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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Psiquiatria: Esquizofrenia - Diagnóstico e Tratamento

Denise Razzouk
Itiro Shirakawa


Quadro Clínico

As síndromes psicóticas caracterizam-se por mudanças no comportamento, identificadas por agitação psicomotora, presença de delírios, alucinações, discurso incompreensível, incontinência social, prejuízo sócio-ocupacional e ausência de crítica na presença de lucidez de consciência. Elas podem ser agudas ou crônicas.

Os quadros psicóticos derivados de causas externas, como uso de medicações, de drogas e de álcool e doenças médicas (tumores, encefalites, doenças reumatológicas e endócrinas, etc.), são mais agudos e sua duração é condicionada ao tratamento ou à retirada da causa de base.

As síndromes psicóticas que não estão relacionadas a um fator causal bem estabelecido constituem os transtornos psiquiátricos propriamente ditos. Dentre as psicoses, destaca-se o transtorno da esquizofrenia. Em geral, o seu aparecimento mais insidioso e sua resposta ao tratamento é variável, sendo que 70% dos pacientes precisam de acompanhamento médico contínuo. Esta condição acomete o indivíduo em qualquer faixa etária, com predileção pelo final da adolescência nos homens e pela terceira década nas mulheres. Caracteriza-se, principalmente, por sintomas denominados produtivos ´(alucinações ou delírios), sintomas negativos (apatia intensa, afeto embotado ou distanciado, pensamento concreto com pouca capacidade de abstração, capacidade volitiva prejudicada, déficits cognitivos), comportamento desorganizado (pensamento desagregado, agressividade ou hostilidade, dificuldade de relacionamento social, incontinência social e perda da autonomia de cuidar de si mesmo) e prejuízo sócio-ocupacional.

O critério diagnóstico norte-americano, DSM-IV (APA, 1994), para o transtorno da esquizofrenia requer 6 meses (entre os pródromos e a remissão dos tintomas) de história clínica, prejuízo sócio-ocupacional, não estar usando drogas ou álcool no mês que antecede o quadro clínico, não existir outra condição médica, e pelo menos dois dos seguintes sintomas: delírio, alucinação, pensamento desorganizado, afeto distanciado ou embotado e déficits cognitivos.

Exames Complementares

Não existe até o momento nenhum exame complementar que possa identificar o transtorno da esquizofrenia. Os exames complementares só devem ser solicitados para realizar o diagnóstico diferencial com os quadros psicóticos derivados de outras condições médicas.

Diagnóstico Diferencial

O transtorno da esquizofrenia deve ser diferenciado dos transtornos esquizofreniforme, esquizoafetivo, bipolar, delirante (paranóia) e outras psicoses.

Tratamento

O tratamento de escolha são os antipsicóticos ou neurolépticos. Existem duas classes principais: os antipsicóticos, típicos ou de primeira geração e os atípicos ou de segunda geração.

Os antipsicóticos de primeira geração são medicações que bloqueiam preferencialmente os receptores D2 da dopamina nos sistemas dopaminérgicos mesolímbico, mesocortical, nigroestriatal e túbero-infundibular. São eficazes para tratar as alucinações, delírios, a desagregação do pensamento e agitação psicomotora, e produzem efeitos colaterais, como sintomas parkinsonianos e aumento da prolactina. Essas medicações constituem, hoje, a segunda escolha para os quadros psicóticos porque apresentam muitos efeitos colaterais, embora sejam mais baratas e estejam mais disponíveis.

Os antipsicóticos atípicos são os neurolépticos de segunda geração, que atuam em outros sítios da dopamina e que produzem menos efeitos parkinsonianos. São medicações mais bem toleradas, mais eficazes para sintomas negativos, porém, de alto custo. Constituem a primeira opção para o tratamento do primeiro episódio psicótico (APA, 1997; Shirakawa ET AL.,2001; Canadian Practice, 1998; McGrath e Emmerson, 1999).

Primeiro episódio psicótico

O tratamento do primeiro episódio psicótico deve ser iniciado com doses baixas de um neuroléptico de segunda geração, com aumento gradual da dose semanalmente. O uso do neuroléptico deve ser diário e deve-se orientar o paciente e a família para evitar a descontinuação brusca do tratamento. Prefere-se não associar os neurolépticos entre si e evitar o uso concomitante de anticolinérgicos.

Se após 4 a 8 semanas de tratamento não houver uma resposta satisfatória dos sintomas, deve-se trocar por um neuroléptico de outra classe farmacológica. A medicação deve ser mantida por um mínimo de 6 a 12 meses após a remissão dos sintomas.

Episódios psicóticos agudos

Nos episódios psicóticos agudos em que há extrema agitação psicomotora e agressividade deve-se utilizar neurolépticos injetáveis (intramuscular), de acordo com a necessidade, até que a medicação oral atue eficazmente. Não é indicado o uso de neurolépticos injetáveis do tipo depot nessas ocasiões devido à demora de ação e ao risco de provocar discinesia tardia.

Episódios psicóticos recorrentes

O tratamento de episódios psicóticos recorrentes deve levar em consideração o tipo mais proeminente de sintoma e o aparecimento de efeitos colaterais. Assim, indivíduos que tenham intolerância aos neurolépticos de primeira geração, ou apresentem déficits cognitivos, lentificação psicomotora importante, sintomas negativos e sintomas depressivos se beneficiam com o uso de neurolépticos de segunda geração. O objetivo, nesses casos, é manter o paciente com o menor dose possível, sem efeitos colaterais e prevenir recaídas.

A manutenção da medicação após vários episódios psicóticos deve ser prolongada por mais de 5 anos. Nos indivíduos que não apresentam boa resposta terapêutica a dois neurolépticos ou que apresentam discinesia tardia deve-se utilizar clozapina.

Neurolépticos atípicos de segunda geração – via oral – Indicações:

Amisulprida: Sintomas negativos até 300 mg/dia; Sintomas positivos de 400 a 800 mg/dia
Olanzapina: Predominância de sintomas negativos e depressivos. Primeiro episódio psicótico, intolerância a neurolépticos típicos
Risperidona: Sintomas positivos e negativos; Primeiro episódio psicótico, intolerância a neurolépticos típicos
Clozapina: Em casos de discinesia tardia e esquizofrenia refratária
Quetiapina: Sintomas negativos e depressivos
Ziprasidona: Sintomas negativos e depressivos
Aripiprazol: Maior nos sintomas positivos; Sintomas negativos

Obs.: Devem ser utilizados como primeira escolha no tratamento do primeiro episódio psicótico, quando há intolerância pelos neurolépticos típicos ou predominância de sintomas negativos. Os mais indicados para o primeiro uso são a Risperidona e a Olanzapina (Clinical Psychopharmacology Seminar, 2000; Drug Information, 2001; Micromedex Thompson, Healthcare, 2001)

Neurolépticos típicos ou de primeira geração – Injetáveis (IM):

Zuclopentixol Acuphase, Clorpromazina, Haloperidol, Levomeprazina.

Obs.: São medicações utilizadas principalmente em regime de urgência em pronto-socorro e enfermaria psiquiátrica para contenção de agitação psicomotora na fase aguda do episódio psicótico.

Efeitos Colaterais e Interações Medicamentosas dos neurolépticos típicos ou de primeira geração:

Clorpromazina:
- Efeitos Colaterais: Sedação, hipotensão ortostática, aumento de peso, hepatite, aumento de prolactina
- Interações medicamentosas de risco: Carbonato de lítio, betabloqueador seletivo

Haloperidol:
- Efeitos Colaterais: Sintomas extrapiramidais, acinesia, hiperpigmentação da pele, distonia aguda, discinesia tardia, aumento de prolactina
- Interações medicamentosas de risco: Pimozida, carbamazepina, lítio, fenotiazinas

Primozida:
- Efeitos Colaterais: Sintomas extrapiramidais, distonia aguda, discinesia tardia, sonolência
- Interações medicamentosas de risco: Nefazodona, eritromicina, antidepressivos tricíclicos, antiarrítmicos, fenotiazina, grafefruit

Tioridazina:
- Efeitos Colaterais: Sintomas parkinsonianos, sedação, hipotensão ortostática, retinopatia pigmentar
- Interações medicamentosas de risco: Carbonato de lítio, betabloqueador, ISRSs (fluoxetina e paroxetina), metildopa (anti-hipertensivo guanetidina)

Trifluoperazina:
- Efeitos Colaterais: Sintomas extrapiramidais, distonia aguda, discinesia tardia, sedação
- Interações medicamentosas de risco: Pimozida, anticolinérgicos, guanetidina, fenotiazinas

Obs.: Na maioria deles, os sintomas principais são parkinsonismo, lentificação, sedação e hipotensão ortostática. Todos podem causar discinesia tardia e síndrome neuroléptica maligna (Clinical Psychopharmacology Seminar 2000; Drug Information, 2001; Micromedex Thompson, Healthcare, 2001).

Efeitos Colaterais e interações medicamentosas dos neurolépticos atípicos ou de segunda geração:

Clozapina:
- Efeitos Colaterais: Sedação, tontura, hipotensão ortostática, hipersalivação, náuseas, sintomas anticolinérgicos, aumento de peso, convulsões, disfunção sexual, enurese noturna, cefaléia, leucopenia, agranulocitose
- Interações medicamentosas de risco: Carbamazepina, ISRSs (fluoxetina, sertralina, fluvoxamina), ritonavir (cafeína e nicotina diminuem o nível sérico da clozapina), clorpromazina; Cuidado com benzodiazepínicos, cimetidina

Olanzapina:
- Efeitos Colaterais: Ganho de peso, sonolência, tontura, disfunção sexual, boa seca, aumento de prolactina, hepatite
- Interações medicamentosas de risco: Medicações que alteram enzimas hepáticas, anticolinérgicos, álcool, diazepam

Quetiapina:
- Efeitos Colaterais: Tontura, hipotensão ortostática, sedação, cefaléia, boca seca, ganho de peso, catarata
- Interações medicamentosas de risco: Álcool, cetoconazol, verapamil, nefazodona, lorazepam, tioridazina, fenitoína

Risperidona:
- Efeitos Colaterais: Aumento de prolactina (amenorréia), sedação, sintomas extrapiramidais, aumento de peso, ansiedade
- Interações medicamentosas de risco: Barbitúricos, relaxantes musculares, anestésicos, álcool

Ziprasidona:
- Efeitos Colaterais: Aumento de prolactina, sonolência, hipotensão ortostática, aumento do intervalo QT
- Interações medicamentosas de risco: Quinidina, tioridazina, pimozida

Amisulprida:
- Efeitos Colaterais: sintomas extrapiramidais, amenorréia, galactorréia, insônia, agitação, aumento de prolactina, hipotensão, aumento do intervalo QT
- Interações medicamentosas de risco: Álcool, levedopa, anti-hipertensivos

Aripiprazol:
- Efeitos Colaterais: Hipotensão ortostática, síncope, sonolência, insônia, convulsões, taquicardia, diminuição da regulação da temperatura corpórea, náusea, vômito, cefaléia, ansiedde
- Interações medicamentosas de risco: Cetoconazol, quinidina, álcool, anti-hipertensivos, carbamazepina, anticolinérgicos, fluoxetina, paroxetina

Obs.: Em geral, causam pouco ou nenhum sintoma extrapiramidal, hipotensão ortostática, sedação, aumento de peso (exceção: ziprasidona), aumento de prolactina (exceções: clozapina e quetiapina) e disfunção sexual. Podem causar discinesia tardia (exceção: clozapina) e síndrome neuroléptica maligna, porém em menor proporção do que os neurolépticos de primeira geração.


2 comentários:

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Quem sou eu

Nascido no Japão como filho de massagista shiatsu em 1947, imigrado ao Brasil em 1959, residente em Marília/SP/Brazil desde 1997.

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