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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dicionário Médico: Letra B

BABINSKI (Sinal de). Consiste na inversão do reflexo cutâneo-plantar que se verifica atritando um estilete na margem externa do pé. Em condições normais, os artelhos se fletem; nas lesões do sistema nervoso central, nota-se uma inversão do reflexo plantar, isto é, produz-se a extensão do grande artelho e o afastamento em leque dos demais artelhos. O fenômeno somente pode ser considerado patológico após o quarto ano de vida.

BACILEMIA. Presença de bacilos no sangue.

BACILÍFERO. Portador de bacilos.

BACILOS. Micróbios de forma alongada, em bastonete. Muitos são patogênicos para as plantas, para os animais e para o homem. São exemplos de bacilos que provocam infecções no homem, o bacilo de Koch, responsável pela tuberculose, o bacilo de Eberth, que provoca a febre tifóide e outros.

BAÇO. Órgão abdominal localizado abaixo do diafragma, na região do hipocôndrio esquerdo. Tem forma ovalada, cor vermelha e peso variando entre 350 e 400 gramas (nos adultos). É revestido por uma cápsula fibrosa e formado pela polpa esplênica na qual se encontram distribuídos numerosos pontos brancos, corpúsculos de Malpighi, os quais possuem estrutura semelhante à dos linfonodos.
Fisiologia do baço: no embrião, o baço tem a função de produzir glóbulos vermelhos e granulócitos; no adulto, esta função somente é exercida nos casos de anemia. O órgão contém uma reserva de sangue que pode ser recolocada em circulação quando houver necessidade (hemorragias, intoxicações). Além disso, o baço exerce função hemocaterética (destruição de glóbulos vermelhos que cumpriram o seu ciclo vital), metabólica (no metabolismo do ferro) e linfopoético (age como filtro no que concerne a micróbios e corpos estranhos).
Patologia do baço: Ver Esplenite (inflamação do baço). Esplenomegalia (aumento do baço), esplenoptose (ptose do baço), esplenoctomia (extração cirúrgica do baço).

BACTEREMIA. Presença de bactérias na circulação sanguínea.

BACTÉRIAS. Microrganismos unicelulares que podem ser patogênicos para plantas, para animais e para o homem. Subdividem-se em:
cocos (de forma arredondada): micrococos, diplococos (pneumonia), diplococos encapsulados, estreptococos, estafilococos, gonococo (blenorragia);
bacilos (que se assemelham a pequenos bastões): hemophilus influenza (gripe), bacilo de Eberth (febre tifóide);
vibriões (em forma de vírgula): piectrídios, clostrídios, vibrião da cólera (forma filamentosa);
espírilos (apresentam-se em espiral): leptospira, espiroqueta (sífilis).

BACTERIOFAGIA. Processo de destruição de bactérias através de um elemento de dimensões ultramicroscópicas, denominado bacteriófago.

BACTERIURIA ou BACILURIA. Presença de bactérias na urina.

BALANITE. Inflamação da glande (parte terminal anterior do pênis) de origem venérea ou traumática, que se manifesta por inflamação e eritema, acompanhado da formação de pus, nos casos mais graves.

BALANTIDIOSE. Infecção intestinal provocada pela presença de um protozoário do gênero Balantidium que provoca diarréia sanguinolenta com muco.

BALBÚCIE. Dificuldade de pronunciar palavras, ou seja, defeito da linguagem falada devido a contrações espasmódicas dos músculos laríngeos e das cordas vocais. O síndrome está ligado a fenômenos psíquicos.

BANTI (Doença de) ou ESPLENOMEGALIA PRIMITIVA. Moléstia grave de evolução lenta e progressiva, de origem desconhecida e que apresenta três fases distintas:
Fase de Esplenomegalia (com aumento de volume do baço e primeiros sinais de anemia secundária);
Fase de Espleno e Hepatomegalia (ao aumento do baço segue-se o do fígado);
Fase de Ascite ou de Cirrose Hepática (as alterações anatômicas do fígado e do baço se agravam, surge líquido ascítico no abdome e o fígado é atingido por cirrose).

BARBEIRO ou CHUPANÇA ou CHUPÃO. Inseto hemíptero, cujas espécies mais conhecidas são: Triatoma infestans, Triatoma megista, Triatoma sórdida. Têm cerca de 2,5 cm, de cor preta, com manchas avermelhadas e alongadas no protórax e listas da mesma cor nas asas. Abrigam-se em frestas de casebres de madeira ou de barro e ocorrem em certas zonas rurais no Brasil. São hematófatos e, quando picam o homem, eliminam fezes contendo protozoários (Trypanosoma cruzi) que provocam a moléstia de Chagas (ver Tripanosomíase).

BARBITÚRICOS. Medicamentos capazes de exercer ação hipnótica, ou seja, de induzir um estado semelhante ao sono fisiológico. Além desta ação, na dependência das doses e da via de administração, os barbitúricos exercem efeitos sedativo, anti-convulsivo e anestésico geral.

BARBITURISMO. Intoxicação aguda ou crônica provocada por barbitúricos.
B. agudo: causado pela ingestão de dose excessiva de preparados à base de barbitúricos; manifesta-se inicialmente por náusea, vômito, tontura, vertigem, incoordenação, obnubilação, marcha titubeante, disartria, quadro que se denomina embriagues barbitúrica. Às vezes, instala-se imediatamente um estado de sonolência e, a seguir, coma, com desaparecimento de reflexos, relaxamento muscular, insensibilidade a estímulos externos, depressão respiratória.
B. crônico: originado pelo uso abusivo e contínuo de medicamentos barbitúricos, principalmente com a finalidade de combater a insônia; a intoxicação se caracteriza por anemia, inapetência e distúrbios nervosos.

BARLOW-MOLLER (Doença de). Ver Escorbuto dos lactantes.

BAROPATIA. Conjunto de sintomas que se manifestam em decorrência de variações da pressão atmosférica. Mudanças de altitude provocam dores de cabeça, vertigem, náusea e vômito; acima de 5000 metros pode ocorrer colapso, por rarefação do ar. A passagem brusca de um local com pressão elevada para outro com pressão normal (descompressão) pode provocar o aparecimento do mal dos caixões (v. caixões, ma dos); ao contrário, a passagem de locais de pressão normal para outros de baixa pressão, pode resultar em dores articulares, acessos asmatiformes, etc.

BARTOLINITE. Infecção das glândulas de Bartholin, situadas na espessura dos grandes lábios da vagina. A moléstia é provocada pela ação de gonococos ou de micróbios piogênicos e se inicia com inflamação da região vulvar seguida da formação de abscesso.

BARTONELOSE ou VERRUGA PERUVIANA. Moléstia infecciosa grave, endêmica em algumas regiões do Peru, caracterizada por febre intermitente com dores reumatóides e erupções cutâneas miliares pruriginosas e com pedículo, localizadas principalmente no rosto, no pescoço e membros, É causada por um hematozoário (Bartonella bacilliformis) transmitido por um mosquito (phebotomus verrucarum).

BASEDOW (Doença de) ou HIPERTIREODISMO. Moléstia da glândula tireóide. O doente com hipertireodismo apresenta duas características somáticas: protusão dos globos oculares (exoftalmia, sinal de extraordinária importância para o diagnóstico da doença) e um aumento de volume da base do pescoço (papeira) de consistência mole. O doente apresenta um olhar brilhante e de aspecto angustioso ou trágico. O exoftalmo pode estar acompanhado de estrabismo, limitação dos movimentos dos olhos, redução da acuidade visual e diplopia. Provoca emagrecimento acompanhado de alterações de natureza psíquica, principalmente hiperexcitabilidade psíquica e emotiva; o doente torna-se irascível, fala com vivacidade, torna-se intranqüilo; manifesta fadiga e tremores nas mãos; tem febrículas, bulimia (fome excessiva) e polidipsia (sede intensa). Além disso, apresenta taquicardia, excesso de produção de saliva (sialorréia) e tendência a diarréia. Sua pele é fina, pálida e seborréica; as unhas são estriadas e frágeis. A moléstia é de natureza constitucional e, portanto, hereditária e pode ser desencadeada por fatores emocionais intensos e traumatismos. É mais freqüente no sexo feminino.

BASOFILIA. Aumento numérico de basófilos.

BASÓFILOS. Subgrupo dos glóbulos brancos, os quais, através dos exames microscópicos adquirem coloração básica azul de anilina.

BATONETES (da retina). Células nervosas de forma cilíndrica que constituem um dos estratos de que é formada a retina; a sua excitação produz as sensações luminosas.

BCG. A sigla significa Bacilo de Calmette e Guerin, uma variante do bacilo tuberculoso, destituída de patogenicidade e que é utilizado na imunização contra a tuberculose, principalmente de criança.

BENZENO (Intoxicação aguda por). Manifesta-se com náusea, vômitos, diarréia, palpitações, coloração rósea acentuada nos lábios e distúrbios nervosos.

BENZOLISMO. Intoxicação crônica provocada pela inalação de vapores de benzeno.

BÉQUICO. Medicamento calmante da tosse.

BERIBÉRI. Carência de vitamina B1 que determina o aparecimento de sintomas diversos, principalmente nervosos e cardíacos, de intensidade variável, de acordo com o grau de hipovitaminose ou de avitaminose. Os sintomas nervosos, nas formas mais graves, são a nevrite ou a polinevrite, por vezes provocando incapacidade motora. O quadro se instala com fraqueza muscular, áreas de hiperestesia e de anestesia, diminuição ou perda de reflexos tendinosos, principalmente no membro inferior; há também diminuição progressiva da força muscular que pode chegar até à paralisia completa dos membros inferiores. São ainda observados: nervosismo, fadiga, depressão, distúrbios do comportamento, da memória, da iniciativa, depressão e irritabilidade. Os sintomas cardíacos podem ser graves: dilatação do coração, taquicardia, ritmo de galope, hipotensão arterial e alterações do eletrocardiograma. Para o lado do aparelho digestivo: anorexia, hipotonia gástrica e intestinal e constipação. São freqüentes os edemas e os derrames serosos.

BESTIALISMO. Perversão que consiste na realização de atos sexuais com animais.

BICARBONATO DE SÓDIO. Medicamento usado por via oral para diminuir a acidez do estômago ou injetado para corrigir estados de acidose do sangue.

BICHO-DO-PÉ. Afecção da pele produzida pela penetração, da fêmea de um artrópode Tunga penetrans ou Sarcophilus penetrans, no derma onde se localiza e forma uma tumoração dolorosa.

BICO DE PAPAGAIO. Osteófito localizado nas vértebras e que comprime nervos sensitivos e produz dores.

BÍFIDA (Spina). Malformação congênita que consiste na falta de soldadura dos arcos das últimas vértebras. Pode determinar uma série de distúrbios dolorosos.

BIGEMINISMO VENTRICULAR. Alternância das extra-sístoles com as contrações normais do coração.

BILE. Líquido de cor amarela, secretado pelas células hepáticas, através dos canais biliares, lançado no duodeno onde concorre para as funções da digestão. Parte da bile formada é armazenada na vesícula biliar. A bile é constituída de sais, pigmentos biliares e colesterina; em condições normais é produzida pelo fígado na quantidade aproximada de meio litro por dia.

BILIÚRIA. Presença de bile ou de pigmentos biliares na urina, como se verifica em algumas hepatopatias.

BIÓPSIA. Excisão de parte de um órgão ou de um tecido para submete-lo a exame microscópico, com finalidade de diagnóstico.

BLASTOMICOSE. Denominação genérica para designar algumas moléstias provocadas por certos fungos, diferentes por seus caracteres, mas apresentando-se nos cortes histológicos como elementos discóides, geralmente com dupla membrana.
B. de Busse-Buschke: também denominada blastomicose européia, de caráter extremamente grave provocada por uma levedura Cryptococus neoformans.
B. pelo gênero Cândida ou Monília: tipo raro de b, descrito por Maffei, patologista brasileiro.
B. norte-americana ou de Gilchrist: apresenta-se com duas formas clínicas, cutânea e sistêmica, conforme se inicia pela pele ou pelos pulmões respectivamente. As lesões da pele são pustulosas, situadas na face, mãos, pés, tornozelos, de cor violácea e purulentas. As lesões pulmonares provocam o aparecimento de sintomas semelhantes aos da tuberculose e se disseminam para os ossos, fígado, baço e sistema nervoso central.
B. de Posadas-Wernicke: moléstia provocada pelo Coccidioides immitis, endêmica no oeste dos Estados Unidos e encontrada também na América do Sul e Central. Manifesta-se principalmente como moléstia pulmonar, mas, em outros casos, predominam lesões cutâneas sob a forma de nódulos que se ulceram.
B. Sul-americana: pode ser considerada endêmica no nosso meio. Descrita em 1908 por Adolfo Lutz, é provocada pelo Paracoccidioides brasiliensis. A doença é geralmente adquirida através de ferimentos orais produzidos por fragmentos de vegetais. Inicia-se com úlceras na mucosa bucal ou da laringe, comprometendo gânglios regionais, que aumentam de volume e podem fistulizar. Posteriormente, a doença se generaliza atingindo órgãos (baço, pulmões, ossos, intestino, fígado, rins, pâncreas, supra-renais).
B. de Jorge Lobo: assim denominada por ter sido descrita pelo dermatologista pernambucano Jorge Lobo, a doença caracteriza-se pela presença de tumores duros (quelóides) na pele; a moléstia é característica da bacia amazônica e é provocada pelo Paracoccidioides loboi.

BLEFARISMO ou BLEFAROSPASMO. Contração espasmódica do músculo orbicular da pálpebra.

BLEFARITE. Inflamação quase sempre crônica, provocada por alguns tipos de micróbios patogênicos, que surge no bordo palpebral, onde se originam os cílios. Pode se apresentar sob a forma de abscessos minúsculos de evolução lenta.

BLEFAROCONJUNTIVITE. Inflamação concomitante da pálpebra e da conjuntiva ocular.

BLEFARONCOSE. Tumefação patológica das pálpebras, geralmente ocasionada por edema.

BLEFAROPLEGIA. Paresia palpebral.

BLEFAROSTENOSE. Termo que indica a diminuição da rima palpebral, ou seja, do espaço aberto entre as pálpebras.

BLENORRAGIA. Ver Gonorréia.

BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR. Ver Mornagni-Adams-Stokes (síndrome de).

BLOQUEIO RENAL. Ver Rim.

BOCA. Primeiro segmento do aparelho digestivo, delimitado por seis paredes: lábios (parede anterior), bochechas (paredes laterais), palato mole (parede posterior), palato duro (parede superior), assoalho bucal (parede inferior).
Lábios: pregas musculomembranosas (constituídas pelos músculos orbiculares labiais) que formam o contorno do orifício bucal.
Bochechas: constituídas por músculos da mímica e mastigadores.
Palato mole: situado na parte posterior da boca delimita uma abertura (istmo da garganta), comunicando-a com a faringe. É formado pela úvula que divide o istmo em duas partes, aos lados das quais estão situados dois pilares; cada par destes últimos contém uma amígdala palatina.
Palato duro ou ósseo: de forma côncava, é formado por um septo osteomembranosos separando-o da cavidade nasal.
Assoalho bucal: é a parte sobre a qual se apóia a língua, inserida na sua porção posterior através do freio lingual.
Toda a superfície da boca é revestida por mucosa, permanentemente umedecida pela saliva.

BÓCIO. Aumento de volume da tireóide que determina abaulamento da semicircunferência anterior do pescoço. É mais freqüente nas mulheres do que nos homens. O bócio é vulgarmente conhecido como papeira ou estruma. Pode ocorrer em pessoas com função tireoidiana normal ou com hipertireoidismo, ou ainda, com hipotireoidismo.
Bócio simples: verifica-se principalmente em algumas zonas, mormente nas montanhosas. A etiologia do b. simples é desconhecida: alguns autores o atribuem à alimentação carente de certos elementos como iodo, que é utilizado pela tireóide para a formação do seu hormônio (tireoixina); segundo outros autores, o b. seria determinado por uma dieta contendo substâncias que impediriam a ação da tireoixina nos tecidos do organismo. A incidência do b. aumenta quando cresce a necessidade de tireoixina, como na puberdade, na gravidez, nas moléstias infecciosas. Pode aparecer lentamente ou então instalar-se de uma só vez; apresenta-se como uma tumefação localizada ao nível do pescoço, acima do esterno; é indolor e se desloca com os movimentos da deglutição. Quase sempre a formação não provoca manifestações, exceto quando exerce pressão sobre a laringe, a traquéia e os nervos, provocando distúrbios da respiração e da fonação; isso se verifica mais facilmente quando o b. invade o mediastino (b.retroesternal). Somente em alguns casos é comprometido o funcionamento da tireóide, porém sem determinar o “cretinismo hipotireoidiano”.
Bócio maligno: tumor maligno da tireóide que aparece quase sempre em pessoas de idade avançada e que, precedentemente, eram portadoras de bócio. O primeiro sintoma é o aumento ou o endurecimento da tireóide normal ou já com o bócio; podem aparecer dores na nuca ou na face, cefaléia, dificuldades na respiração, na fonação e na deglutição: tais sintomas são provocados pela compressão da traquéia, da laringe, do esôfago e dos nervos.
Bócio hipertireoidiano: surge em alguns casos de hipertireoidismo, quando a glândula pode aumentar de tamanho.

BOLHA ou FLICTENA. Lesão cutânea que aparece em seguida a atrito, queimadura, inflamação epidérmica ou da mucosa; manifesta-se por uma pequena elevação da pele contendo líquido seroso.

BOLSA SEROSA. Pequenos sacos anexos aos tendões contendo líquido seroso e que têm função lubrificante, favorecendo o deslizamento dos tendões.

BOQUEIRA. Inflamação nos ângulos dos lábios; apresenta-se como pequena lesão ou mancha avermelhada, que pode sofrer ulceração linear (rágade).

BORBORISMO. Rumor que se produz no intestino durante os movimentos peristálticos.

BOTALLO (Forame ou Ducto de). Abertura entre as aurículas (ou átrios) no coração do feto a qual se fecha logo após o nascimento; se isso não ocorre, o recém-nascido será portador de uma forma grave de cianose, a doença azul, devido à mistura do sangue venoso com o arterial.

BOTÃO DO ORIENTE (ou de Aleppo, ou de Bagdá, ou de Delhi, ou de Biskra). Forma cutânea de infecção provocada pelo Leishmania tropical, transmitida por mosquitos do gênero Phlebotomus. Inicia-se por uma pápula ou nódulo que se ulcera, resultando uma lesão redonda ou oval, com vários centímetros de diâmetro, cobera por crosta avermelhada. Cerca de 6 meses após, inicia-se a cura sem a intervenção de qualquer meio terapêutica, resultando uma cicatriz deformante.

BOTRIOCEFALOSE. Parasitose intestinal provocada pela presença de Botriocéfalos, vermes que se assemelham a tênias e que provocam anemia.

BOTULISMO ou ALANTÍASE. Intoxicação alimentar provocada pela ingestão de conservas contendo Bacillus botulinus. O quadro clínico se caracteriza por vômito, disenteria e síndrome paralítico.

BRADIARTRIA. Defeito da linguagem caracterizada por articulação lenta das palavras.

BRADICARDIA. Diminuição do ritmo cardíaco que pode ser constitucional (b.fisiológica) ou provocada por doenças cardíacas, nervosas ou infecciosas.

BRADIFAGIA. Comer lentamente.

BRADIPNÉIA. Respiração lenta.

BRAQUICEFALIA. Conformação anatômica do crânio que apresenta diâmetro Antero-posterior reduzido.

BRAQUIDACTILIA. Malformação congênita dos dedos das mãos e dos pés, que se apresentam curtos, geralmente por ausência da última falange.

BRAQUIPNÉIA. Respiração superficial, curta, que se observa em algumas doenças do aparelho respiratório.

BRIGHT (Doença de). Ver nefrite (glomerulonefrite).

BRILL (Doença de ). Ver tipo exantemático.

BROMIDROSE. Sudores de mau cheio, mais comum nos pés.

BROMISMO. Intoxicação aguda ou crônica provocada pelo bromo, contido em alguns medicamentos com ação sedativa. Os sintomas do b. agudo são caracterizados por secreção salivar excessiva, dificuldades respiratórias, cefaléia. A intoxicação crônica se manifesta por anorexia, anemia e, às vezes, paralisia dos membros inferiores.

BRONCOESPIROQUETOSE ou ESPIROQUETOSE BRONCOPULMONAR. Bronquite de evolução crônica provocada pelo Spirochaeta bronchialis.

BRONCOGRAFIA. Exame radiológico da árvore brônquica, útil para o diagnóstico de muitas formas de doenças pulmonares.

BRONCOPNEUMONIA. Inflamação dos brônquios terminais que se estende aos alvéolos pulmonares, com a formação de focos de propagação concêntrica. A infecção atinge mais freqüentemente as crianças, cujas defesas são menores para sos agentes microbianos; os adultos são mais resitentes, face a certo grau de imunidade adquirida; os velhos, cujo tecido pulmonar é menos resistente, por várias razões, entre as quais os distúrbios cardiocirculatórios, estão sujeito à b. Os mesmos micróbios responsáveis pela bronquite aguda (pneumococos, estreptococos, estafilococos, micrococos e outros), podem ser responsáveis pela b. que representa um processo de extensão da bronquite. O início da doença é lento e progressivo; a febre pode atingir 39-40º, aparece após algum tempo e é acompanhada da emissão de escarro, às vezes sanguinolento. O doente apresenta calafrios intensos, dores esternais, tosse contínua e cianose dos lábios. Podem aparecer complicações: pleurite serosa, empiema, abscesso pulmonar. Merecem consideração à parte as denominadas b. ab ingentis, provocada por corpúsculos estranhos qu penetram nos pulmões, a b. inalatória, por inalação de substâncias irritantes, a b. hipostática, que se manifesta preferentemente em velhos ou em convalescentes obrigados a permanecer acamados durante longos períodos.

BRONCORRAGIA. Hemorragia provocada pela ruptura de um vaso sanguíneo do revestimento brônquico; determina hemoptises.

BRONCORRÉIA. Emissão de grande quantidade de catarro proveniente dos brônquios atingidos por processo inflamatório.

BRONCOSTENOSE. Redução do lúmen das ramificações brônquicas, provocada por processos inflamatórios, adenomas, estagnação catarral, nas paredes dos brônquios.

BRONQUIECTASIA. Doença caracterizada por dilatação circunscrita da árvore brônquica sobretudo nas ramificações menores. A maior parte dos casos é secundária a moléstias pulmonares, como tuberculose, broncopneumonia, bronquite crônica, afecções que provocam enfraquecimento das paredes bronquiais. A tosse é a manifestação mais característica da b. seguida da eliminação de grande quantidade de catarro de cor amarelo-esverdeado e de odor fétido; alguns doentes acusam dor torácica e podem estar sujeitos a hemoptose. Periodicamente, o processo torna-se agudo, surgindo febre, cianose, dispnéia e agravamento das lesões bronquiais. Após alguns anos pode instalar-se uma infecção crônica, com fadiga, emagrecimento, astenia e até caquexia.

BRONQUITE. Inflamação da árvore brônquica.
B. aguda: geralmente, de curta duração e de natureza pouco grave. Caracterizada por mal-estar geral, tremores, dores musculares, ósseas difusas e cefaléia; estes sintomas são acompanhados pelos do resfriado: rouquidão, tosse, queimor retroesternal e febre que, em geral, não ultrapassa 39º C. Cerca de dois a três dias após, há emissão de catarro, antes viscoso e depois mais fluido. A febre e o mal-estar desaparecem depois de 4 a 5 dias, enquanto a tosse pode permanecer durante 2 a 3 semanas. A pneumonia constitui uma complicação.
B. crônica: doença de evolução longa, que pode prolongar-se durante anos. Acompanha algumas doenças da árvore respiratória (fibrose pulmonar, tuberculose, bronquiectasia, asma crônica, sinusite, etc.). A bronquite crônica pode ser assintomática durante longo tempo; pode se manifestar por tosse, sobretudo matinal, com emissão de catarro purulento, sempre abundante e fétido. A b. crônica pode provocar obstrução brônquica, com acesso de crise asmática, mormente após esforços.

BROTOEJA. Um tipo de erupção cutânea.

BRUCELOSE (ou Febre de Malta ou febre melitense). Também denominada f. mediterrânea e febre ondulante, é provocada pelo Micrococcus melitensis, descoberto por Bruce em 1887. A infecção ocorre por ingestão de alimentos crus (leite, carne) provenientes de bovinos, ovinos, caprinos ou suínos, infectados ou através da terra contaminada pela urina desses animais. O período de incubação é de cerca de 20 dias, após o que, surge febre elevada intermitente com duração de 2 a 4 semanas. Os sintomas são: mialgias, nevralgias, diarréia, sudorese intensa, aumento de volume do baço, albuminúria; são freqüentes as complicações pulmonares (broncoalveolite, pleurite), do sistema nervoso (nevralgias, meningoencefalite) e do aparelho cardiovascular.

BUBÃO. Aumento exagerado de gânglios linfáticos; recebe também essa denominação a lesão característica da peste bubônica.

BULBO ou MEDULA OBLONGA ou MEDULA ALONGADA. Parte do sistema nervoso central, que tem a forma de um tronco de cone invertido, com mais ou menos 3 cm de comprimento. Está situado acima da medula espinal. Apresenta na face anterior um sulco mediano que se inicia, em cima, por uma fosseta – buraco cego – dividindo essa face em dois cordões – pirâmides anteriores. Na metade inferior da face posterior, também existem dois cordões – pirâmides posteriores – que se iniciam juntos e depois separam-se, delimitando um ângulo aberto para cima. Este espaço angular, reunido a outro espaço análogo da protuberância, aberto para baixo, forma um losango – o quarto ventrículo. Nas faces laterais, de cada lado, existe uma saliência de forma elíptica – oliva. As pirâmides são formadas principalmente por fibras descendentes da grande via motora, as quais, ao passarem do bulbo para a medula espinal, cruzam-se com as do lado oposto, no ponto denominado decussação das pirâmides. Outra parte de fibras não se cruza no ponto de passagem para a medula mas vão passando aos poucos para o lado oposto em alturas diferentes. Desse modo, as fibras motoras de cada lado do bulbo passam todas para o lado oposto da medula.
Além das fibras, o bulbo é formado por massas isoladas de substância cinzenta – os núcleos – onde têm origem oito pares de nervos cranianos (do 5º ao 12º par): trigêmeo, facial, vestíbulo-coclear, glossofaríngeo, vago, acessório, hipoglosso.

BULIMIA ou POLIFAGIA. Ver Acoria.

BURGER (Doença de). Ver Trombo-angeíte-obliterante.

BURSITE. Inflamação aguda ou crônica da bolsa serosa, provocada por infecção ou traumatismo e que se manifesta por dor e, às vezes, por vermelhidão local e aumento de volume.

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Quem sou eu

Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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