obrigando a pessoa a apoiar-se somente na margem interna do pé.

Pés varos: deformidade oposta ao pé valgo porque o órgão apresenta uma inclinação permanente para o interior.

PÉ-DE-ATLETA ou EPIDERMOFITOSE INTERDIGITAL. É assim denominado porque ocorre com freqüência nos esportistas que caminham com os pés descalços. Trata-se de uma afecção provocada por fungos (Epidermophiton interdigitalis) que provocam a formação de nódulos na planta do pé e nos espaços interdigitais; esses nódulos se ulceram e vertem um líquido denso e amarelado.

PEÇONHAS ou VENENOS ANIMAIS. Substâncias dotadas de toxidade, produzidas por animais ditos peçonhentos e por eles utilizadas para a sua defesa ou para a captura de outros animais com os quais se alimentam. Par grande número de animais peçonhentos (escorpião, aranha, lacraia e outros), a secreção tóxica serve para ambas as finalidades; para outros (sapos, lagartas), é somente defensiva. Em outros ainda (vespas caçadoras, caramujos) é somente um meio ou arma de caça. A peçonha é secretada por glândulas que se acham em relação com dispositivo especial para a sua utilização, constituindo o aparelho venenífero. Os animais peçonhentos podem ser divididos em três grupos, conforme o modo de utilização da peçonha. Os vulnerantes inoculam a peçonha nas suas vítimas e constituem o grupo mais numeroso e mais importante sob o ponto de vista médico. Os animais peçonhentos por contato secretam peçonha de ação irritante, com grande poder de penetração pelas mucosas; fazem parte desse grupo os sapos (cuja peçonha é produzida nas glândulas paratóides situadas no dorso); também são peçonhentos por contato, certos coleópteros e o potó-pimenta, cujas secreções provocam dermatites. O terceiro grupo é o dos animais peçonhentos por projeção, capazes de lançar a uma certa distância a secreção tóxica; neste grupo estão incluídas algumas serpentes africanas, cuja peçonha, quando atinge os olhos, provoca dor, cegueira temporária e conjuntivite e o cangambá (ou maritaca ou zorrilho) que projeta a peçonha nebulizada, muito fétida, provocando náusea, vômito e outros efeitos tóxicos.

De modo geral, os princípios biologicamente ativos responsáveis pela toxidade das peçonhas produzidas pelos ofídios, são de natureza protéica contendo também histamina, hidroxi-triptamina, ésteres colínicos e polipeptídeos (as peçonhas que agem por contato são compostos orgânicos não protéicos, dotados de ação irritante). Na peçonha da cascavel sul-americana (Crotalus terrificus terrificus) são reconhecidos os seguintes componentes: uma flavoproteína, responsável pela sua coloração amarelada; a crotactina, que é o principal constituinte tóxico; uma fosfolipase; a giroxina, em proporções diminutas; uma fração responsável pela ação proteolítica é coagulante do sangue; e a crotamina, toxina dos músculos esqueléticos. a peçonha da jararaca (Bothrops jararaca) é pouco conhecida, tendo sido, porém, isoladas duas proteases fortemente proteolíticas e coagulantes.

A composição da peçonha das corais (Micrurus), não é conhecida, supondo-se que seja análoga às das serpentes do gênero Naja (da Ásia, e da África, que contêm vários componentes protéicos). As peçonhas dos escorpiões são proteínas de baixo peso molecular. A composição da peçonha das aranhas é pouco conhecida, enquanto a dos himenópteros (vespas, marimbondos, abelhas, formigas) é bastante complexa.

No veneno de muitos animais peçonhentos tem sido também revelada a presença de enzimas (hialuronidase, fosfolipases e proteases); no caso das peçonhas das serpentes, algumas dessas enzimas desempenham papel importantíssimo nos envenenamentos. Portanto, os vários efeitos observados resultam de ações diretas exercidas pelos componentes nos diversos tecidos, órgãos e aparelhos e de ações indiretas produzidas por substâncias liberadas ou produzidas no próprio organismo, sob a sua influência. Estas substâncias (histamina, lisocitina, bradicinina e compostos adenílicos) são denominadas princípios autofarmacológicos, liberados principalmente pelas peçonhas ofídicas.

As peçonhas dos ofídios provocam três tipos principais de ações e efeitos a que dão lugar no homem em caso de acidentes. São: tipo crotálico, representado pela peçonha da cascavel; tipo botrópico, peça peçonha da jararaca; tipo elapídico, pela peçonha da coral verdadeira. Peçonha crotálica: no ponto da picada, provoca edema hemorrágico e dor de pequena intensidade; perturbações visuais com perda transitória da visão; ptose palpebral. paralisia dos músculos de deglutição e do aparelho locomotor. A morte é causada por depressão respiratória, ou por choque secundário, ou por complicações renais.

Peçonha botrópica: quando uma serpente do gênero Bothrops morde, surge intenso edema hemorrágico e dor na região atingida, que se estende por todo o membro e invade parcialmente o tronco; além disso, aparecem vesículas de tamanho variável, com conteúdo seroso ou serossangüinolento. Os fenômenos locais, quando o paciente não morre, regridem gradualmente ou evoluem para a necrose. Ocorrem também a queda da pressão arterial e hemorragia interna. A causa da morte é o colapso periférico ou o choque secundário.

Peçonha elapídica: provoca localmente perturbações da sensibilidade, dormência e, às vezes, dor. A causa imediata da morte no envenenamento pela peçonha elapídica é a paralisia respiratória. A respiração artificial permite prolongar a vida durante duas ou mais horas. Contudo, a morte sobrevém apesar da respiração artificial, em conseqüência da progressiva queda da pressão sangüínea e da ação cardiotóxica da peçonha.

Peçonha de aranha: as aranhas que mais freqüentemente causam acidentes no Estado de São Paulo pertencem aos gêneros Phoneutria e Lycosa. As do gênero Phoneutria (ou Cteno), dentre as quais a viúva-negra, produzem localmente dor muito intensa, cruciante, que se estende a todo o membro e mesmo ao tronco, leve eritema e espasmos musculares no membro picado. Às vezes, os acidentes são muito graves, principalmente nas crianças e nos adultos debilitados, podendo ocorrer hipotermia, sudorese, hipersecreção salivar, brônquica e nasal, perturbações visuais, taquicardia, pulso filiforme e colapso periférico. A peçonha de Lycosa determina lesões exclusivamente na pele: edema, equimose e flictenas; depois de 2 a 3 dias, surge placa de tecido necrosado que se estende gradativamente e dá formação à escara seca que se destaca entre o 15º e 25º dia, deixando ulceração de contornos irregulares. Peçonhas de outras aranhas, como as das caranguejeiras, agem localmente, de modo semelhante ao veneno de Lycosa e provocam icterícia, oligúria e mesmo anúria.

Peçonha de escorpiões: os principais efeitos produzidos no organismo pela peçonha de escorpiões variam em função da maior ou menor toxidade e da quantidade de peçonha produzida pelas diferentes espécies (existem cerca de 500 espécies conhecidas). De modo geral, existem dois tipos de peçonhas. Uma provoca somente efeitos locais (dor e inchaço), sendo praticamente destituída de perigo para o homem; é o caso da peçonha produzida pelo Escorpius italicus (Europa) e pelo Centuroides vittatus (América). O outro tipo é neurotóxico, assemelhando-se ao veneno de algumas serpentes, provocando efeitos graves no organismo e ocasionando até morte; produzem peçonhas neurotóxicas: Centuroides sculpturatus (América), Buthus australis (Áfriaca), Buthus orcitanus (França), Buthus quinquestratus (África), Vejovis spinigerus (Arizona), Tityus serrulatus e Tityus bahiensis (Brasil), Centuroides sulffusis (México) e muitas outras. Os sintomas do envenenamento caracterizam-se por dor aguda, seguida de dormência do membro atingido; a fala torna-se difícil, a salivação é copiosa; o doente torna-se agitado, a respiração é difícil e pode ocorrer morte.

PEDATROFIA. Termo que indica a caquexia em crianças.

PEDERASTIA. Perversão sexual que consiste na satisfação sexual com crianças ou com jovens.

PEDICULOSES ou FTIRÍASE. Termo que indica o conjunto das lesões cutâneas provocadas por piolhos de vários tipos (Pediculus captis, Pediculus inguinalis). A pediculose é caracterizada por pequenas manchas hemorrágicas e pruriginosas.

PEITORAIS. Dois músculos pares, subdivididos em grande e pequeno peitorais, situados na região anterior do tórax.

PELAGRA. Moléstia caracterizada por lesões cutâneas e distúrbios digestivos diversos, causada pela carência da vitamina PP ou ácido nicotínico. Atinge habitualmente os que adotam dieta exclusiva à base de milho. Os distúrbios digestivos são: acidez, vômito, dores abdominais, diarréia, meteorismo; as lesões cutâneas consistem em eritema pruriginoso e descamativo (nas regiões expostas ao sol e nas dobras). Os outros sintomas são alterações psíquicas e depauperamento progressivo.

PELE ou CÚTIS ou CUTE. Revestimento externo do corpo que se continua, nos orifícios naturais, com a mucosa.

Desempenha diversas funções: protege o corpo, regula a temperatura, constitui barreira contra infecções, possui terminações nervosas destinadas ao tato, à percepção da temperatura e da pressão, sintetiza vitamina D, elimina e absorve substâncias. Sua espessura varia desde 0,4 mm nas pálpebras a 4 mm, ou mesmo mais, na planta dos pés e na palma das mãos. É constituída por duas camadas: a epiderme (externamente) e o derma (internamente), ambas formadas de células e tecido adiposo subcutâneo. A epiderme é constituída por: camada córnea, composta de queratina; camada lúcida na qual a queratina não está presente; camada granulosa, formada por uma substância denominada eleidina; camada mucosa ou de Malpighi, formada de várias células poliédricas que contem pigmento escuro (melanina) responsável pelas diversas colorações da pele; camada germinativa ou basal, na qual têm origem todas as outras camadas.

O derma ou córion representa o verdadeiro órgão do tato. Divide-se em duas zonas: o córion papilar e o córion ou camada reticular. No primeiro estão presentes as papilas, órgãos destinados à percepção do tato. A camada reticular é ricamente vascularizada. Sob a pele existe a hipoderma ou panículo adiposo onde estão situados os músculos horripiladores ou eretores dos pêlos (ver Músculos) e as bolsas serosas que favorecem o deslizamento da pele sobre os órgãos subjacentes. A pele é também um órgão de secreção: nela encontram-se pequenas glândulas, denominadas glândulas sebáceas que secretam o sebo, substância gordurosa que lubrifica a pele e seus anexos. Estas glândulas estão localizadas na raiz do pêlo e estão presentes em qualquer parte do corpo, exceto na planta do pé e na palma da mão.

A pele contém glândulas sudoríparas, situadas no derma e no hipoderma. Estes pequenos órgãos são munidos de um duto excretor para o exterior, que conduz o suor para os poros, pequenos orifícios superficiais.

A pele tem também função de regular o calor do corpo. Na pele processa-se a transformação da pro-vitamina D em vitamina D sob a ação dos raios ultravioleta.

PÊLO. Hastes flexíveis, com forma filamentosa, formadas por células corneificadas; os pêlos distribuem-se com características próprias, individuais, sexuais e raciais, na maior parte da superfície corpórea; desse modo existem: cabelos, supercílios, cílios, vibrissas, bigode, barba, etc. Cada pêlo apresenta uma raiz, localizada no folículo piloso e uma haste livre. Anexos a cada pêlo existem uma glândula sebácea e um músculo eretor ou horripilador.

PELVE. Ver Bacia.

Pelve renal (ou bacinete renal). Cavidade renal em forma de funil que recebe a urina, passando-a para o ureter.

PELVIPERITONITE. Processo inflamatório do peritônio de revestimento dos órgãos da bacia.

PÊNFIGO. O termo pênfigo é utilizado para designar um grupo de moléstias cutâneas graves, caracterizadas pela presença de formações bolhosas.

Pênfigo verdadeiro ou crônico ou vulgar: consiste na erupção de pequenas bolhas que aparecem no tronco, nos membros e na boca.

Pênfigo agudo: nesta forma, as bolhas localizam-se preferentemente no pescoço, no tórax e no dorso; a erupção é acompanhada de febre muito elevada, vômito e dispnéia.

Pênfigo do recém-nascido: pode ser de natureza luética ou microbiana inespecífica (estreptococo, germes piogênicos, estafilococos); a erupção cutânea manifesta-se em qualquer parte do corpo. Nos casos de erupções inespecíficas, não ocorrem lesões nas plantas dos pés nem nas palmas das mãos.

Pênfigo foliáceo ou Pênfigo tropical ou “Fogo selvagem”: moléstia de elevada incidência cuja etiologia e patogenia são desconhecidas; atinge o tegumento, determinando a destruição das camadas superficiais da epiderme. Por essa razão, há desaparecimento da barreira cutânea às lesões externas e assestamento na pele de germes diversos, a maioria piógenos que aí se mantêm até que a cútis refeita torne o ambiente impróprio para o seu desenvolvimento. Enquanto em alguns casos a infecção é de pequeno grau, em outros atinge grande intensidade, com aspecto de verdadeira piodermite. Além disso, pode ocorrer bacteriemia, com surtos febris que duram 4 a 8 dias e que se iniciam com calafrios, astenia e cefaléia. A tuberculose, as pneumonias e as broncopneumonias inespecíficas podem surgir como intercorrências do pênfigo foliáceo nos estágios finais da sua evolução, revelando uma queda pronunciada das defesas orgânicas. Também nos períodos finais, ocorre anorexia rebelde e diarréia incoercível.

PENICILINASE. Enzima elaborada por diversos microrganismos gram-positivos e gram-negativos, que antagoniza a ação antibacteriana da penicilina.

PÊNIS. Órgão copulador masculino, formado por uma porção livre e uma raiz localizada na região pubiana.

A parte terminal anterior - glande - é coberta pelo prepúcio, uma espécie de capuz cutâneo que se desloca; tem seus movimentos limitados pelo frênulo prepucial.

No interior do pênis situa-se a uretra, duto destinado à emissão do esperma (ver Coito) e da urina.

PEPSINA. Enzima do suco gástrico que cinde as proteínas em moléculas mais simples.

PERCUSSÃO. Método de pesquisa empregado para diagnóstico. Consiste em bater com os dedos sobre regiões corpóreas (especialmente o tórax e o abdome, com a finalidade de verificar eventuais alterações nos órgãos profundos).

PERIADENITE. Processo inflamatório do tecido celular que circunda os linfonodos.

PERIARTERITE NODOSA. Processo inflamatório da membrana externa das artérias, que incide preferivelmente nos jovens e manifesta-se clinicamente pelo aparecimento de pequenos nódulos localizados ao longo do trajeto da artéria; nos casos mais graves, o vaso pode sofrer oclusão. É de causa obscura.

PERIARTRITE. Inflamação do tecido que circunda uma articulação.

PERIARTERITE DA ESPÁDUA. Conjunto de fenômenos dolorosos da articulação escapuliumeral; é de origem bacteriana ou traumática.

PERICÁRDIO. membrana serosa que envolve o coração. Ver coração.

PERICARDITE. Processo inflamatório agudo ou crônico do pericárdio, na maior parte das vezes secundário a moléstias infecciosas gerais (pneumonia, reumatismo articular agudo, tuberculose, etc.) ou também a fatores tóxicos.

P. aguda seca ou fibrinosa: muitas vezes de natureza tuberculosa. É caracterizada por um depósito de fibrina entre a membranas pericárdicas.

P. aguda exsudativa: formação de exsudato inflamatório purulento, hemorrágico ou fibrinoso.

P. crônica adesiva: forma crônica da p. aguda, que se manifesta com processo de espessamento e atrofia da membrana; como conseqüência, a função cardíaca é seriamente comprometida.

PERICÔNDRIO. Membrana que envolve o tecido cartilaginoso.

PERICONDRITE. Processo inflamatório do pericôndrio e que pode estender-se às cartilagens.

PERIDUODENITE. Inflamação do peritônio que reveste o duodeno, habitualmente secundária à úlcera duodenal ou duodenite.

PERIESPLENITE. Inflamação do tecido que circunda o baço.

PERIENCEFALITE. Inflamação do córtex cerebral.

PERINEFRITE ou EPINEFRITE. Inflamação da cápsula fibrosa que circunda o rim.

PERÍNEO. Conjunto de tecidos moles que constitui o assoalho da cavidade pélvica.

PERIODONTO. Ligamento que contribui para a fixação do dente no alvéolo dentário. A sua inflamação é denominada periodontite.

PERIÓSTEO. Ver Ossos.

PERIOSTITE. Processo inflamatório agudo ou crônico do periósteo; pode ser de natureza microbiana, traumática ou tóxica.

PERISTALTISMO (Gástrico ou intestinal). Contrações gástricas ou intestinais; no estômago, determinam a movimentação do bolo alimentar, com a finalidade de ser impregnado pelo suco gástrico, transformando-o em quimo; este progride no intestino à custa do peristaltismo realizado pelas contrações da túnica muscular, até a eliminação dos resíduos não digeridos.

PERITONITE. Inflamação do peritônio; quando o processo abrange todo o peritônio, fala-se em p. generalizada; quando limitado a uma determinada zona, diz-se p. circunscrita. A peritonite é determinada por germes que provêm dos órgãos intraperitoniais e são portadores de processos infecciosos; o fator mais comum de infecção é o intestino (apêndice) e na mulher, os órgãos genitais (trompa uterina, útero). Outras vezes, os germes são levados por via sangüínea durante a evolução de uma infecção generalizada. Os sintomas consistem em dor intensa mais ou menos difusa no abdome, náusea, vômito, febre. Esse quadro pode evoluir para colapso com queda da temperatura e da pressão arterial. O prognóstico da p. aguda, com a descoberta dos antibióticos, é favorável, porém sempre com certa reserva.

Certas formas têm evolução fulminante: o início é bastante brusco e manifesta-se com dores violentas num ponto do abdome que se irradiam a todo o ventre com dores mais agudas na região umbilical. A febre atinge 40-41º C e é acompanhada de arrepios, meteorismo, estase abdominal e fácies característica.

P. específica tuberculosa: é devida à localização do bacilo de Koch no peritônio; a inflamação se estabelece progressivamente e manifesta-se com febrículas, mal-estar geral, emagrecimento. São conhecidas duas formas a exsudativo-serosa e a fibrocaseosa. A primeira é caracterizada pela formação de exsudato, causando ascite. A p. fibrocaseosa revela-se por produção pequena de líquido que, às vezes, se elimina para o exterior através de uma fístula. A oclusão intestinal representa uma gravíssima complicação.

PERIVISCERITE. Peritonite crônica circunscrita de um segmento do peritônio visceral.

PERNA. Parte do membro inferior compreendida entre o joelho e o pé. Seu esqueleto é formado pela tíbia e o perônio (ou fíbula).

PERNICIOSA (Anemia). Ver Anemia Perniciosa.

PERÔNIO ou FÍBULA. Osso longo da perna, situado lateralmente à tíbia.

PERSPIRAÇÃO. Transpiração (de suor) através dos poros da pele.

PESADELO. Ver Incubo.

PESCOÇO. Parte do corpo com a forma de tronco do cone que une a cabeça ao tórax.

PESO CORPÓREO. Em condições fisiológicas, o p.c. varia com: idade, sexo, estatura. Quetelet formulou uma regra pela qual o p.c. deve corresponder aproximadamente aos centímetros da altura, acima de um metro (por exemplo, para uma pessoa com altura de 1,80 m, o peso ideal deve estar nas proximidades de 80 kg). Para as mulheres, a relação deve ser um pouco inferior.

PESTE. Moléstia infecciosa aguda, muito contagiosa e epidêmica, provocada pelo Pasteurella pestis (Bacilo de Yersin), o qual se reproduz com muita facilidade. A difusão da p. está ligada à existência de focos naturais espontâneos. O rato é o principal portador dos bacilos que são transmitidos ao homem por pulgas, que sugam o sangue desses animais. O homem pode também ser infectado por gotículas da expectoração. A p. manifesta-se às vezes sob a forma de septicemia violenta, acompanhada de febre altíssima, que conduz à morte em custo prazo. Em outros casos, a p. assume o aspecto de uma pneumonia pestosa; a evolução clínica lembra a da pneumonia lobar, não obstante tratar-se de uma forma pneumônica difusa. A forma clínica mais comum da p. é a bubônica, de evolução aguda. O doente é atingido por calafrios, febre elevada, dores generalizadas e, sobretudo, aumento de volume dos linfonodos mais próximos do ponto de penetração do germe. Este aumento de volume, que tem coloração cianótica e que muitas vezes se ulcera, tem o nome de bubão.

A terapêutica é realizada com antibióticos, sulfonamídicos e soro. Nos casos suspeitos, além da vacinação preventiva, as pessoas são submetidas à ação de medicamentos e isoladas compulsoriamente.

PETÉQUIAS. Manchas cutâneas hemorrágicas de pequenas dimensões, aproximando-se às de uma lentilha. São determinadas por ruptura de pequenos vasos superficiais após picadas de insetos, pequenos traumatismos, fragilidade vascular.

PETRÓLEO (Intoxicação por). O envenenamento ocorre tanto por inalação como por ingestão; a primeira é geralmente é acidental e a ingestão pode ser voluntária (suicídio), acidental ou criminosa. A intoxicação caracteriza-se por cefaléia, vômito, excitação psicomotora, gastralgia, meteorismo, diarréia.

Nos casos mais graves, após a ocorrência dos sintomas descritos, sucede perda de consciência, hipotonia muscular, cianose das extremidades, depressão respiratória, convulsões, choque. Os derivados do petróleo que mais freqüentemente causam envenenamentos são: gasolina, benzina, querosene, varsol e removedores e inseticidas que os contêm.

PÉ VALGO PLANSO DOLOROSO ou TARSALGIA DOS ADOLESCENTES. Malformação do pé (ver Pé), também conhecida como pé chato: é próprio dos indivíduos que são obrigados a permanecer durante longo período em posição ereta e manifesta-se com dores intensas e distúrbios na deambulação. A afecção é devida à ausência do arco plantar por excesso de peso sobre ossos ainda em formação.

PFEIFFER (Moléstia de). Ver Mononucleose infecciosa.

PIARTROSE. Líquido purulento na cavidade articular.

PIEDRA. Afecção provocada por fungos que afetam os cabelos ou os pêlos da barba ou do bigode; manifesta-se pelo aparecimento de nódulos que se assemelham a pequenas pedras, aderentes ao pêlo.

PIELITE. Processo inflamatório da pelve ou do bacinete renal. Quando ocorre após cistite (é o caso mais freqüente), denomina-se pielocistite; quando surge depois de inflamação renal, instala-se o quadro clínico da pielonefrite. A p. propriamente dita é devida à irritação provocada por cálculos ou por assestamento microbiano patogênico. Os sintomas são: febre, dores na altura dos rins, piúria.

PIELOCISTITE. Ver Pielite.

PIELOGRAFIA. Termo que indica o exame radiográfico do rim.

PILORO. Orifício que faz comunicar o estômago com o duodeno. Está munido de um músculo esfíncter que regula a passagem dos alimentos da cavidade gástrica para o intestino.

PIODERMITE ou PIODERMATITE. Afecção cutânea caracterizada por lesões supurativas da pele ou de seus anexos. São o impetigo, o ectima e a sicose.

PIOFTALMIA ou PIOFTALMO. Coleção purulenta no interior do olho. Ver Panoftalmia.

PIOGÊNICOS (Germes). Sob tal denominação são agrupados os microrganismos capazes de provocar supuração: estreptococos, gonococos, meningococos, enterococos e outros.

PIOLHO. Nome genérico de vários insetos de corpo achatado, sem asas, que vivem como parasitas na cabeça, nas zonas corpóreas com pêlos ou sobre a vestimenta. A infestação é contraída em ambientes sem higiene.

Piolho da cabeça (Pediculus humanus capitis): aninha-se entre as cabeças, provocando prurido intenso. A ação de coçar determina o aparecimento de lesões, que constituem o quadro clínico da pediculose.

Piolho do corpo ou do vestimento (Pediculus corporis): este parasita vive entre as pregas das roupas e nutre-se do sangue humano.

Pilho do púbis (Pediculus ou phtirius púbis): denominado vulgarmente chato, este tipo de inseto aninha-se nos pêlos dos órgãos genitais externos; habitualmente a infestação é adquirida após contatos sexuais com portadores.

PIORRÉIA ALVEOLAR. Inflamação purulenta crônica do paradêncio (ver) que se verifica após episódios traumáticos, tóxicos ou infecciosos. Entre os fatores locais responsáveis pelo aparecimento da p. estão: o tártaro, as malformações dentárias congênitas, as próteses imperfeitas; entre os fatores gerais merecem menção: a diátese artrítica, as disfunções endócrinas, as hipovitaminoses. A p.a. instala-se lentamente e manifesta-se com formação de bolsas gengivais das quais flui espontaneamente material purulento. Os dentes tornam-se móveis e, posteriormente caem; segue-se atrofia do paradêncio.

PIRAMIDAL (Osso). Osso curto do carpo, de forma piramidal.

PIRETOTERAPIA. Método terapêutico que consiste em provocar artificialmente um estado febril. É utilizada como coadjuvante no tratamento de doenças crônicas de resolução difícil e com a finalidade de favorecer as defesas orgânicas.

PIRIDOXINA. Vitamina B6, essencial para o crescimento. A carência de p. determina anorexia, náusea, seborréia, queilose, conjuntivite, glossite, dermatite, polinevrite, linfocitopenia e eosinofilia.

PIROSE. Intensa sensação de queimor que ocorre em algumas afecções gástricas.

PISIFORME. Pequeno osso do carpo.

PITIRÍASES. Grupo de dermatoses caracterizadas pela formação de pequenas lesões descamativas, de aspecto furfuráceo.

Pitiríase rósea de Gilbert: manifesta-se com a erupção de máculas róseas que descamam e tornam-se pruriginosas.

Pitiríase versicolor: é provocada por um fungo; as lesões localizam-se no peito, na espádua e nos braços. As máculas são de diversas cores.

Pitiríase rubra: eritrodermia crônica cujos sintomas são: prurido, dor, febre e exaustão.

Pitiríase branca vulgar ou “caspa: Produto da descamação do couro cabeludo, que depende da hipersecreção das glândulas sebáceas.

PITRESSINA. Ver Pituitrina.

PITUITÁRIA (Glândula). Outra denominação da Hipófise.

PITUITRINA. Extrato do lobo posterior da hipófise que contém duas frações:

a ocitocina (fator que acentua a atividade uterina durante o trabalho do parto) e a vasopressina ou hormônio antidiurético ou pitressina (de ação antidiurética e vasoconstritora).

PIÚRIA. Emissão de urina misturada com material purulento, que ocorre após infecções piogênicas do rim, do bacinete, da bexiga, da próstata ou da uretra.

PLACEBO. Substância destituída de qualquer ação terapêutica que é administrada a determinado grupo de pessoas com a finalidade de avaliar a atividade de novos medicamentos. O confronto das eventuais reações determinadas pelo placebo e as observadas pelo uso da nova substância permite avaliar mais criteriosamente a atividade desta última.

PLACENTA. Anexo fetal que se forma durante a gravidez e faz a relação entre o feto e o organismo materno; representa o órgão da nutrição e da respiração do feto. Ver Gravidez.

PLACENTOMA. Tumor, às vezes maligno, que se localiza na placenta.

PLAQUETAS. Ver Sangue.

PLAQUETOCITOSE ou TROMBOCITOSE. Aumento patológico do número de plaquetas do sangue.

PLAQUETOPENIA ou TROMBOCITOPENIA. Diminuição do número de plaquetas no sangue que se verifica na gestação, em algumas moléstias infecciosas e na hemorragia.

PLASMA. Ver Sangue.

PLASMOCITOMA. Mieloma múltiplo no qual existem células semelhantes a plasmócitos.

PLASMÓCITOS. Tipo de células de núcleo grande e excêntrico que são encontradas na medula óssea e aparecem no sangue em algumas condições mórbidas.

PLASMÓDIO. Ver Malária.

PLATICEFALIA ou PLATICÉFALO. Malformação da abóbada craniana que se apresenta achatada.

PLETORA. Aumento do volume de sangue sem modificações da sua composição química e estrutura morfológica. Trata-se em geral de um fenômeno transitório (devido, por ex., à transfusão sangüínea excessiva), pois que o organismo apresenta reações fisiológicas de defesa. Em certos casos, a p. pode ser permanente com graves repercussões no equilíbrio dinâmico da circulação do sangue.

PLETORA. Ver Hipervolemia e Hipovolemia.

PLEURA. Membrana que reveste os pulmões, formada por um folheto interno (pleura visceral ou interna) e um externo (pleura parietal ou externa).

PLEURAL (Cavidade). Espaço compreendido entre os folhetos pleurais.

PLEURITE. Inflamação das pleuras. Manifesta-se como processo primitivo (p. primária atípica) ou como conseqüência de outras afecções (tuberculose, carcinoma dos brônquios, abscesso pulmonar, pneumonia, febre reumática).

A p. pode começar com febre elevada, dor em “punhalada” no tórax, dispnéia, ou pode provocar somente febrícula e sensação de mal-estar. A evolução da p. depende do fator desencadeante. As formas de p. são: fobrosa ou p; seca; sorofibrinosa e serosa, com derrame seroso; purulenta (ou empiema).

PLEXO. Termo anatômico que indica um entrecruzamento de elementos afins.

PLEUMATOSE. Termo que indica acúmulo de gases nos tecidos.

PNEUMATÚRIA. Emissão de gás com a urina.

PNEUMOCONIOSE. Moléstia determinada pela inalação de partículas sólidas, à qual estão sujeitas pessoas que exercem determinadas profissões. Manifesta-se com bronquite crônica e endurecimento intersticial do tecido pulmonar. Além de partículas vegetais, como farinha, lã, serragem, também partículas de substâncias minerais, lesam o pulmão determinando diversos quadros clínicos. Estes são considerados de certa gravidade porque complicam outros processos mórbidos como a tuberculose pulmonar.

Silicose: é provocada por partículas de sílica que atravessam os vasos linfáticos situados entre os alvéolos; estes endurecem e dão lugar à formação de pequenos nódulos; o tecido pulmonar perde elasticidade, comprometendo cada vez mais gravemente a função respiratória.

Asbestose: é provocada por pó de amianto que determina inflamação do pulmão; em seguida, instala-se fibrose com enfisema e aderência pleural.

Antracose: conjunto de síndromes clínicas conseqüentes à inalação de partículas de carvão. Trata-se de uma p. muito difundida mas com uma evolução mais benigna que a asbestose e a silicose. O tecido pulmonar torna-se rígido e escuro.

Siderose: é provocada por partículas de ferro e tem evolução benigna.

Existem outras formas de p. provocadas por talco, barita, estanho, zinco e partículas de folhas secas do tabaco.

PNEUMOGÁSTRICO (Nervo). Ver Vago (Nervo).

PNEUMOPERICÁRDIO. Presença de ar no pericárdio.

PNEUMOPERITÔNIO. Presença de gás na cavidade peritonial que pode surgir espontaneamente por fatores patológicos ou ser induzida artificialmente.

PNEUMOPIOTÓRAX. Presença de líquido purulento na cavidade pleural.

PNEUMOTÓRAX. Presença de gases ou ar na cavidade pleural; quando misturados com líquido tem o nome de hidropneumotórax. Verifica-se nos ferimentos penetrantes do tórax e nas rupturas do pulmão em seguida a lesões pulmonares diversas, de natureza tuberculosa ou cancerosa.

Outras vezes surge imprevistamente e é provocado por pequenas lesões pleuropulmonares, que passam despercebidas, como a ruptura de pequenas lesões bronquiectásicas. O p. manifesta-se com dores violentas na região torácica, dispnéia, ressonância metálica ou timpânica do tórax. Trata-se de um processo de evolução benigna porque em geral o ar reabsorve-se espontaneamente. Nos casos mais graves, o p. exige intervenção cirúrgica.

Uma forma especial de p. é o denominado p. a válvula que se estabelece nos casos de perfuração pleural e no qual o ar penetra mas não deflui. É uma forma com recidivas freqüentes.

P. terapêutico: método que consiste na insuflação artificial de ar em casos de tuberculose pulmonar. Ocorre colapso do pulmão que entra num estado de repouso funcional, favorecendo a cura das lesões tuberculosas.

PODAGRA. Dores de natureza gotosa nos pés.

POLACIÚRIA. Emissão freqüente de urina, sintoma de hiperexcitabilidade dos músculos vesicais e de várias moléstias da bexiga; pode surgir por fatores emotivos e é própria do último período da gravidez.

POLIARTRITE. Inflamação de várias articulações.

POLIDIPSIA. Necessidade exagerada de beber quantidades de água superiores ao normal. Manifesta-se, sobretudo, na diabete.

POLIFAGIA. Aumento patológico do apetite que se verifica na diabete, na hipoglicemia e em certas perturbações nervosas.

POLIGLOBULIA (ou Eritrocitose ou Hiperglobulia ou Moléstia de Vaquez). Aumento do número de glóbulos vermelhos em circulação no sangue periférico.

POLIMENORRÉIA. Menstruação antecipada por encurtamento do ciclo menstrual.

POLIMIOSITE. O mesmo que Dermatomiosite (ver).

POLINEVRITE. Ver Neurite.

POLIOMIELITE (ou Paralisia infantil ou Doença de Heine-Medin). Doença a vírus que atinge particularmente as crianças; a fonte de contágio é representada pelo contato com indivíduos doentes ou portadores de formas muito atenuadas. Não é ainda conhecido como o vírus pode penetrar no corpo humano; parece muito provável, porém, que penetre através da mucosa da boca ou do tubo digestivo. O período de incubação é de 4 a 35 dias. A evolução da p. é variável, pelo que se distingue uma forma não paralítica e uma paralítica. A primeira se manifesta com febre, vômito, cefaléia, faringite; a sua duração é de aproximadamente 10 dias. A forma paralítica é muito mais grave porque atinge o sistema nervoso; aparece gradual ou bruscamente com febre, vômito e cefaléia; em seguida surgem dores profundas nos membros e hiperestesia; aparece depois a paralisia. Esta atinge, pela ordem de freqüência: pernas, braços, dorso, tórax. Quando a infecção se instala no bulbo, ocorrem distúrbios da deglutição, da fonação, e eventualmente a gravíssima paralisia da respiração. O prognóstico é muito diferente de caso para caso; as paralisias tendem a regredir espontaneamente mas não completamente; a percentual de mortalidade varia de 1 a 4%. A vacinação preventiva, introduzida por Salk e por Sabin, é de importância fundamental na prevenção da p. Deve ser aplicada em todas as crianças a partir de 3 meses de idade.

POLIOPIA. Visão múltipla de um único objeto.

POLIORROMENITE. Inflamação de várias serosas.

PÓLIPO. Formação carnosa benigna de natureza inflamatória, que se verifica na evolução de infecções crônicas, em algumas mucosas (gástrica, nasal, uterina).

POLIPOSES. Formação de pólipos nas mucosas.

POLIÚRIA. Aumento patológico da quantidade de urina excretada nas 24 horas; é sintoma de afecções renais ou metabólicas.

POLPA DIGITAL. Eminência carnosa da última falange dos dedos.

POLUÇÃO. Emissão involuntária de líquido seminal que se verifica freqüentemente durante o sono. Em geral é uma ocorrência fisiológica que se torna patológica, quando muito freqüente (espermatorréia).

POLUÇÃO NOTURNA. Emissão de esperma durante o sono, acompanhada de orgasmo e sonhos eróticos; a p.n. não tem significado patológico nem constitui anomalia.

PONCET (Pseudoartritismo tuberculoso de). Ver Reumatismo tuberculoso de P.

PORFIRINÚRIA (ou Hematoporfirinúria). Moléstia do metabolismo que se revela, com a presença na urina, de substâncias denominadas porfirinas.

PORTA (Veia). Veia que conduz ao fígado, o sangue proveniente das porções do aparelho digestivo situadas abaixo do diafragma e do baço.

POSTITE. Processo inflamatório da parede interna do prepúcio, habitualmente de natureza blenorrágica.

POTT (Mal de) ou Cárie Vertebral, Espondilite Tuberculosa, Tuberculose Vertebral. É devida à localização dos bacilos tuberculosos nas vértebras, que sofrem um processo destrutivo. Atinge preferentemente a infância e é de evolução crônica.

PNEUMONIA. Processo inflamatório agudo dos pulmões, que, caso se estenda até as ramificações da árvore brônquica, recebe o nome de broncopneumonia (ver). Na maioria dos casos, a doença é determinada por uma infecção primitiva localizada nos pulmões; menos freqüentemente é devida a fatores mecânicos como o pó inalado, materiais estranhos que penetraram no aparelho respiratório, ou por fatores químicos (por ex., gás asfixiante). A p. é caracterizada por acúmulo de produtos da inflamação como muco, exsudatos semi-sólidos, material purulento no interior dos alvéolos pulmonares, obstruindo-os e inibindo a função respiratória; algumas vezes, nos casos muito graves, o paciente morre por asfixia. As zonas atingidas apresentam um tecido compacto sem ar (hepatização); o médico, na percussão do tórax, percebe um som especial com alterações do rumor respiratório.

Além da pneumonia que atinge um só pulmão, há também a p. bilateral (mais propriamente pneumonia dupla); se instalada somente nos lobos (três para o pulmão direito e dois para o pulmão esquerdo), recebe o nome de p. lobar, monolobar, pluriloba; se atinge muitos pontos disseminados, tem-se a p. em focos múltiplos.

A forma mais comum de p. é a genuína ou crupal, que afeta os lobos e se manifesta com hepatização completa. Esta tem evolução aguda e manifesta-se com arrepios e febre elevadíssima, dores em “punhalada” e expectoração sanguinolenta. A maior parte das vezes, a p. genuína é causada pelo pneumococo de Fraenckel-Weichselbaum.

Pneumonia viral: forma de p. causada por vários tipos de vírus que se localizam no interior do tecido pulmonar; pode ser secundária a moléstias infecciosas gerais (febre Q, sarampo, escarlatina, varicela, etc.) ou atípica primária. Esta última se propaga de forma endêmica ou epidêmica e é causada pela localização primária dos germes patogênicos no tecido pulmonar. A doença manifesta-se inicialmente com dores musculares, cefaléia intensa, conjuntivite, anorexia; em seguida, aparece a tosse seca que se transforma em catarral e é acompanhada por expectoração abundante e febre que geralmente não supera 38-39ºC. A sua evolução é benigna, mas pode determinar recidivas; neste caso, a evolução é muito lenta.

Pneumonia tuberculosa: representa uma das formas mais graves de tuberculose pulmonar. É caracterizada por um processo necrótico do tecido que se torna cascoso. Afeta principalmente os lactentes mal nutridos e manifesta-se com sintomas de franca pneumonia, diferindo desta pela duração que é de várias semanas.

PRÉ-HIPÓFISE. É o lobo anterior da hipófise.

PREPÚCIO. Prega cutânea, móvel, que recobre a glande. Ver Pênis.

PRESBIOPIA. Defeito de acomodação da visão. Ver Refração ocular (Vícios de).

PRESSÃO DO SANGUE. Pressão com a qual o sangue circula nas artérias, nos capilares, ou nas veias. Depende da energia da contração cardíaca, da quantidade de sangue da resistência periférica.

Pressão arterial: a cada contração dos ventrículos, o coração empurra o sangue contido nos seus ventrículos para os vasos arteriais. Estes dilatam-se em relação à força imprimida pela energia da contração e em relação ao volume do líquido sangüíneo; a p. arterial é o resultado do impulso do sangue na circulação. As sístoles (vale dizer a contração ventricular) são sucessivas, regulares e ininterruptas; portanto, as artérias encontram-se em um estado de tensão que representa o limite máximo da força de relaxamento arterial. Eis porque os termos pressão e tensão arterial se equivalem mesmo representando duas entidades diferentes.

P. máxima ou sistólica: corresponde à contração do ventrículo esquerdo.

P. mínima ou distólica: corresponde à diástole.

Na prática, as diferenças dessas pressões constituem a p. diferencial

A p. do s. é medida com o oscilômetro e o esfigmômetro os quais fornecem os valores da p. mínima e da p. máxima. A p. do s. varia em função da idade, do sexo, das condições do aparelho circulatório, da posição do doente e outros fatores. Dos 20 aos 40 anos de idade, a p. máxima, medida na artéria umeral, é geralmente de 1220-130 mm Hg e a mínima é de 70-80 mm Hg.

PRIAPISMO. Estado patológico caracterizado pela permanente e dolorosa ereção do pênis na ausência de estímulos sexuais.

PRIMÍPARA. Aquela que pariu pela primeira vez.

PROCAÍNA. Ver Novocaína.

PROCTITE. Inflamação aguda ou crônica do reto, devida a lesões traumáticas (passagem de fezes), processos inflamatórios de natureza blenorrágica, sifilítica ou tuberculosa, afecções neoplásicas. Os sintomas clínicos são: queimor e dor intenso e prisão de ventre.

PRÓDROMO. Sintoma preliminar ou inicial de uma determinada doença.

PROENZIMAS ou PROFERMENTOS. Substâncias que se transformam em enzimas à custa de um ativador.

PROFISSIONAIS (Moléstias). Moléstias que se contraem no ambiente de trabalho e estão ligadas ao trabalho específico executado pelo portador. Podem ser provocadas: pelo ambiente de trabalho insalubre (muito úmido, excessivamente barulhento, pouco arejado, pós em suspensão); pela posição adotada pelo trabalhador durante o seu trabalho; pelo material tóxico manipulado e que penetra no organismo ou permanece sobre sua pele; pelo contato com material infectado ou com pessoas doentes como se verifica nos hospitais.

PROGESTERONA. Hormônio elaborado pelo corpo lúteo do ovário.

PROGERIA (ou Velhice precoce ou Nanismo senil de Variot-Pironneau). Forma rara de nanismo, caracterizada por parada do desenvolvimento somático nas proximidades do 2º ano de vida e senilidade precoce. O desenvolvimento psíquico é normal. O prognóstico é fatal e sua origem obscura.

PROGNATISMO. Malformação congênita dos ossos faciais, caracterizada por excessiva projeção da mandíbula.

PROGNÓSTICO. Previsão do médico a respeito da evolução e do êxito da moléstia.

PROLAPSO. Mudança da posição de um órgão (ou de uma parte dele) que sai da cavidade na qual está contido, através de uma abertura natural. O fenômeno está ligado ao afrouxamento congênito ou adquirido dos ligamentos de sustentação. Os órgãos mais atingidos são o reto e o útero.

PROPULSÃO. Síndrome neurológica observada na moléstia de Parkinson ou paralisia agitante, que se manifesta com tendência de queda para a frente, durante a deambulação.

PROSTAGLANDINAS. Substâncias que podem ser extraídas da vesícula seminal, dos líquidos menstrual e amniótico e de outros tecidos, as quais, quando injetadas, provocam dilatação da musculatura de vasos e dos brônquios e contraem a musculatura do útero e do intestino.

PRÓSTATA. Glândula acinosa situada na porção inicial da uretra masculina, abaixo da bexiga e acima da aponevrose perineal média, num espaço denominado loja prostática. Tem a forma de um cone cuja base está voltada para a bexiga e apresenta um sulco dividindo-a em 2 lobos laterais. A p. secreta um líquido branco, opalescente, que se mistura com o esperma.

Hipertrofia da próstata: verifica-se entre os 55 e 60 anos de idade, provocando compressão e deformidade do canal uretral, dificultando a micção.

As crises agudas, caracterizadas pela impossibilidade de urinar e acompanhadas de fortes dores, são de curta duração.

Carcinoma da próstata: manifesta-se com dores à micção, a qual algumas vezes é inibida. As metástases deste processo podem difundir-se a qualquer parte do corpo.

PROSTATECTOMIA. Intervenção cirúrgica de excisão da próstata.

PROSTÁTICA (Calculose). Ver Litíase prostática.

PROSTATITE. Processo inflamatório agudo ou crônico da próstata. A forma aguda na maior parte das vezes é provocada por uretrite blenorrágica e é caracterizada por dores que se acentuam durante a defecação, por distúrbios da micção e por sensação de peso na região retal.

PROTEÍNAS (ou Prótides). Substâncias orgânicas constituídas essencialmente por nitrogênio, oxigênio e carbono. Ver Alimentação.

PROTEINOTERAPIA. Método terapêutico que consiste na administração de proteínas heterógenas, isto é, estranhas ao organismo humano. Estas aumentam as defesas orgânicas e se destinam a combater infecções.

PROTROMBINA. Ver Coagulação.

PROTOPLASMA. Parte da célula.

PROVITAMINAS. Substâncias orgânicas de estruturas semelhantes às vitaminas que, no organismo, se transformam em princípios ativos.

PROXIMAL. Indica a situação de uma parte anatômica que se encontra na posição mais próxima da porção radicular do membro.

PRURIDO. Sensação de irritação cutânea, que provoca necessidade de coçar; o fenômeno pode ser determinado por diversas causas, entre as quais: alimentos, medicamentos, moléstias específicas (diabete, gota, uremia), infestações cutâneas (sarna), urticária e outras.

PRURIGO. Termo que indica as formas de dermatoses de caráter pruriginoso. A mais difundida é o p. de Hebra, próprio da infância, que se manifesta pela erupção de pápulas muito pruriginosas. Sua etiopatogenia é obscura e a evolução pode perdurar longo tempo; às vezes compromete as faculdades psíquicas e o desenvolvimento físico.

PSEUDO-ANGINA PECTORIS. Acessos dolorosos na região cardíaca que simulam as da angina pectoris verdadeira. A síndrome pode estar ligada a fatores psíquicos ou a distúrbios orgânicos, como a intoxicação devida à nicotina.

PSEUDO-ARTROSE. Ausência de consolidação do calo ósseo de uma fratura, pelo que os cotos não soldados entre si formam uma articulação falsa e anormal.

PSUDO-SINERGISMO MEDICAMENTOSO. Ocorre quando duas drogas administradas ao mesmo tempo reagem quimicamente entre si, originando uma terceira droga de maior potência (ver Sinergismo medicamentoso).

PSICANÁLISE. Por psicanálise entende-se um método de análise do psiquismo, idealizado por Sigmund Freud (1914) e baseado em teoria introduzida por ele mesmo e reelaborada por seus sucessores (Jung, Odler, Rogers e outros); a psicanálise se propõe a investigar profundamente a estrutura psíquica do indivíduo, atingindo, por meio de processos especiais, a esfera do inconsciente e procurando resolver os conflitos internos que provocam manifestações patológicas. Segundo Freud, para cada indivíduo existem, esquematicamente, três níveis de personalidade: a) o mais profundo, o Id ou inconsciente, sobre o qual agem impulsos instintivos que emanam duas ordens de força: uma denominada libido, é a forma vital e a outra, thanatos, é a força que conduz à autodestruição; b) o Super Ego, que é a estrutura educacional e social; c) o Ego, que é a manifestação consciente do indivíduo modelada sobre o equilíbrio das forças contrastantes do Id e do Super Ego (ver Neuroses).

O método usado na terapêutica consiste em permitir ao doente, deitado sobre um leito na presença do psicanalista e completamente relaxado, que manifeste os seus próprios conflitos. Esse estado de relaxamento é obtido convidando-se o doente a falar o mais liberalmente possível; desse modo, ele será induzido a manifestar sem quaisquer inibições, todos os seus problemas, mesmo os mais graves, e dos quais sente vergonha ou pensa serem absurdos. Esse método, denominado das associações livres, foi idealizado por Freud e aperfeiçoado por Jung. Com tal sistema, após as primeiras resistências, o doente chega a focalizar os seus conflitos, muitas vezes oriundos da infância, através de impulsos contrastantes: amor para um ou outro dos genitores e incompatibilidade de tais tendências na vida adulta (Complexos de Édipo e de Electra, ver); condutas infantis e incompatibilidade com as novas funções adquiridas na vida social adulta; impulsos sexuais reprimidos por condições de constrangimentos morais e religiosos ou de erros educacionais.

A psicanálise dá grande importância à interpretação dos sonhos, afirmando que tais manifestações constituem a expressão de mecanismos inconscientes que se liberam durante o sono, quando há queda da censura imposta pelo Super Ego. Durante a psicanálise, ocorre uma ligação entre o médico e o doente, denominada “transferência”: o doente tende a identificar o psicólogo com a pessoa que mais o influenciou na infância (habitualmente o pai ou a mãe) e, durante os colóquios com o especialista, revive as ansiedades, os medos e os conflitos que geraram o seu comportamento patológico; o médico observa tais manifestações passivamente e, no momento oportuno, explica as causas.

PSICASTENIA. Ver Neurastenia.

PSICODRAMA. Drama improvisado por um grupo de doentes com a finalidade de diagnóstico e de tratamento das afecções de que são portadores.

PSICOFARMACOLOGIA. Ver Medicação em psiquiatria.

PSICOLOGIA. Estudo do indivíduo em todas as suas manifestações e na sua vida de relação com o ambiente. Para simplificar e para fins de estudo, pode se cindir o indivíduo em diversas partes: uma, estritamente biológica, que é o conjunto das estruturas orgânicas, anatômicas e fisiológicas; outra, denominada social, que é o conjunto das atividades que permitem a vida do indivíduo no ambiente; outra, enfim, denominada psicológica que é o conjunto das atividades superiores. Tais partes interferem e inter-reagem umas com as outras, permitindo a obtenção de uma unidade estrutural que forma a base de qualquer existência biológica.

Existem três níveis de atividades psíquicas, cada uma complementando a outra: 1) atividade intelectual, a qual compreende a percepção, o aprendizado, a memória, o pensamento propriamente dito, com as faculdades de análise e de síntese, a inteligência, etc.; 2) atividade afetiva; 3) atividade “motivacional”, que compreende a vontade e os instintos.

Os distúrbios de ligações entre os diversos níveis, provocam síndromes neuróticas (quando estas ainda têm em comum uma relação lábil) ou síndromes psicóticas (quando existe uma ruptura total).

PSICOSES. Termo que indica as modificações patológicas do psiquismo.

PSICOTERAPIA. Conjunto de meios e de técnicas capazes de influir beneficamente sobre o psiquismo, quando as suas manifestações são consideradas anormais (para o conceito de normalidade e anormalidade, ver Neuroses).

Existem diversos processos psicoterapêuticos, entre os quais situam-se os medicamentos (ver Medicação em psiquiatria). É ainda utilizada a técnica do eletrochoque; todavia, a sua ação é sob muitos aspectos obscura, seja quanto aos resultados, seja quanto à influência sobre os diversos mecanismos psicológicos. É uma técnica bastante utilizada, a psicanálise, que se propõe descobrir e resolver os conflitos da personalidade que provocaram a anomalia do comportamento (ver Psicanálise). A terapêutica “behaviorista” é de introdução recente: o comportamento de cada ser é visto como fruto do ambiente e, o homem, em particular, age e se comporta de acordo com o que aprendeu, selecionando os estímulos que provêm do ambiente. A cada estímulo, corresponde uma resposta, e o conjunto destas a determinados estímulos dá lugar a um comportamento. Assim, uma determinada resposta ou um comportamento anômalo, podem ser interpretados como frutos de aprendizado errôneo.

PSICOTRÓPICOS. Ver Medicação em psiquiatria.

PSIQUIATRIA. Ramo da medicina que estuda e trata as moléstias mentais e as modificações do psiquismo.

PSITACOSE. Moléstia infectocontagiosa, provocada por um vírus, transmitida por papagaios e outros pássaros. A incubação varia de 8 a 10 dias; o início da moléstia é caracterizado por mal-estar, dores articulares, febre elevada. Depois de certo período surge: tosse, cefaléia, náusea, diarréia, delírio.

PSOAS. Músculo da parede posterior do abdome que determina a flexão da perna sobre a bacia. Sua inflamação, muitas vezes de natureza tuberculosa, denomina-se psoíte.

PSORÍASE. Dermatose caracterizada pelo aspecto escamoso da pele, de natureza eritematosa e eritematoso-papular. No corpo surgem máculas róseas, recobertas pr crostas. É de etiologia desconhecida.

PTERÍGIO. Afecção ocular caracterizada pela formação de uma prega na conjuntiva que reveste o globo ocular. Tem caráter progressivo e é própria da idade avançada.

PTIALINA. Enzima contida na saliva e que age sobre os amidos transformando-os em açúcares solúveis.

PTILOSE. Termo que indica a queda dos cílios.

PTOSE. Perda de posição; queda de um ou mais órgãos internos de sua sede anatômica, devida a relaxamento dos ligamentos de sustentação.

PUERPÉRIO. Período que se segue imediatamente após o parto, durante o qual o aparelho genital feminino sofre transformações, retornando às condições anteriores à gravidez.

PULMÕES. Constituem os órgãos fundamentais da respiração. Têm forma ovalada, com o pólo inferior seccionado e ligeiramente escavado; a sua parte mais alta é denominada ápice. O pulmão direito é maior do que o esquerdo e isto é devido à posição assimétrica do coração. O pulmão tem consistência mole e elástica, seu tecido, de cor avermelhada, é poroso e atravessado por túbulos cartilaginosos de dimensões variáveis: os brônquios. A função respiratória é assegurada por um grande número de pequeníssimas cavidades, os alvéolos pulmonares, reunidos em ácinos; o sangue venoso, que irriga suas paredes, recebe oxigênio do ar inspirado e cede o anidrido carbônico (ver Respiração). Cada pulmão é revestido por uma membrana, a pleura.

PULMONAR (Abscesso). Processo supurativo a cargo do tecido pulmonar que representa uma possível complicação da pneumonia.

PULPITE DENTÁRIA. Processo inflamatório agudo ou crônico da polpa dentária; manifesta-se clinicamente com dores que se exacerbam durante a mastigação.

PULSO ARTERIAL. É o batimento que se percebe numa artéria e que corresponde, em condições fisiológicas, às contrações sistólicas cardíacas; o pulso é devido à propagação de uma onda positiva que, das grandes artérias, chega até os capilares. Esta onda é provocada pela brusca penetração do sangue na aorta, a cada sístole ventricular.

Na prática, o p.a. é sentido na região do antebraço, pouco acima da mão, em correspondência com a artéria radial. Sua freqüência varia em função da idade. No recém-nascido é de 130 batidas por minuto. No homem adulto é de 70 a 80; na mulher é pouco mais rápido. A freqüência do p.a. está também relacionada com numerosas causas fisiológicas e patológicas. Por exemplo, após um exercício físico intenso, as pulsações aumentam grandemente; as excitações psíquicas influem notavelmente sobre o número de pulsações. A febre acelera o p.; outras condições patológicas provocam aumento da freqüência do pulso: vícios cardíacos descompensados, moléstia de Basedow, tuberculose, intoxicações (especialmente as provocadas por atropina e cafeína). As pulsações, em condições fisiológicas, sucedem-se a intervalos regulares. Em algumas doenças especialmente cardíacas e nervosas, o pulso torna-se irregular (pulso arrítmico). A medida do pulso é efetuada mediante o esfigmógrafo, aparelho especial para o registro gráfico da freqüência dos batimentos. O médico durante o exame do paciente determina o número de pulsações por palpação digital.

PUNÇÃO. Introdução de agulha no organismo, destinada à aplicação de substância medicamentosa ou para extrair líquidos normais ou patológicos.

P. abdominal: ver Paracentese.

P. articular: ver Artrocentese.

P. lombar: ver Raquicentese.

P. torácica: ver Toracocentese.

PURGANTE. Medicamento que favorece, provoca ou acentua os movimentos peristálticos e, portanto, a defecação.

PÚRPURA. Moléstia caracterizada pela facilidade com que aparecem hemorragias espontâneas nos capilares superficiais. Atinge a pele, as mucosas e a articulações. É devida a vários fatores mórbidos, como moléstias do sangue ou a moléstias crônicas infecciosas. Entre as formas crônicas, destaca-se a púrpura hemorrágica, ou moléstia de Werthof, síndrome caracterizada pela diminuição das plaquetas, que se verifica sobretudo na infância; a púrpura abdominal ou reumática ou Doença de Shonlein-Henoch, que se manifesta com hemorragias cutâneas, gástricas, intestinais e renais.

PUS. Líquido cremoso, mais ou menos espesso, de cor amarelo-esverdeada ou acinzentada, formado por soro e leucócitos mais ou menos alterados (piócitos). O p. caracteriza a inflamação purulenta, a qual pode apresentar aspectos variados: abscesso, (fechada, circunscrita), empiema (em cavidade preformada), flegmão (difusão nos interstícios dos tecidos), furúnculo (das glândulas sebáceas ou no ponto de implantação de um pêlo), antraz (conjunto de furúnculos da nuca), impetigo (na epiderme), acne ou espinha (na face, durante a puberdade), hordéolo ou terçol (nas pálpebras), etc.

PÚSTULA. Vesícula cutânea cheia de material purulento.

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Quem sou eu

Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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