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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dicionário Médico: Letra F

FÁCIES ou FÁCIE. Expressão ou aspecto da face em determinadas doenças, como por exemplo:
f. leontina: caracterizada por infiltrações, deformidade nasal, dando à fisionomia aspecto comparado ao do leão, na lepra lepromatosa;
f. marmórea: cujo edema cutâneo é duro, dando ao rosto aspecto reluzente, rígido e inexpressivo, típico da dermatomiosite;
f. basedowniano: que se revela com exoftalmia e ansiedade, em doença da tireóide.
A fácies é de grande importância na avaliação da saúde e da doença pois o mínimo desvio das condições normais logo se reflete na fisionomia, fato este bem conhecido, inclusive por leigos.

FADIGA. Indica uma sensação subjetiva que ocorre após trabalho intenso; o termo fadiga também é utilizado para designar a diminuição da atividade de certos tecidos do organismo após a execução de trabalho contínuo. A fadiga muscular pode ser aquilatada através de aparelhos de fisiologia.

FAGOCITOSE. Constitui uma das principais defesas que o organismo possui contra substâncias estranhas inertes ou vivas; tais substâncias são englobadas e eventualmente digeridas por células denominadas fagócitos de dois tipos, em relação ao seu tamanho: macrófagos e micrófagos. Os primeiros são formados por: histiócitos, monócitos, células do sistema retículo-endotelial, célula de Küpffer do fígado e outras. Os micrófagos, que agem lentamente, são os granulócitos neutrófilos, pertencentes ao grupo dos glóbulos brancos. Quando ocorre uma lesão em qualquer parte do corpo, a corrente circulatória da região torna-se mais lenta e os micrófagos saem dos vasos (diapedese); com movimentos amebóides, atingem o ponto onde devem agir. É provável que os micrófagos sejam atraídos por substâncias elaboradas pelos micróbios ou pelas células lesadas (quimiotaxia positiva). A ação dos granulócitos consiste em englobar as partículas nocivas e, eventualmente, matá-las e digeri-las. Em certos casos, os germes podem sobreviver no interior do fagócito ou mesmo multiplicar-se, provocando a sua morte.

FARINGITE. Inflamação aguda ou crônica da mucosa retrobucal e da faringe.
F. aguda: da qual se distinguem vários tipos: eritematosa, ulcerosa, flegmonosa, necrótica. A f. eritematosa é caracterizada por vermelhidão e inflamação da mucosa, a f. ulcerosa se revela pela formação de uma úlcera de coloração acinzentada; a f. flegmonosa apresenta a formação de abscesso; na f. necrótica existem escaras as quais, destacando-se, deixam ulcerações.
F. crônica: freqüentemente provocada por fatores irritantes (fumaça, vapores) que agem sobre a mucosa e manifesta-se clinicamente por sensação de secura na garganta, tosse seca e queimor local.

FÁSCIA LATA (músculo tensor da). Músculo situado lateral e superficialmente; estende-se da espinha ilíaca ântero-superior à fáscia lata; membrana aponevrótica que envolve os músculos da coxa.

FAVO (ou tinha favosa ou alveolar). Tricose parasitária, provocada pelo Tricophyton schoenleinii; o couro cabeludo é a sede de predileção, embora possa desenvolver-se também em outras partes do corpo. No início, as lesões instalam-se ao redor dos pontos de implantação dos cabelos e têm coloração amarelada. Posteriormente, confluem e forma crostas secas. As placas têm extensão variável, podendo abranger todo o couro cabeludo. Debaixo das crostas podem existir ulcerações ou então, processo inflamatório com tendência à cicatrização. Os cabelos caem, permanecendo somente os localizados entre as crostas. O favo determina alopecia cicatricial.

FEBRE ou PIREXIA. A febre é um sintoma que acompanha numerosos estados patológicos; consiste no aumento da temperatura corporal acima de 37ºC, podendo atingir até 41º-42ºC. Diversos mecanismos provocam aparecimento de febre: produtos tóxicos de origem bacteriana ou viral (infecções); substâncias libertadas por células do organismo, especialmente pelos glóbulos brancos (tumores, reumatismos, lúpus); funcionamento irregular dos centros nervosos que controlam a temperatura corpórea (tumores cerebrais, hemorragias). Outras vezes, não existem causas precisas, podendo mesmo ser atribuída a distúrbios neurovegetativos. Ainda não foi estabelecido se a febre deve ser considerada como um fenômeno positivo ou negativo; alguns consideram-na como um mecanismo de defesa, enquanto outros negam tal suposição. A febre pode surgir gradualmente ou, então, bruscamente. Sua evolução é variável pelo que podem ser distinguidos diversos tipos de febre.
Febre contínua: a temperatura mantém-se elevada com oscilações mínimas; é típica da pneumonia, da escarlatina, do tifo.
Febre intermitente: surtos febris, intercalados com períodos de apirexia, como sucede na malária, em moléstias das vias urinárias.
Febre recurrente: há alternância de alguns dias de febre, geralmente contínua, com alguns dias de apirexia.
Febre remitente: as oscilações diárias são maiores do que antes, porém a temperatura mínima não desce ao normal.
Febre tipo inversa: a temperatura durante o período da manhã é mais elevada do que a temperatura da tarde.
A queda da temperatura pode ser rápida (defervescência por crise) ou lenta, em vários dias (defervescência por lise).

FEBRE AFTOSA. Ver Afta epizoótica.

FEBRE AMARELA. Moléstia infecciosa e contagiosa provocada por um vírus filtrável, transmitido por mosquito, o Aedes aegypti ou Stegomya fasciata. É epidêmica em alguns países. O período de incubação dura cerca de uma semana; o início é rápido e manifesta-se com febre elevada, cefaléia, náusea e vômito. Depois de alguns dias, a temperatura corpórea diminui e surge a icterícia, acompanhada de hemorragia e vômito escuro. A evolução é lenta e, em muitos casos, grave.

FEBRE DAS MONTANHAS ROCHOSAS. Moléstia aguda febril, própria do território das Montanhas Rochosas nos Estados Unidos. É provocada por carrapatos.

FEBRE DE MALTA ou FEBRE ONDULANTE. Ver Brucelose.

FEBRE DO FENO. afecção alérgica provocada pelo pólen de diversas plantas, determinando sensibilização da mucosa nasal. É uma afecção bastante difundida. Os doentes que têm esse tipo de alergia, sentem, em primeiro lugar, intenso queimor ocular, nasal e, às vezes, bucal; a tais sintomas seguem-se vermelhidão da conjuntiva ocular, fotofobia, lacrimejamento contínuo. A secreção de muco nasal torna-se abundante e o doente espirra repetidamente. Na fase aguda da moléstia surgem: febre, acessos asmáticos, cefaléia, diarréia ou prisão de ventre.

FEBRE DOS CINCO DIAS. Moléstia infecciosa provocada por agentes patogênicos transmitidos por piolhos. Manifesta-se com cefaléia, lassidão, dores difusas, calafrios. Tem duração de cinco dias. À remissão do processo, segue-se nova crise acompanhada de hépato e esplenomegalia.

FEBRE DOS TRÊS DIAS ou DOS PAPATÁSIOS. Moléstia aguda febril de caráter epidêmico, provocada por um vírus filtrável transmitido ao homem através da picada da fêmea de um díptero Phlebotomus papatasii, encontrado na Europa, Ásia e África. Manifesta-se com anorexia, cefaléia, febre, dores musculares e articulares; a duração da febre é de três dias.

FEBRE DO VALE DE S. JOAQUIM. Nome pelo qual era conhecida acoccidioidomicose.

FEBRE DUM-DUM ou CLAZAR. Moléstia febril, aguda, provocada pela Leishmania donovani e transmitida ao homem por pulgas ou percevejos. É caracterizada por febre alta, anemia, hépato e esplenomegalia.

FEBRE GANGLIONAR. Ver Mononucleose infecciosa.

FEBRE PARATIFÓIDE. Ver Paratifo.

FEBRE POR MORDIDA DE RATOS. Ver Sodoku.

FEBRE PUERPERAL. Provocada por microrganismos patogênicos (quase sempre cocos, que penetram nos órgãos genitais femininos durante o parto. A doença surge poucos dias depois e manifesta-se com febre muito alta e condições gerais graves.

FEBRE Q. Moléstia aguda febril provocada pela Rickettsia burneti. O homem infecta-se pelo contato com animais doentes ou por ingestão de alimentos contaminados com a urina, ou ainda, pela picada de carrapatos infestados pela Rickettsia. O início da doença é brusco, com temperatura elevada, dores musculares e articulares, hépato e esplenomegalia, pneumonia. Pode ocorrer delírio, fotofobia e intenso queimor ocular.

FEBRES RECURRENTES. Moléstias infecciosas agudas, causadas por espiroqueta do gênero Borrelia, transmitidas por piolhos ou por carrapatos. Caracteriza-se por febre muito elevada, à qual seguem-se períodos de remissão e novas recidivas. Manifesta-se com cefaléia, dores ósseas e articulares, subicterícia, edemas nos membros inferiores.

FEBRE REUMÁTICA. Ver Reumatismo.

FEBRE TIFÓIDE. Ver Tifo.

FEBRE TIPO PEL-EBSTEIN. Também denominada f. recurrente crônica, caracterizada por surtos sucessivos de 15 a 20 dias separados por espaço mais ou menos igual de temperatura normal. É encontrada na moléstia de Hodgkin ou linfogranuloma maligno (ver).

FEBRÍCULA. Leve alteração febril que é observada, na maioria dos casos, em determinadas horas do dia. Do ponto de vista etiológico, as f. são classificadas em: tóxi-infecciosas, neuro-vegetativas e mistas.
F. tóxi-infecciosa: causadas por moléstias gerais infecciosas, como por exemplo, tifo, sífilis influenza; por processos infecciosos locais, como cárie dentária, piorréia alveolar, tonsilite, faringite, sinusite, bronquite, duodenite, cistite, anexite; por intoxicação de natureza interna (endógena) ou externa (exógena).
F. neurovegetativa: provocada por distonia neurovegetativa, acompanhada de: cefaléia, astenia, insônia, vertigem. A f. n. pode também ser de origem endócrina, provocada por disfunções hormonais.
F. mistas: devidas à coexistência de todas as causas citadas.

FECALOMA. Massa compacta de matéria fecal, de consistência dura, que se forma nos casos de prisão de ventre prolongada.

FERIMENTOS ou FERIDAS. Lesões traumáticas da pele ou dos tecidos subjacentes. Os f. podem ser determinados por objetos cortantes, provocando lesões de formas e profundidades diferentes. São também causas de ferimentos os objetos com ponta afilada; quando estes atravessam uma parte do corpo podem provocar hemorragias e, posteriormente, infecções por germes transportados para a profundidade dos tecidos. As compressões intensas, na dependência do tipo, determinam, às vezes, lacerações com margens irregulares, cianosadas, necróticas, podendo expor os tecidos mais profundos. Quando os tecidos sofrem tração brusca e violenta, como o que sucede na pressão da pele por engrenagens, ocorre laceração.
Os bordos desse ferimento são formados por fragmentos de pele e deixam a descoberto o tecido subcutâneo. A gravidade dos ferimentos provocados por projéteis de armas de fogo depende da velocidade e da distância; são muito graves os projéteis dum-dum os quais causam amplas e anfractuosas lacerações, facilmente infectáveis.
A cura dos ferimentos ocorre com a formação de novo tecido sem glândulas e folículos pilosos (tecido cicatricial) que preenche a eventual perda de substância e fecha a lesão. O processo cicatricial é prejudicado por infecções e estados patológicos gerais. Em certas pessoas predispostas, o tecido cicatricial forma-se em excesso, dando lugar ao quelóide.

FEZES. Material de eliminação que não foi assimilado durante os processos digestivos e que é expulso para o exterior através do ânus. A quantidade diária fisiológica de f. varia de acordo com o regime alimentar adotado (na dieta vegetariana a quantidade é superior que a da dieta à base de carnes). A consistência é pastosa; a cor varia em função das transformações do pigmento biliar, provocável pela flora bacteriana do intestino grosso; o odor é desagradável pela presença de substâncias diversas que se formam durante os processos putrefativos intestinais.

FIBRINA e FIBRINOGÊNIO. Ver Coagulação.

FIBROADENOMA. Tumor benigno formado por tecido fibroso e glandular, freqüentemente afetando as mamas.

FIBROLIPOMA. Tumor benigno formado por tecido fibroso e tecido adiposo. Ver Fibroma e Lipoma.

FIBROMA. Tumor de caráter benigno, de crescimento lento formado por tecido conectivo e fibroso. Pode ter consistência dura e compacta (f. duro) ou mole (f. mole). Desenvolve-se em qualquer parte do corpo, mas geralmente situa-se no útero e nas mamas.

FIBROMIOMA. Formação tumoral benigna formada por tecido fibroso e tecido muscular, mais freqüente no útero provocando hemorragias.

FIBROSSARCOMA. Ver Sarcoma.

FÍGADO. É a glândula mais volumosa do corpo humano. Situa-se na porção superior direita da cavidade abdominal. Pesa cerca de 1.500 gramas e tem cor vermelho-escura. Possui uma face superior convexa, situada sob o diafragma e uma ínfero-posterior convexa, situada sob o diafragma e uma ínfero-posterior côncava, percorrida por sulcos que permitem dividir o órgão em quatro lobos (direito, esquerdo, quadrado e caudado) nos quais encontram-se os vasos sangüíneos e as vias biliares. Ao fígado chegam a artéria hepática e a veia porta; dele partem as veias supra-hepáticas que desembocam na veia cava inferior. O fígado é recoberto por uma membrana fibrosa (cápsula de Glisson): sua estrutura interna é lobular, isto é, formada por unidades anatômicas e funcionais (lóbulos hepáticos). Embora não nitidamente separáveis entre si, cada lóbulo é formado por cordões de células, vasos sangüíneos e canalículos biliares. Os vasos pertencem a dois grupos: os aferentes (trazendo o sangue venoso das vilosidades intestinais e o sangue arterial comum) e os eferentes (que se reúnem para formar as veias supra-hepáticas e levam o sangue do fígado ao coração). Os canalículos biliares nascem entre as células do lóbulo e conduzem a bile elaborada. Tais canalículos reúnem-se em condutos cada vez mais calibrosos e formam o canal hepático por onde a bile se escoa do fígado. As células hepáticas têm dois pólos: externo ou biliar e interno ou sangüíneo; pelo pólo sangüíneo, retira do sangue as substâncias de que necessita para elaborar seus princípios. Uma vez formados, são lançados nos condutos biliares pelo externo (secreção externa) ou nos vasos sangüíneos pelo pólo interno (secreção interna). A formação e a excreção da bile constitui a secreção externa do fígado. Fabricada pelas células hepáticas, é lançada nos canalículos do interior do órgão e, posteriormente, no canal hepático. Este, bifurca-se formando, de um lado, o canal cístico que se dirige à vesícula biliar e, de outro, o colédoco que desemboca no duodeno, em uma dilatação da sua parede, a ampola de Váter. A bile desempenha papel importante na digestão (ver digestão). Através de mecanismos diversos e complexos, o fígado elabora proteínas plasmáticas e, em particular, alguns fatores indispensáveis para a coagulação; exerce atividade antitóxica, liberando o sangue de substâncias nocivas;destrói os glóbulos vermelhos que atingem o envelhecimento normal (o prazo d vida média das hemácias é de 90 a 100 dias) utilizando-os para a formação dos pigmentos biliares; exerce a função glicogênica, mantendo uma reserva de açúcares sob a forma de glicogênio (o qual é posteriormente transformado em glicose); é sede de importantíssimos processos metabólicos de proteínas, carboidratos e lipídios.
Patologia hepática
Insuficiência hepática: a expressão indica genericamente qualquer estado mórbido caracterizado por incapacidade do fígado de realizar as suas funções. Este órgão, que constitui o centro de todas as funções metabólicas do organismo, pode ser afetado por inúmeros fatores dos tipos mais diversos. Entre estes, citam-se: alimentação errônea; insuficiente ingestão de vitaminas; alcoolismo crônico; intoxicações exógenas; moléstias infecciosas agudas ou crônicas. O quadro clínico da i. h. varia em função da gravidade e da evolução da moléstia responsável. De modo geral, os doentes apresentam inapetência, sensação de peso no hipocôndrio direito, depressão física e psíquica, mal-estar após as refeições, vômito, um certo grau de depauperamento geral. Em certos casos o fígado aumenta de volume e surge icterícia.
F. de estase: indica o aumento de volume do fígado em conseqüência de processos circulatórios graves.
Tumores do fígado: entre os tumores malignos citam-se o carcinoma e o sarcoma que provocam hepatomegalia, dores locais intensas, icterícia, ascite, depauperamento geral e, às vezes, febre.
Abscesso hepático: provoca sintomas de infecção como febre alta, hepatomegalia, icterícia.
O f. pode ser afetado por várias moléstias infecciosas de origem bacteriana ou virais (espiroquetose, tuberculose, etc.) e por distúrbios circulatórios que provocam hepatomegalia. Também as vias biliares podem ser sede de lesões após processos inflamatórios diversos. A estagnação de bile e a sua passagem para o sangue origina a icterícia. A formação de cálculos nas vias dá lugar à calculose biliar. A cirrose hepática é uma moléstia grave do fígado.

FILARIOSE. Moléstia provocada por filárias, vermes da classe dos Nematódios. A forma mais conhecida é causada pela Filaria bancrofti. A moléstia é contraída pela picada de mosquitos e compromete sobretudo o sistema linfático. Os dois sintomas principais são quilúria e elefantíase que atinge as pernas e o escroto; freqüentemente ocorre febre, astenia, náusea.

FIMOSE. Estreitamento exagerado da abertura do prepúcio impedindo que se descubra a glande. Pode ser congênito ou adquirido; no segundo caso manifesta-se geralmente após seguidas inflamações do prepúcio. Na criança, a f. pode provocar enurese noturna; no adulto constitui obstáculo para o coito.

FÍSTULA. Canal anômalo que coloca um órgão em comunicação com o exterior (f.externa) ou, então, liga dois órgãos fisiológica ou anatomicamente independentes (f.interna). A f. pode ser congênita ou adquirida. Esta tem origem em foco purulento que ulcera o tecido, tomando um trajeto fistuloso.

FLATULÊNCIA. Formação de gás no intestino provocada por dispepsia gástrica ou intestinal, conseqüente a processos fermentativos ou putrefativos anômalos.

FLEBITE. Processo inflamatório das veias em conseqüência do qual formam-se trombos nas paredes dos vasos; por essa razão é preferida a denominação tromboflebite. É de origem infecciosa, causada por germes, especialmente estreptococos na corrente sanguínea; raramente é provocada por substância irritantes introduzidas na veia com finalidade terapêutica; conhecem-se também fatores que predispõem para a formação de flebite como a diminuição da velocidade de circulação como nas varizes. Uma forma freqüente de flebite é a que afeta as mulheres dez a quinze dias após o parto ou o aborto; manifesta-se com cãibra, inchaço, palidez ou cianose do membro inferior e febre. A veia inflamada é palpável, dando a sensação de um cordão endurecido. A causa desse tipo de flebite é a penetração de germes através das veias uterinas os quais atingem os vasos da perna. As complicações estão ligadas ao desprendimento de trombos e à invasão do organismo pelos germes (septicemia). Em geral, o processo se cura, restando uma sensação subjetiva de peso no membro afetado o qual pode se apresentar inchado em graus variáveis; por vezes ocorre a formação de úlcera.

FLEBORRAGIA. Hemorragia de origem venosa.

FLEGMÃO. Inflamação aguda caracterizada pela formação de pus, morte do tecido, tendência para difusão. Os germes responsáveis são, sobre tudo, os estafilococos e os estreptococos, ambos dotados de grande virulência ou favorecidos por resistência baixa devido a fatores gerais (diabete, desnutrição) ou locais (ferimentos lacerosos ou contusos) do organismo. Os micróbios chegam através da corrente sangüínea ou de focos vizinhos e desencadeiam uma inflamação violenta de modo que os tecidos não têm tempo para organizar barreira de defesas, como no caso de abscesso. Forma-se pus, constituído por detritos dos glóbulos brancos que aí chegaram para exercerem a função da fagocitose. A região afetada incha-se, torna-se antes avermelhada e depois azulada e o doente acusa dores intensas. O flegmão provoca o aparecimento de sintomas gerais de certa gravidade devido à passagem de substâncias tóxicas ara o sangue e provenientes do foco inflamatório: febre alta, taquicardia, cefaléia, vômito. Geralmente o flegmão deixa cicatriz.
Flegmão gangrenoso: neste tipo é escassa ou nula a formação de pus enquanto que a necrose é intensa; os germes responsáveis são, principalmente, estreptococos associados a outros que provocam putrefação. As manifestações clínicas variam bastante em função do local afetado, porém, de quaisquer modo, os sintomas gerais são graves.
Estomatite gangrenosa ou noma ou cancro aquático ou gangrena da bochecha: verifica-se em crianças de 2 a 13 anos de idade, de preferência no sexo feminino e mais raramente nos adultos. Inicia-se na mucosa de um dos cantos da boca sob a forma de edema que logo se transforma em massa de cor castanho-escura de aspecto gangrenoso; a lesão continua a progredir estendendo-se rapidamente para as regiões vizinhas (lábios, queixo, bochechas). Há grande perda de tecidos, deixando os ossos e descoberto. Ocorre em crianças mal nutridas e em convalescentes de moléstias infecciosas. Nos casos em que há sobrevivência, permanecem gravíssimas deformidades.

FLOGOSE. Ver Inflamação.

FLORES BRANCAS ou LEUCORRÉIA. Secreção vaginal ou uterina anormal provocando corrimento esbranquiçado, geralmente de origem infecciosa.

FLUTTER AURICULAR. Ver Arritmia cardíaca.

FOBIA. Forma de psicose obsessiva caracterizada por sensação de terror e repugnância para com determinadas pessoas, objetos ou situações particulares.

FOCOMÉLIA. Malformação congênita dos membros os quais se apresentam incompletos. É uma agenesia dos braços e das pernas, resultando na inserção direta das mãos na cintura escapular e dos pés na cintura pélvica.

FOLICULINA. Hormônio sexual feminino produzido pelo ovário cuja função principal é promover a proliferação da mucosa uterina.

FOSFÊNIO. É uma ilusão visual traduzida pela percepção de pontos luminosos, manchas de formatos diversos, centelhas. O fenômeno está ligado a várias afecções oculares ou pode verificar-se comprimindo o globo ocular.

FOSFORISMO. Intoxicação crônica provocada pelo fósforo. É uma moléstia profissional que afeta os que manipulam o fósforo branco ou amarelo. Manifesta-se por emagrecimento, anemia, astenia, icterícia, albuminúria.

FÓSFORO (intoxicação pelo). A intoxicação aguda pelo fósforo é provocada pela ingestão de substâncias fosforadas. O s primeiros sintomas surgem cinco seis horas após a ingestão e se manifestam com intenso queimor no retroboca, dores epigástricas e abdominais violentas, vômito e diarréia. Após três a quatro dias, as condições do doente agravam-se por alterações geradas pelo fósforo nos órgãos internos; ressurgem as cólicas abdominais e distúrbios da sensibilidade, colapso cardiovascular.

FOTOFOBIA. Intolerância à luz devida ao aumento da sensibilidade do olho aos estímulos luminosos. Quase sempre é acompanhada de lacrimejamento e blefarospasmo (espasmo palpebral). É um sintoma característico de diversas doenças oculares, como conjuntivite, queratite, etc.

FRAMBOESIA ou PIAN. Moléstia infecciosa provocada por um treponema, Spirocheta pertenuis, endêmica em alguns países da Ásia e da África equatoria, de evolução lenta e benigna; caracteriza-se pela erupção, em partes do tegumento, de nódulos recobertos de crosta amarelada. Posteriormente, surgem pápulas que se ulceram e cicatrizam, advindo finalmente lesões nodulares granulomatosas, denominadas gomas.

FRATURAS. Consistem na solução de continuidade do osso, provocadas por traumatismos intensos capazes de determinar torção, flexão ou compressão de segmento ósseo em seguida a quedas, abalroamentos, contrações musculares intensas. Podem se diretas ou indiretas segundo ocorram onde agiu o traumatismo ou em zona distante e ocorrem geralmente nos pontos dotados de baixa resistência. Quando a f. abrange toda a espessura do osso é denominada completa; caso contrário é chamada incompleta. A incidência das fraturas varia em relação à idade; são menos freqüentes nas crianças cujos osso são ricos em substâncias orgânicas e mais pobres em sais de cálcio; ao contrário, nos velhos aumentam os sais minerais, tornando os ossos mais frágeis.
A sintomatologia é variável: após o traumatismo, o doente acusa dor muito intensa na parte atingida a qual, muitas vezes, deforma-se por deslocamento ou desvio das partes ósseas, provocado pela contração muscular. A seguir, a região torna-se inflamada podendo se formar hematoma. O tratamento consiste em corrigir os desvios ou os afastamentos das partes fraturadas e na imobilização, através de vários recursos ortopédicos que, às vezes, compreendem intervenções cirúrgicas. Quando a imobilização do osso fraturado é adequada, os fragmentos ou segmentos soldam-se através da formação do calo ósseo, em cerca de 40 dias. Às vezes, após a cura, podem ocorrer amiotrofias determinadas pelo longo tempo de imobilização. Raramente surgem complicações; porém, dentre estas podem ser citadas: osteomielite ou septicemia, pela entrada de germes através de ferimentos provocados pela fratura, mormente quando os fragmentos ósseos perfuram a pele e se exteriorizam (fraturas expostas); pseudoparalisia de Volkman, que consiste em diminuição de função e deformidade por lesões musculares e insuficiente afluxo sangüíneo; entrada na corrente sangüínea de fragmento da medula óssea, provocando embolia.

FRÊNICO (Nervo). Ramo do plexo cervical que inerva o diafragma.

FRENOPATIA. Doença ou afecção mental.

FRIGIDEZ SEXUAL. Alteração do erotismo caracterizada por falta de atração pelo sexo oposto, cujas conseqüências são diferentes conforme se trate do homem ou da mulher; como está é passiva no ato sexual, ela poderá realizá-lo sem atingir o orgasmo. No entanto, nesses casos, criam-se, com certa freqüência, problemas de ordem psíquica. A f. s. é geralmente determinada por alterações constitucionais das gônadas ou da hipófise (fatores orgânicos) ou então, por fatores psíquicos (erros de educação e formação familiar, sentido de culpabilidade, traumas efetivos, indiferença pelo cônjuge). Ver impotência.

FROHLICH (Doença de). Ver Distrofia adiposo-genital.

FTIRÍASES. Ver Pediculoses.

FULGURAÇÃO. Conjunto de lesões, algumas vezes mortais, provocadas por descargas elétricas de alta tensão. A fulguração pode ocorrer por relâmpago (f. natural) ou por contato com fios condutores de eletricidade (f. artificial). O primeiro determina quase sempre morte instantânea ou graves queimaduras, delírio, perda da sensibilidade e da motricidade. A f. artificial provoca o aparecimento de sintomas de acordo com a intensidade, a tensão, a modalidade de contato com a corrente e a resistência do organismo.

FUMIGAÇÃO. Desinfecção à custa de vapores ou de gases.

FUNGOS. Classe de organismos vegetais inferiores, não clorofilados, parasitas ou saprófitas, grupados segundo o modo de formação dos esporos. Entre os fungos incluem-se os bolores (por exemplo, Penicillium, produtores de penicilina), fermentos (Saccharomyces, usados nas fermentações para a produção da cerveja), cogumelos comestíveis e certas classes que provocam doenças como actinomicetos (actinomicose), blastomices (blastomicose), monílias (monilíase), micrósporo (tinha), etc.

FURÚNCULO. Processo inflamatório dos folículos pilosos ou das glândulas sebáceas. Os germes responsáveis por tal inflamação são sempre estafilococos, cuja localização é favorecida por fatores irritantes que lesam os tecidos ou por fatores tóxi-infecciosos gerais. O f. apresenta-se sob a forma de pequeno nódulo, em cujo centro surge um ponto purulento branco-amarelado. Isoladamente, o f. não é uma lesão grave; cura-se deixando pequena cicatriz.

FURUNCULOSE. Infecção cutânea caracterizada pela presença de furúnculos em diversas partes do corpo.

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Quem sou eu

Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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