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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dicionário Médico: Letra G

GAGUEIRA. Tipo especial de alteração da linguagem falada que se caracteriza pela pronúncia defeituosa de algumas consoantes fortes como oP, T, B, F, Q e V. É um defeito de dicção, resultante da alteração do tono dos músculos da voz. É considerada como uma neurose de coordenação dos movimentos respiratórios com a fonação. É hereditária, de caráter recessivo, provavelmente ligada ao sexo, pois, é praticamente restrita ao homem. Manifesta-se mais ou menos aos 5 anos de idade, tendendo a desaparecer ou melhorar na maturidade. O indivíduo gago pode cantar sem manifestar essa condição. É comum aparecer em crianças às quais se procura corrigir o uso da mão esquerda com repreensões ou castigos.

GÂNGLIOS LINFÁTICOS. Ver Linfoglândulas.

GANGOSA (Doença). Forma de rinofaringite crônica, de caráter necrótico que se revela por ulcerações da faringe e cavidade nasal. Alguns acreditam que a afecção representa uma manifestação sifilítica e outros, uma complicação da framboesia.

GANGRENA. Processo necrótico de extensa área de tecido. Diversos fatores externos podem causar diretamente a morte de tecidos: temperaturas altas e baixas, descargas elétricas, traumatismos mecânicos, substâncias tóxicas de origem bacteriana, radiações solares ou Roetgen, radium. Outras vezes, a g. é provocada por obstáculos na corrente circulatória local, impedindo o sangue de atingir determinada zona e nutrir as células. clinicamente, apresenta-se em dois tipos: g. seca e g. úmida.
Gangrena seca: provocada por diminuição gradual do afluxo de sangue arterial em uma região ou por desidratação brusca do tecido. A parte atingida torna-se seca, mumificada; na pele ocorre palidez local a qual, sucessivamente, torna-se azulada e marmórea; perde a elasticidade e enruga-se. Nos bordos da lesão existe um halo inflamatório. A g. seca verifica-se sobretudo na diabete devido a graves lesões capilares (na diabete, os tecidos constituem terreno favorável para implantação de germes); na tromboangite obliterante; na moléstia de Raynaud; nas queimaduras por substâncias cáusticas.
Gangrena úmida: provocada por interrupção do afluxo e do defluxo sangüíneo, contemporaneamente. A pele é úmida, apresenta vesículas, torna-se pálida e depois vermelho-azulada e emana odor muito desagradável. A g. difunde-se rapidamente para as zonas circunvizinhas e é acompanhada de distúrbios gerais graves, taquicardia, febre, cefaléia, delírio. Os fatores etiológicos mais comuns são embolia, trombose, decúbito prolongado, infecções agudas específicas ou inespecíficas.

GLICEMIA. Presença de glicose no sangue. A hiperglicemia ou aumento da taxa de glicose representa um dos sinais da diabete. Ao contrário, a diminuição de glicose (hipoglicemia) é uma síndrome ligada à função supra-renal aumentada.

GOMA. Formação patológica constituída de nódulo de consistência dura e elástica, produzida por processos inflamatórios crônicos. São características as gomas sifilíticas que surgem no terceiro período dessa infecção.

GÁS (intoxicação por). Os gases que provocam intoxicações quase sempre mortais são classificados segundo a ação tóxica específica que exercem no organismo.
Gás de ação irritante: subdividem-se em lacrimogênios e esternutatórios; os primeiros irritam a mucosa ocular provocando queimor, lacrimejamento e fotofobia. Os segundos, também denominados ptarnucas, agem nas mucosas das primeiras vias aéreas provocando distúrbios na garganta, no nariz, na traquéia, nos brônquios.
Gás de ação asfixiante ou sufocante: age no tecido pulmonar, provocando sintomas de várias entidades em função da sua natureza e quantidade inalada. Nos casos graves, ocorre edema agudo do pulmão e pneumonia.
Gás de ação vesicatória: exercem ação fortemente cáustica e necrotizante na pele e nas mucosas, provocando o aparecimento de vesículas. O quadro clínico de intoxicação por esses gases é caracterizado por cefaléia, queimor ocular, fotofobia, febre elevada, anemia, albuminúria, exatoria.
Gás de ação tóxica geral: ver Ácido anídrico e Monóxido de carbono.
Gás de guerra: agressivos químicos de várias naturezas e que exercem as ações acima descritas. Em desuso, por convenção.

GASTRALGIA. Sensação de dor no estômago. Este sintoma pode ser provocado por diversos processos mórbidos locais ou gerais.

GASTRECTASIA. Dilatação do estômago. Pode ser aguda ou crônica e tem duas causas: relaxamento da musculatura gástrica e presença de obstáculos de vários tipos que impedem o esvaziamento do estômago. Na forma aguda, o quadro clínico é caracterizado por gastralgia intensa, vômito e´, às vezes, dores anginóides. A gastrectasia crônica revela-se com: inapetência, eructação, sensação de peso após as refeições, distúrbios digestivos.

GASTRENTERITE. Inflamação aguda ou crônica da mucosa gástrica e intestinal.
Gastrenterite aguda: afeta as pessoas que ingeriram alimentos deteriorados ou em quantidades excessivas; nestes casos, ocorre irritação da parede gástrica e nos outros segmentos do aparelho digestivo. Manifesta-se por dores de intensidades variáveis, náusea, vômitos que inicialmente contêm o alimento ingerido e, depois, certa quantidade de bile; quase sempre ocorre diarréia abundante e freqüente.
Gastrenterite aguda bacteriana ou Enterite viral: provavelmente é de origem viral e provocada pela ingestão de alimentos contaminados. Distinguem-se duas formas: uma é acompanhada de febre que aparece depois de 1 a 2 dias com náusea, vômito, anorexia, dores abdominais contínuas e intensas. A outra forma é apirética e caracterizada por diarréia com grande quantidade de líquido e cólicas que precedem a evacuação; com certa raridade as fezes contêm sangue.
Gastrenterite tóxica: surge por ingestão de alimentos tóxicos (cogumelos, carnes e peixes estragados) ou substâncias venenosas. A sintomatologia é constituída de náusea, dores abdominais intensas e diarréia. A esses sintomas juntam-se outros devidos à ação tóxica das substâncias sobre os outros aparelhos.

GÁSTRICA.
G. dilatação. ver Gastrectasia.
G. Hemorragia. ver Gastrarragia.
G. Inflamação. ver Gastrite.
G. Lavagem. ver Lavagem gástrica.
G. Paralisia. ver Gastroplegia.
G. Ptose. ver Gastroptose.
G. Espasmo. ver Gastropasmo.

GÁSTRICO (Suco). Secretado pelas glândulas da mucosa gástrica, é um líquido límpido, produzido em quantidades fisiologicamente variáveis, de acordo com a natureza dos alimentos. É formado principalmente por ácido clorídrico, pepsina, quimosina.

GASTRITE. Inflamação aguda ou crônica da mucosa do estômago.
Gastrite aguda catarral: provocada por estímulos químicos ou térmicos, como os que se verificam por ingestão de várias substâncias corrosivas ou de alimentos excessivamente quentes. Outras vezes é de origem traumática, infecciosa ou tóxica. As manifestações dessa gastrite são: vômito, inapetência, pirose, eructações ácidas e mal-estar geral.
Gastrite aguda flegmonosa: forma mais grave que a precedente, pois é acompanhada de processo infeccioso (estafilococos e estreptococos) em zona da mucosa previamente lesada (gastrite catarral, úlcera, etc.). Isso é observado principalmente em pessoas debilitadas por outras doenças. A sintomatologia é variável: além das manifestações da gastrite catarral, há febre e taquicardia. O abscesso pode se abrir para o interior do estômago e, nesta hipótese, ocorrerá vômito contendo pus. A seguir, o quadro clínico se atenua. Porém, algumas vezes, o pus é vertido na cavidade peritoneal, provocando peritonite circunscrita ou generalizada.
Gastrite crônica inespecífica: bastante freqüente, é provocada por excessivo consumo de álcool, condimentos fortes, fumo ou, então, por afecções graves como anemia perniciosa e cirrose hepática. Porém, quase sempre sua origem permanece ignorada. A g.c.i. pode ser assintomática; em alguns casos, ocorrem sintomas ligados a distúrbios da secreção e da motilidade gástrica após as refeições. Tais sintomas são: cólica, opressão na região epigástrica, eructações, pirose e, às vezes, náusea e vômito. Freqüentemente os indivíduos portadores deste tipo de g. apresentam cefaléia, língua saburrosa e astenia.
Gastrite específica: de etiologia tuberculose ou sifilítica; ambas as formas de g.e. são raras, embora o estômago possa ser sede de lesões da lues terciária. A sintomatologia pode simular a g. crônica ou uma estenose, um tumor, uma úlcera.

GASTROBLENORRÉIA. Secreção excessiva, contínua e periódica de suco gástrico. A g. faz parte das neuroses de secreção; é observada em diversas moléstias nervosas e quase sempre associada a outras neuroses gástricas. Clinicamente, manifesta-se com vômitos e fortes dores.

GASTROPLEGIA. Paralisia da musculatura gástrica provocada por intoxicações agudas graves ou por traumatismos epigástricos.

GASTROPTOSE. Deslocamento do estômago, com relação à sua posição fisiológica, por relaxamento da musculatura ou dos ligamentos de sustentação do órgão.

GASTRORRAGIA ou GASTRORREXE. Hemorragia da parede gástrica provocada por lesões dos vasos sangüíneos que a irrigam. Se o sangue é vertido para o exterior através do esôfago e da faringe, diz-se hematêmese; quando o sangue é eliminado por via intestinal, verifica-se a melena. Várias causas podem provocar g.: úlcera, gastrite, tumor gástrico, traumatismos, intoxicações.

GASTROSPASMO. Contração espasmódica da musculatura gástrica que provoca dores intensas e intermitentes na região epigástrica e disfagia. É um distúrbio ligado às neuroses.

GASTRODUODENITE. Processo inflamatório agudo ou crônico das paredes gástricas que se difundem para o duodeno. A sintomatologia é semelhante à da gastrite.

GENGIVITE. Processo inflamatório agudo ou crônico da gengiva, caracterizado por vermelhidão, dor, hemorragia e, em alguns casos, espessamento da região afetada (g. hipertrófica) ou necrose do tecido (g.necrótica0. São responsáveis pelo aparecimento dessa afecção, vários fatores de ordem local (cárie dentária, irritação provocada por restos de alimentos nos interstícios dentários, tártaro) ou gerais (intoxicações exógenas, avitaminose C, desequilíbrios endócrinos).

GIARDÍASE. Infecção provocada por um protozoário flagelado Giardia, lamblia, também conhecido como G. intestinalis e Lamblia intestinales. Não se sabe exatamente se é patogênico para o homem, conquanto a infecção se caracteriza por diarréia.

GIGANTISMO. Crescimento anormal do esqueleto acompanhado por aumento das dimensões das vísceras.
G. constitucional: muito provavelmente é originado por excessiva, porém fisiológica, produção hipofisária de hormônio somatotrófico (somatotrofina), portanto, não ligado a processos patológicos. Os indivíduos com tal forma de g. conservam proporções harmoniosas e não apresentam anomalias; às vezes, o g. ocorre em vários membros de uma mesma família.
G. hipofisário: ocorre por excessiva produção de somatotrofina hiposifária, sendo a glândula afetada por processo hipertrófico ou neoplásico. Para que o g. h. ocorra, é necessário que o organismo não esteja ainda completamente desenvolvido; caso contrário, a manifestação será a acromegalia (ver). Na realidade, o gigante é freqüentemente um acromegálico, o qual, além de ter uma altura superior à normal, apresenta aumento das mãos, dos pés, da mandíbula, da caixa craniana, etc. Tais indivíduos não possuem grande força muscular e muitos, pelo contrário, são débeis; no homem ocorre impotência e na mulher amenorréia. Comparecem também distúrbios provocados pela compressão que a hipófise exerce sobre as formações vizinhas; cefaléia, distúrbios visuais, sonolência, poliúria e polidipsia.
G. eunucóide: esta alteração acompanha uma diminuição do funcionamento das glândulas sexuais durante a pré-puberdade. Os hormônios sexuais favorecem a soldadura das cartilagens de conjugação, bloqueando o crescimento dos ossos; evidentemente, uma deficiência de tais hormônios retarda o processo. Os doentes com g. e. apresentam, além de todos os sintomas devidos ao insuficiente desenvolvimento sexual, membros de comprimento desproporcional às dimensões do tronco.

GINECOMASTIA. Desenvolvimento anormal das glândulas mamárias no sexo masculino, causado por disfunções hormonais.

GLÂNDULAS. Órgãos que têm função de selecionar substâncias destinadas a serem eliminadas do organismo (g.excretoras) ou de elaborar outras, utilizadas para vários fins (g.secretoras). Segundo a função, dividem-se em diversas categorias; porém, é fundamental a diferença que existe entre g. exócrina e g. endócrina. As primeiras, lançam suas secreções no exterior do corpo ou em alguma cavidade que se comunica com o exterior; as segundas, lançam os seus produtos, os hormônios, diretamente no sangue. As g. exócrinas são muito numerosas, variáveis em dimensão, forma e posição.
G. Endócrinas
Corpo pineal ou epífise: encontra-se na região central do encéfalo; é constituído por duas lâminas transversais, superior e inferior, separadas por um sulco (recessus pinealis). Sua ação é pouco conhecida, parecendo estar relacionada com a maturidade sexual do macho.
Hipófise ou glândula pituitária: situada na fossa cerebral média, na sela túrcica, é constituída por duas porções: adenoipófise, anterior e de natureza glandular e neuroipófise, posterior e de natureza nervosa. A adenoipófise é formada por três tipos de células (cromófobas, eosinófilas e basófilas) que têm funções bem diferentes na produção dos hormônios. A neuroipófise é formada por tecido glial. A hipófise, embora pequena, exerce funções importantíssimas, ou seja, dirige a atividade de todas as outras glândulas. Produz vários tipos de hormônios, cada um deles desempenhando funções específicas que podem consistir em estimulação de outra glândula endócrina ou em complementação de uma ação específica, como a de regular o crescimento corpóreo. A hipofunção da hipófise pode ser parcial ou total; no primeiro caso, surge o nanismo, anomalia constitucional verificada na infância; no segundo, ocorre intenso emagrecimento, grande astenia, fraqueza geral, caracterizando a caquexia hipofisária. A hiperfunção hipofisária determina o gigantismo, quando ocorre antes da puberdade e a acromegalia, quando a hiperfunção incide depois. A hipofunção adeno e neuroipofisária determina o síndrome adiposogenital ou de Frolich e a hipofunção da neuroipófise se manifesta pelo diabete insípido. Os hormônios elaborados na hipófise são: tireotrofina (estimula a produção dos hormônios da tireóide); somatotrofina (determina o crescimento); gonadotrofina A (estimula o crescimento do folículo ovariano e os caracteres sexuais secundários masculinos e femininos); gonadotrofina B (estimula a função gonadal); gonadotrofina C (estimula a secreção Láctea); corticotrofina (age sobre o córtex supra-renal). Além disso, produz os hormônios antidiurético, oxitóxico e a vasopressina.
Tireóide: glândula situada na parte anterior do pescoço, na frente da laringe e dos primeiros anéis traqueais; apresenta dois lobos, esquerdo e direito, de forma cônica, com o ápice voltado para cima e unidos, inferiormente pelo istmo. É formada por grande número de vesículas, contendo substância de natureza coloidal nas quais se encontram os princípios hormonais. As células das vesículas possuem a capacidade de captar o iodo do organismo e de transformá-lo em tiroxina, hormônio ativo. Através da secreção hormonal, a tireóide exerce influência sobre todos os processos de crescimento e de evolução do organismo, porquanto age sobre o metabolismo dos carboidratos, dos lipídios e das proteínas e na atividade circulatória e neuromuscular. A insuficiência tireoidiana na criança provoca desenvolvimento somático e psíquico retardado (cretinismo), enquanto que no adulto determina astenia grave, arritmia e queda de pelos (mixedema, ver). o hipertireoidismo provoca a doença de Basedow (ver).
Paratireóides: conjunto de quatro glândulas situadas nos lados da tireóide (duas de cada lado), ao longo da margem póstero-medial. Tem formato ovóide e tamanho de ervilha. Secretam o paratormônio que age no metabolismo do cálcio e do fósforo. A hiperfunção das paratireóides origina a osteíte fibrocística generalizada que afeta as mulheres jovens. Caracteriza-se por descalcificação óssea e presença de cistos nos ossos. A hipofunção dessas glândulas causa hiperexcitabilidade neuromuscular.
Timo: glândula situada no mediastino anterior; durante a puberdade atinge o máximo do seu desenvolvimento, pesando cerca de 40 g. Após esse período, o t. sofre involução, reduzindo-se a um conglomerado adiposo embora não desaparecendo completamente. Não é conhecido o hormônio secretado pelo timo; experimentalmente, regula o crescimento esquelético, o desenvolvimento sexual, tem função linfopoética e influencia o metabolismo do fósforo e do cálcio.
Pâncreas: Ver Pâncreas.
Supra-renais: glândulas de forma achatada colocadas acima do pólo superior dos rins, pesando 4 a 8 g cada uma. Cortadas, verifica-se serem formadas por duas partes: uma central de cor cinza, a medular, envolvida por uma faixa com 2 a 4 mm de espessura, de cor amarela, a cortical. A cortical é formada por 3 camadas: a zona glomerular, a zona fasciculada e a zona reticular, cada uma com funções distintas, assim como a medular da glândula. Os hormônios da supra-renal são produzidos pela cortical e pela medular. Os primeiros são denominados genericamente corticóides, entre os quais os mais conhecidos são: cortisona, corticosterona, hidrocortisona, aldosterona, desoxicorticosterona e outros. Estes hormônios são classificados em dois grupos: os que são elaborados exclusivamente pela cortical e outro representado pelos hormônios sexuais que são produzidos também pelas gônadas. Ambos exercem ação sobre o metabolismo glicídico e hidrossalino, têm ação androgênica e regulam a circulação periférica. A medular secreta a adrenalina. Entre as moléstias provocadas por aumento da função da supra-renal (hipercorticalismo), citam-se os síndromes adiposogenitais, cuja principal evidência é a puberdade precoce e o síndrome de Cushing (ver). A hipofunção da supra-renal (hipocorticalismo) determina astenia, hipotensão, hiperpigmentação cutânea, diminuição da atividade sexual e a moléstia de Addison (ver).
Gônadas: ver Testículos e Ovário.
Glândulas exócrinas
Ver Rim, Sudoríparas (Glândulas), Salivares (Glândulas), Mamas, Fígado, Pâncreas

GLAUCOMA. Moléstia do olho causada por aumento da pressão intra-ocular. Instala-se quando aumenta o volume do humor aquoso. Manifesta-se com dores intensas e distúrbios visuais.

GLENÓIDE (cavidade). Cavidade hemisférica da escápula (ou omoplata) na qual se articula a extremidade superior do úmero. Conjunto: Acrômio, Processo Coracóide (acrômio e coracóide juntos podem dar a impressão de impedir o movimento para cima do úmero), Cavidade glenóide, Escápula, Úmero.

GLICEMIA. Presença de glicose no sangue. A hiperglicemia ou aumento d taxa de glicose representa um dos sinais do diabete. Ao contrário, a diminuição de glicose (hipoglicemia) é um síndrome ligado à função supra-renal aumentada.

GLICÍDIOS ou HIDRATOS DE CARBONO ou CARBOIDRATOS. São as substâncias mais usadas na alimentação e mais abundantes na natureza, encontradas principalmente nos vegetais, como cereais, batata, arroz, etc. Do ponto de vista químico são constituídos por carbono, hidrogênio e oxigênio e classificados em: Monossacarídeos ou açúcares simples: dentre os quais estão a glicose, a levulose ou frutose, a galactose.
Dissacarídeos: que compreende a lactose e a sacarose.
Polissacarídeos: dos quais os mais importantes são a celulose, o amido e o glicogênio.
Mucopolissacarídeos: representados por ácido hialurônico, mucoitin-sulfato, condroitin-sulfato e heparina.
Os mono e os dissacarídeos, devido ao gosto doce que apresentam constituem os açúcares; assim, diz-se por exemplo, que a levulose é o açúcar das frutas; a lactose o açúcar do leite, etc.

GLICOGÊNIO. Substância que se encontra no fígado. Quando ocorre a absorção de açúcares durante os processos digestivos, o excesso de glicose é armazenado no fígado onde polimeriza em glicogênio. Quando a taxa glicêmica do organismo tende a diminuir, ocorre o contrário, ou seja, o glicogênio transforma-se novamente em glicose.

GLICOSE ou GLUCOSE. Carboidrato que, no organismo, é armazenado principalmente no fígado (ver Glicogênio).

GLICOSÚRIA. Presença de glicose na urina. O fenômeno constitui uma ocorrência fisiológica durante a gravidez ou após ingestão excessiva de açúcar. Em todos os outros casos, a glicosúria é patológica. Pode manifestar-se nas hiperglicemias e nas nefropatias.

GLIOMA. Tumor maligno do sistema nervoso, podendo afetar também a retina.

GLOBULINAS. Proteínas que se encontram no sangue e nos líquidos orgânicos.

GLOMERULONEFRITE. Ver Nefrite.

GLOSSALGIA. Dor na língua.

GLOSSINA ou MOSCA TSETSE. Inseto que transmite a moléstia do sono ou tripanossomíase africana.

GLOSSITE. Processo inflamatório da língua.
Glossite parenquimatosa: mais freqüentemente provocada por traumatismos (queimaduras, mordeduras) e caracteriza-se por vermelhidão e tumefação do órgão.
Glossite dissecante: encontra-se sobretudo em crianças com dispepsia e manifesta-se pela formação de sulcos mais ou menos profundos.

GLOSSOFARÍNGEO. Nervo misto (formado por fibras sensitivas e motoras) que constitui o nono par dos nervos cranianos; distribui-se principalmente na língua e na faringe.

GLOSSOPLEGIA. Paralisia lingual provocada por lesões centrais ou periféricas no ramo motor do nervo hipoglosso. A g. pode ser unilateral ou bilateral, conforme seja afetado um ou ambos os nervos.

GLÚTEA (Região). Parte simétrica que forma a zona posterior do quadril, vulgarmente denominada nádegas. A região é rica em tecido adiposo e formada pelos seguintes músculos: grande glúteo, médio glúteo, pequeno glúteo, piramidal, obturador interno, gêmeos e quadrado femoral.

GOMA. Formação patológica constituída de nódulo de consistência dura e elástica, produzida por processos inflamatórios crônicos. São características as gomas sifilíticas que surgem no terceiro período dessa infecção.

GONARTRITE. Processo inflamatório agudo ou crônico do joelho.

GONOCOCIA. Infecção provocada por gonococos. V. Gonorréia.

GONORRÉIA ou BLENORRAGIA. É a mais difundida dentre as moléstias venéreas. Trata-se de inflamação provocada por Neisseria gonorrheae, germe patogênico somente para a raça humana. A vida de contágio é a genital, porém a doença pode se transmitir através de material infectado. O período de incubação é de 4 a 5 dias. Manifesta-se diversamente no homem e na mulher. O primeiro acusa queimor á micção e emissão de material mucoso, esbranquiçado, cada vez mais abundante; tais sintomas são causados pela inflamação uretra. Quando a gonorréia não é convenientemente tratada, o processo pode interessar a bexiga, provocando micções freqüentes, escassas e dolorosas. Em seguida a moléstia torna-se crônica e a sintomatologia se atenua. Na mulher a gonorréia produz prurido e queimor vulvo-vaginal, acompanhados de secreção mucosa. A infecção pode propagar-se para as vias genitais superiores e para o aparelho urinário. Quando o recém-nascido é contaminado pela progenitora, no momento de nascer a infecção localiza-se na conjuntiva ocular.
As complicações que ocorrem em doentes não curados são devidas à entrada do agente no sangue e posterior localização em outros pontos, como por exemplo, no joelho onde provoca artrite gonocócica, muito dolorosa e anquilosante.

GOTA. Doença do metabolismo de etiologia ignorada, caracterizada por aumento do ácido úrico no sangue (hiperuricemia), por acessos artríticos e, às vezes, lesões renais, cardíacas e cerebrais. Como as lesões mais comuns são ao nível dos pés, é também conhecida com o nome de podagra; quando compromete as mãos tem o nome de quiraga. Além disso, tem recebido outras denominações, segundo os diversos aspectos clínicos: artrite aguda gotosa, artrite crônica deformante, gota regular ou irregular, gota metastática, gota visceral, gota atípica, gota alérgica, diátese gotosa e outras.
Manifesta-se com três aspectos: artrite aguda, que corresponde ás crises articulares; gota intercrítica, que é o período entre os acessos agudos e, finalmente, a artrite crônica deformante. Nos casos típicos, a crise sobrevém inesperadamente sob forma de dor intensa na articulação metatarso-falangiana que se apresenta tumefeita e quente, vermelhidão da pele, febre, anorexia, peso epigástrico, azia, eructações, cãibras gástricas, constipação. A crise dura 4 a 5 dias e os fenômenos locais e gerais desaparecem. As crises sucessivas, que podem se repetir a cada ano são cada vez menos típicas e menos intensas. As articulações permanecem com certa rigidez e tumefação. A forma crônica desenvolve-se depois de surtos agudos repetidos e, por essa razão é verificada nas pessoas mais idosas. Caracteriza-se por dores articulares pouco acentuadas, articulações tumefeitas, dificultando ou impedindo movimentos, astenia pronunciada. A gota crônica tem como característica o aparecimento de tofos articulares, massas de cor amarelada, contendo material caseoso com cristais de ácido úrico. Os tofos periarticulares localizam-se nas bolsas serosas e sinoviais bainhas dos tendões, podendo atingir grandes dimensões. A forma crônica da gota provoca deformações e destruições ósseas e articulares, alterações digestivas, insuficiência renal e perturbações cardiovasculares; o doente pode chegar á caquexia.

Artrite ou reumatismo crônico deformante é uma forma de gota crônica primitiva, ou seja, que não passou pela fase de surtos repetidos de artrite gotosa aguda; verifica-se em mulheres, velhos, adultos debilitados, em filhos adolescentes e doentios dos gotosos, incidindo nos dedos das mãos ou nas grandes articulações (joelho, cotovelo, punho, etc). A dor é atenuada e não existem crises; as deformações são devidas às nodosidades ao nível das articulações.
As manifestações da gota em outros aparelhos constituem a gota abarticular, aguda ou crônica. A primeira manifesta-se durante as crises articulares, podendo ser de natureza nervosa, cardíaca, respiratória, digestiva. A forma abarticular crônica é lenta e progressiva (gota larvada), provoca alterações diversas, como renais (calculose renal), flebite, hipotensão, leve dispnéia, hipertrofia do coração, arteriosclerose, bronquites, perturbações genitais, cãibras, mialgias.

GRANULÓCITOS. Variedade dos glóbulos brancos que apresentam granulações. citoplasmáticas, coradas diferentemente. A granulocitopenia e a granulocitose representam, respectivamente, diminuição e aumento de granulócitos que se verificam em diversas condições mórbidas. A agranulocitose significa ausência de granulócitos e constitui uma condição orgânica grave.

GRANULOMA. Formação patológica de caráter benigno, em forma de nódulo que se instala nos tecidos após processos infecciosos, como na sífilis e na tuberculose.

GRAVIDEZ ou GESTAÇÃO. Período que se segue à fecundação e, durante o qual, o feto se desenvolve; a duração da gravidez é de cerca de 280 dias. Durante esse período, o organismo materno sofre importantes modificações sob a influência dos hormônios progesterona e foliculina. Tais modificações são: aumento de volume do útero, cujas paredes se enriquecem de vasos sangüíneos; aumento do metabolismo energético, em especial dos glicídios; formação da placenta. Esta, riquíssima em vasos, forma-se mais ou menos no terceiro mês da g., na parede interna do útero. Tem finalidade de filtrar o sangue materno, retendo oxigênio e substâncias nutritivas e, através do cordão umbilical, enviar para o feto sangue já contendo os elementos úteis para o seu desenvolvimento; portanto, não é o sangue materno que circula no feto. Uma característica do filtro placentário é a de não deixar passar germes, com exceção do treponema da sífilis e de alguns outros (vírus da rubéola). A mulher gestante pode acusar distúrbios neurovegetativos ou do sistema nervoso: náusea, vômito, salivação abundante, aumento do apetite, alterações da gustação e do olfato, sonolência, melancolia e distúrbios do humor. Além disso, podem surgir manchas cutâneas pigmentadas, aumento de volume das mamas, escurecimento e aumento dos mamilos. No terceiro mês de vida intrauterina, o feto já apresenta esqueleto cartilaginoso completo, distinguindo-se até os dedos; começam a diferenciar-se suas características sexuais externas e nessa fase, o fígado é o seu órgão mais volumoso pois deve presidir a formação do sangue. No quarto mês, o coração encontra-se regularmente desenvolvido e, no quinto, a gestante sente os primeiros movimentos do feto. No sexto mês a criança atinge o seu completo desenvolvimento, porém não pode sobreviver no exterior porque uma membrana hialina pulmonar ainda impede as trocas gasosas; deste momento em diante, a expulsão do feto não mais é definida como aborto e sim como parto prematuro. No sexto mês, os testículos saem da cavidade abdominal para instalarem-se na bolsa escrotal; em certos casos, isso pode ocorrer somente após o nascimento. No fim do nono mês, a criança está apta a enfrentar as condições de vida extra-uterina; ao nascer, com o primeiro vagido (choro do recém-nascido) entra ar nos pulmões dilatando-se os alvéolos; de outro lado, modifica-se a circulação sangüínea e, no coração, os átrios direito e esquerdo separam-se por obliteração do ducto de Botallo.
Diagnóstico da gravidez: o primeiro sintoma é a supressão da menstruação e, posteriormente, as modificações corpóreas já citadas. O diagnóstico da gravidez pode ser feito precocemente pela presença na urina da mulher grávida de certos hormônios típicos; o teste mais moderno e mais rápido é o imunoquímico, no qual se fazem reagir tais hormônios com anticorpos anti-hormônios. Existem outros tipos de testes praticados em animais de laboratório (camundongas para reação de Ascheim-Zondeck; coelhas para a reação de Friedman-Brouha; sapos machos para a reação de Galli-Mainini); o tempo necessário para a obtenção dos resultados com estes testes, é muito superior ao da prova imunoquímica.
Gravidez múltipla: verifica-se quando dois ou mais fetos desenvolvem-se contemporaneamente;origina-se da fecundação de dois ou mais óvulos, amadurecidos excepcionalmente ao mesmo tempo, ou da divisão de um ovo já fecundado. No primeiro caso, os gêmeos, denominados dizigotos, apresentam semelhanças como as que ocorrem entre dois irmãos; no segundo caso, os gêmeos chamados monozigotos, tendo sido originados pelo mesmo ovo e mesmo espermatozóide, serão idênticos e do mesmo sexo.
Gravidez extra-uterina: verifica-se quando o ovo fecundado não desce para o útero e se desenvolve na trompa (ou mais raramente no ovário ou na cavidade abdominal). No caso de gravidez tubárica, quando o embrião cresce, há rompimento do órgão, causando hemorragia. Os principais sintomas são dores intensas e estado de choque.

GRIPE. Ver Influenza.

GRUPOS SANGÜÍNEOS. O sangue humano é classificado em diversos grupos em função das propriedades aglutinantes dos glóbulos vermelhos e, em certos casos, pela presença de anticorpos no plasma. Os vários tipos de sangue podem ser classificados segundo sistemas diferentes; os mais importantes, do ponto de vista prático são os sistemas ABO e Rh.
Sistema ABO: compreende o grupo A, o grupo B, o grupo AB e o grupo O. O sangue A apresenta eritrócitos contendo antígenos A e no plasma os anticorpos anti-B; o sangue B possui antígenos B e anticorpos anti-A; o sangue O não tem antígenos mas possui anticorpos anti-A e anti-B; o sangue AB tem antígenos A e B, mas não tem anticorpos. O sistema é importantíssimo para a transfusão pois o recebimento de sangue de doador de grupo diferente pode ser letal para o recepto; constitui exceção o grupo O cujo sangue pode ser doado a todos e o grupo AB que pode receber qualquer tipo de sangue.
Sistema Rh: o sangue de alguns indivíduos contém um antígeno (fator Rh) enquanto uma minoria não o possui. Os primeiros são denominados Rh positivos e os últimos Rh negativos. O sistema Rh é importante principalmente durante a gravidez; quando uma mulher Rh negativa concebe um feto Rh positivo, elabora anticorpos contra o sangue do feto. Os anticorpos passam para o sangue fetal e provocam conseqüências graves (ver Exangino-transfusão).

GUSTAÇÃO. Um dos cinco sentidos. Situa-se principalmente na língua, órgão muscular que também exerce importante função na mastigação, deglutição e articulação da palavra. A mucosa de revestimento da língua, de estrutura e aspecto diverso nas suas várias regiões, apresenta: folículos linfáticos que, grupados, formam a tonsila lingual; pequenas e numerosas glândulas salivares linguais e papilas linguais gustativas, cuja estimulação origina a percepção dos sabores. Os sabores fundamentais são: o doce, o amargo, o ácido e o salgado.

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Quem sou eu

Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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